sábado, 30 de agosto de 2014

31 agosto 2014 – 22º Domingo do Tempo Comum

“Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo”
(Mt 16, 21-27)
Naquele tempo, Jesus começou a mostrar a seus discípulos que era necessário ele ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e ao terceiro dia ressuscitar. Pedro levou-o para um lado e se pôs a repreendê-lo: “Deus não permita, Senhor, que isso aconteça”. Mas Jesus voltou-se para Pedro e disse: “Afasta-te de mim, Satanás. Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não tens senso para as coisas de Deus, mas para as dos homens”. Então Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por amor de mim, há de encontrá-la. O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro m, se vier a se prejudicar? Ou, o que se pode dar em troca da própria vida? Porque o Filho do homem há de vir na glória do Pai, com os anjos, e então dará a cada um conforme as suas obras”.
COMENTÁRIO
Pedro tem uma presença marcante neste Evangelho. Pedro quer mostrar seu grande amor por Jesus ao tentar livrá-lo do sofrimento. Pedro não quer o sofrimento para si, nem para o Mestre. Assim como todo povo, Pedro também esperava encontrar no Messias um rei poderoso, vencedor e dominador.
O messias de Pedro e do povo, é exatamente o oposto daquele que estava nos Planos de Deus. Jesus estava disposto a cumprir o Plano de Seu Pai, um plano que incluía sofrimento, dor e, até mesmo a sua morte.
No evangelho de hoje Mateus nos fala do sofrimento, fala também que não existe vida eterna sem sacrifício, sem renúncia e sem cruz. São essas as moedas utilizadas para adquirirmos o passaporte para uma eternidade feliz.
Certamente Pedro ama Jesus e, por amor, quer preservá-lo de qualquer sofrimento. Não só quer preservar Jesus, como também, não quer sofrer. Esse comportamento de Pedro, o seu modo de pensar é condenado por Jesus.  
“Vai para longe, satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim!” Veja, só: aquele que há poucos dias fora chamado de pedra angular, agora se situava como uma “pedra de tropeço”. Esses altos e baixos eram muito comuns em Pedro, homem simples, sincero e extremamente humano.
É muito difícil para Pedro e para todas aquelas pessoas, entender e aceitar que Jesus não é um Messias glorioso e destruidor. Como aceitar um Rei sem um exército arrasador, sem armas e sem desejo de domínio? Realmente, não é fácil de entender. 
Jesus é um Rei diferente. É o Messias pobre, servo e sofredor, que veio para salvar e não para destruir. Quer salvar a todos. Veio para fazer cumprir a vontade do Pai que espera ter todos os seus filhos ao seu lado. 
Jesus nos ensina o caminho para chegar ao Paraíso. Mais uma vez deixa claro que é fácil chegar lá... basta segui-lo! Aquele que é a Verdade e a Vida, também é o Caminho. “Renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” – disse Ele.
Estas palavras de Jesus se traduzem como séria advertência para aqueles que pretendem trilhar seus caminhos. Renunciar, tomar a cruz e seguir. Estes três pontos são importantíssimos na vida do seguidor de Cristo.
Renunciar: significa deixar de lado tudo aquilo que impede a nossa aproximação com os pobres, os afastados e marginalizados. Renunciar a si mesmo é doar-se totalmente em favor daqueles que, além de alimentos, necessitam também de uma palavra amiga e de amor.
Tomar a cruz: significa encarar de frente os problemas do dia-a-dia, entregar a Deus as doenças, lutas e sacrifícios. Significa transformar esses momentos difíceis em orações pela santificação das nossas almas.
E, finalizando, seguir Jesus é acreditar e aceitar sua proposta de vida. É viver o evangelho. É praticar a justiça, a fraternidade e o perdão. Seguir Jesus significa viver o amor. 

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Encontre-se com Jesus na oração

Encontre-se com Jesus no íntimo de sua alma, em oração, em qualquer tempo e em qualquer lugar; é você quem marca a hora e o local para falar com Jesus. Pode ser no seu quarto, no seu carro, na sua sala de trabalho, pode ser na igreja… O melhor lugar é diante do Sacrário, porque ali Ele está em Corpo, Alma e Divindade, como Vítima oferecida em sacrifício permanente por amor de cada um de nós. Ali Ele é todo seu; está a seu dispor para lhe ouvir, abraçar você, enxugar as suas lágrimas e fortalecer o seu coração. Ali Ele está lhe esperando, vivo e ressuscitado.
Fale a Jesus com suas palavras, com suas lágrimas se for o caso, com o seu silêncio; mas não deixe de se encontrar com Ele pela oração.
Sem oração é impossível caminhar na fé e fazer a vontade de Deus. Ela é a nossa força. Jesus nos manda “orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1), e São Paulo nos recomenda: “Orar sem cessar” (1Ts 5,17). Isto quer dizer viver em “estado de oração”, com a alma sempre sintonizada em Deus, quer você esteja dirigindo o seu carro, lavando roupa, arrumando a casa ou descansando. Ele está com você e em você; lembre-se sempre disso.
A oração é para a alma o que o ar é para o corpo. Uma alma que não reza é uma alma que não respira; não tem vida.
Jesus foi muito claro com os Apóstolos e é com você também: “Sem Mim nada podeis” (Jo 15,5). A oração pode mudar todas as coisas; o Anjo Gabriel disse à Maria: “Para Deus nada é impossível.” (Lc 1,37). “Tudo é possível ao que crê” (Mc 9,23), nos garantiu  o Senhor. E mais, “pedi e vos será dado” (Lc 11,9), “Tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado” (Mc 11,24).
São Paulo recomenda com insistência: “Orai em todo o tempo” (Ef 6,18), “perseverai na oração” (Cl 4,2), “orai sempre e em todo o lugar” (1Tm 2,8). “Antes de tudo recomendo que se façam súplicas, orações, petições, ações de graças por todos os homens…” (1Tm 2,1)
São Pedro nos pede: “Lançai em Deus todas as vossas preocupações porque Ele tem cuidado de vós” (1Pe 5,7). É pela oração que lançamos em Deus as nossas preocupações; mas com fé e confiança.
Jesus orava constantemente, “ele costumava retirar-se a lugares solitários para orar” (Lc 5,15-16), relata São Lucas.
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Há muitas formas de oração. Escrevi um livro chamado “Orações de todos os tempos da Igreja”, onde você vai encontrar orações que a Igreja guardou em todos os séculos. Se você não sabe rezar, tome este livro ou outro, e comece a rezar.
“Tudo pode ser mudado pela oração”. Todas as deficiências espirituais, todas as misérias e todas as falhas, todas as nossas quedas e passos fora do caminho reto, tudo isto tem um só motivo: falta de constância na oração.
Viva em oração; transforme tudo em oração, sejam os sofrimentos, sejam as dores, as alegrias, os sucessos e os fracassos e qualquer tipo de tentação. Converse com Jesus sobretudo, e lhe entregue todas as preocupações. Reze na calma e na tempestade, reze à noite e ao longo do dia, reze indo e voltando, reze embora se sinta cansado e distraído. Reze! Encontre-se com Jesus!
Prof. Felipe Aquino
Retirado do livro: “ A luta contra a depressão”

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

24 agosto 2014 – 21º Domingo do Tempo Comum

“Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”
 Evangelho (Mt 16, 13-20)
Chegando à região de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: “Quem as pessoas dizem que é o Filho do homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas”. Então ele perguntou-lhes: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. Em resposta, Jesus disse: “Feliz és tu, Simão filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue quem te revelou isso, mas o Pai que está nos céus. E eu te digo: Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja e as portas do inferno nunca levarão vantagem sobre ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus, e tudo que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo que desligares na terra será desligado nos céus”. E deu ordens aos discípulos de não falarem para ninguém que ele era o Cristo.
COMENTÁRIO
O evangelho deste Domingo sugere que nos deixemos guiar pelo Espírito. O dono de um coração aberto à Palavra de Deus entende e enxerga melhor, tem a mente sã e os olhos aguçados.
“Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Também nós, em nossos dias, ouvimos muitas referências a respeito de Jesus. Dois mil anos depois e ainda o chamam de “homem excepcional, grande mestre, o maior dos profetas”. Muitos o conhecem por diversos títulos, poucos o reconhecem como Verdadeiro Deus.
“Quem sou eu para vocês?” Se hoje Jesus nos dirigisse esta pergunta, o que diríamos? Certamente nossa resposta seria igualzinha àquela de Pedro, “Tu és o Messias, o Filho de Deus Vivo!” Sem pestanejar, gritaríamos essa frase feita.
Provavelmente, Jesus insistiria para obter uma resposta individual e concreta. Talvez dissesse, “é isso mesmo que você pensa, ou é o que você ouve desde pequenino na catequese, nas homilias e, até mesmo em aulas de teologia?”  
“Quero saber mais” - diria. “Quero uma resposta lá do fundo do coração; que influência eu exerço em sua vida e quais as mudanças que essa fé trouxe para a sua vida familiar, profissional e comunitária?” Diria ainda - “Só mais uma perguntinha, o que você tem feito para propagar essa verdade?”
O que responder? É bom estarmos preparados, pois certamente seremos cobrados. Somos batizados, somos Igreja, e como membros dessa Família nós temos que evangelizar, gritar com convicção, para que o mundo todo ouça que, Jesus, o Verdadeiro Deus, está entre nós. 
Feliz aquele que acredita e propaga o que o Pai do Céu revelou. Feliz aquele que assume a sua função na construção do Reino. Sejamos pedra, sejamos Pedro, homem de fé que, apesar dos seus momentos de covardia e de fraquezas, sabia humildemente arrepender-se e recomeçar tudo de novo.
Assim como tem acontecido em tantos países, tempos atrás, a China foi abalada por um terremoto. Em apenas alguns minutos, centenas de prédios foram destruídos, um incontável número de pessoas morreu ou ficaram feridas. Num piscar de olhos, milhares de famílias foram mutiladas.   
Na preparação para a vida eterna nós enfrentamos terremotos, tempestades e ventos fortes. Se nossa fé não estiver alicerçada em uma base sólida e apoiada em pedra firme, certamente, tudo vem abaixo. Essa Base Sólida chama-se Jesus, sem Ele, uma fração de segundo é suficiente para deixar-nos sob os escombros por toda eternidade.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Por que Deus pede um casamento para sempre e com a mesma pessoa?

Quando se perde a noção de Deus, dissolve-se a concepção do amor     

   
Existem ensinamentos de Jesus que provocam desconforto, porque seriam limitadores da liberdade e do desejo de construir a felicidade. "Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne?" (Mateus 19,4-6).

Esta frase pronunciada com autoridade por Jesus, contradizendo também a lei mosaica, suscitou debates, divisões, cismas no interior da Igreja. E também dor por parte de muitos que, tendo fracassado no próprio casamento, buscaram refazer-se na vida afetiva e hoje se sentem excluídos ou rejeitados pela Igreja porque não podem comungar.

Trata-se de um dos ensinamentos que não é facilmente compreendido. Como pode Deus reivindicar que uma união conjugal seja para sempre, se nós somos vulneráveis, tão inclinados ao mal, frágeis, sentimo-nos frequentemente incapazes de ser fiéis aos nossos compromissos perenes? Pode existir uma união para sempre? E se errarmos?

Por outro lado, muitos defendem a possibilidade de dissolver omatrimônio levando em consideração o fato de que o amor seria inconstante, ou que não exista um afeto que possa ser duradouro por causa da contingência do homem. Por que Deus pede união matrimonial para sempre e com apenas uma pessoa? Talvez não nos conheça, ou não sabe do que somos feitos?

A defesa da indissolubilidade está na argumentação da sua negação. Deus sabe do que somos feitos e por isso acredita em nós. Ele conhece perfeitamente tudo o que somos capazes, nós, porém, por causa do nosso pecado, pouco a pouco nos esquecemos. Somos pecadores, Ele sabe muito bem, mas somos também seres redentores, e esta redenção é o que permite fazer de nós novas criaturas. Somos feitos para o amor, que não é somente uma possibilidade humana, mas também um dever metafísico. Quem não ama perdeu a sua humanidade e o sentido daquilo que é.

Para acreditar na indissolubilidade matrimonial é necessário acreditar na fidelidade, e para acreditar na fidelidade é necessário acreditar no amor. Mas para acreditar no amor é fundamental acreditar em Deus. Não se pode acreditar no amor verdadeiro se não acreditarmos em Deus.

Para que o amor seja eterno e perene depende do fato de acreditar que existe um Deus que é amor. Isso porque as definições “para sempre” (caráter infinito), “desde sempre” (eternidade), perfeição e transcendência, são ligadas ao Criador. Quando se perde a noção de Deus, dissolve-se a concepção do amor.

Ninguém crê tanto no amor humano como Deus, que sabendo como somos, permitiu nos dar sempre através de todas as gerações a oportunidade de aprender Dele que é o nosso melhor Mestre. E nos propõe um modelo de trindade terrena na qual a experiência amorosa possa ser vivida nesta vida.

Negar Deus é negar a eternidade, e com isso sucumbe a ressurreição e seremos condenados ao nada.

Se deixarmos o amor como puro mecanismo fisiológico, estaremos expondo-o à sensibilidade da pele que quer sempre dar prazer a si mesma. Somente quando compreendemos que Deus existe, que “é amor” e que nos amou com amor eterno, podemos viver a experiência da doação, do “sim” para sempre sem medo de errar. Mas sobretudo sem deixar aquele “sim” à mercê dos instintos viscerais que pedem cada dia mais como uma enorme serpente que devora a si mesma pela cauda.

O amor humano está ligado a Deus. A incredulidade, o ateísmo, são a morte do “amor para sempre”; e se não existe este amor para sempre, estamos condenados a viver desejando o que não é possível. Aquilo que nos espera é a ausência de sentido.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Casar-se é fácil, mas ser bons esposos é uma arte

O que acontece depois do “e foram felizes para sempre”? Também o casamento precisa ser aprendido aos pés do Mestre

amor não é um instinto humano, a atração sim. Esta, como nos demais animais, busca expandir a espécie humana mediante a união carnal. O amor, por sua vez, é uma decisão da pessoa, uma possibilidade enorme de construir-se e construir, de doar-se, de ser feliz, de dar sentido à vida e levá-la à comunhão plena com Deus, que é amor (cf. 1 Jo 4, 8).
 
Por achar que é o amor instintivo, por supor que a natureza sozinha se encarrega de educá-lo, por considerar que não temos poder de decisão sobre ele e que simplesmente nos arrasta como um enorme turbilhão para o seu interior, deixando-nos com uma sensação de vertigem ou uma cratera profunda de dor quando fracassamos em sua tentativa, por isso e muito mais, acabamos construindo relações de casal adaptadas mais ao instinto de sobrevivência afetiva que ao plano de Deus para fazer de nós imagens perfeitas de Si mesmo.
 
A emoção exagerada que ativa a atração (como o chamado “amor à primeira vista”) costuma ser confundida com esta faculdade que tem mais a ver com a vontade que com a pele (ainda que possa começar como um amor erótico). É por isso que podemos acabar submetendo ao corpo a experiência do amor.
 
“Siga o seu coração” é o que normalmente aconselham os que não sabem mais o que dizer. Mas a gravidade destas palavras é que o “coração” está ligado às emoções e estas têm um grande componente fisiológico, e então buscamos o prazer, não o bem em si. Lembre-se de que nem tudo o que é bom é prazeroso, e nem tudo o que é prazeroso é bom.
 
É por isso que vale a pena levar em consideração que, no processo de enamoramento, o casal pode se habituar a certas atitudes que correm o risco de acabar com o relacionamento:
 
1. Porque não sabem amar como cônjuges, depois de casados tendem a estar mais atentos aos seus pais que ao seu cônjuge. O mandato bíblico estabelece: “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe...” (cf. Gênesis 2, 24). Isso não implica em abandonar os pais, logicamente. O vínculo filial ocupa um lugar diferente na escala dos que se casaram. Mas é preciso romper o cordão umbilical, sair de debaixo das asas dos pais.
 
2. Quando os filhos chegam, os pais tendem a dar-lhes toda a atenção, esquecendo-se um do outro e dos seus compromissos conjugais. Os filhos não podem minar a relação conjugal, e sim reforçá-la.
 
3. Chegam a considerar que o domingo é um dia para descansar “da família” e não “com a família”. Este dia precisa ser dedicado a compartilhar momentos que reforcem a relação entre a família e Deus.
 
4. Acostumados com os contos de fadas, consideram que ocasamento é o “fim da história”. Mas este é justamente o começo de um longo caminho.
 
5. Ao enfrentar conflitos, correm o risco de considerar que a cama soluciona as dificuldades. O sexo não soluciona problemas que não foram gerados nele. Não podemos ir para a cama com raiva (cf. Ef. 4, 26).
 
6. É um atentado ao amor doar os corpos sem doar a vida também. Isso é uma prostituição gratuita.
 
7. Confundir paixão com amor é um grande equívoco. O tempo acaba com a primeira e aperfeiçoa o segundo.
 
8. Finalmente, é preciso recordar que nenhum dos dois se torna “uma só carne” com os filhos, que um dia irão embora, nem com seus pais, que morrerão. Todo casal de esposos começa sozinho e acaba sozinho, e esta é uma simples razão para reconhecer a importância de cuidar-se mutuamente.
 
Todo relacionamento de casal tem uma rotina, necessária para o amadurecimento; o que é preciso evitar é que tal rotina se torne monotonia, assassinando sua opção, sua escolha.
 
amor não é um instinto, mas uma faculdade, o maior dom para nos tornar semelhantes a Deus, e por isso requer sentar-se aos pés do Mestre para aprender diretamente dele como amar-nos e não fracassar na tentativa.

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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O decálogo da felicidade do Papa Francisco

Papa Francisco concedeu uma entrevista à revista argentina Viva, publicada no dia 27 de julho, em que deixou para os leitores algumas dicas preciosas para ajudar na busca da felicidade. Eis os 10 conselhos do Papa:

1) Viver e deixar viver, primeiro passo para a felicidade
"Aqui os romanos têm um ditado e podemos levá-lo em consideração para explicar a fórmula que diz: 'Vá em frente e deixe as pessoas irem junto'." Viva e deixe viver é o primeiro passo da paz e da felicidade.

2) Doar-se aos outros para não deixar o coração dormindo
"Se alguém fica estagnado, corre o risco de ser egoísta. E água parada é a primeira a ser corrompida."

3) Mover-se com humildade, com benevolência entre as pessoas e as situações
O Papa usa o termo “remansadamente”, de um clássico da literatura argentina. "No [romance] 'Dom Segundo Sombra' há uma coisa muito linda, de alguém que relê a sua vida. Diz que em jovem era uma corrente rochosa que levava tudo à frente; quando adulto era um rio que andava para a frente e que na velhice se sentia em movimento, mas remansado. Eu utilizaria esta imagem do poeta e romancista Ricardo Guiraldes, este último adjetivo, remansado. A capacidade de se mover com benevolência e humildade, o remanso da vida. Os anciãos têm essa sabedoria, são a memória de um povo. E um povo que não se importa com os mais velhos não tem futuro."

4) Preservar o tempo livre como uma sadia cultura do ócio
“O consumismo levou-nos a essa ansiedade de perder a sã cultura do ócio, desfrutar a leitura, a arte e as brincadeiras com as crianças. Agora confesso pouco, mas em Buenos Aires confessava muito e quando via uma mãe jovem perguntava: Quantos filhos tens? Brincas com os teus filhos? E era uma pergunta que não se esperava, mas eu dizia que brincar com as crianças é a chave, é uma cultura sã. É difícil, os pais vão trabalhar e voltam às vezes quando os filhos já dormem. É difícil, mas há que fazê-lo".

5) O domingo é para a família
"Um outro dia, em Campobasso (Itália), fui a uma reunião entre o mundo universitário e mundo trabalhador, todos reclamavam que o domingo não era para trabalhar. O domingo é para a família".

6) Ajudar de forma criativa os jovens a conseguir um emprego digno
"Temos de ser criativos com este desafio. Se faltam oportunidades, caem na droga. E é muito elevado o índice de suicídios entre os jovens sem trabalho. Outro dia li, mas não me fio porque não é um dado científico, que havia 75 milhões de jovens com menos 25 anos desempregados. Não basta dar-lhes comer, há que inventar cursos de um ano de canalizador, electricista, costureiro. A dignidade de levar o pão para casa".

7) Cuidar da natureza, amar a criação
"Há que cuidar da criação e não o estamos fazendo isso. É um dos maiores desafios que temos.”

8) Esquecer-se rapidamente do negativo que afeta a vida
“A necessidade de falar mal de alguém indica uma baixa auto-estima. É como dizer ‘sinto-me tão em baixo que em vez de subir baixo o outro’. Esquecer-se rapidamente do negativo é muito mais saudável”.

9) Respeitar o pensamento dos outros
“Podemos inquietar o outro com o testemunho para que ambos progridam com essa comunicação, mas a pior coisa que se pode fazer é o proselitismo religioso, que paralisa: ‘Eu dialogo contigo para te convencer'. Não. Cada um dialoga sobre a sua identidade. A Igreja cresce por atração, não por proselitismo".

10) Buscar a paz é um compromisso
"Vivemos uma época de muitas guerras. Na África parecem guerras tribais, mas são algo mais. A guerra destrói. E o clamor pela paz é preciso ser gritado. A paz, às vezes, dá a ideia de quietude, mas nunca é quietude, é sempre uma paz ativa".


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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

03/08/2014 - 18º Domingo Comum

Evangelho: Mt 14,13-21 Todos comeram e ficaram satisfeitos.

Naquele tempo, quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas, quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: "Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!"

Jesus, porém, lhes disse: "Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!" Os discípulos responderam: "Só temos aqui cinco pães e dois peixes". Jesus disse: "Trazei-os aqui". Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida, partiu os pães e os deu aos discípulos. Os discípulos distribuíram às multidões. Todos comeram e ficaram satisfeitos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.  - Palavra da Salvação.

Comentando o Evangelho (Padre Jaldemir Vitório / Jesuíta):

A ordem dada aos discípulos - "Deem-lhes de comer!" - pode ter-lhes soado como uma ironia. Havia condições de saciar uma multidão, reunida num lugar deserto para escutar Jesus? Não seria mais lógico despedi-la para que pudesse comprar alimentos nas aldeias vizinhas?

A ordem do Mestre parecia impossível de ser executada. Contudo, começou a ser superada, quando os discípulos apresentaram a quantidade de alimento disponível: cinco pães e dois peixes. Bastou-lhes colocá-los à disposição de todos, para que ninguém voltasse para casa faminto.

Assim aconteceu! Num gesto quase litúrgico, Jesus tomou os pães e os peixes, ergueu os olhos para os céus, abençoou-os, partiu-os, deu-os aos discípulos e estes, à multidão. A pequena porção de alimento começou a ser condividida. E todos comeram até à saciedade. E mais, sobraram doze cestos cheios, apesar da enorme quantidade de gente.

Este episódio contém um claro ensinamento. O problema da fome resolve-se com a partilha. Se tivessem ido às aldeias, quem tivesse dinheiro e fosse mais esperto, fartar-se-ia. Quanto aos pobres e os menos ágeis ficariam em desvantagem, permanecendo famintos.
Esta situação é incompatível com o Reino, cujo projeto de fraternidade supera todo tipo de desigualdade.

http://www.catolicoscomjesus.com/