Formação


ENSAIO PARA A MORTE

 A maioria das pessoas demonstra medo de morrer. No entanto, aceitamos o fato de que, pelo menos durante algumas horas, em cada dia, precisamos dormir para continuar vivendo. O dormir é, na verdade, um ensaio diário para a morte e para mais vida. E como tal é agradável e necessário! Os hormônios do sono começam a ser produzidos à medida que anoitece ou escurece. Durante o sono, nosso organismo aquieta-se, refaz as energias, as defesas orgânicas e prepara-se para nova jornada. O espírito passeia em outras dimensões e o inconsciente aflora em sonhos.

E se não acordássemos na manhã seguinte!? Vale recordar as palavras de nossos pais, sábios e precavidos, que só desejam o bem para seus filhos. É bem provável que tenhamos ouvido alguns desses conselhos: Ao sair de casa, use roupa limpa, agasalho, não aceite carona de desconhecido e volte no horário combinado. Antes de dormir, coloque os objetos no lugar certo, complete as lições escolares, deixe a roupa pronta para ser vestida ao amanhecer, louça lavada, sala em ordem, faça suas orações e peça a bênção.
Em que nos ocupamos, pelo menos, na última meia hora de mais um dia que termina? Ainda temos o costume de contar histórias, recordar pessoas e eventos de família, entoar canções suaves ou tocar algum instrumento? Artesanato, redação e leitura ainda têm espaço em nossa vida? Ou são os meios eletrônicos que recebem toda a nossa atenção?

Ao prepararmos-nos para dormir, conversemos com nosso Anjo da Guarda, que amorosamente cuida de nós e vela o nosso sono. Tenhamos um tempo de intimidade para rever o dia, ouvir a voz da consciência e agradecer a Deus. Não temeríamos tanto as inevitáveis despedidas, se esses ensaios diários fossem significativos.

Ainda há tempo de reconsiderarmos os valores que constituem os tesouros da nossa vida. Aproveitemos as oportunidades para harmonizar pensamentos e sentimentos que conduzem a ações. Reservemos tempo para atitudes de perdão e amor, preces e bênçãos.

Acolhamos o fato de que estamos aqui só de passagem. O dormir é um ensaio para a morte. Um dia nasceremos para a verdadeira vida, acordando em Deus, na vida eterna.

Texto de: Ir. Zuleides M. de Andrade, ASCJ
Curitiba-PR

O plano de Deus

) Para ler: Marcos 8, 27 - 30

b) Para conversar
1. 
O que os seres humanos estão fazendo aqui neste mundo?

2. Você julga uma pessoa útil? Pôr que?

3. Deus ama as pessoas inúteis e criminosas? Explique.

c) Para saber
Deus criou o universo todo e este mundo para que tivéssemos condições de existir. Por pior que seja uma pessoa, por mais inútil e criminosa, Deus sempre vai amá-la, sempre vai querer salvá-la e recuperá-la. Ele quis partilhar conosco a sua própria vida.

Para que não tivéssemos uma vida completamente independente dele, deixou-nos a tarefa de conseguir e partilhar com mais pessoas (nossos filhos e netos) os bens e os dons criados. Temos a capacidade da procriação e de deixar aqui na Terra outras pessoas que continuem a construí-la e a melhorá-la. Os animais fazem isso por instinto, mas nós fazemos isso dentro de uma união sólida, no casamento, que por isso mesmo é abençoada por Deus.

Depois de certo tempo trabalhando e lutando para transformar este mundo num paraíso, conhecendo e amando a Deus e ao próximo, ensinando isso aos demais, somos convidados a deixálo para que outros continuem o nosso trabalho e, conforme a escolha que fizemos, mudamo-nos para o Céu, onde Deus se mostra a nós com toda a sua glória e esplendor.

d) Para viver

Você precisa se conhecer. Procure saber se seus bisavós são brasileiros ou estrangeiros, onde seus pais nasceram, onde você nasceu, se teve algum trauma ou doença na infância. Procure saber como é que os outros vêem você. Nunca fique sentido ou nervoso quando alguém lhe aponta algum defeito, mas procure os detalhes e tente mudar, melhorar. Quem se conhece bem, nunca vai se assustar com os defeitos que os outros lhe apontam.

Peça a Deus que ilumine sua vida e sua mente, a fim de você reconhecer os próprios defeitos e poder corrigi-los. Isso é importante para que, pelo menos de sua parte, o Plano de Deus se realize.

e) Para fazer

Escreva um resumo de tudo o que você viveu de bom ou de ruim até o presente momento.

f) Para rezar
Rezar o Salmo 8, na Bíblia.

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Ser x Ter

a) Para ler: Tiago 5, 1 - 6 e Atos 4, 32 - 37

b) Para conversar
1. 
Para ser feliz é preciso ser rico? Por quê?

2. Qual é o segredo da felicidade?

3. Cristo era rico no céu, mas nasceu pobre. O que isso nos ensina?

c) Para saber
Hoje em dia muitos pensam no dinheiro para serem felizes. Os meios de comunicação social, quem vivem do consumismo, espalham aos quatro cantos e por todos os modos que ter dinheiro é a coisa mais importante do mundo.

As pessoas deixam de lado o ser, ou seja, suas realizações mais íntimas e profundas, suas vocações, a alegria de viver, o serviço ao próximo, uma vida mais tranqüila, sem ambições exageradas (valores espirituais), para ter: ter dinheiro de sobra, ter carro do ano, ter aparelho de som sofisticado, ter isto, ter aquilo (valores materiais). E para isso deixam a Igreja, o lazer, a convivência, adoecem, ficam estressados etc.

O ser humano precisa de valores materiais e espirituais para viver. Isso, entretanto, deve ser bem equilibrado, para que vivamos felizes. Se buscarmos os valores materiais sem procurar ao menos na mesma (ou até maior) intensidade os valores espirituais, a nossa vida torna-se-á um verdadeiro inferno.

No trecho acima dos Atos dos Apóstolos, vemos como os primeiros cristãos partilhavam tudo o que tinham: "e não havia entre eles indigente algum". Nesse caso, o "ter" está a serviço do "ser". Os jovens de hoje acreditam que o ser é importante, mas chegaram à conclusão que para ser é preciso ter. Já não é mais a luta entre o ser e o ter, pois ambos se fundiram: "eu vou ter, para poder ser alguém na vida".

Sem valores humanos e espirituais, de nada adianta aos homens e mulheres terem muito dinheiro. Diz Jesus em Mt 16, 26: "o que aproveitará ao homem, se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar a sua vida?"
Jesus nos deu o exemplo. De rico, fez-se pobre, e morreu numa cruz. Se o dinheiro trouxesse a felicidade, talvez Jesus nascesse rico. Mas não traz. O segredo da felicidade é fazer a vontade de Deus, amá-lo e amar os irmãos. Se você fizer a vontade de Deus, amá-lo, partilhar seus bens e seus dons com o próximo, será uma pessoa cada vez mais feliz, pois Jesus prometeu a quem busca o Reino nada faltará (Mt 6, 33 - 34).

Eu diria que quanto mais uma pessoa deixa deixa o individualismo, procura estar a serviço da comunidade, da sociedade, das pessoas necessitadas (não só das pessoas pobres, mas também das doentes e carentes afetivamente), mais ela será feliz, mais alegre será a sua vida.

Diz Santa Tereza de Jesus: "Nada te perturbe, nada te espante. Quem com Deus anda, nada lhe falta. Só Deus basta".

d) Para viver

Procure equilibrar os valores materiais com os espirituais, ou seja, estude bastante, contente-se com poucos bens materiais, não fique pedindo a seus pais que comprem isso ou aquilo, seja generoso para com os outros, não seja uma pessoa "pão-dura", nem egoísta, e sobretudo ame a Deus, e você será uma pessoa feliz e alegre. O mundo e a vida sempre lhe sorrirão.

e) Para fazer

Faça uma lista do que você gostaria de ter e, ao lado, os nomes das coisas estritamente necessárias para você viver.

f) Para rezar
Salmo 34(33), em dois coros.


AGOSTO MÊS DAS VOCAÇÕES

O que é vocação?

- Vocação é o chamado de Deus que tem como finalidade a realização plena   da pessoa humana.
- É um gesto gracioso de Deus que visa a plena humanização do Homem.
- É dom, é graça, é eleição cuidadosa, visando a construção do Reino de Deus.
- É um chamado para fazer algo, para cumprir uma missão.
- Toda pessoa é vocacionada, é eleita por Deus.
- Deus elege por causa de alguns (comunidade) e esta eleição se manifesta no nosso dia a dia.

A mensagem do Evangelho à um convite contínuo a seguir Jesus Cristo. Vem e segue-me. (Mt 9,9 ; Mc 8,34; Le 18,22; Jo 8,12).

VEM-CHAMADO: é um convite pessoal dirigido por Deus a uma pessoa.

SEGUE-ME - MISSÃO: é o seguimento da prática de Jesus.
É uma iniciativa gratuita, proposta que parte de Deus (dimensão teológica). Impulso interior de cada pessoa onde conscientemente responde ao plano de amor de Deus (dimensão antropológica).

Distinção
Para compreendermos em profundidade o significado da vocação, precisamos fazer a distinção entre: VOCAÇÃO FUNDAMENTAL e VOCAÇÃO ESPECÍFICA

A) VOCAÇÃO FUNDAMENTAL: Entendemos por vocação fundamental o chamado de cada pessoa: à vida, a ser Filho de Deus, a ser Cristão, a ser Igreja. A tomar consciência de que todos somos irmãos e fazemos par te do Reino de Deus. Pela revelação sabemos que todos os homens foram chamados por Deus a santidade (Gn 1,26; 2,7; lPe 1,15-16). É um chamado a desenvolvermos plenamente todas as nossas potencialidades. Todas as vocações específicas derivam desta vocação fundamental. Pelo Batismo todos fomos chamados a viver a Santidade. A P.V. deveria ser a Pastoral da Vocação Fundamental, sob a qual é possível descobrir a Vocação Específica.
B) VOCAÇÃO ESPECÍFICA:
 Entendemos por vocação específica a maneira própria de como cada pessoa realiza a sua vocação fundamental, como leigo, sacerdote ou religioso. As vocações específicas são três: LAICAL - RELIGIOSA E SACERDOTAL

COMO DEUS CHAMA ?

- PESSOALMENTE E PELO NOME
- PELOS VALORES QUE NOS ATRAEM
- PELA COMUNIDADE
- PELAS NECESSIDADES DO MUNDO E DA IGREJA
- ATRAVÉS DE MEDIADORES DIRETOS


Que Maria, a vocacionada do amor, interceda por nós no nosso discernimento vocacional.




A origem do Dia dos Pais



Ao que tudo indica, o Dia dos Pais tem uma origem bem semelhante ao Dia das Mães, e em ambas as datas a idéia inicial foi praticamente a mesma: criar datas para fortalecer os laços familiares e o respeito por aqueles que nos deram a vida. 

Conta a história que em 1909, em Washington, Estados Unidos, Sonora Louise Smart Dodd, filha do veterano da guerra civil, John Bruce Dodd, ao ouvir um sermão dedicado às mães, teve a idéia de celebrar o Dia dos Pais. Ela queria homenagear seu próprio pai, que viu sua esposa falecer em 1898 ao dar a luz ao sexto filho, e que teve de criar o recém-nascido e seus outros cinco filhos sozinho. Algumas fontes de pesquisa dizem que o nome do pai de Sonora era William Jackson Smart, ao invés de John Bruce Dodd.

Já adulta, Sonora sentia-se orgulhosa de seu pai ao vê-lo superar todas as dificuldades sem a ajuda de ninguém. Então, em 1910, Sonora enviou uma petição à Associação Ministerial de Spokane, cidade localizada em Washigton, Estados Unidos. E também pediu auxílio para uma Entidade de Jovens Cristãos da cidade. O primeiro Dia dos Pais norte-americano foi comemorado em 19 de junho daquele ano, aniversário do pai de Sonora. A rosa foi escolhida como símbolo do evento, sendo que as vermelhas eram dedicadas aos pais vivos e as brancas, aos falecidos.

A partir daí a comemoração difundiu-se da cidade de Spokane para todo o estado de Washington. Por fim, em 1924 o presidente Calvin Coolidge, apoiou a idéia de um Dia dos Pais nacional e, finalmente, em 1966, o presidente Lyndon Johnson assinou uma proclamação presidencial declarando o terceiro domingo de junho como o Dia dos Pais (alguns dizem que foi oficializada pelo presidente Richard Nixon em 1972).

No Brasil, a idéia de comemorar esta data partiu do publicitário Sylvio Bhering e foi festejada pela primeira vez no dia 14 de Agosto de 1953, dia de São Joaquim, patriarca da família.
Sua data foi alterada para o 2º domingo de agosto por motivos comerciais, ficando diferente da americana e européia.
















    Significado do Domingo


    “Week-end, é a expressão inglesa que significa: descanso de fim de semana.” É natural que as pessoas após uma semana de trabalho, tirem um dia para descansar, para repor suas forças, para ficar junto de sua família. Algumas pessoas, quando o fim de semana é prolongado por algum feriado, preferem ir para o litoral ou então para o campo para entrar em contato com a natureza, com o verde, com o mar, etc. Ora, este descanso é necessário para todos. Até mesmo Deus, depois de ter feito toda a criação descansou (cf. Gên. 2, 2). Mas qual a origem do descanso dominical? “Sua origem está na doutrina vétero-testamentária do sábado. No cristianismo só se conhece a partir da segunda metade do século III. O imperador Constantino se encarregou de generalizar o descanso dominical estabelecendo como lei o que já era costume bastante difundido entre os cristãos.” [2] Porém, atualmente, este descanso do fim de semana está sendo discutido pois, com a modernidade, o avanço tecnológico, o progresso industrial, é exigido das pessoas jornadas de trabalho fora do convencional, turnos realizados até mesmo aos domingos, nos fins de semana. Mas nós cristãos, qual o significado do Domingo para nós? Qual o sentido do descanso no Domingo? A resposta a esta questão está no próprio significado da palavra. Domingo vem da expressão latina: Dies Dominica, que por sua vez é uma expressão vinda do grego: “kyrieké hemera”, que significa Dia do Senhor Ressuscitado, ou melhor, Dia do Senhor. “Portanto o Domingo cristão não é um simples ‘week-end’ em que se introduz a Missa, mas é um dia todo iluminado pela luz do Senhor ressuscitado.”



    Raízes Históricas

    São poucos os textos bíblicos que nos dão informações sobre o domingo como dia específico do culto dos cristãos. Estes textos trata-se de ICoríntios 16, 2; At 20, 7-11 e Ap 1, 9-10. O Atos dos Apóstolos nos fala de uma reunião realizada para proclamação da Palavra de Deus e celebração da Eucaristia: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para a fração do pão...” (cf. At 20, 7). [4] “O Novo Testamento oferece certo número de indicações sobre a importância do domingo para as primeiras comunidades cristãs.” [5] Percebe-se que o domingo no Novo Testamento não é um dia escolhido pela própria comunidade dos primeiros cristãos, mas pelos apóstolos e de certa forma pelo próprio Cristo que ressuscitou em dia de domingo ( cf. Mt 28,1; Mc 16,9; Lc 24,1; Jo 21,1 ). Neste ponto todos os evangelistas estão de acordo: o Senhor ressurgiu no domingo. É importante também mencionar aqui as aparições de Jesus aos seus em dias de domingo. Foi no primeiro dia da semana que Jesus apareceu pela ressuscitado aos discípulos reunidos juntamente com Tomé( cf. Jo 20,26-29). Também foi no primeiro dia da semana que Jesus caminha com os discípulos de Emaús e se dá a conhecer na fração do pão ( cf. Lc 24,13-33 ). “Os discípulos compreenderam que deviam pautar suas vidas em Cristo ressuscitado, a verdadeira páscoa, da qual a antiga era preparação e figura. E começaram a celebrar o primeiro dia da semana como Páscoa semanal.” [6] A Constituição sobre a Liturgia afirma que a Igreja celebra o domingo “segundo a tradição dos apóstolos, que tem sua origem no mesmo dia da ressurreição de Cristo” (SC 106). “Uma coisa é muito certa e clara: o Domingo como dia do Senhor, tem origem na ressurreição de Cristo.” [7] Aliás, a respeito do nome - Dia do Senhor - ele só aparece no Apocalipse. “No dia do Senhor, o Espírito tomou conta de mim” ( cf. Ap 1,10). Porém o nome Dia do Senhor, como vimos anteriormente, o Kyriaké, Dies Dominica, somente é atribuído pelos cristãos no final do século I e perpetuou até nossos dias.




    O Sábado Judeu e o Domingo Cristão

    Assim nos diz o Documento 43 da CNBB: “O Cristão, à semelhança dos judeus, consagrou um dia por semana à celebração de seus mistérios. A escolha recaiu sobre o primeiro dia da semana, dia da Ressurreição do Senhor, dia também que recorda a criação em Cristo, o recapitulador da História.” [8] O Domingo, Páscoa semanal dos cristãos, possui muitos elementos do sábado judeu. A palavra sábado, em hebraico “Shabbath”, que significa “cessar de”. O substantivo significa literalmente, “cessação”, interrupção de qualquer atividade. O sábado está relacionado com a palavra “Sheba” que quer dizer em hebraico sete. Daí podemos notar sua relação com o repouso no sétimo dia. A teologia do sábado hebraico tem seu fundamento no livro do Gênesis, onde Deus descansa depois de concluir a obra da criação.” “A Lei de Moisés, entre as suas prescrições mais antigas, mandava que os judeus descansassem no sétimo dia ou sábado (shabbath), dedicando-o totalmente ao Senhor.” [10] As várias passagens da Sagrada Escritura que trazem as leis prescrevem a celebração do sábado com o descanso do trabalho diário. “Durante seis dias farás os teus trabalhos e no sétimo descansarás...” (Ex 23,12). “Lembra-te do dia de sábado para santificá-lo. Trabalharás durante seis dias, e farás toda a tua obra. O sétimo dia, porém, é o sábado de Iahweh teu Deus” (Ex 20, 8-10). “Durante seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia será será o dia de repouso completo, dia da santa assembléia, no qual não fareis trabalho algum” (Lv 23, 3). A proibição do trabalho no sábado está baseada em três motivos. O primeiro é de ordem humanitária: deve haver um descanso para os homens e para os animais ( cf. Dt 5, 13-14 ). O segundo é de ordem sagrada: o sábado é santificado pela ação de Deus de descansar no sétimo dia ( cf. Gn 2, 2-3 ). A O terceiro fundamento do descanso no sábado tem raiz na libertação do Egito, eles recordavam a Aliança de Deus com o povo ( cf. Ex 19 ). “Não demorou, o povo começou a reunir-se aos sábados, o últimos dia da semana, para comemorar a Páscoa-fato ( libertação do Egito ) também através da celebração da Palavra de Deus. Ela constava sobretudo de leituras da Lei e dos Profetas e do canto dos salmos.” [11] Porém , foram enchendo o preceito sabático de prescrições legalistas, e logo este legalismo encobriu o significado fundamental do sábado como dia da Aliança, dia de repouso, dia de festa, dia do homem contemplar a obra criadora de Deus. Os conflitos entre Jesus e os judeus a respeito do sábado, giram em torno destas leis que faziam dos homens escravos do sábado. “durante sua vida mortal, Jesus se submeteu à lei: quis ser circuncidado e acompanhar a sua gente na observância do sábado. Repreendia, porém, os fariseus por seu rigorismo, que podia chegar à hipocrisia” [12] ( cf. Mt 12,10-14; Lc 13,10-17; 14,1-6...). O Domingo, como Dia do Senhor, tem sua origem na ressurreição de Cristo. Neste ponto, como já falamos anteriormente os evangelistas concordavam. É evidente que os primeiros cristãos, particularmente os que tinham origem judaica, freqüentavam as sinagogas nos sábados e depois participavam do culto cristão em casas particulares. O testemunho mais antigo é de São Justino: “No dia que se chama do sol, celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades ou nos campos, e aí se lêem, enquanto o tempo permite, as Memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas. Quando o leitor termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos esses belos exemplos. Em seguida, levantamo-nos todos juntos e elevamos nossas preces. Depois de terminadas, como já dissemos, oferece-se pão, vinho e água, e o presidente, conforme suas forças, faz igualmente subir a Deus seus preces e ações de graças e todo o povo exclama dizendo: ‘Amém’. Vem depois a distribuição e participação feita a cada um dos alimentos consagrados pela ação de graças e seu envio aos ausentes pelos diáconos.” [13] Nota-se portanto que a importância do Domingo para os cristãos está no fato da Ressurreição do Senhor ter sido no primeiro dia da semana. Para nós, o Domingo está ligado a ressurreição porque Jesus Cristo é a Nova Aliança de Deus com a humanidade. Os judeus celebração a Aliança do Sinai, a páscoa-fato (passagem da escravidão do Egito para a liberdade de filhos de Deus). Cristo é a Páscoa verdadeira. Também há um outro fato importante que faz o Domingo significativo para nós cristãos: devido a Ressurreição do Senhor ter sido no primeiro dia da semana e também suas aparições aos discípulos terem sido no primeiro dia da semana, os apóstolos viram neste dia o dia do encontro com o Senhor. Daí valorizaram mais o Domingo que o sábado judeu. É fácil perceber que o Domingo cristão conservou várias características do sábado judeu. “O Domingo coloca-se sob os mesmos sinais de festa e de repouso. Por isso, é impossível falar do Domingo, dia do Senhor, sem evocar o sábado.” [14] Porém, o que o torna diferente do sábado judeu, é o fato da ressurreição de Cristo, Páscoa verdadeira, Nova Aliança de Deus com seu povo.

    Significação Teológica do Domingo 

    O fundamento do domingo é o Mistério Pascal, o dia do Senhor Ressuscitado. O domingo cristão é a realização plena do que já prefigurara o sábado do povo eleito no Antigo Testamento. Jesus é a Páscoa verdadeira. O novo Adão que restaura a aliança de Deus com a humanidade. “Em Jesus Cristo, Deus passa, libertando e realizando a nova e eterna aliança, abrindo o caminho para que a humanidade possa passar da morte para a vida, do pecado para a graça, da separação de Deus para a comunhão de vida e de amor com Ele.” [15] “Podemos sintetizar a teologia do domingo com base nos nomes que este dia foi chamado: o termo ‘dia da ressurreição’ acentua sobretudo a memória; o termo ‘oitavo dia’, a profecia; o termo ‘domingo’, a presença do mistério do Senhor ressuscitado na sua Igreja.” [16] Tomo aqui as palavras de Jounel para explicar o significado dos nomes dados ao dia do Senhor. “O dia da ressurreição - está designação, tem a vantagem de lembrar de maneira explícita a relação do domingo com a Páscoa do Senhor. A influência da palavra se deve ao fato de que a liturgia bizantina conservou em cada um de seus domingos um caráter mais explicitamente pascal que as outras liturgias. O primeiro e o oitavo dia - o primeiro dia da semana é o dia da criação: ‘aquele no qual Deus, tirando a matéria das trevas, criou o mundo’, como declara S. Justino em sua Apologia I, 67,3. O Domingo - primeiro dia da semana - é também aquele que vem após o sétimo: é o oitavo dia. O domingo, como oitavo dia, é sinal da vida eterna: comemorando a ressurreição do Cristo, antecipa seu retorno. Nele participamos antecipadamente do grande e definitivo sábado.” [17] Os cristãos nos primórdios do cristianismo viverem intensamente o domingo porque perceberam com profundidade seu mistério. Os cristãos passam a ver o domingo como dia de celebrar a nova Páscoa realizado em Jesus Cristo. O domingo é dia da escuta da Palavra de Deus e também dia da celebração do sacramento pascal. O domingo cristão assumindo o costume da contagem dos dias dos judeus, começa com o por-do-sol do sábado. É que para os judeus o dia termina com o por-do-sol.

    O Domingo segundo o Concílio Vaticano II

    O Concílio Vaticano II define destes termos o domingo: “...o domingo é um dia de festa primordial que deve ser lembrado e inculcado à piedade dos fiéis, de modo que seja também um dia de alegria e de descanso do trabalho.” [18] Tomamos aqui as palavras de frei Alberto explicando esta definição do Concílio como festa primordial. “Os principais elementos para que se haja uma festa são certamente: um fato valorizado, como, por exemplo, o nascimento de alguém, a expressão significativa desse fato através da linguagem simbólica e a intercomunhão solidária do grupo de pessoas. O fato valorizado - o grande fato, que podemos chamar de Páscoa-fato, e a Páscoa de Cristo sintetizada em sua Paixão-Morte e Ressurreição. Por esta passagem de Cristo deste mundo ao Pai, realiza-se a nova páscoa, a passagem de Deus por este mundo, possibilitando a passagem do homem do pecado para a amizade de Deus, realizando-se com o homem a nova aliança. Assim, à Páscoa de Cristo Jesus acrescenta-se a passagem ou páscoa dos que n’Ele crêem, e procuram viver segundo a sua mensagem. A Páscoa é de Cristo e dos cristãos, iniciada na fé e no Batismo. Não existe na história da humanidade um fato que se deva ser mais valorizado do que este. A expressão significativa é o gesto simbólico em nome do Senhor. O gesto simbólico é essencialmente a reunião da comunidade cristã, comemorando a Páscoa de Cristo e da Igreja pela celebração da Palavra de Deus e da Eucaristia, pelo repouso e a alegria dos cristãos. Trata-se da páscoa vivida no rito simbólico. Por isso, pode dizer o Concílio: ‘Este dia chama-se justamente dia do Senhor ou domingo. Neste dia, pois, os cristãos devem reunir-se para, ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da Paixão, ressurreição e Glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os regenerou para a viva esperança, pela Ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos.” [19] A intercomunhão solidária - trata-se do conteúdo da festa dominical, da páscoa semanal. O conteúdo da festa pascal semanal dos cristãos é a comunidade reunida, onde se realiza a presença de Cristo, onde ele a vivifica. É Jesus Cristo quem no rito memorial torna presente para a Igreja a sua Páscoa. É Ele que se faz presente, libertando do mal, do pecado, do desamor, e renovando a nova e eterna aliança. No fundo, trata-se do mistério da comunhão de amor, de vida e de felicidade dos cristãos em e por Cristo ressuscitado. Os cristãos experimentam na festa a vida em Cristo.” [20]















    Livros Proféticos


    Profeta não é uma pessoa que prevê o futuro, mas uma pessoa que fala em nome de Deus.

    - Isaías: É o maior profeta de Israel. Nasceu em Jerusalém por volta do ano 760 a.C. Com 20 anos começou a profetizar. Exerceu essa missão durante 50 anos. É o profeta da Justiça.

    - Jeremias: Nasceu no ano 650 a.C. Profetizou durante quarenta anos. Foi o profeta das desgraças. Predisse a deportação dos judeus. Jeremias lutou pela reforma religiosa de Israel.

    - Lamentações: Composto nos anos após a destruição de Jerusalém, em 586 a.C. Contém orações, lamentações e súplicas. Este Livro era lido anualmente pelos judeus, no aniversário da destruição do Templo.

    - Baruc: O profeta exorta o povo a fazer penitência. Baruc quer dizer “abençoado”. Foi secretário de Jeremias.

    - Ezequiel: Ezequiel quer dizer “aquele que Deus faz forte”.Exerceu sua função no meio dos judeus deportados para a Babilônia.

    - Daniel: O autor do Livro é desconhecido. Daniel é o nome do personagem ideal que sofre no exílio. Tem fé viva e ardor patriótico. Foi escrito durante a perseguição de Antíoco, entre 167-163 a.C. O autor pretende consolar e animar os que são perseguidos pelo rei.

    - Oséias: Exerceu seu ministério por volta do ano 750 a.C. Fala da infidelidade de Israel para com seu Deus, e compara a união de Deus com seu povo ao amor de um noivado. É o profeta da Ternura de Deus. É chamado de Profeta Menor.

    - Joel: Profetizou no reino de Judá e Jerusalém, onde nasceu. Fala do culto divino e do amor Divino. É chamado de Profeta Menor.

    - Amós: Era camponês, de alma simples e fervorosa.Pastor de ovelhas nas proximidades de Belém. Profetizou durante o reinado de Jeroboão II. Amós condenou as injustiças sociais que massacraram a Samaria. É chamado de Profeta Menor.

    - Abdias: Profetizou pelos anos 550 a.C. Anunciou castigos contra Edom e o triunfo de Israel no dia de Javé. É chamado de Profeta Menor.

    - Jonas: O Livro deve ser uma espécie de parábola. Mostra que Deus chama à conversão, não somente os judeus, mas também os pagãos. É chamado de Profeta Menor.

    - Miquéias: Nasceu perto de Hebron. Anunciou a ruína da Samaria. Predisse que o Messias nasceria em Belém. É chamado de Profeta Menor.

    - Naum: O profeta fala da grandeza de Deus e do poder com que o Criador governa o mundo. Alegra-se com a queda de Nínive, que se deu no ano 608 a.C. É chamado de Profeta Menor.

    - Habacuc: Profetizou entre os anos 625 a 598 a.C. Predisse a invasão dos caldeus. Foi um profeta filósofo. Anunciou que Deus salvaria os justos e puniria os maus. É chamado de Profeta Menor.

    - Sofonias: Profetizou no reinado de Josias pelo ano de 625 a.C. Predisse a justiça divina, anunciando o Dia de Deus, ocasião em que serão punidos todos os maus, pagãos ou judeus. Fala também da felicidade dos tempos messiânicos. É chamado de Profeta Menor.

    - Ageu: Exerceu seu ministério em Jerusalém no ano de 520 a.C, quando era reconstruído o templo. Anima o povo com esperança dos tempos messiânicos. Ageu quer dizer “aquele que nasceu durante a festa” ou “peregrino”. É chamado de Profeta Menor.

    - Zacarias: É contemporâneo de Ageu. Prega uma reforma moral e exorta o povo a reconstruir o templo. Fala da vinda do Messias e da conversão das nações. É chamado de Profeta Menor.

    - Malaquias
    : Malaquias quer dizer “meu mensageiro” Fala do amor de Deus pelo seu povo. Denuncia as infidelidades do povo. É chamado de Profeta Menor.

                   
                                Ressurreição, Ascensão e Segunda Vinda de Cristo



    A Ressurreição de Cristo é verdade fundamental da nossa fé, como diz São Paulo (cfr. 1 Cor 15, 13-14). Com este fato, Deus inaugurou a vida do mundo futuro e a pôs à disposição dos homens.

    1. Cristo foi sepultado e desceu aos infernos. 

    Após padecer e morrer, o corpo de Cristo foi sepultado em um sepulcro novo, próximo ao lugar onde o haviam sacrificado. E sua alma desceu aos infernos. A sepultura de Cristo manifesta que verdadeiramente morreu. Deus dispôs que Cristo passasse pelo estado de morte, isto é, de separação entre a alma e o corpo (cfr. Catecismo, 624). Durante o tempo que Cristo passou no sepulcro, tanto sua alma como seu corpo, separados entre si por causa da morte, continuaram unidos à sua Pessoa divina (cfr. Catecismo, 626).

    Porque continuava pertencendo à Pessoa divina, o corpo morto de Cristo não sofreu a corrupção do sepulcro (cfr. Catecismo, 627; At 13, 37). A alma de Cristo desceu aos infernos. “Os «infernos» (não confundir com o inferno da condenação) ou mansão dos mortos, designam o estado de todos aqueles que, justos ou maus, morreram antes de Cristo” (Compêndio, 125). Os justos se encontravam em um estado de felicidade (diz-se que repousavam no “seio de Abraão”) embora ainda não gozassem da visão de Deus. Dizendo que Jesus desceu aos infernos, entendemos sua presença no “seio de Abraão” para abrir as portas do céu aos justos que o haviam precedido. “Com a alma unida à sua Pessoa divina, Jesus alcançou, nos infernos, os justos que esperavam o seu Redentor para acederem finalmente à visão de Deus” (Compêndio, 125).

    Cristo, com a descida aos infernos, mostrou seu domínio sobre o demônio e a morte, libertando as almas santas que estavam retidas, para levá-las à glória eterna. Deste modo, a Redenção – que devia atingir todos os homens de todas as épocas – aplicou-se àqueles que haviam precedido Cristo (cfr. Catecismo, 634).

    A glorificação de Cristo consiste em sua Ressurreição e sua Ascensão aos céus, onde Cristo está sentado à direita do Pai. O sentido geral da glorificação de Cristo está relacionado com sua morte na Cruz. Como, pela paixão e morte de Cristo, Deus eliminou o pecado e reconciliou o mundo consigo, de modo semelhante, pela ressurreição de Cristo, Deus inaugurou a vida do mundo futuro e a colocou à disposição dos homens.

    Os benefícios da salvação não derivam somente da Cruz, mas também da Ressurreição de Cristo. Estes frutos se aplicam aos homens por mediação da Igreja e por meio dos sacramentos. Concretamente, pelo Batismo recebemos o perdão dos pecados (do pecado original e dos pessoais) e o homem se reveste, pela graça, com a nova vida do Ressuscitado.

    “Ao terceiro dia” (de sua morte), Jesus ressuscitou para uma vida nova. Sua alma e seu corpo, plenamente transfigurados com a glória de sua Pessoa divina, voltaram a se unir. A alma assumiu de novo o corpo e a glória de sua alma se comunicou totalmente ao corpo. Por este motivo, “a Ressurreição de Cristo não foi um regresso à vida terrena. O Seu corpo ressuscitado é Aquele que foi crucificado e apresenta os vestígios da Sua Paixão, mas é doravante participante da vida divina com as propriedades dum corpo glorioso” (Compêndio, 129).

    A Ressurreição do Senhor é fundamento de nossa fé, pois atesta de modo incontestável que Deus interferiu na história humana para salvar os homens. E garante a verdade do que prega a Igreja sobre Deus, sobre a divindade de Cristo e a salvação dos homens. Pelo contrário, como diz São Paulo, “se Cristo não ressuscitou, vã é nossa fé” (1 Cor 15, 17).

    Os Apóstolos não podiam enganar-se nem ter inventado a ressurreição. Em primeiro lugar, se o sepulcro de Cristo não estivesse vazio, não poderiam ter falado da ressurreição de Jesus; além disso, se o Senhor não lhes tivesse aparecido, em várias ocasiões e a numerosos grupos de pessoas, homens e mulheres, muitos dos discípulos de Cristo não teriam podido aceitá-la, como ocorreu inicialmente com o apóstolo Tomé. Muito menos teriam podido eles dar sua vida por uma mentira. Como diz São Paulo: “E se Cristo não ressuscitou (...) seríamos convencidos de ser falsas testemunhas de Deus, por termos dado testemunho contra Deus, afirmando que Ele ressuscitou a Cristo, ao qual não ressuscitou” (1 Cor 15, 14.15). E quando as autoridades judias queriam silenciar a pregação do evangelho, São Pedro respondeu: “Há que obedecer a Deus antes que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus a quem vós destes a morte, suspendendo-o num madeiro. (...) Nós somos testemunhos destas coisas” ( At 5, 29-30.32).

    Além de ser um evento histórico, verificado e testemunhado mediante sinais e testemunhos, a Ressurreição de Cristo é um acontecimento transcendente porque “ultrapassa a história como mistério da fé, enquanto implica a entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus” (Compêndio, 128). Por este motivo, Jesus Ressuscitado, embora possuindo uma verdadeira identidade físico-corpórea, não está submetido às leis físicas terrenas, e se sujeita a elas só enquanto o deseja: “Jesus ressuscitado é soberanamente livre de aparecer aos seus discípulos como Ele quer, onde Ele quer e sob aspectos diversos” (Compêndio, 129).

    A Ressurreição de Cristo é um mistério de salvação. Mostra a bondade e o amor de Deus, que recompensa a humilhação de seu Filho, e que emprega sua onipotência para encher de vida os homens. Jesus ressuscitado possui, em sua humanidade, a plenitude da vida divina, para comunicá-la aos homens. “O Ressuscitado, vencedor do pecado e da morte, é o princípio da nossa justificação e da nossa Ressurreição: a partir de agora, Ele garante-nos a graça da adoção filial que é a participação real na sua vida de Filho unigênito; depois, no final dos tempos, Ele ressuscitará o nosso corpo” (Compêndio, 131). Cristo é o primogênito entre os mortos e todos ressuscitaremos por Ele e nEle.

    Da Ressurreição de Nosso Senhor, devemos tirar para nós:

    a) Fé viva: “Acende tua fé. – Cristo não é uma figura que passou. Não é uma recordação que se perde na história. Vive! “Jesus Christus heri et hodie: ipse et in saecula!” – diz São Paulo – Jesus Cristo ontem e hoje e sempre!” [1];

    b) Esperança: “Nunca desesperes. Morto e corrompido estava Lázaro: “iam foeted, quatriduanos est enim” – já fede, porque há quatro dias que está enterrado, diz Marta a Jesus. Se ouvires a inspiração de Deus e a seguires – “Lazaro, veni foras!”: Lázaro, vem para fora! -, voltarás à Vida” [2];

    c) Desejo de que a graça e a caridade nos transformem, levando-nos a viver vida sobrenatural, que é a vida de Cristo: procurando ser realmente santos (cfr. Cl 3, 1 e ss). Desejo de apagar nossos pecados no sacramento da Penitência, que nos faz ressuscitar para a vida sobrenatural – se a havíamos perdido pelo pecado mortal – e recomeçar de novo: nunc coepi (Sl 76, 11).

    A Exaltação gloriosa de Cristo compreende sua Ascensão aos céus, ocorrida quarenta dias depois de sua Ressurreição (cfr. At 1, 9-10), e sua entronização gloriosa neles, para compartilhar, também como homem, a glória e o poder do Pai e para ser Senhor e Rei da criação.

    Quando confessamos neste artigo do Credo que Cristo “está sentado à direita do Pai”, nos referimos com esta expressão à “glória e à honra da divindade, onde aquele que existia como Filho de Deus antes de todos os séculos, como Deus e consubstancial ao Pai, está sentado corporalmente depois que se encarnou e de que sua carne foi glorificada” [3].

    Com a Ascensão, termina a missão de Cristo, enviado para o meio de nós, em carne humana, para realizar a salvação. Era necessário que, após sua Ressurreição, Cristo continuasse sua presença entre nós, para manifestar sua nova vida e completar a formação dos discípulos. Mas essa presença terminará no dia da Ascensão. Porém, ainda que Jesus tenha voltado ao céu, junto do Pai, permanece entre nós de vários modos, principalmente no modo sacramental, pela Sagrada Eucaristia.

    A Ascensão é sinal da nova situação de Jesus. Sobe ao trono do Pai para compartilhá-lo, não só como Filho eterno de Deus, mas também como verdadeiro homem, vencedor do pecado e da morte. A glória que havia recebido fisicamente, com a Ressurreição, se completa agora com sua entronização pública nos céus, como Soberano da criação, junto ao Pai. Jesus recebe a homenagem e o louvor dos habitantes do céu.

    Uma vez que Cristo veio ao mundo para redimir-nos do pecado e conduzir-nos à perfeita comunhão com Deus, a Ascensão de Jesus inaugura a entrada no céu da humanidade. Jesus é a Cabeça sobrenatural dos homens, como Adão o foi na ordem da natureza. Já que a Cabeça está no céu, também nós, seus membros, temos a possibilidade real de alcançá-lo. Mais, ele foi para preparar-nos um lugar na casa do Pai (cfr. Jo 14, 3).

    Sentado à direita do Pai, Jesus continua seu ministério de Mediador universal da salvação. “Ele é o Senhor que agora reina com a sua humanidade na glória eterna de Filho de Deus e sem cessar intercede por nós junto do Pai. Envia-nos o Seu Espírito e tendo-nos preparado um lugar, dá-nos a esperança de um dia ir ter com Ele” (Compêndio, 132).

    Com efeito, dez dias depois da Ascensão ao céu, Jesus enviou o Espírito Santo aos discípulos, conforme sua promessa. Desde então, Jesus manda incessantemente aos homens o Espírito Santo, para comunicar-lhes a potência vivificadora que possui, e reuni-los por meio de sua Igreja para formar o único povo de Deus.

    Depois da Ascensão do Senhor e da vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes, a Santíssima Virgem Maria foi levada em corpo e alma para os céus, pois convinha que a Mãe de Deus, que havia levado a Deus em seu seio, não sofresse a corrupção do sepulcro, à imitação de seu Filho [4].

    A Igreja celebra a festa da Assunção da Virgem no dia 15 de agosto. “A Assunção da santíssima Virgem é uma singular participação na ressurreição do seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos” (Catecismo, 966).

    A Exaltação gloriosa de Cristo:

    a) Nos anima a viver com o olhar posto na glória do Céu: : quae sursum sunt, quaerite (Cl 3, 1); recordando que não temos aqui morada permanente (Hb 13, 14), e com o desejo de santificar as realidades humanas;

    b) Nos impulsiona a viver de fé, pois nos sabemos acompanhados por Jesus Cristo, que nos conhece e nos ama, estando no céu, e que nos dá sem cessar a graça de seu Espírito. Com a força de Deus, podemos realizar o labor apostólico que nos encomendou: levar-lhe todas as almas (cfr. Mt 28, 19) e pô-lo no cume de todas as atividades humanas (cfr. Jo 12, 32), para que seu Reino seja uma realidade (cfr. 1 Cor 15, 25). Além disso, Ele nos acompanha do Sacrário.

    Cristo Senhor é Rei do universo, mas ainda não lhe estão submetidas todas as coisas deste mundo (cfr. Hb 2, 7; 1 Cor 15, 28). Concede tempo aos homens para experimentar seu amor e sua fidelidade. Contudo, no fim dos tempos, terá lugar seu triunfo definitivo, quando o Senhor aparecerá com “grande poder e majestade” (cfr. Lc 21, 27).

    Cristo não revelou o tempo de sua segunda vinda (cfr. At 1, 7), mas nos anima a estar sempre vigilantes e nos adverte que antes dessa sua segunda vinda, a parusia, ocorrerá um último assalto do demônio acompanhado de grandes calamidades e outros sinais (cfr. Mt 24, 20-30; Catecismo 674-675).

    O Senhor virá então como Supremo Juiz Misericordioso para julgar os vivos e os mortos: é o juízo universal, no qual os segredos dos corações serão revelados, assim como a conduta de cada um diante de Deus e em relação ao próximo. Este juízo sancionará a sentença que cada um recebeu após a morte. Todo homem será cumulado de vida ou condenado, por toda a eternidade, segundo suas obras. Assim se consumará o Reino de Deus, pois “Deus será tudo em todos” (1 Cor 15, 28).

    No Juízo Final os santos receberão, publicamente, o prêmio merecido pelo bem que fizeram. Deste modo, a justiça será restabelecida, já que nesta vida, muitas vezes, os que praticaram o mal são louvados e os que praticaram o bem, desprezados ou esquecidos.

    O Juízo Final nos leva à conversão: “Deus dá ainda aos homens «o tempo favorável, o tempo da salvação» (2 Cor 6, 2). Ela inspira o santo temor de Deus, empenha na justiça do Reino de Deus e anuncia a «feliz esperança» (Tt 2, 13) do regresso do Senhor, que virá «para ser glorificado nos seus santos, e admirado em todos os que tiverem acreditado» (2 Ts 1, 10)” (Catecismo, 1041).


                                             Fonte: Vocacionados de Deus e Maria                                                                                            





    COMO COMUNGAR



    Normalmente, a comunhão durante a celebração eucarística é feita apenas na espécie do Corpo de Cristo (a hóstia consagrada). Muitas pessoas chegam a comungar todos os dias e, por mais estranho que possa parecer, não sabem bem como colocar-se diante do sacerdote, diácono ou ministro que estão distribuindo a hóstia. Estes, muitas vezes, não conseguem distinguir, pela ação do fiel, se ele deseja comungar diretamente na boca ou receber o Corpo de Cristo primeiramente em suas mãos para, ele próprio, o colocar em sua boca.
    A fim de evitar situações embaraçosas e até mesmo cômicas num momento tão sagrado da celebração eucarística, julgamos por bem orientar de maneira simples aos fiéis, a fim de que essas situações sejam evitadas.
    Em primeiro lugar, é importante lembrar que o fiel que vai comungar, ao aproximar-se do ministro deve esperar este dizer-lhe “O Corpo de Cristo”, respondendo em seguida “Amém!”, e, só então, comungar. Há pessoas que dizem “Amém!” antes mesmo de lhe ser apresentada a hóstia ou de o ministro dizer-lhe “O Corpo de Cristo”. O respeito a esta seqüência tem um sentido: quem vai comungar olha para aquele pequeno pedaço de pão ázimo e ouve o ministro dizer-lhe que aquele pequenino pão é “o Corpo de Cristo”. O “Amém!” dado como resposta significa dizer: “Eu acredito que este é verdadeiramente o Corpo de Cristo”.
    Se o fiel desejar comungar diretamente na boca, deve-se aproximar do ministro com a mão direita debaixo da mão esquerda e ambas colocadas junto ao corpo, à altura do estômago, para, caso a hóstia caia de sua boca ou da mão do ministro, ser aparada antes de chegar ao chão. Com as mãos nessa posição, quem vai comungar responde “Amém!” ao lhe ser apresentado o Corpo de Cristo e abre a boca, colocando a ponta da língua para fora, para que o ministro coloque a hóstia na língua do fiel que engole-a e volta para o seu lugar.
    Caso o fiel deseje receber primeiramente a hóstia na mão para comungar pelas próprias mãos, deve-se aproximar do ministro com a mão direita debaixo da mão esquerda e ambas estendidas na direção do ministro. O ministro, então, apresenta a hóstia na mão esquerda do comungante. Este retira a mão direita debaixo da mão esquerda, toma a hóstia com esta mão direita e a leva à boca, na frente do ministro, retirando-se, então, para o seu lugar.
    Esta pequena e básica orientação com certeza dará maior dignidade à comunhão do Corpo de Cristo, evitando os embaraços tão comuns e desagradáveis acontecidos com tanta freqüência em nossas igrejas.
    http://textosdiversosdopadrenelson.blogspot.com



    INICIAÇÃO CRISTÃ - Padre Vanildo de Paiva

    INICIAÇÃO CRISTÃ
    * Padre Vanildo de Paiva

    1. A URGÊNCIA DE UM PROJETO SÓLIDO DE INICIAÇÃO CRISTÃ

    Vivemos em um tempo de mudanças velozes que traz a todos a sensação de relatividade da vida, de caducidade de todo conhecimento dito definitivo, de instabilidades quanto a valores e princípios existenciais e éticos, de incertezas quando ao futuro da humanidade e do planeta. A globalização em todas as suas dimensões, o avanço desenfreado da técnica e do mundo virtual, as pesquisas e descobertas científicas, o descontentamento em relação aos sistemas de governo e econômicos, as grandes convulsões sociais, se, por um lado, trazem um forte apelo ao ser humano para que assuma e se assenhoreie de sua história, acredite no seu potencial e conquiste um mundo melhor, por outro lado coloca este mesmo ser humano num chão de inseguranças e confusão. O medo, a decepção com as lideranças, a desconfiança em relação a tudo o que se apresente como definitivo e absoluto, a fragmentação da realidade em detrimento da visão de um todo unificado, são algumas das atuais características que marcam o homem “líquido”, que vive numa época “líquida”(Z. Bauman), carente de sentido e em busca de realização.

    Neste contexto complexo e plural situam-se os adultos e crianças, “ovelhas sem pastor”(cf. Mc 6,34) aos quais o Senhor continua enviando os seus discípulos missionários: “Ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel”( cf. Mc 10,5-6). São eles, principalmente os adultos, os destinatários e também sujeitos da evangelização hoje. São eles que, junto aos inúmeros questionamentos por conta do momento histórico que vivemos, querem também respostas a questões profundas relativas à sua sede de sentido e realização para a vida. São eles que buscam, muitas vezes até sem saber que o fazem, um encontro com o Único capaz de lhes preencher o coração, como um dia Ele fez à Samaritana, ao dizer: “Sou eu, que estou falando com você!” (Jo 4,26).

    Grande parte dessas pessoas não foi, de fato, evangelizada, ainda que já tenha ouvido falar de Jesus. A maioria recebeu um “verniz” de Evangelho, que não lhe chegou ao cerne, por conta de uma catequese intelectualizada e moralista, com pouca ou nenhuma repercussão na vida cotidiana. Na visão de muitos, a Igreja tornou-se um grande pronto socorro, ao qual se recorre na hora de uma aflição ou necessidade, tendo o padre como agente credenciado para lhes oferecer remédio e cura imediata, através de um sacramento visto de maneira mágica, de uma bênção ou de uma graça a ser negociada com seu santo predileto. Sem contar aqueles que se desencantaram com a Instituição ou, por vários motivos, se afastaram (ou foram afastados!) dela...Um grande leque se abre, apontando para tantas direções de adultos que, ainda que não peçam, precisam de uma resposta eficaz e séria da Igreja, que supere em muito a maquiagem dos “cursinhos intensivos” para Sacramentos.

    2. O MODELO CATECUMENAL

    Nesses quase dois mil anos de missão, a Igreja foi tentando se adaptar as exigências de cada época, ora com mais eficácia, ora com parcos resultados. O catecumenato, processo catequético de iniciação dos primeiros séculos, foi uma maneira muito criativa encontrada para responder às urgências da época, tornando-se “verdadeira escola de fé” (cf. DGC 130). Hoje ele é proposto pela Igreja como modelo, visto apresentar elementos muito importantes, que, adaptados à nossa realidade, podem contribuir eficazmente na elaboração de itinerários próprios para cada contexto, para repensarmos o processo evangelizador e catequético atual. É importante ressaltar que a ideia de “modelo” apresentado pelos Diretórios Geral e Nacional de Catequese, bem como por outros documentos, não significa que se deva impor a mesma metodologia dos primeiros séculos, mas que o catecumenato antigo sirva antes de inspiração, leve-nos a uma mística, a um estilo iniciático de encontro e introdução da pessoa no mistério de Cristo, para que alcance a maturidade da fé e possa dizer, como concluiu o apóstolo Paulo: “Já não sou eu mais que vivo; é Cristo que vive em mim!” (Gl 2,19).

    3. A INSPIRAÇÃO CATECUMENAL

    Mas, que elementos são esses? O que podemos aprender com as primeiras comunidades e experiências cristãs? Em que o catecumenato primitivo pode nos inspirar? Estas perguntas não têm respostas acabadas. A reflexão atual da Igreja, também no Brasil, tem apontado pistas bastante interessantes para iluminarmos nossa catequese, especialmente com adultos, aos quais todos os esforços devem ser envidados, visto serem eles os destinatários prioritários da ação evangelizadora da Igreja. Podemos citar alguns desses elementos:

    a) Passagem de uma catequese sacramentalizadora para uma catequese evangelizadora

    Enquanto insistirmos numa catequese com finalidade somente sacramental, “para” a primeira Eucaristia ou Crisma, não daremos conta de uma realidade muito mais ampla que nos desafia e questiona: uma multidão de pessoas que busca e necessita de um encontro com a Boa Notícia da Vida e do amor, de uma experiência com o Cristo que possa suportar uma vida inteira, numa fé madura e comprometida com o Reino. Se o foco for apenas sacramental, a maior parte das pessoas continuará à margem da vida eclesial, por não se enquadrarem em nossos critérios e “pacotes” canônicos e pastorais! Isso não significa que os Sacramentos não tenham o seu lugar, mas este não será o de meta ou ponto de chegada!

    b) Cristo como centro e referência da catequese

    Apresentar a pessoa de Jesus, sem maquiagem e fundamentalismos, como sentido máximo para a vida, muito além da Instituição, é fundamental! Proporcionar o encontro com Ele e a experiência do seu amor...Isso exige uma catequese mais “enxuta”, voltada para o essencial, despojada de tantos conteúdos e temas que podem ser compreendidos ao longo de toda a vida cristã.

    c) O papel fundamental da comunidade cristã

    A comunidade está ausente dos nossos atuais itinerários catequéticos. Não podemos nos esquecer de que ela é fonte, conteúdo, agente e ponto de chegada do cristão iniciado e maturo no testemunho cristão. É ela que acolhe, motiva, ajuda e testemunha a fé no cotidiano dos catequizandos em processo de educação da fé.

    d) A interação Catequese-Liturgia

    No início do cristianismo não havia compêndios e livros catequéticos. Rezava-se o que se acreditava. Acreditava-se no que se rezava. A liturgia era e precisa continuar sendo formadora e educativa do cristão, ainda que sua natureza seja celebrativa e não discursiva. O jeito de celebrar, os elementos simbólicos e rituais, a Palavra e boas homilias formam eficazmente o cristão.

    e) O acompanhamento personalizado

    Ainda que demande um número maior de pessoas disponíveis para a tarefa catequética, vale a pena investir num acompanhamento personalizado dos catequizandos, visto que cada um tem um ritmo, uma experiência de vida e uma cosmovisão diferente do outro. Atente-se, entretanto, para não particularizar radicalmente a caminhada, perdendo-se, assim, o vínculo essencial com a comunidade.

    f) O envolvimento da família do catequizando

    É na família que o catequizando convive boa parte de seu tempo e é lá que preferencialmente se dará o testemunho cristão. Descobrir meios para envolver e atingir a família daqueles que são acompanhados no processo catequético é de grande importância.

    g) Catequese a partir da vida e para a vida do catequizando

    O ponto de partida da catequese não é o livro, nem as definições teológicas, mas sim a vida do catequizando. O acompanhamento personalizado e o bom senso do catequista permitem uma consideração do catequizando a partir de seu contexto, de sua realidade social, econômica, política, cultural, religiosa, existencial...Se a catequese não incidir na vida, não transformá-la, se envidarão esforços por quase nada!

    h) Processo gradual e permanente

    O processo catequético precisa respeitar o desenvolvimento natural da pessoa, em seus aspectos essenciais. Absorver certos conteúdos fortes e relevantes demanda tempo, paciência, construção diária, foco no essencial. Por isso fala-se de catequese permanente, desde o útero materno até a hora da morte!

    i) O lugar essencial da Palavra de Deus

    A Palavra de Deus, escrita na Bíblia e na vida, precisa ocupar um lugar de destaque na catequese, pois a sua meditação ajuda o catequizando a perceber a história de salvação que continua hora e a presença constante do Deus na vida na sua história pessoal, com força de libertação.

    j) A unidade teológica dos Sacramentos de Iniciação Cristã

    Se cronologicamente dificilmente se conseguirá uma unidade dos Sacramentos de Iniciação, importa que o catequizando perceba a unidade teológica que há entre eles, não fragmentando as vivências sacramentais ou isolando um do outro, sob pena de vincular-se efetivamente a nenhum deles e empobrecer a vida cristã.

    k) Compromisso Sócio-transformador

    O princípio de interação Fé-Vida, fundamental característica da Catequese Renovada, na mais fiel tradição da Igreja latinoamericana, é princípio que deve iluminar todo itinerário de iniciação cristã, garantindo que a opção preferencial de Jesus Cristo pelos pobres e marginalizados seja sempre atualizada e assumida no testemunho do cristão amadurecido e implicado com sua fé. É na vivência do compromisso sócio-transformador da sua realidade que o iniciando ( e iniciado!) vai dando sinais de adesão a Jesus Cristo e ao seu projeto de justiça, vida e fraternidade, especialmente em nosso continente marcado pela exclusão social e desrespeito à vida de tantos irmãos empobrecidos, muitos na linha de miséria. Ênfase seja dada à defesa da qualidade de vida no planeta e a ações transformadoras que garantam ao ser humano a dignidade e à vida em plenitude.

    l) Educação para o Ecumenismo e para o Diálogo Religioso

    Em um mundo globalizado e plural, no qual a diversidade é cada vez mais entendida como valor e riqueza, é de grande importância que o cristão maduro na fé assuma atitudes de respeito e valorização das diferenças individuais e de grupos, especialmente religiosos. O processo de iniciação deve colaborar na educação do cristão para que este saiba acolher o seu próximo sem preconceitos, abrir-se ao diálogo religioso e a perceber as sementes do Reino de Deus espalhados em todos os povos e culturas. Consciente de sua fé católica, mas sem fundamentalismos ou proselitismos, a pessoa que trilha o caminho da iniciação cristã é o homem/mulher da paz, do entendimento e, sobretudo, do amor que a todos aproxima, muito além das divisões sociológicas ou culturais da religião ou de qualquer outro partidarismo.

    Pe. Vanildo de Paiva


    A força da Palavra de Deus



    Neste mês, a Igreja nos convida a refletirmos sobre a Palavra de Deus. Setembro foi escolhido como o mês da Bíblia, em homenagem a São Jerônimo, cuja festa celebramos no dia 30 de setembro. São Jerônimo era biblista e vivia na Itália. O Papa Damaso o enviou à Terra Santa para que ele fizesse a tradução da Bíblia dos textos originais (hebraico e grego) para o latim, que era a língua falada e escrita na época (século IV). O latim também já era a língua usada na liturgia da Igreja. São Jerônimo foi morar em Belém, numa gruta. Lá conheceu um rabino judeu que muito o ajudou. Sua obra tornou-se conhecida como a “Vulgata”, que quer dizer “simples”. Ou seja, a Bíblia estava traduzida para um texto popular que o povo podia ler e compreender.

    Aproveitamos este mês da Bíblia para refletir sobre o que é a Palavra de Deus e seu efeito. O texto bíblico nos diz que “A Palavra de Deus é viva e eficaz” (Hb 4,12). É uma palavra do Deus da Vida, do Deus Criador de tudo. É palavra eficaz porque ela produz efeito e cumpre a missão para a qual é enviada (Is 55,10-11).

    Nós podemos constatar este vigor e efeito da palavra de Deus, já no início da Bíblia. Quando Deus ainda não havia falado, quando não havia palavra de Deus, faltava vida: “A terra estava vazia e vaga, e as trevas cobriam o abismo” (Gn 1,2a). Ou seja, sem a Palavra de Deus, havia o caos!

    Portanto, se a Palavra de Deus é viva e eficaz e ajudou a superar o “caos” inicial, é esta Palavra de Deus que vai nos ajudar a superar os caos em que estamos vivendo hoje. No meio deste mundo em mudanças rápidas, crises constantes, doenças modernas, perdas de valores, inundação de idéias novas, etc. parece que novamente estamos no meio do caos. É justamente neste momento que devemos nos agarrar em algo firme, pois tudo passa, mas “a Palavra de Deus permanece para sempre” (1Pedro 1,23-25).

    Frei Ildo Perondi 
    Catequese e Bíblia.