sábado, 31 de agosto de 2013

01 setembro 2013 – 22º Domingo do Tempo Comum

“Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”
Evangelho: (Lc 14, 1.7-14)
Num sábado, Jesus entrou na casa de um dos chefes dos fariseus para tomar uma refeição. E eles o observavam. Jesus observou como os convidados escolhiam para si os primeiros lugares. Contou-lhes, então, uma parábola: “Quando fores convidado por alguém para uma festa de casamento, não te sentes no primeiro lugar. Talvez tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, e aquele que convidou os dois venha e te diga: ‘Cede teu lugar para este’. Então tu, cheio de vergonha, irás ocupar o último lugar. Quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar, para que, quando chegar quem te convidou, te diga: ‘Amigo, vem mais para cima’. Então terás grande honra na presença de todos os convidados. Porque todo aquele que se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”. Disse depois para quem o tinha convidado: “Quando deres um almoço ou um jantar, não chames os amigos, nem os irmãos, nem os parentes, nem os vizinhos ricos, para não acontecer que eles, por sua vez, te convidem, e assim já tenhas a tua recompensa. Quando deres um jantar, chama os pobres, os aleijados, os coxos e cegos. Então serás feliz, pois estes não têm com que pagar. Receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.
COMENTÁRIO
O evangelho de hoje acontece num sábado. Aparentemente, Jesus estava voltando da sinagoga, e o encontramos sentando-se à mesa para almoçar na casa de um dos chefes dos fariseus.
Como sempre, os fariseus e os doutores da lei observam atentamente o comportamento de Jesus para ver se conseguem apanhá-lo em alguma falta. Queriam um motivo para censurá-lo. Jesus aproveita a oportunidade e não deixa escapar essa chance para dar aos presentes uma lição de humildade.
Os convidados estavam preocupadíssimos em sentarem-se nos primeiros lugares à mesa. Todos se sentiam no direito de escolher o melhor lugar.   Percebendo isso, através de uma parábola, Jesus mostra a importância de viver modestamente, sem orgulho e sem arrogância.
Jesus participava das celebrações e conhecia muito bem o Livro Sagrado e, neste evangelho, nos dá uma aula de conhecimento bíblico ao citar as palavras do livro dos Provérbios (Pr 25, 6-7) que diz: "Não se faça de pretensioso diante do rei, não ocupe o lugar dos grandes. É melhor que digam para você: suba até aqui, do que ser humilhado diante dos grandes".
Quem se humilha será glorificado, porém quem se coloca no alto do pedestal, corre sério risco de ser humilhado. Jesus recomenda viver a humildade e rebaixar-se, como condição para ocupar um lugar de destaque. Mais uma vez Jesus nos lembra que perante Deus, grande é o pequeno.
Com esse provérbio Jesus quis chamar a atenção dos presentes naquele almoço. Afinal de contas, Ele, o próprio Deus, sempre pregou e viveu a humildade e o serviço. Em certa ocasião Jesus disse: "Eu vim para servir, e não para ser servido" - disse também - "Quem quiser ser o maior, entre vocês, seja aquele que serve".  
As Palavras de Jesus não envelhecem. Como naquele tempo, também nos dias de hoje, encaixam-se perfeitamente nos meios políticos, no nosso ambiente de trabalho, na escola e, até mesmo, na nossa comunidade paroquial.
Aparentemente existe uma grande disposição em servir, no entanto, alguns estão preocupados somente em assentar-se nos primeiros bancos, nos lugares de destaque, em ocupar os altos postos e usar sua posição para promover-se. 
Jesus não proíbe o convite ou a reunião entre amigos para um almoço. Ele sabe valorizar a amizade e a união familiar. O que Jesus não recomenda é convidar pessoas de posses, pois elas irão retribuir o convite e devolver a gentileza, aqui mesmo, nesta terra. Não é essa a recompensa que devemos procurar, diz Jesus. É preciso procurar as coisas do alto, por isso Ele recomenda que o convite seja feito aos pobres, aleijados e cegos.
Jesus diz que a caridade garante a recompensa eterna. Só quem convida o excluído tem essa garantia. O aleijado, cego ou coxo que Jesus se refere não é, necessariamente, um portador de deficiência física. É preciso enxergá-los também nos marginalizados que encontram seu sustento no lixão da periferia. Convidar esse irmão para um almoço quer dizer: descer do pedestal, aproximar-se e engajar-se na luta por mais trabalho, dignidade e amor.
Essa é a boa notícia de hoje: Jesus foi à frente para preparar um lugar, de destaque, para você que vive o amor e a partilha.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

27 de Agosto - Santa Mônica

Mônica nasceu em Tagaste, atual Argélia, na África, no ano 331, no seio de uma família cristã. Desde muito cedo dedicou sua vida a ajudar os pobres, que visitava com freqüência, levando o conforto por meio da Palavra de Deus. Teve uma vida muito difícil. O marido era um jovem pagão muito rude, de nome Patrício, que a maltratava. Mônica suportou tudo em silêncio e mansidão. Encontrava o consolo nas orações que elevava a Cristo e à Virgem Maria pela conversão do esposo. E Deus recompensou sua dedicação, pois ela pôde assistir ao batismo do marido, que se converteu sinceramente um ano antes de morrer.

Tiveram dois filhos, Agostinho e Navígio, e uma filha, Perpétua, que se tornou religiosa. Porém Agostinho foi sua grande preocupação, motivo de amarguras e muitas lágrimas. Mesmo dando bons conselhos e educando o filho nos princípios da religião cristã, a vivacidade, inconstância e o espírito de insubordinação de Agostinho fizeram que a sábia mãe adiasse o seu batismo, com receio que ele profanasse o sacramento.

E teria acontecido, porque Agostinho, aos dezesseis anos, saindo de casa para continuar os estudos, tomou o caminho dos vícios. O coração de Mônica sofria muito com as notícias dos desmandos do filho e por isso redobrava as orações e penitências. Certa vez, ela foi pedir os conselhos do bispo, que a consolou dizendo: "Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas".

Agostinho tornou-se um brilhante professor de retórica em Cartago. Mas, procurando fugir da vigilância da mãe aflita, às escondidas embarcou em um navio para Roma, e depois para Milão, onde conseguiu o cargo de professor oficial de retórica.

Mônica, desejando a todo custo ver a recuperação do filho, viajou também para Milão, onde, aos poucos, terminou seu sofrimento. Isso porque Agostinho, no início por curiosidade e retórica, depois por interesse espiritual, tinha se tornado freqüentador dos envolventes sermões de santo Ambrósio. Foi assim que Agostinho se converteu e recebeu o batismo, junto com seu filho Adeodato. Assim, Mônica colhia os frutos de suas orações e de suas lágrimas.

Mãe e filho decidiram voltar para a terra natal, mas, chegando ao porto de Óstia, perto de Roma, Mônica adoeceu e logo depois faleceu. Era 27 de agosto de 387 e ela tinha cinqüenta e seis anos.

O papa Alexandre III confirmou o tradicional culto a santa Mônica, em 1153, quando a proclamou Padroeira das Mães Cristãs. A sua festa deve ser celebrada no mesmo dia em que morreu. O seu corpo, venerado durante séculos na igreja de Santa Áurea, em Óstia, em 1430 foi trasladado para Roma e depositado na igreja de Santo Agostinho.

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domingo, 25 de agosto de 2013

Vocação

Falamos muito de vocação. Quando dizemos que alguém tem vocação, afinal o que queremos dizer? A palavra vocação vem do verbo no latim"vocare" (chama?). Assim vocação significa chamado. É, pois, um chamado de Deus. Se há alguém que chama, deve haver outro que escuta q responde.

A vida de todo ser humano é um dom de Deus."Somos obra de Deus, criados em Cristo Jesus"(Ef 2,10). Existimos, vivemos, pensamos, amamos, nos alegramos, sofremos, nos relacionamos, conquistamos nossa liberdade diante do mundo que nos cerca e diante de nós mesmos.

Não somos uma existência lançada ao absurdo. Somos criaturas de Deus.

Não existe homem que não seja convidado ou chamado por Deus a viver na liberdade, que possa conviver, servir a Deus através do relacionamento fraternal com os outros.

Você é uma vocação. Você é um chamado.

Encontramos na Bíblia muitos chamados feitos por Deus: Abraão, Moisés, os profetas... Em todas as escolhas, encontramos:
  • Deus chama dlretamente, pela mediação de fatos e acontecimentos, ou pelas pessoas.
  • Deus toma a Iniciativa de chamar.
  • Escolhe livremente e permite total liberdade de resposta.
  • Deus chama em vista de uma missão de serviço ao povo.
Vocação é o encontro de duas liberdades:
  • a de Deus que chama
  • a do Homem que responde
Podemos fazer uma distinção entre os chamados: vocação à existência, vocação humana, vocação cristã e vocação específica, uma sobrepondo-se à outra.

Vocação à existência -À vida

Foi o primeiro momento forte em que Deus manifestou todo o seu amor a cada um de nós. Deus nos amou e nos quis participantes de seu projeto de criação como coordenadores responsáveis por tudo o que existe. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. A vida é a grande vocação. Deus chama para a vida, e Jesus afirma que veio para que todos a tenham em abundância. (Jo 10,10)

Vocação humana - Ser gente, ser pessoa

Foi nos dada a condição da "liberdade dos filhos de Deus", inteligência e vontade. Estabelecemos uma comunhão com o Criador e, nessa atitude dialogai, somos pessoas. A pessoa aprende a conviver, a dialogar, enfim, a se relacionar. Todos têm direitos e deveres recíprocos.
Infelizmente, a obra-prima do Criador anda muito desprezada: enquanto uns têm condições e oportunidades, outros vivem na miséria, sem condições básicas para ressaltar a dignidade com que foram constituídos. No mundo da exclusão acontece a "desumanização"'e pode-se perder a condição de pessoa humana.

Vocação cristã - Vocação de filho, de batizado

Todo batizado recebeu a graça de fazer parte do povo eleito por Deus, de sua Igreja. Através da vocação cristã, somos chamados à santidade, vocação à perfeição, recebendo a mesma fé pela justiça de Deus. Fomos, portanto, eleitos e chamados pessoalmente por Cristo para ser, como cristãos, testemunhas e seguidores do Mestre Jesus. Chamados â fé pelo batismo, a pessoa humana foi qualificada de outra forma. Assim todos fazem parte do "reino de sacerdotes, profetas e reis". (1 Pd 2,9)

Toda pessoa batizada tornou-se um seguidor de Cristo, participante de uma comunidade de fé que pode ser chamada para participar da obra de Deus, como membro de sua Igreja, seguindo caminhos diferentes:

Vocação laical (no matrimônio /no celibato / solteiro - apóstolo)

l Assim todo cristão solteiro ou casado, batizado em Cristo, tornando-' se membro da sua Igreja, é convocado a ser apóstolo, anunciador do l Reino de Deus, exercendo funções temporais. O leigo vive na l secularidade e exerce sua missão insubstituível nos ofícios e trabalhos l deste mundo. O Concilio Vaticano II sublinhou que a vocação e a missão l do leigo "contribuem para a santificação do mundo, como fermento na \ massa'. (LG31)

Vocação ao ministério ordenado (diácono, padre e bispo)

É uma vocação de carisma particular, é graça, mas passa pela mediação da Igreja particular, pois as vocações são destinadas à Igreja. Acontece num acompanhamento sistemático, amadurecendo as motivações reais da opção. O ministro ordenado preside e coordena os serviços da comunidade. Por intermédio dos sacramentos, celebra a presença de Deus no meio do seu povo. O presbítero é enviado a pastorear e animar a comunidade. Ele é o bom pastor que guia, alimenta, defende e conhece as ovelhas. "Isto exige humanidade, caráter íntegro e maduro, virtudes morais sólidas e personalidade madura". (OT 11)

Vocaçãà vida consagrada  (ser irmão religioso ou irmã religiosa / vida ativa ou contemplativa)

O religioso é chamado a testemunhar Cristo de uma maneira radical, vivendo uma consagração total nos votos de pobreza, castidade e obediência. Com a pobreza, vivem mais livres dos bens temporais, tornando-se disponíveis para Deus, para a Igreja e para os irmãos. Com a castidade, vivem o amor sem exclusividade, sendo sinal do mundo l futuro que há de vir. Com a obediência, imitam a Cristo obediente e fiel à vontade do Pai.

Textos bíblicos
Mateus 25,14-30; João 14, 5 - 7
Leia estes textos com calma, um de cada vez, procurando trazê-los para a sua vida.

Precisamos distinguir bem vocação de profissão, pois não são exatamente a mesma coisa. Veja o quadro abaixo e observe a distinção entre uma e outra:
Profissão
Vocação
1 . aptidão ou escolha pessoal para exercer um trabalho1. chamado de Deus para uma missão, que se origina na pessoa como reação-aspiração do ser
2. preocupação principal: o "ter", o sustento da vida2. preocupação exclusiva: "o ser" , o amor e o serviço
3. pode ser trocada3. é para sempre
4. é exercida em determinadas horas4. é vivida 24 horas por dia
5. tem remuneração5. não tem remuneração ou salário
6. tem aposentadoria6. não tem aposentadoria
7. quando não é exercida, falta o necessário para viver7. vive da providência divina
8. na profissão eu faço8. ha vocação eu vivo

A profissão dignifica a pessoa quando é exercida com amor, espírito de serviço e responsabilidade. A vocação vivida na fidelidade e na alegria confere ao exercício da profissão uma beleza particular, é o caminho de santidade.

Leigos Catequistas


Jales (RV) - Quando o mês de agosto tem cinco domingos, o último deles é dedicado especialmente aos catequistas. Desta vez são quase cinco domingos, pois o mês termina de sábado, no dia 31 de agosto. Na dança entre semanas e meses, desta vez a semana encaixa bem no mês, terminando junto com ele.

Mas independente de quatro ou cinco domingos, os catequistas se sentem contemplados no contexto do mês vocacional. Como de resto se sentem bem à vontade com seus catequizandos, independentemente se a comunidade valoriza, ou não, o seu bonito e importante ministério.

E ainda, há outro detalhe. Sabemos que a grande maioria dos catequistas são mulheres. Se de vez em quando convém usar a linguagem inclusiva, seria muito conveniente falar dos catequistas e, é claro, das catequistas. Mas temos a certeza que elas, as catequistas, não se sentem nem um pouco diminuídas se não enfatizamos sua condição de gênero.

Portanto, mulheres e homens assumem este ministério bonito, de iniciar na fé as crianças, os jovens, e também os adultos. Este ministério é o mais antigo que existe na Igreja. Mesmo quando uma paróquia não chegou ainda a formalizar em sua comunidade os diversos ministérios leigos, a catequese se faz presente.

Podemos dizer que é na catequese que se concretiza, de maneira especial, a assistência do Espírito Santo à Igreja, conforme a promessa feita por Cristo.

Mas se a catequese se realiza mesmo sem o apoio explícito que ela merece, não é que com isto ficamos eximidos de reconhecer sua importância, e de apoiá-la com o mínimo de recursos pedagógicos que devem se colocados à sua disposição.

Dada a importância da catequese na ação de transmitir a fé, assunto que tanto preocupa hoje a Igreja, vale a pena investir em conseguirmos bons roteiros pedagógicos, para as diversas etapas da catequese. 

Neste sentido, a Diocese de Jales sente a alegria de ter elaborado, aos poucos, os seus livros de catequese, desde a catequese infantil, até a catequese de adultos, passando pela catequese de Primeira Eucaristia e da Crisma, dentro da série “Viver a Fé Construindo Comunidade”.

Nas reflexões em preparação da romaria diocesana deste ano, realizada no domingo passado, foram destacadas as diversas dimensões, vividas pela Igreja Primitiva. Dizem os Atos dos Apóstolos, que os primeiros cristãos eram “assíduos à doutrina dos Apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações”. 

A primeira dessas dimensões tem uma evidente relação com a catequese: a perseverança na doutrina. Os próprios Apóstolos eram os catequistas das primeiras comunidades.

A Igreja Primitiva podia gozar deste privilégio, de ter convivido com o Mestre, de ter sido agraciada com a abundância do Espírito Santo, e de contar com a presença dos primeiros protagonistas da Igreja nascente, a nova comunhão de amor implantada por Cristo no seio da humanidade, onde ela sempre precisa permanecer como semente de força irresistível, como sal, luz e fermento fazendo germinar os sinais do Reino de Deus.

Mesmo não tendo desta vez um domingo especial para os catequistas, queremos reconhecer a importância de sua missão evangelizadora, com votos de que sejam os primeiros a experimentarem a alegria de viver os valores que eles nos transmitem.

Muito obrigado, mulheres e homens, catequistas de nossas comunidades! Que Deus os recompense pelo testemunho que nos dão e pelo trabalho que realizam!

D. Demétrio Valentini
Bispo de Jales



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/08/24/leigos_catequistas/bra-722280
do site da Rádio Vaticano 

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

18 agosto 2013 – Assunção de Nossa Senhora

Evangelho: (Lc 1, 39-56) 
Naqueles dias, Maria se pôs a caminho e foi apressadamente às montanhas para uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Aconteceu que, mal Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança saltou em seu ventre; e Isabel, cheia do Espírito Santo, exclamou em voz alta: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Donde me vem a honra que a mãe do meu Senhor venha a mim? Pois quando soou em meus ouvidos a voz de tua saudação, a criança saltou de alegria em meu ventre. Feliz é aquela que teve fé no cumprimento do que lhe foi dito da parte do Senhor”. Então Maria disse: “Minha alma engrandece o Senhor e rejubila meu espírito em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Eis que de agora em diante me chamarão feliz todas as gerações, porque o Poderoso fez por mim grandes coisas: O seu nome é santo. Sua misericórdia passa de geração em geração para os que o temem. Mostrou o poder de seu braço e dispersou os que se orgulham de seus planos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e os ricos despediu de mãos vazias. Acolheu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme o que prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. Maria ficou com Isabel uns três meses e voltou para casa.
COMENTÁRIO
Mais uma vez estamos juntos neste domingo festivo. O nosso coração está alegre porque hoje é a festa da Glória. Festejamos a Assunção de Maria, um dogma de fé que foi instituído pelo Papa Pio 12, no ano de 1950.
Gloriosamente, Maria é elevada ao céu em corpo e alma! A justiça de Deus é inquestionável. Uma das coisas mais justas que Deus fez, foi levar Maria para perto de si, em corpo e alma.
Não podia ser corrompido pelos vermes aquele corpo que gerou o Filho de Deus. Tinha que ser preservado o Santuário do Espírito Santo. Maria, uma pessoa especial, merecia também receber um tratamento especial.
“Minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”. Foi assim que Maria iniciou a sua oração em ação de graças ao Pai que Ela tanto amou e para quem nada negou. Toda sua vida foi marcada pela palavra sim.
Dois momentos muito importantes devem ser ressaltados no evangelho de hoje: O primeiro nos mostra Maria dirigindo-se, apressadamente para socorrer Isabel. Encontrou caminhos difíceis na região montanhosa. Entretanto, deixou a caridade falar mais alto, nenhum obstáculo serviu de pretexto para ela desistir. Corajosamente venceu todas as barreiras.
Vamos também gravar em nossos corações este outro momento, quando Maria disse: "Ele olhou para a humildade de sua serva". Estas palavras de Maria nos mostram exatamente o seu caráter, são como um “Raio-X” de seu coração. Maria, obediente e desapegada dos bens materiais, é o Modelo de Humildade. 
A humildade da Santíssima Virgem é a causa da sua grandeza! Humilhou-se a ponto de reconhecer sua insignificância e o seu nada, como Ela mesma dizia. Por tudo isso, o Senhor a exaltou à mais alta dignidade, pela qual será bendita por todas as gerações.
Maria soube enxergar a bondade de Deus e seu imenso amor ao escolhê-la para Mãe do seu próprio Filho. Ela, uma jovem pobre, desconhecida naquela sociedade e residente na periferia de um lugarejo também desconhecido. Por que Deus não escolheu uma rainha para ser a mãe de Seu Filho?
Claro que escolheu! Como se diz popularmente, Maria foi escolhida a "dedo". Deus Pai deu à Maria uma realeza jamais encontrada em nenhuma rainha. O Salvador do mundo, o seu Filho, tinha que ter uma Mãe pura e majestosa. Por isso, Maria é a mais bela e perfeita criatura, preservada até mesmo do pecado original.
Maria, glorificada na Assunção, é a imagem e o modelo da criatura plenamente salva, liberta e realizada. A Assunção de Maria é a grande prova da misericórdia divina, é a união entre o céu e a terra.
A Assunção é um exemplo das maravilhas que Deus preparou para os seus filhos, é uma pequena amostra do que está reservado para os servos que souberem viver a humildade e a caridade.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Jovem Evangeliza Jovem


O melhor lugar para encontrar a juventude é o espaço escolar e universitário. As instituições educativas atraem praticamente toda infância e a juventude, desde a mais tenra idade. A Igreja encontra dificuldades para penetrar nas instituições escolares, inclusive as públicas. Já não se toca o sino como antes. O laicismo vigente na sociedade entende que o espaço público deva ser assepticamente laico. Houve casos em que imagens religiosas foram banidas, inclusive os crucifixos. 
Apesar de a liberdade religiosa ser um pressuposto da democracia, grupos e indivíduos motivados por causas religiosas não têm sido acolhidos. São tempos que lembram os primeiros séculos do cristianismo. A estrategia possível é jovem evangelizando jovem.

Luiz Fernando Conde Sangenis

Papa Francisco envia mensagem e benção aos participantes da Semana Nacional da Família 2013

DOM, 11 DE AGOSTO DE 2013 08:41POR: CNBB
PapaFrancisco11082013No último dia 6 de agosto, o Papa Francisco enviou uma benção apostólica para os fiéis, comunidades e paróquias que participam, no Brasil, da Semana Nacional da Família. A programação, que ocorre entre os dias 11 e 17 de agosto, faz a reflexão do tema “Transmissão e Educação da Fé Cristã na Família”. O evento é animado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB.
A seguir, a íntegra da mensagem do Papa Francisco:
Vaticano, 6 de agosto de 2013
Queridas famílias brasileiras,
Guardando vivas no coração as alegrias que me foram proporcionadas durante a recente visita ao Brasil, me sinto feliz em saudá-las por ocasião da Semana Nacional da Família, cujo tema é “A transmissão e a educação da fé cristã na família”, encorajando os pais nessa nobre e exigente missão que possuem de ser os primeiros colaboradores de Deus na orientação fundamental da existência e a segurança de um bom futuro. Para isso, “é importante que os pais cultivem as práticas comuns de fé na família, que acompanhem o amadurecimento de fé dos filhos” (Carta Enc. Lúmem Fidei, 53). Neste sentido, os pais são chamados a transmitir, tanto por palavras como, sobretudo pelas obras, as verdades fundamentais sobre a vida e o amor humano, que recebem uma nova luz da Revelação de Deus. De modo particular, diante da cultura do descartável, que relativiza o valor da vida humana, os pais são chamados a transmitir aos seus filhos a consciência de que esta deva sempre ser defendida, já desde o ventre materno, reconhecendo ali um dom de Deus e garantia do futuro da humanidade, mas também na atenção aos mais velhos, especialmente aos avós, que são a memória viva de um povo e transmissores da sabedoria da vida. Fazendo votos de que vocês, queridas famílias brasileiras, sejam o mais convincentes arautos da beleza do amor sustentado e alimentado pela fé e como penhor de graças do Alto, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, a todos concedo a Benção Apostólica.
Francisco

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

11 agosto 2013 – 19º Domingo do Tempo Comum

Evangelho: (Lc 12, 32-48)
Jesus disse: Não tenhas medo, pequeno rebanho (...) vendei vossos bens e daí de esmola (...) pois onde estiver o vosso tesouro, ai estará também o vosso coração (...) tende as cinturas cingidas e vossas lâmpadas acesas. Sede como quem espera o seu senhor de volta das festas de casamento, para lhe abrir a porta quando ele chegar e bater. (...) Vós bem sabeis que, se o pai de família soubesse a hora em que viria o ladrão, não deixaria arrombar-lhe a casa. Estai, pois, preparados, porque na hora em que menos pensais virá o Filho do homem” (...) Feliz o escravo que, ao voltar, o senhor o encontrar alerta. Eu vos asseguro: Confiará a ele a administração de todos os seus bens. Mas se o escravo disser consigo: ‘Meu senhor está demorando’, e começar a espancar os escravos e as escravas, a comer, a beber e a embriagar-se, virá o senhor desse escravo no dia em que menos esperar e numa hora imprevista; ele o afastará do cargo, destinando-lhe a sorte dos infiéis. O escravo que conhecia a vontade do senhor, mas não se preparou nem agiu de acordo, receberá muitas chicotadas. Aquele, porém, que desconhecia a vontade do senhor e fez coisas dignas de castigo, receberá poucas chicotadas. A quem muito se deu, dele muito se exigirá; e a quem muito se entregou, muito mais se pedirá.
COMENTÁRIO
Hoje é domingo, dia do Senhor e dia de festa nas famílias, pois hoje festejamos também o dia dos pais. Vamos rezar pelos pais e pedir para que nunca lhes falte saúde, trabalho e dignidade na luta pelo pão diário.
Vamos sim, rezar pelos pais e pedir, acima de tudo, para que o amor e o diálogo estejam sempre presentes em todos os lares. Na liturgia deste domingo encontramos Jesus conversando com seus discípulos. Com muita paciência e carinho, Jesus instrui os seus discípulos.
Seu comportamento é como o de um pai, ensinando seus filhos. Jesus inicia o evangelho de hoje, dizendo aos seus amigos que nada devem temer, e que o Pai do céu está muito feliz em poder entregar o seu Reino para os seus filhos.
O Reino de Deus é a maior herança que alguém pode almejar, por isso, quem fizer por merecer esse prêmio não precisa de mais nada. Esse recado de Jesus deve servir para mim, para você, para cada um de nós: "Não tenham medo, vendam os seus bens e distribuam esmolas". Já pensou? Vender tudo?
Vender tudo não significa transformar os bens em dinheiro e guardá-lo no banco, nem privar-se de uma casa aconchegante e confortável e viver, com a família, num barraco ou sob os viadutos. Vender tudo significa não juntar falsos tesouros, significa livrar-se do supérfluo e aproximar-se dos verdadeiros valores.
Dar esmolas não significa doar restos ou somente o excedente. A esmola não deve ser produto de compaixão, mas sim de amor. A verdadeira esmola deve conter tudo aquilo que o pedinte necessita, tem que ser muito mais que uma simples ajuda financeira.
A esmola só é completa se estiver acompanhada de luta por dignidade e por uma justa distribuição de renda e de terra. Jesus sempre alertou sobre o grande perigo que representa o apego exagerado aos bens materiais e recomenda juntar tesouro somente no céu, longe dos ladrões e livre das traças.
Tesouro no sentido literal, quer dizer grande porção de dinheiro ou de objetos preciosos, significa riqueza. O dono desse tesouro, dificilmente consegue esquecer-se de seus bens. O medo de perder uma jóia, o receio de ser roubado, chega a tirar o sono, faz esquecer-se de Deus e do próximo.
Por tudo isso Jesus diz que onde está nosso tesouro, ali está o nosso coração. Somos nós quem determinamos onde deve estar nosso coração. Quem faz do próximo o seu tesouro, terá o coração permanentemente voltado para o irmão e receberá, no céu, uma riqueza que nunca lhe será tirada.
Foi muito boa e esclarecedora nossa conversa de hoje, aprendemos muito com este evangelho. Já sabemos que é preciso estar alerta, pois não sabemos quando o "Patrão" virá. Sabemos também, que é sua vontade encontrar-nos acordados e preparados para recebê-lo. Seus desejos ai estão, portanto, só nos resta cumpri-los. Quem dera, nesse dia, não sejamos pegos de surpresa.
Este encontro de hoje aumentou também a nossa responsabilidade. Acabaram-se as desculpas. Agora sabemos qual é a vontade do Senhor, por isso seremos muito mais cobrados do que antes, quando nada sabíamos.
Só agora consigo entender o significado e o peso destas palavras: "A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito será exigido!" Realmente, isso tudo é muito preocupante... mas só para quem não põe em prática seu compromisso batismal .

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Dom Pedro Stringhini: 'Nossa vida em Deus é sempre transfigurada'

Dom Pedro Stringhini


Nesta terça-feira (06), Dom Pedro Stringhini, bispo da Diocese de Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo, presidiu a Santa Missa das 9h00 no Santuário Nacional, acompanhado de 80 padres e bispos de sua diocese. O celebrante dedicou sua homilia ao evangelho do dia, que narra a Transfiguração do Senhor.

“Neste evangelho, há um significado profundo e imediato para nossa vida. É a manifestação da Glória do Senhor Jesus. Naquele momento, ele falava aos discípulos acerca de Sua morte. Enquanto orava, o Senhor manifestou Sua Glória. Cada um de nós que busca a Deus é capaz de fazer a experiência da transfiguração. Nossa vida em Deus é sempre transfigurada, quando fazemos uma oração e tomamos a Eucaristia”, disse o bispo.

Citando a encíclica ‘Luz da Fé’ de Papa Francisco, Dom Pedro lembrou que a visão de Deus é o que ilumina a nossa vida, podendo ser sentida de diversos modos:

“Durante a Jornada Mundial da Juventude, quem é que não sentiu a experiência da transfiguração? Quando o Céu que se une à Terra, nos vemos na vida presente com perspectiva para futuro e vida eterna: o Reino de Deus, um Reino indestrutível, que não se dissolve”.

Ao final, o celebrante invocou as graças da Mãe Aparecida para que todos possam vivenciar a transfiguração por meio da oração. “Pedimos a intercessão Daquela que, antes de nós, entendeu esta Palavra: ‘Fazei tudo o que Ele vos disser’. Hoje, não fecheis os vossos corações. A transfiguração é a realidade última, porque antes passamos pela realidade do dia a dia. Sejamos transfigurados pela oração, pela graça de Deus e ela intercessão sempre tão carinhosa da Virgem de Aparecida. Assim seja! Amém.”, encerrou o bispo.



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

04 agosto 2013 – 18º Domingo do Tempo Comum

Evangelho: (Lc 12, 13-21)
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”. Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?” E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. Ele pensava consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”.
COMENTÁRIO
A liturgia deste domingo nos fala de partilha, mas não daquela partilha do jeito que Deus ensina. Fala de uma divisão gananciosa, fala de herança. Como se diz em linguagem jurídica, fala de divisão obrigatória, legal e de direito.
Onde quer que Jesus esteja sempre tem alguém ao seu redor pedindo alguma graça ou favor. Nesta passagem do Evangelho, Jesus é solicitado para resolver problemas de dinheiro. Jesus aproveita o exemplo destes dois irmãos para entrar no assunto que pretendia
Jesus não quis se envolver com problemas de herança, mas não perdeu a oportunidade para mostrar o valor da herança espiritual. Usou como exemplo o comportamento desses irmãos para mostrar para toda multidão que não são os bens materiais que trazem segurança e felicidade.
São outros os tesouros que devem ser acumulados, diz Jesus. O tesouro que Jesus se refere, chama-se partilha, porém no seu verdadeiro sentido. Para Jesus, partilha vai muito além da obrigação e da lei dos homens. A verdadeira partilha é fruto do amor e, é espontânea, por isso traz mais satisfação para quem distribui do que para quem recebe.
A parábola narrada por Jesus mostra o comportamento de um homem avarento e ambicioso, que tem uma única preocupação; trabalhar para enriquecer ainda mais, pois já era rico. Seus celeiros estavam lotados e já não tinha mais onde armazenar o produto de sua colheita.
Pouco sabemos sobre ele, porém podemos concluir que não lembrou-se dos necessitados, nem quis saber dos miseráveis e famintos. Certamente sentia-se isento de culpa pela péssima distribuição de renda e não se achava responsável pelos desempregados e sem terras que, certamente, já existiam naquela época.
Nem sequer pensou naqueles lavradores que, em troca de um mísero salário, plantaram e colheram para ele. Considerava um desperdício vender a colheita a preço acessível e uma loucura doar parte dela. Nunca lhe passou pela idéia investir uma parte de seus bens para gerar empregos e amenizar a fome.
Esta parábola deve servir de alerta para cada um de nós. Ninguém está proibido de trabalhar e de poupar para o futuro, porém é preciso lembrar que o nosso tempo de vida não é proporcional ao volume de dinheiro e de bens que acumulamos.
Nada mais justo do que agradecer a Deus se hoje estamos radiantes de alegria e sem problemas de saúde ou financeiros. Agradecer também pelo dinheiro e pelos bens. No entanto, não é segredo que essa calmaria não é perpétua. Só temos uma certeza, sabemos que estamos vivos agora, mas nada sabemos sobre o próximo minuto, quanto mais do amanhã. Isso é válido para o pobre e para o rico.
O rico perante Deus é aquele que não acumula riquezas para si, mas sim para o bem do próximo. Trabalha de sol a sol para o bem comum, não é avarento e muito menos esbanjador. Sabe valorizar seus bens, porque são necessários para a sobrevivência e para uma vida digna.
O rico de verdade, sabe distribuir amor e, acima de tudo, sabe que basta manter seus celeiros transbordantes de boas obras, para garantir a sua parte na Herança Eterna.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Como você vive sua vocação?

"Exorto-vos, pois - prisioneiro que sou pela causa do Senhor -, que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chama-dos" (Efésios 4,1). Vocação significa chamado.

O cristão é chamado por Deus e a ele dá sua resposta. Esse chamado manifesta-se especialmente na escolha do caminho concreto de cada um; o seu estado de vida, sua profissão, o modo de viver.

Uma pessoa não deve se casar só para não ficar solteira; também não deve procurar a vida consagrada para fugir de qualquer problema.

Casar-se ou permanecer solteiro, abraçar a vida religiosa ou assumir a missão do cristão leigo no mundo é uma questão de vocação. E vocação é uma questão de amor: "Simão, filho de João, amas-me?... Apascenta as minhas ovelhas" (João 21,17).

Amor comprometido, vivendo como cristão leigo, na família, no trabalho, na vida social; ou amor concretizado numa entrega mais ampla pelo Reino de Deus, vivendo como cristão consagrado, na vida religiosa, e especialmente no sacerdócio.

Cada um de nós é chamado a assumir a fé cristã e a vocação específica dentro do Plano de Deus.