quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Falecidos, não mortos


Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
No próximo dia 2 celebraremos a memória dos fieis defuntos, dos nossos falecidos, daqueles que estiveram conosco e hoje estão na eternidade, os “finados”, aqueles que chegaram ao fim da vida terrena e já começaram a vida eterna. Portanto, não estão mortos, estão vivos, mais até do que nós, na vida que não tem fim, “vitam venturi saeculi”. Sua vida não foi tirada, mas transformada. Por isso, o povo costuma dizer dos falecidos: “passou desta para a melhor!” Olhemos, portanto, a morte com os olhos da fé e da esperança cristã, não com desespero pensando que tudo acabou. Uma nova vida começou eternamente.
Os pagãos chamavam o local onde colocavam os seus defuntos de necrópole, cidade dos mortos. Os cristãos inventaram outro nome, mais cheio de esperança, “cemitério”, lugar dos que dormem. É assim que rezamos por eles na liturgia: “Rezemos por aqueles que nos precederam com o sinal da fé e dormem no sono da paz”.
Os santos encaravam a morte com esse espírito de fé e esperança. Assim São Francisco de Assis, no cântico do Sol: “Louvado sejais, meu Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal, da qual nenhum homem pode fugir. Ai daqueles que morrem em pecado mortal. Felizes dos que a morte encontra conformes à vossa santíssima vontade. A estes não fará mal a segunda morte”. “É morrendo que se vive para a vida eterna!”. S. Agostinho nos advertia, perguntando: “Fazes o impossível para morrer um pouco mais tarde, e nada fazes para não morrer para sempre?”
Quantas boas lições nos dá a morte. Assim nos aconselha o Apóstolo São Paulo: “Enquanto temos tempo, façamos o bem a todos” (Gl 6, 10). “Para mim o viver é Cristo e o morrer é um lucro... Tenho o desejo de ser desatado e estar com Cristo” (Fl 1, 21.23). “Eis, pois, o que vos digo, irmãos: o tempo é breve; resta que os que têm mulheres, sejam como se as não tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem; os que usam deste mundo, como se dele não usassem, porque a figura deste mundo passa” (1 Cor 7, 29-31).
Diz o célebre livro A Imitação de Cristo que bem depressa se esquecem dos falecidos: “Que prudente e ditoso é aquele que se esforça por ser tal na vida qual deseja que a morte o encontre!... Não confies em amigos e parentes, nem deixes para mais tarde o negócio de tua salvação; porque, mais depressa do que pensas se esquecerão de ti os homens. Melhor é fazeres oportunamente provisão de boas obras e enviá-las adiante de ti, do que esperar pelo socorro dos outros” (Imit. I, XXIII). O dia de Finados foi estabelecido pela Igreja para não deixarmos nossos falecidos no esquecimento.
Três coisas pedimos com a Igreja para os nossos falecidos: o descanso, a luz e a paz. Descanso é o prêmio para quem trabalhou. O reino da luz é o Céu, oposto ao reino das trevas que é o inferno. E a paz é a recompensa para quem lutou. Que todos os que nos precederam descansem em paz e a luz perpétua brilhe para eles. Amém

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Celebração de conclusão do Sínodo


Papa Bento XVI presidiu, neste domingo, 28 de outubro, na Basílica de São Pedro, a celebração eucarística de encerramento da 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Em sua homilia, o Papa se deteve sobre a cura do cego Bartimeu que ocupa uma posição significativa na estrutura do Evangelho de Marcos, itinerário de fé que se desenvolve gradualmente na escola de Jesus.
A condição de cegueira tem um significado denso nos Evangelhos. Representa o homem que tem necessidade da luz de Deus, a luz da fé, para conhecer verdadeiramente a realidade e caminhar pela estrada da vida. "Bartimeu não é cego de nascença, mas perdeu a vista: é o homem que perdeu a luz e está ciente disso, mas não perdeu a esperança. Num de seus escritos, Santo Agostinho interpreta Bartimeu como pessoa decaída duma condição de grande prosperidade e nos convida a refletir sobre o fato de que há riquezas preciosas na nossa vida que podemos perder e que não são materiais" – frisou Bento XVI.
"Nesta perspectiva, Bartimeu poderia representar aqueles que vivem em regiões de antiga evangelização, onde a luz da fé se debilitou, e se afastaram de Deus. São pessoas que deste modo perderam uma grande riqueza, decaíram duma alta dignidade – não econômica ou de poder terreno, mas a dignidade cristã –, perderam a orientação segura e firme da vida e tornaram-se, muitas vezes inconscientemente, mendigos no sentido da existência" - acrescentou o Pontífice.
O Papa destacou que "são muitas as pessoas que precisam de uma nova evangelização, ou seja, de um novo encontro com Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, que pode voltar a abrir os seus olhos e ensinar-lhes a estrada. A nova evangelização diz respeito a toda a vida da Igreja. Refere-se, em primeiro lugar, à pastoral ordinária que deve ser mais animada pelo fogo do Espírito a fim de incendiar os corações dos fiéis que frequentam regularmente a comunidade reunindo-se no dia do Senhor para se alimentarem de sua Palavra e do Pão de vida eterna."
Bento XVI então sublinhou três linhas pastorais que emergiram do Sínodo. "A primeira diz respeito aos Sacramentos da iniciação cristã. Foi reafirmada a necessidade de acompanhar, com uma catequese adequada, a preparação para o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia; e reiterou-se também a importância da Penitência, sacramento da misericórdia de Deus. É através deste itinerário sacramental que passa o chamado do Senhor à santidade, dirigido a todos os cristãos."
A segunda é que "a nova evangelização está essencialmente ligada à missão ad gentes. A Igreja tem o dever de evangelizar, de anunciar a mensagem da salvação aos homens que ainda não conhecem Jesus Cristo". O Papa recordou que durante as reflexões sinodais, foi sublinhado que existem lugares na África, Ásia e Oceânia, onde os habitantes esperam com expectativa o primeiro anúncio do Evangelho. "Por isso, é preciso pedir ao Espírito Santo que suscite na Igreja um renovado dinamismo missionário, cujos protagonistas sejam, de modo especial, os agentes pastorais e os fiéis leigos. A globalização provocou um notável deslocamento de populações, pelo que se impõe a necessidade do primeiro anúncio também nos países de antiga evangelização" – frisou o Papa.
O terceiro aspecto diz respeito às pessoas batizadas que, porém, não vivem as exigências do Batismo. "Durante os trabalhos sinodais, foi posto em evidência que estas pessoas se encontram em todos os continentes, especialmente nos países secularizados. A Igreja dedica-lhes uma atenção especial, para que encontrem de novo Jesus Cristo, redescubram a alegria da fé e voltem à prática religiosa na comunidade dos fiéis. Para além dos métodos tradicionais de pastoral, sempre válidos, a Igreja procura lançar mão de novos métodos, valendo-se também de novas linguagens, apropriadas às diversas culturas do mundo, para implementar um diálogo de simpatia e amizade que se fundamenta em Deus que é Amor."
Voltando à figura do cego Bartimeu, curado por Jesus, Bento XVI concluiu a homilia dizendo: "Assim são os novos evangelizadores: pessoas que fizeram a experiência de ser curadas por Deus, através de Jesus Cristo"
DOM, 28 DE OUTUBRO DE 2012 19:49POR: CNBB/RADIO VATICANO

sábado, 27 de outubro de 2012

28 de Outubro de 2012 – 30º Domingo do Tempo Comum



Evangelho de Mc 10, 46-52
“Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!”
Quando Jesus saía de Jericó com os discípulos e numerosa multidão, um cego estava sentado à beira do caminho pedindo esmolas. Era Bartimeu, o filho de Timeu. Ao saber que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Muitos o repreendiam para que se calasse, mas ele gritava ainda mais alto: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Jesus parou e disse: “Chamai-o!” Eles chamaram o cego, dizendo-lhe: “Coragem! Levanta-te que ele te chama”. Jogando para o lado o manto, levantou-se de um pulo e foi até Jesus. Tomando a palavra, Jesus lhe perguntou: “O que queres que te faça?” O cego respondeu: “Mestre, eu quero ver de novo!” E Jesus lhe disse: “Vai, tua fé te curou!” No mesmo instante ele começou a ver de novo e se pôs a segui-lo pelo caminho.
COMENTÁRIO
No Evangelho de hoje nos deparamos com um cego pobre e mendigo, sentado à beira da estrada. Como sempre, a palavra de Deus é muito atual. Quantos pobres, cegos ou coxos encontramos no nosso dia-a-dia, sentados à margem das calçadas ou jogados pelas esquinas, e nem percebemos suas presenças.Este fato também passaria despercebido, nunca ficaríamos sabendo do ocorrido se Bartimeu não fosse persistente, corajoso e dono de uma fé sem limites. Sabia o que queria e sabia onde buscar a solução.Sua esperança era o Filho de Davi. Somente Ele tinha a solução para o seu problema. Jamais vira Jesus, mas acreditou em tudo aquilo que Dele se dizia. Tratou de aproximar-se e, com muita fé, pediu ajuda.Era cego e diante da impossibilidade de ir até ao Nazareno, começou a gritar. Gritou tanto a ponto de incomodar a multidão que rodeava Jesus. Mandaram que se calasse. Não queriam ser incomodados, pois estavam ouvindo Jesus.O comportamento do povo é algo que deve ser ressaltado neste episódio. Quantas vezes mandamos calar-se aquele que nos pede ajuda, muitas vezes com a desculpa que não podemos atendê-lo, pois estamos ouvindo Jesus. Não queremos ser incomodados no nosso momento de oração e de louvor, não queremos interrupções durante nossa conversa com o Mestre.Ainda bem que as mesmas pessoas que não queriam ser incomodadas e que mandavam o cego calar-se ficaram muito animadas quando Jesus o chamou. Felizes correram até Bartimeu dizendo, vai, Ele te chama e, provavelmente, devem tê-lo guiado até Jesus.A felicidade do povo, essa mudança repentina é sinal de que ouviram e entenderam a mensagem de Jesus. Estavam diante do Salvador do Mundo, diante Daquele que tudo pode. Trataram então de encorajar aquele enjeitado. Deixam de repreendê-lo e o animam para que se aproxime de Jesus.Bartimeu também não pensou duas vezes. Bastou ouvir o chamado para jogar de lado o seu manto e dar um pulo em direção a Jesus. Essa pressa e essa disposição de Bartimeu é uma grande lição para cada um de nós. Ao ouvir o chamado de Jesus, devemos correr prontamente ao seu encontro.Mais uma vez Jesus quis mostrar que veio para os pobres, para os pequeninos e sofredores. Apesar de já saber a resposta, Jesus perguntou-lhe o que queria. Jesus fez esta pergunta, pois queria ouvir o pedido do cego e queria também provocar a profissão de fé daquele homem. Sabia que dele receberia uma grande demonstração de fé no poder e no amor de Deus.Bartimeu nos deixa aqui um grande exemplo, basta pedir com fé para Jesus atender. É preciso acreditar e aproximar-se com simplicidade e confiança. Bartimeu nos ensina também a fórmula infalível de oração, dizendo: "Senhor, tende piedade de mim!" Uma oração simples, mas carregada de fé. Assim é a oração que Jesus entende.Bartimeu representa a humanidade que desconhece a Verdadeira Luz e por isso padece na escuridão das trevas. Precisamos levar Luz ao mundo. Um mundo que precisa recuperar a sua fé, que precisa correr humildemente aos pés de Jesus e pedir que lhe seja devolvida a luz da verdade e da vida.Para recuperar a fé é necessário reconhecer a própria cegueira e, como Bartimeu, reconhecer-se pobre e necessitado. Voltaremos a enxergar quando nos aproximarmos de Jesus suplicando seu perdão e sua graça através destas palavras: "Senhor, abre meus olhos, faz com que eu veja!" 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Apresentada a Mensagem final do Sínodo


papasinodo

  

                                                                                                                                                                                                             
Momentos finais do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização, que se encerra no sábado, 27/10, no Vaticano. O penúltimo dia foi de intenso trabalho para os padres sinodais, na presença do Santo Padre. Pela manhã, os participantes aprovaram a Mensagem do Sínodo dos Bispos para o Povo de Deus, na conclusão da 13ª Assembleia Geral. O texto foi apresentado ao público na Sala de Imprensa da Santa Sé, em coletiva de imprensa.

Participaram da coletiva o Presidente da Comissão para a Mensagem, Card. Giuseppe Betori, o Secretário Especial, Dom Pierre Marie Carré, o Diretor da Sala de Imprensa, Pe. Federico Lombardi, e mais dois membros da Comissão.

No texto, divido em 14 pontos, os padres sinodais afirmam que conduzir os homens e as mulheres do nosso tempo a Jesus é uma urgência que diz respeito a todas as regiões do mundo, de antiga e recente evangelização. Não se trata de recomeçar do zero, mas de inserir-se num longo caminho de proclamação do Evangelho que, desde os primeiros séculos da era cristã até hoje, percorreu a História e edificou comunidades de fiéis em todas as partes do mundo, fruto da dedicação de missionários e de mártires.

Caminho que começa com o encontro pessoal com Jesus Cristo e com a escuta das Escrituras. “Para evangelizar o mundo, a Igreja deve, antes de tudo, colocar-se à escuta da Palavra”, escrevem os Padres sinodais, ou seja, o convite a evangelizar se traduz num apelo à conversão, a começar por nós mesmos.

Os Bispos apontam como lugar natural da primeira evangelização a família, que desempenha um papel fundamental para a transmissão da fé. Diante das crises pelas quais passa essa célula fundamental da sociedade, com inúmeros laços matrimoniais que se desfazem, os Padres Sinodais se dirigem diretamente às famílias de todo o mundo, para dizer que o amor do Senhor não abandona ninguém, que também a Igreja as ama e é casa acolhedora para todos.

Os jovens também são destinatários da Mensagem do Sínodo, definidos “presente e futuro da humanidade e da Igreja”. A nova evangelização encontra nos jovens um campo difícil, mas promissor, como demonstram as Jornadas Mundiais da Juventude.

Os horizontes da nova evangelização são vastos tanto quanto o mundo, afirma o Sínodo, portanto é fundamental o diálogo em vários setores: com a cultura, a educação, as comunicações sociais, a ciência e a economia. Fundamental é o diálogo inter-religioso que contribua para a paz, rejeita o fundamentalismo e denuncia a violência contra os fiéis, grave violação dos Direitos Humanos.

Na última parte, a Mensagem se dirige à Igreja em cada região do mundo: às Igrejas no Oriente, faz votos de que possa praticar a fé em condições de paz e de liberdade religiosa; à Igreja na África pede que desenvolva a evangelização no encontro com as antigas e novas culturas, pedindo aos governos que acabem com conflitos e violências.

Os cristãos na América do Norte, que vivem numa cultura com muitas expressões distantes do Evangelho, devem priorizar a conversão e estarem abertos ao acolhimento de imigrantes e refugiados.

Os Padres Sinodais se dirigem à América Latina com sentimento de gratidão. “Impressiona de modo especial como no decorrer dos séculos tenha se desenvolvido formas de religiosidade popular, de serviço da caridade e de diálogo com as culturas. Agora, diante de muitos desafios do presente, em primeiro lugar a pobreza e a violência, a Igreja na América Latina e no Caribe é exortada a viver num estado permanente de missão, anunciando o Evangelho com esperança e alegria, formando comunidades de verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo, mostrando no empenho de seus filhos como o Evangelho pode ser fonte de uma nova sociedade justa e fraterna. Também o pluralismo religioso interroga as Igrejas da região e exige um renovado anúncio do Evangelho.”

Já a Igreja na Ásia, mesmo constituindo uma minoria, muitas vezes às margens da sociedade e perseguida, é encorajada e exortada à firmeza da fé. A Europa, marcada por uma secularização agressiva, é chamada a enfrentar dificuldades no presente e, diante delas, os fieis não devem se abater, mas enfrentá-las como um desafio. À Oceania, por fim, se pede que continue pregando o Evangelho.

A Mensagem se conclui fazendo votos de que Maria, Estrela da nova evangelização, ilumine o caminho e faça florescer o deserto.

Sínodo trará uma mensagem de esperança, diz Dom Filippo


Em fase final, o XIII Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização, segue seu curso e chega ao fim da elaboração das proposições a serem entregues ao Papa Bento XVI. Nesta etapa, uma Comissão elabora a mensagem final do Sínodo para toda Igreja.
Dom Filippo Santoro, Arcebispo de Taranto, na Itália, falou à corresponte da TV Canção Nova em Roma, Danusa Rego, sobre a riqueza do conteúdo proposto para a Nova Evangelização e destacou que, certamente, este Sínodo terá uma mensagem de esperança e incentivo para a missão evangelizadora da Igreja.
Assista ao vídeo:

Sobre os trabalhos do Sínodo
Fizemos as proposições. Foi um trabalho extraordinário de compilação dessas proposições que serão entregues ao Santo Padre. As contribuições foram positivas, riquíssimas, uma riqueza muito grande que diz qual é o conteúdo central da Nova Evangelização, os métodos, o contexto, o cenário no qual a Nova Evangelização deve acontecer.
Mensagem final
Vai sair com certeza uma mensagem de esperança, uma mensagem de incentivo grande para levar a presença de Cristo e da Igreja no cotidiano, como abertura de novos horizontes. 
Os rumos da Nova Evangelização
A Nova Evangelização é essa presença do Senhor junto às pessoas do nosso tempo. E como esta presença se manifesta? Através dos bispos, dos padres, dos leigos, dos movimentos, dos grupos que abraçam as situações de dificuldades, as perguntas, a situação do nosso povo, a pergunta sobre o valor da vida, sobre o destino, sobre a felicidade, os problemas cotidianos da sobrevivência. Então, dizia particularmente neste nosso contexto, seja da Europa, mas também do Brasil. É como fez o Senhor. O Senhor veio ao encontro, se interessou pelas pessoas. E assim, esse é um dos pontos essenciais da Nova Evangelização, essa proximidade, esse assumir os problemas, as perguntas e se oferecer como amizade, como companhia ao caminho dos homens, oferecendo a salvação.
A mensagem final do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização será divulgada nesta sexta-feira, 26, durante uma Missa presidida pelo Papa Bento XVI, na Basílica de São Pedro (Roma).

Quinta-feira, 25 de outubro de 2012, 16h44
Da redação, com colaboração de Danusa Rego

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Catequese de Bento XVI - A natureza da fé - 24/10/2012 Boletim da Santa Sé


Boletim da Santa Sé
(Tradução: Jéssica Marçal-equipe CN Notícias)



CATEQUESE
Praça São Pedro - Vaticano
Quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Caros irmãos e irmãs,

Quarta-feira passada, com o início do Ano da Fé, comecei com uma nova série de catequeses sobra a fé. E hoje gostaria de refletir com vocês sobre uma questão fundamental: o que é a fé? Há ainda um sentido para a fé em um mundo em que a ciência e a técnica abriram horizontes até pouco tempo impensáveis? O que significa crer hoje? De fato, no nosso tempo é necessária uma renovada educação para a fé, que inclua um certo conhecimento das suas verdades e dos eventos da salvação, mas que sobretudo nasça de um verdadeiro encontro com Deus em Jesus Cristo, de amá-lo, de confiar Nele, de modo que toda a vida seja envolvida.

Hoje, junto a tantos sinais do bem, cresce ao nosso redor também um certo deserto espiritual. Às vezes, tem-se a sensação, a partir de certos acontecimentos dos quais temos notícia todos os dias, que o mundo não vai para a construção de uma comunidade mais fraterna e mais pacífica; as mesmas ideias de progresso e de bem estar mostram também as suas sombras. Não obstante a grandeza das descobertas da ciência e dos sucessos da técnica, hoje o homem não parece tornar-se verdadeiramente livre, mais humano; permanecem tantas formas de exploração, de manipulação, de violência, de abusos, de injustiça...Um certo tipo de cultura, então, educou a mover-se somente no horizonte das coisas, do factível, a crer comente no que se vê e se toca com as próprias mãos. Por outro lado, porém, cresce também o número daqueles que se sentem desorientados e, na tentativa de ir além de uma visão somente horizontal da realidade, estão dispostos a crer em tudo e no seu contrário. Neste contexto, surgem algumas perguntas fundamentais, que são muito mais concretas do que parecem à primeira vista: que sentido tem viver? Há um futuro para o homem, para nós e para as novas gerações? Em que direção orientar as escolhas da nossa liberdade para um êxito bom e feliz da vida? O que nos espera além do limiar da morte? 
Destas perguntas insuprimíveis, aparece como o mundo do planejamento, do cálculo exato e do experimento, em uma palavra o saber da ciência, embora importante para a vida do homem, sozinho não basta. Nós precisamos não somente do pão material, precisamos de amor, de significado e de esperança, de um fundamento seguro, de um terreno sólido que nos ajuda a viver com um senso autêntico também nas crises, na escuridão, nas dificuldades e nos problemas cotidianos. A fé nos dá propriamente isto: é um confiante confiar em um “Tu”, que é Deus, o qual me dá uma certeza diversa, mas não menos sólida daquela que me vem do cálculo exato ou da ciência. A fé não é um simples consentimento intelectual do homem e da verdade particular sobre Deus; é um ato com o qual confio livremente em um Deus que é Pai e me ama; é adesão a um “Tu” que me dá esperança e confiança. Certamente esta adesão a Deus não é privada de conteúdo: com essa sabemos que Deus mesmo se mostrou a nós em Cristo, fez ver a sua face e se fez realmente próximo a cada um de nós. Mais, Deus revelou que o seu amor pelo homem, por cada um de nós, é sem medida: na Cruz, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus feito homem, nos mostra do modo mais luminoso a que ponto chega este amor, até a doação de si mesmo, até o sacrifício total. Com o Mistério da Morte e Ressurreição de Cristo, Deus desce até o fundo na nossa humanidade para trazê-la de volta a Ele, para elevá-la à sua altura. A fé é crer neste amor de Deus que não diminui diante da maldade do homem, diante do mal e da morte, mas é capaz de transformar cada forma de escravidão, dando a possibilidade da salvação. Ter fé é encontrar este “Tu”, Deus, que me apoia e me concede a promessa de um amor indestrutível que não só aspira à eternidade, mas a doa; é confiar em Deus com a atitude de uma criança, que sabe bem que todas as suas dificuldades, todos os seus problemas estão seguros no “Tu” da mãe. E esta possibilidade de salvação através da fé é um dom que Deus oferece a todos os homens. Penso que deveríamos meditar mais vezes – na nossa vida cotidiana, caracterizada por problemas e situações às vezes dramáticas – sobre o fato de que crer de forma cristã significa este abandonar-me com confiança ao sentido profundo que apoia a mim e ao mundo, aquele sentido que nós não somos capazes de dar, mas somente de receber como dom, e que é o fundamento sobre o qual podemos viver sem medo. E esta certeza libertadora e tranquilizante da fé, devemos ser capazes de anunciá-la com a palavra e de mostrá-la com a nossa vida de cristãos. 

Ao nosso redor, porém, vemos cada dia que muitos permanecem indiferentes ou recusam-se a acolher este anúncio. No final do Evangelho de Marcos, hoje temos palavras duras do Ressuscitado que diz: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16, 16), perde a si mesmo. Gostaria de convidá-los a refletir sobre isso. A confiança na ação do Espírito Santo nos deve impulsionar sempre a ir e anunciar o Evangelho, ao corajoso testemunho da fé; mas para além da possibilidade de uma resposta positiva ao dom da fé, há também o risco de rejeição ao Evangelho, do não acolhimento ao nosso encontro vital com Cristo. Santo Agostinho já colocava este problema em seu comentário da parábola do semeador: “Nós falamos – dizia – lançamos a semente, espalhamos a semente. Existem aqueles que desprezam, aqueles que reprovarão, aquelas que zombam. Se nós temos medo deles, não temos mais nada a semear e no dia da ceifa ficaremos sem colheita. Por isso venha a semente da terra boa” (Discurso sobre a disciplina cristã, 13, 14: PL 40, 677-678). A recusa, portanto, não pode nos desencorajar. Como cristãos, somos testemunhas deste terreno fértil: a nossa fé, mesmo nas nossas limitações, mostra que existe a terra boa, onde a semente da Palavra de Deus produz frutos abundantes de justiça, de paz e de amor, de nova humanidade, de salvação. E toda a história da Igreja, com todos os problemas, demonstra também que existe a terra boa, existe a semente boa, e dá fruto.

Mas perguntamos: onde atinge o homem aquela abertura do coração e da mente para crer no Deus que se fez visível em Jesus Cristo morto e ressuscitado, para acolher a sua salvação, de forma que Ele e seu Evangelho sejam o guia e a luz da existência? Resposta: nós podemos crer em Deus porque Ele se aproxima de nós e nos toca, porque o Espírito Santo, dom do Ressuscitado, nos torna capazes de acolher o Deus vivo. A fé então é primeiramente um dom sobrenatural, um dom de Deus. O Concílio Vaticano II afirma: “Para que se possa fazer este ato de fé, é necessária a graça de Deus que previne e socorre, e são necessários os auxílios interiores do Espírito Santo, o qual mova o coração e o volte a Deus, abra os olhos da mente, e doe ‘a todos doçura para aceitar e acreditar na verdade’” (Cost. dogm. Dei Verbum, 5). Na base do nosso caminho de fé existe o Batismo, o Sacramento que nos doa o Espírito Santo, fazendo-nos tornar filhos de Deus em Cristo, e marca o ingresso na comunidade de fé, na Igreja: não se crê por si próprio, sem a vinda da graça do Espírito; e não se crê sozinho, mas junto aos irmãos. A partir do Batismo, então, cada crente é chamado a re-viver e fazer própria esta confissão de fé, junto aos irmãos.

A fé é dom de Deus, mas é também ato profundamente livre e humano. O Catecismo da Igreja Católica o diz com clareza: “É impossível crer sem a graça e os auxílios interiores do Espírito Santo. Não é, portanto, menos verdade que crer é um ato autenticamente humano. Não é contrário nem à liberdade e nem à inteligência do homem” (n. 154). Na verdade, as implica e as exalta, em uma aposta de vida que é como um êxodo, isso é, uma saída de si mesmo, de suas próprias seguranças, de seus próprios pensamentos, para confiar na ação de Deus que nos indica o seu caminho para conseguir a verdadeira liberdade, a nossa identidade humana, a alegria verdadeira do coração, a paz com todos. Crer é confiar com toda a liberdade e com alegria no plano providencial de Deus na história, como fez o patriarca Abramo, como fez Maria de Nazaré. A fé, então, é um consentimento com o qual a nossa mente e o nosso coração dizem o seu “sim” a Deus, confessando que Jesus é o Senhor. E este “sim” transforma a vida, a abre ao caminho para uma plenitude de significado, a torna então nova, rica de alegria e de esperança confiável.

Caros amigos, o nosso tempo requer cristãos que foram apreendidos por Cristo, que cresçam na fé graças à familiaridade com a Sagrada Escritura e os Sacramentos. Pessoas que sejam quase um livro aberto que narra a experiência da vida nova no Espírito, a presença daquele Deus que nos sustenta no caminho e nos abre à vida que nunca terá fim. Obrigado.




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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Riquezas na Igreja


Olinda -   Considerada a igreja mais rica de Olinda, São Bento é totalmente barroca – paredes de cedro talhado e coberto com ouro, painéis no teto, colunas de arenito, púlpitos trabalhados, sacristia suntuosa... O maior tesouro é o altar, com 14 metros de altura e  folheado a ouro de um extremo ao outro.







Os inimigos da Igreja não poupam acusações contra ela.

Grande parte da literatura contra a Igreja é produzida pelas seitas ditas evangélicas e pela Maçonaria.

Dentre as acusações, a de que a Igreja é riquíssima e que o melhor seria vender tudo e dar aos pobres.

Lembro, quando ouço isso, das palavras de Judas Iscariotes, o traidor;

“Estando à mesa, aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro, cheio de perfume muito caro, e derramou-o na sua cabeça. Vendo isto, os discípulos disseram indignados: “Para que este desperdício? Poder-se-ia vender este perfume por um bom preço e dar o dinheiro aos pobres” Jesus ouviu-os e disse-lhes”Porque molestais esta mulher? É uma ação boa o que ela me fez. Pobres vós tereis sempre convosco, a mim porém, nem sempre me tereis.” (Mateus 26, 7-11)

Será que Deus condena termos Igrejas suntuosas e até luxuosas? Basta ler a Palavra de Deus, e se verá que Deus não condena. Leia se as maravilhas do tabernáculo no livro de Êxodo ou ainda mais luxuoso: O Templo, como escreve os livros de Samuel, Reis e Crônicas. Cristo aceitou coisas caríssimas trazidas a Ele (Jô 12, 5-6). Deus se revela a Moisés e pede coisas caras ao povo. Leia Êxodo 25, 1-40;  Salmo 95-6; 25-8;. Cristo nunca criticou o esplendor do Templo e os Apóstolos tinham orgulho dele. Nós temos orgulho de nossas belíssimas igrejas. 

A riqueza em obras de arte, livros e outros bens do Vaticano são patrimônio da Humanidade, não pertencem ao Papa, aos Cardeais ou a qualquer pessoa. O Papa não pode vendê-los e enquanto estiver ali todos nós podemos apreciá-los. Se vender poderá cair nas mãos de certos bilionários e o povo não mais poderá apreciá-los. Todo esse patrimônio é fruto de doações dos fiéis através dos séculos.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Como fazer avançar a nova evangelização?


Jéssica Marçal
Da Redação


Pontifícias Obras Missionárias
Padre Camilo Pauletti acredita que a melhor forma de perpetuar o anúncio da Boa Nova é dar testemunho
No mês em que o Papa Bento XVI reza por um avanço da nova evangelização nos países de antigo cristianismo, surge um momento de reflexão sobre o que é a nova evangelização e as dificuldades que a impedem de alcançar todos os povos. O mundo mudou e, da mesma forma, a evangelização precisa se adaptar para anunciar o Evangelho a todas as criaturas, conforme o mandato deixado por Cristo.

Alguns lugares, porém, ainda não se abriram plenamente aos novos métodos de evangelização, de forma que o uso de uma linguagem moderna e a participação inclusive dos leigos na ação missionária nem sempre é algo compreensível de imediato.

Mas não só nesses lugares a nova evangelização encontra entraves. Para o pároco da paróquia São Francisco, em Guaratinguetá (SP), padre Matusalém Gonçalves, que também é assessor da Comissão Missionária Diocesana (COMID), essas dificuldades aparecem de forma geral.

"Isso porque as pessoas estão parando muito pouco para escutar a Palavra de Deus; estão escutando mais aquilo que o mundo oferece. Mas nós temos que insistir, não podemos parar. A insistência tem que ser constante; é o pedido do Papa e da Igreja”, disse.

Avanço da nova evangelização


Padre Matusalém acredita que o avanço da nova evangelização se dará a partir da sua realização em pequenos grupos, buscando as pessoas, sem esperar que elas venham até a Igreja. “É preciso, como o próprio documento de Aparecida nos lembra, pequenas comunidades, pequenas paróquias, ir ao encontro do povo. Nós não podemos esperar mais que as pessoas venham até a Igreja, nós temos que ir atrás delas”.

Para além desse processo de busca, outra forma de fazer com que a nova evangelização tenha um largo alcance pode estar na própria pessoa empenhada nessa missão.

O diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Camilo Pauletti, acredita que não há uma fórmula exata para todas as situações, mas acredita que a chave de tudo está no testemunho.

“Eu vejo que a melhor forma de a gente poder fazer chegar esse anúncio da Boa Nova é o testemunho da gente, é marcar presença; é a palavra, mas também o gesto, a solidariedade, o desprendimento, saber ser gratuito diante de Deus e manifestar isso com a vida da gente. Aproximar-se daqueles que estão afastados, dos pobres, dos que sofrem, dos doentes, dos que estão em depressão, dos que não têm ninguém que olhe por eles”.

Porém, o padre explicou que isso envolve uma preparação. A pessoa deve buscar formação, rezar muito, preparar o espírito, confiar no Espírito Santo. O sacerdote destacou ainda que o pedido do Papa sobre a nova evangelização envolve não somente atingir as pessoas que não conhecem Cristo, mas evangelizar os cristãos católicos batizados que não vivem essa proposta do Evangelho.

Papel dos missionários 

Além da preocupação com o avanço da nova evangelização, o Papa reza em outubro para que o Dia Mundial das Missões, celebrado neste domingo, 21, possa ser uma ocasião para reafirmar o compromisso com a evangelização.

Embora exista um mês e até um dia especial para comemorar a ação missionária, ambos os padres enfatizaram que esta é apenas uma ocasião de lembrança, já que a missão acontece durante todo o ano.

“Todo cristão batizado tem um papel de evangelizador, de anunciar, de testemunhar, Agora, nesse final de semana, o penúltimo domingo no mês de outubro, é um dia especial, porque a Igreja em todo o mundo faz a sua oração, mas também a sua oferta econômica. É um momento de motivar as pessoas para doarem um pouco de si para o trabalho missionário no mundo", explicou padre Camilo.

Para o sacerdote, o desafio que deve ser vencido a fim de renovar o compromisso com a evangelização e fazê-la avançar é justamente o "dar testemunho", ser grato a Deus e conhecer a Palavra.

“Muita gente não conhece o Evangelho de forma profunda para poder viver. O desafio é conhecer a proposta de Jesus, encarná-la dentro da gente e depois expressá-la, não só nas palavras, mas nos gestos (...) com o testemunho da vida da gente, principalmente com aqueles que precisam mais”, finalizou padre Camilo.

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sábado, 20 de outubro de 2012

21 de Outubro de 2012 – 29º Domingo do Tempo Comum


Evangelho de Mc 10, 35-45
“O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir!”
Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram: “Mestre, queremos que nos faças o que te vamos pedir”. Jesus lhes perguntou: “O que quereis que vos faça?” Eles responderam: “Que nos sentemos um à tua direita, outro à tua esquerda na tua glória”. Jesus, porém, lhes disse: “Não sabeis o que pedis! Podeis, acaso, beber o cálice que eu vou beber ou ser batizados com o batismo com que eu vou ser batizado?” “Podemos”, disseram eles. E Jesus prosseguiu: “Bebereis o cálice que eu vou beber e sereis batizados no batismo com que serei batizado, mas assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não compete a mim conceder. É daqueles para quem foi preparado”. Os outros dez, que ouviram isso, se aborreceram com Tiago e João. Jesus, porém, os chamou e disse: “Sabeis que os que parecem governar as nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Entre vós, porém, não deve ser assim. Ao contrário, quem de vós quiser ser grande, seja vosso servidor; e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos”. 
COMENTÁRIO
Mais uma vez nos reunimos para meditarmos a Palavra de Deus neste domingo em que celebramos o dia mundial das missões. Para você missionário e missionária, que se coloca a serviço do evangelho, um grande abraço e as nossas orações.O cristão é um missionário, cuja missão é levar ao mundo inteiro a Boa Nova da Salvação. Os missionários e as missionárias estão sempre presentes junto aos marginalizados. Através dos excluídos, sem esperar nada em troca, servem a Deus.Sem esperar recompensas aqui, nesta vida, mas na vida eterna certamente serão muito bem recompensados. A Glória Eterna será a recompensa para quem cumprir a sua missão. Jesus prometeu que todos que vivem a sua Palavra têm um lugar garantido no céu.Sabendo disso, Tiago e João trataram de reservar seus lugares bem próximos ao Mestre, um de cada lado.Veja, tratam-se de dois discípulos, membros de um grupo de doze, e sempre próximos do Mestre. Recebiam orientações de manhã, de tarde e de noite e, mesmo assim, aparecem aqui disputando os primeiros lugares no Reino de Deus. Estavam preocupados em garantir um lugar à esquerda e outro à direita.E o resto do grupo? Onde iriam sentar-se os outros dez? Onde iria sentar-se o restante da humanidade? Certamente nada disso passou por suas cabeças, estavam preocupados somente consigo próprios. Devemos aproveitar este Evangelho para crescermos, pois é exatamente assim que nos comportamos.Jesus então esclarece que o Reino de Deus é bem diferente deste nosso mundo. No Reino de Deus estar nos primeiros lugares não significa ter mais poderes, mas sim estar mais disponível. Quanto maior a disponibilidade para servir, quanto mais perto dos necessitados, mais próximo de Jesus se está."Aquele que quiser tornar-se grande entre vós, seja aquele que serve, quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos". E Jesus não fica somente nas palavras, ele próprio se coloca como exemplo dizendo: "Eu não vim para ser servido, mas para servir e dar a minha vida para resgatar a humanidade".Nascemos para ser santos, Deus nos fez para a santidade. Os santos foram exaltados e, até mesmo, elevados aos altares por sua humildade. Jesus sempre ressaltou a importância da humildade, e a classificou como condição básica para a santificação."Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso!" Nunca é demais repetir esse pedido, pois o humilde será exaltado. Nossa Senhora foi a mais exaltada entre todas as criaturas porque, mesmo sendo a Mãe de Deus, manteve sua humildade e fez-se escrava do Senhor.Na Quinta-feira Santa, Jesus lavou os pés dos seus discípulos e disse que seu exemplo deveria ser seguido. Lavem os pés uns dos outros, se compreenderem isso e praticarem, vocês serão verdadeiramente felizes. Com isso Jesus quis dizer que, a felicidade é um prêmio para quem vive a humildade.Como é difícil lavar os pés do irmão e aceitar o último lugar! Não é fácil perdoar, pedir perdão, sentir a sensação de estar sendo rejeitado e deixado de lado. É preciso lembrar que o humilde não vive para si, mas para Deus. Na prática, ser humilde é aceitar morrer para si mesmo. É como o grão de trigo que precisa morrer para produzir frutos.     

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Por que esta vida é tão precária?


Toda flor que se abre logo estará murcha, todo dia que nasce logo termina
Uma das reflexões mais profundas que podemos fazer é sobre a efemeridade de todas as coisas que envolvem nossa existência. Deus dispôs tudo de modo que nada fosse sem fim aqui nesta vida. Qual seria o desígnio de Deus nisso? Cada dia de nossa vida temos de renovar uma série de procedimentos: dormir, tomar banho, alimentar-nos, etc. Tudo é precário, nada é duradouro; tudo deve ser repetido todos os dias. A própria manutenção da vida depende do bater interminável do cora­ção e do respirar contínuo dos pulmões. Todo o organismo repete sem cessar suas operações para a vida se manter. Tudo é transitório… Nada permanente. Toda criança se tornará um dia adulta e, depois, idosa. Toda flor que se abre logo estará murcha, todo dia que nasce logo termina… E assim tudo passa, tudo é transi­tório, Por que será? Porque tudo nesta vida é passaheiro? Com­pra-se uma camisa nova, e logo já está surrada; compra-se um carro novo, e logo ele estará bastante rodado e vencido por novos modelos, e assim por diante.A razão inexorável dessa precariedade das coisas também está nos planos de Deus. A razão profunda dessa realidade tão transitória é a lição cotidiana que Deus nos quer dar de que esta vida é apenas uma passagem, um aperfeiçoamento, em busca de uma vida duradoura, eterna, perene.
Em cada flor que murcha e em cada homem que falece, é como se Deus nos dissesse: “Não se prendam a esta vida transitória. Preparem-se para aquela que é eterna, quando tudo será duradouro, e nada precisará ser renovado dia a dia. “Isto mostra-nos também que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar, é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas  não lhe pertence. Quando vemos uma bela artista envelhecer, é como se ela nos dissesse: “a beleza está em mim, mas não me pertence”.
Com a precariedade da vida e de tudo o que nos cerca, Deus nos ensina, diária e constantemente, que tudo passa e que não adianta querermos construir o céu aqui nesta terra. Ainda assim, mesmo com essa lição permanente que Deus nos dá, muitos de nós somos levados a viver como aquele homem rico da parábola narrada por Jesus. Ele abarrotou seus celeiros de víveres e disse à sua alma: “Descansa, come, bebe e regala-te” (Lc 12,19); ao que Deus lhe disse: “Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma” (Lc 12,20).
A efemeridade das coisas é a maneira mais prática e cons­tante que Deus encontrou para nos dizer a cada momento que aquilo que não passa, que não se esvai, que não morre, é aquilo de bom que fazemos para nós mesmos e, principalmente, para os outros. Os talentos multiplicados no dia-a-dia, a perfei­ção da alma buscada na longa caminhada de uma vida de me­ditação, de oração, de piedade, essas são as coisas que não passam, que o vento do tempo não leva e que, finalmente, nos abrirão as portas da vida eterna e definitiva, quando “Deus será tudo em todos” (cf. I Cor 15,28).
A transitoriedade de tudo o que está sob os nossos olhos deve nos convencer de que só viveremos bem esta vida, se a vivermos para os outros e para Deus, de acordo com Sua Vontade e suas Leis. São João Bosco dizia que “Deus nos fez para os outros”. Só o amor; a caridade, o oposto do egoísmo, pode nos levar a compreender a verdadeira di­mensão da vida e a necessidade da efemeridade terrena.
Se a vida na terra fosse incorruptível, muitos de nós jamais pensarí­amos em Deus e no céu. Acontece que Ele tem para nós “algo mais excelente”, aquela vida que levou São Paulo a exclamar: “Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).
A corruptibilidade das coisas da vida deve nos convencer de que Deus quer para nós uma vida muito melhor do que esta – uma vida junto d´Ele. E, para tal, Ele não quer que nos acostu­memos com esta, mas que busquemos a outra, onde não have­rá mais sol porque o próprio Deus será a luz, e não haverá mais choro nem lágrimas, porque Ele mesmo as enxugará.
Aqueles que não crêem na eternidade jamais se confor­marão com a precariedade desta vida terrena, pois sempre so­nharão com a construção do céu nesta terra. São os seguidores dos filósofos ou pensadores ateus como Voltaire, Nietzsche, Fuerbach, Marx, Saramago, Freud, Sartre, Kierkegaard e tantos outros que se incumbiram de fomentar o desespero nas almas e até o suicídio, por não crerem em Deus. Esses não se conformaram com a precariedade da vida e a achavam lamentável. Mas, para os que crêem, para aqueles que a Luz de Cristo iluminou a sua vida, já que “Ele é a luz que vindo a este mundo ilumina todo homem” (João 1, 9), a efemeridade tem sentido: pois canta a Liturgia que “a vida não será tirada, mas transformada”; o “corpo corruptível se revestirá da incorrupti­bilidade” (1Cor 15,54) em Jesus Cristo.
São Paulo, falando aos filipenses, explicou tudo em poucas palavras: “Nós, porém, somos cidadãos dos céus. É de lá que ansiosamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará nosso mísero corpo, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso, em virtude do poder que tem de sujeitar a si toda criatura.” (Fil 3, 20-21). E disse aos corintios: “Semeado na corrupção, o corpo ressuscita incorruptível; semeado no desprezo, ressuscita glorioso; semeado na fraqueza, ressuscita vigoroso; semeado corpo animal, ressuscita corpo espiritual”. (1Cor 15, 42-43) E ainda: “Se é só para essa vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima” (1 Cor 15,19).
Enquanto essas verdades não caírem no fundo de nossa alma, e ali produzirem os seus frutos, não seremos verdadeiramente felizes e realizados neste mundo. Mas também isso é graça de Deus.
Prof. Felipe Aquino

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Cuidar da saúde é um dever cristão

O Senhor Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente (Gn 2,7)
Os anjos só tem espírito e os animais apenas têm corpos. Já o ser humano é uma síntese perfeita e maravilhosa de ambos. A pessoa humana, criada à imagem de Deus, é um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual. O relato bíblico exprime esta realidade com uma linguagem simbólica, ao afirmar que “o Senhor Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente” (Gn 2,7). Portanto, o homem em sua totalidade é querido por Deus.
O corpo do homem também participa da dignidade da “imagem de Deus”: é a pessoa humana inteira que está destinada a tornar-se, no Corpo de Cristo, o Templo do Espírito Santo.
O Concílio Vaticano II explicou que: “Unidade de corpo e de alma, o homem, por sua própria condição corporal, sintetiza em si os elementos do mundo material, que nele assim atinge sua plenitude e apresenta livremente ao Criador uma voz  de louvor. (GS 14,1)
Portanto, não se pode desprezar a vida corporal; ao contrario, devemos estimar e honrar o corpo, porque ele foi criado por Deus e destinado à ressurreição no último dia.
Desta forma, devemos evitar todo tipo de vícios e maus hábitos que possam fazer mal à saúde e prejudicar o corpo. Todas as formas de vícios acabam lesando a saúde; o vicio do cigarro, a bebida alcoólica, e as drogas, de modo especial, fazem mal à saúde.
É preciso cultivar a virtude da temperança pois ela nos ajuda a evitar toda espécie de excesso, o abuso da comida, do álcool, do fumo e dos medicamentos usados de maneira errada.
Tudo o que possa fazer mal ao corpo é considerado pela Igreja como algo mal e indevido. Por exemplo, aqueles que, em estado de embriaguez ou por gosto imoderado pela velocidade, colocam em perigo a segurança alheia e a própria nas estradas, no mar ou no ar, tornam-se gravemente culpáveis. Quantas pessoas perderam a vida por causa de acidentes causados nas estradas por motoristas embriagados ou até mesmo drogados.
Não é licito também colocar a vida e a saúde em risco sem necessidade, apenas pelo desejo imoderado de aventura.
A Igreja lembra-nos que “a vida e a saúde física são bens preciosos confiados por Deus. Devemos cuidar delas racionalmente, levando em conta as necessidades alheias e o bem comum. O cuidado com a saúde dos cidadãos requer a ajuda da sociedade para obter as condições de vida que permitam crescer e atingir a maturidade: alimento, roupa, moradia, cuidado da saúde, ensino básico, emprego, assistência social.” (Catecismo §2288)
Especialmente em relação aos jovens os pais precisam estar alertas sobre os vícios, pois sabemos que é na juventude que eles se iniciam e podem se tornar um grande mal. Quantos jovens perderam as suas vidas por causas das drogas!
Juntamente com a saúde física é preciso cuidar da saúde mental. Se a pessoa não tem uma vida equilibrada, ela pode buscar nos vícios uma forma de compensar as frustrações e carências afetivas, etc. Podemos e devemos buscar ajuda profissional e  espiritual para tratar dos males de nosso espírito. Hoje a depressão é causa de muito sofrimento, e mesmo de morte. É preciso tratar dela com médicos, psicólogos, psiquiatras e ajuda espiritual.
Também as condições de trabalho inadequadas podem fazer mal à saúde. Felizmente os governos estão hoje mais alertas a isto, mas assim mesmo ainda há casos de desrespeito neste campo.
Em relação ao trabalho é preciso lembrar também que não podemos ser escravos dele. Muitos se matam de trabalhar, sem o necessário repouso e férias. Isto prejudica a saúde física e mental, sem falar no mal que pode fazer para a família. Quantos pais e mães abandonam seus filhos para se dedicar exageradamente ao trabalho. O dinheiro ganho deste jeito pode depois ter que ser usado com médicos e psicólogos para compensar os males produzidos pela ausência dos pais junto aos filhos.
Se por um lado, é preciso cuidar do corpo, é importante também não dispensar a ele um cuidado exagerado. A alma é mais importante que o corpo; este um dia morrerá, mas alma é imortal.
Infelizmente a nossa sociedade dispensa ao corpo um cuidado exagerado no sentido e cultuar a beleza a todo custo. Há hoje uma verdadeira “ditadura da beleza” que escraviza especialmente as moças. A mídia muitas vezes lhes impõe um padrão de beleza; e faz sofrer aquelas que não atingem este padrão.
A Igreja ensina que “se a moral apela para o respeito à vida corporal, não faz desta um valor absoluto, insurgindo-se contra uma concepção neo-pagã que tende a promover o “culto do corpo”, a tudo sacrificar-lhe, a idolatrar a perfeição física.” (Cat. §2289)
Cuidar do corpo e da saúde é algo importante e necessário, mas cair no erro do culto exagerado do corpo, como se ele fosse mais importante que o espírito, é um erro que coloca o homem de cabeça para baixo.
Prof. Felipe Aquino

sábado, 13 de outubro de 2012

Desafios lançados por Dom Nelson para o Ano da Fé

1. Descobrir o dia em que foi batizado. Dom Nelson falou que no Ano da Fé todos devem descobrir o dia de seu Batismo e celebrar esta data tão importante. O dia especial em que nossos pais e padrinhos nos conduziram até à Igreja e, na fonte batismal, a gente se tornou filho/a de Deus. Fomos introduzid
os na Igreja. O Batismo e, portanto, a Porta da Fé. A vida da graça que recebemos no Batismo é mais importante do que muitas coisas a serem comemoradas em nossa vida.
2. Rezar o Credo niceno-constantinopolitano todos os dias. As Paróquias vão oferecer o cartão com o Credo para ser rezado sozinho ou em família. Vamos “aprender de cor” a nossa profissão de fé.
3. Por fim, Dom Nelson informou que a Diocese vai oferecer, ao longo do Ano da Fé, muitas oportunidades de aprofundamento da nossa fé.
O Ano da Fé é uma oportunidade especial para a gente se fortalecer na fé e transmitir esta mesma fé aos que caminham conosco diariamente.




Irmã Maurinea Santos

"O Cristianismo é marcado pela presença do Deus eterno", diz Papa



O Papa Bento XVI recebeu na manhã desta sexta-feira, 12, alguns bispos que participaram do Concílio Ecumênico Vaticano II como Padres conciliares. Também estiveram presentes no encontro patriarcas e arcebispos das Igrejas católicas orientais e presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo. 

Acesse
.: NA ÍNTEGRA - Discurso do Papa aos bispos que participaram do Concílio Vaticano II como Padres conciliares  - 12/10/2012


Em seu discurso, Bento XVI destacou que o cristianismo é sempre novo, de forma que não deve ser considerado como algo do passado. “O Cristianismo é marcado pela presença do Deus eterno, que entrou no tempo e está presente em todo o tempo, para que  cada tempo surja do seu poder criador, do seu eterno ‘hoje’”. 

O Papa comparou o cristianismo a uma árvore que está sempre em perene “aurora”, sempre jovem. Porém, ele fez a ressalva de que esta “atualização” não significa rompimento com a tradição, mas exprime a contínua vitalidade. “...devemos levar o 'hoje' de nosso tempo no 'hoje' de Deus”, disse. 

Bento XVI destacou ainda que o Concílio foi um tempo de graça em que a Igreja aprendeu com o Espírito Santo que, ao longo de seu caminho na história, precisa falar ao homem contemporâneo. “... mas isso só pode acontecer pelo poder daqueles que têm raízes profundas em Deus, deixam-se guiar por Ele e vivem com pureza a própria fé; não vem daqueles que estão se adaptando ao tempo que passa, daqueles que escolhem o caminho mais confortável”. 

Por fim, o Papa definiu como preciosa a memória do passado, mas ressaltou que esta não é um fim em si mesma. Ele disse que o Ano da Fé sugere o melhor modo de recordar e comemorar o Concílio. Este modo é voltar as atenções para o coração da mensagem do Concílio, que nada mais é do que a mensagem da fé em Cristo. 

“Desejo sinceramente que todas as Igrejas particulares encontrem, na celebração deste Ano, a ocasião para o sempre necessário retorno à fonte viva do Evangelho, ao encontro transformador com a pessoa de Jesus Cristo”, finalizou. 

Jéssica Marçal
Da Redação