"Um dia, Jesus estava orando num certo lugar: Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe 'Senhor, ensina-nos a orar'" (Lc11,1). Jesus respondeu ensinando o Pai-Nosso. Os discípulos, que eram especialistas na oração hebraica do tempo, ficaram fortemente impressionados pela singularidade da oração do se mestre. Jesus, de fato, estava em contínua oração (cf. Lc 5,16). Os momentos mais importantes da sua vida são acompanhados pela oração: Jesus reza no batismo do Jordão (Lc 3,21); antes de chamar os apóstolos (LC 6,12); antes da transfiguração (Lc 22,31-32) e pelo envio do Espírito Santo (Jo 14,15-17). Reza antes da ressurreição de Lázaro (Jo 11,41) e na sua entrada triunfal em Jerusalém ( Jo 2,27). Reza ao Pai na última Ceia pela própria glorificação ( Jo 17,1-5); pelos discípulos ( Jo17,6-19) e por todos os crentes (Jo 17,20-26). Reza antes da sua paixão ( Lc 22,39-46) e, no momento da morte, reza pelos inimigos ( Lc 23,34).
A oração de Jesus é dirigida ao Pai num diálogo de obediência, que vivifica a sua missão: "O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar plenamente a sua obra" ( Jo 4,34). Essa íntima comunhão com o Pai é fonte de alegria e de louvor: "Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra [...]. Tudo me foi entregue por meu Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar" ( Mt 11,25.27).
A oração ao Pai era o respiro da sua existência terrena. Mesmo vindo habitar no meio de nós, Jesus não se distanciou nunca da casa do Pai e da comunhão com ele na oração. Por outro lado, porém, essa intimidade filial tornar-se proximidade salvífica e misericordiosa junto aos irmãos, até o supremo sacrifício da cruz.
A oração de Jesus continua ainda hoje ( cf. Hb 7,25). Na liturgia eucarística, Cristo sumo sacerdote oferece ao Pai o seu sacrifício redentor. Oferece-o em comunhão com o seu corpo que é a Igreja. Toda a oração de Cristo que sustenta todas as nossas orações, as do coração e as da boca. Quando a Igreja reza, é o Filho que abraça os joelhos do Pai. A oração dos filhos sobe ao Pai pela voz do Primogênito. Os braços elevados na invocação, no louvor, na súplica são milhões; mas a voz é única, a do Filho.
Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica
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