domingo, 31 de março de 2013

RESSURREIÇÃO: Ele Vive


Ressurreição é vida
  O impacto da morte de Jesus sobre os discípulos foi arrasador. A prisão, a tortura, julgamento e morte de Jesus foram extremamente duros e dolorosos para os discípulos, tanto que se dispersaram no momento da prisão (Mc 14,51). Somente João segue Jesus de perto. Pedro também segue, mas o nega (Jo 18,15-27). Ver Jesus crucificado, morto e levado à sepultura era um caos para aqueles homens simples.
Eles o amavam muito. Estavam aflitos e choravam (Mc 16,10). “Estavam fechados em casa por medo dos judeus” (Jo 20.19). Os discípulos que vão a Emaús estão entristecidos e “com o rosto sombrio” (Lc 24,47). De repente, tudo se transforma e Ele se coloca no meio deles. Deve ter sido magnífico. A alegria era tanta que não conseguiam acreditar (Lc 24,47).
Jesus, então, diz: “Vede minhas mãos e meus pés. Sou eu! Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne e ossos como estais vendo que tenho”( Lc 24,39-40). Mostrou-lhes então as mãos e o lado. É Ele mesmo, aquele que fora crucificado. Agora vive. Lucas insiste que é Jesus em carne e osso, tanto que come: “Como permanecessem surpresos, disse-lhes: “tendes alguma coisa para comer”? Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado. Tomou-o e comeu diante deles “(Lc 24,41-43).
O fato de comer significa que é um ser vivo. Não é um espírito que não tem carne e osso (39). Pedro diz na casa de Cornélio: “Nós que comemos e bebemos com Ele depois da Ressurreição” (At 10,41). Está a dizer: vivemos amigavelmente com Ele. Quando há presença, os discípulos não precisavam perguntar quem era Ele, pois o sabiam (Lc. 21.12). Ele mesmo distribui o pão e o peixe (Jo 21.13). Ele vive e muito bem, e com um bom apetite. Estes detalhes parece ser sem importância, mas não o são.
Ele vive e continua presente
Nós perdemos a dimensão do Cristo vivo que tem um corpo, embora em uma dimensão diferente. Vemos a Madalena que não o reconheceu com os olhos, mas pelo modo com que Ele a chamava (Jo 20,11-18). Os discípulos não o reconhecem de imediato e pensam ser um fantasma (Lc 24,37). Pensam ser um viajante como eles (Lc 24,13-35). Este fato que significar que há uma passagem de Cristo além da vida normal. Foi alem. É um corpo ressuscitado. Mas é o mesmo.
Aparece só aos discípulos, porque se trata de fé, com diz Tomé: “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20,28). A fé faz a passagem entre o visível humano e o visível da fé. Mudou a significação. Com a ascensão, nós perdemos a presença aos olhos humanos, mas ele continua presente e o vemos como os olhos iluminados pela fé. Quem o ama, o vê e como podemos ler no evangelho de João, dizemos como ele diz: “É o Senhor” (Jo 21,7).
Nós o vemos! E é belo!
 E nós agora? “Felizes os que creram sem ter viso”! (Jo 2019-29).
Normalmente nós permanecemos e nos fixamos num Cristo devocional: uma imagem bela do Crucificado, um Sagrado Coração, ou mesmo na simbologia de uma hóstia que tomamos sem nos conscientizar. Falta-nos encontra-lo nestes meios e ir além deles, ao cristo Vivo.
“Eu estarei convoco todos os dias” (MT 28,20). E preciso saber vê-lo e perceber como age. Amando-o, vamos lentamente reconhecendo sua presença.
Padre Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R
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quarta-feira, 27 de março de 2013

QUARTA-FEIRA SANTA: JUDAS ATRAIÇOA JESUS


Na Quarta-feira Santa recordamos a triste história de Judas que foi Apóstolo de Cristo. Assim o relata São Mateus no seu Evangelho: Um dos doze, que se chamava Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse-lhes: "Que me quereis dar e eu vo-Lo entregarei?". Eles prometeram dar-lhe trinta moedas de prata. E desde então, buscava oportunidade para O entregar.

Porque recorda a Igreja este acontecimento? Para que nos demos conta de que todos podemos comportar-nos como Judas. Para que peçamos ao Senhor que, da nossa parte, não haja traições, nem afastamentos, nem abandonos. Não somente pelas consequências negativas que isto poderia trazer às nossas vidas pessoais, que já seria muito, mas porque poderíamos arrastar outros, que necessitam da ajuda do nosso bom exemplo, do nosso alento, da nossa amizade.

Nalguns locais da América, as imagens de Cristo crucificado mostram uma chaga profunda na face esquerda do Senhor. E dizem que essa chaga representa o beijo de Judas. Tão grande é a dor que os nossos pecados causam a Jesus! Digamos-Lhe que desejamos ser-Lhe fiéis; que não queremos vendê-Lo — como Judas — por trinta moedas, por uma ninharia, que é isso que são todos os pecados: a soberba, a inveja, a impureza, o ódio, o ressentimento... Quando uma tentação ameace arrojar-nos pelo chão, pensemos que não compensa trocar a felicidade dos filhos de Deus, que é o que somos, por um prazer que acaba logo a seguir e deixa o sabor amargo da derrota e da infidelidade.

Temos que sentir o peso da Igreja e de toda a humanidade. Não é formidável saber que qualquer de nós pode ter influência no mundo inteiro? No lugar onde estamos, realizando bem o nosso trabalho, cuidando da família, servindo os amigos, podemos ajudar na felicidade de tantas pessoas. Como escreve São Josemaria Escrivá, com o cumprimento dos nossos deveres cristãos, temos que ser como a pedra caída no lago. — Produz, com o teu exemplo e com a tua palavra, um primeiro círculo... e depois outro, e outro... e outro, e outro. .. Até chegar aos lugares mais remotos.

Vamos pedir ao Senhor que não O atraiçoemos mais; que saibamos recusar, com a Sua graça, as tentações que o demónio nos apresenta, enganando-nos. Temos que dizer que não, decididamente, a tudo o que nos afaste de Deus. Assim não se repetirá na nossa vida a desgraçada história de Judas.

E se nos sentimos débeis, corramos ao Santo Sacramento da Penitência! Ali espera-nos o Senhor, como o pai da parábola do filho pródigo, para nos dar um abraço e nos oferecer a Sua amizade. Sai continuamente ao nosso encontro, ainda que tenhamos caído baixo, muito baixo. É sempre tempo de regressar a Deus! Não reajamos com desânimo, nem com pessimismo. Não pensemos: que vou eu fazer, se sou um cúmulo de misérias? Maior é a misericórdia de Deus! Que vou eu fazer, se caio uma e outra vez pela minha debilidade? Maior é o poder de Deus, para nos levantar das nossas quedas!

Grandes foram os pecados de Judas e de Pedro. Os dois atraiçoaram o Mestre; um entregando-O nas mãos dos perseguidores, outro renegando-O três vezes. E, no entanto, que diferente reacção teve cada um deles! Para os dois guardava o Senhor torrentes de misericórdia.

Pedro arrependeu-se, chorou o seu pecado, pediu perdão e foi confirmado por Cristo na fé e no amor; com o tempo, chegaria a dar a vida por Nosso Senhor. Judas, pelo contrário, não confiou na misericórdia de Cristo. Até ao último momento teve abertas as portas do perdão de Deus, mas não quis entrar por elas mediante a penitência.

Na sua primeira encíclica, João Paulo II fala do direito de Cristo a encontrar-Se com cada um de nós naquele momento chave da vida da alma, que é o momento da conversão e do perdão (Redemptor hominis, 20). Não privemos Jesus desse direito! Não retiremos a Deus Pai a alegria de nos dar o abraço de boas-vindas! Não contristemos o Espírito Santo, que deseja devolver às almas a vida sobrenatural!

Peçamos a Santa Maria, Esperança dos cristãos, que não permita que desanimemos diante dos nossos erros e pecados, quiçá repetidos. Que nos alcance do Seu Filho a graça da conversão, o desejo eficaz de recorrer — humildes e contritos — à Confissão, sacramento da misericórdia divina, começando e recomeçando sempre que for preciso.

Meditações do Prelado do Opus Dei sobre a Semana Santa

segunda-feira, 25 de março de 2013

Celebração do Tríduo Pascal


O espírito quaresmal nos encaminha para a Semana Santa, que precede a Páscoa.

Na segunda, terça e quarta-feira da Semana Santa, a Igreja prepara-se para o Tríduo Pascal, contemplando o Servo sofredor. Nesse período, aparecem como figuras eloquentes, Maria, a Mãe de Jesus, Maria Madalena, que perfuma o corpo do Senhor, Pedro e Judas.

Na liturgia romana o Tríduo Pascal é ponto culminante: "não se trata de um tríduo preparatório para a festa da Páscoa, mas são três dias de Cristo crucificado, morto e ressuscitado. Tem início na celebração da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, na missa vespertina, terminando com o domingo de Páscoa". São dias dedicados a celebrações e orações especiais.

Na Quinta-feira Santa comemoramos a última Ceia da páscoa hebraica que Jesus fez com os 12 apóstolos antes de ser preso e levado à morte na cruz. Durante esta ceia, Jesus instituiu a Eucaristia e o sacerdócio Cristão, prefigurando o evento novo da Páscoa cristã que haveria de se realizar dois dias depois.

O Cordeiro pascal a partir dessa ceia, é Ele próprio, que se oferece num voluntário sacrifício de expiação, de louvor e de agradecimento ao Pai, mareando assim a definitiva aliança de Deus com toda a humanidade redimida do poder do maligno e da morte.

A simbologia do sacrifício é expressa pela separação dos dois elementos: o pão e o vinho, a carne e o sangue, o Corpo e o Espírito de Jesus, inseparavelmente unidos e separados, sinal misterioso ao mesmo tempo de vida e de morte.

Esse evento do mistério de Jesus é também profecia e realização do primado do amor e do serviço na sua vida e na dos que crêem, o
que se tornou manifesto no gesto do lava-pés.

Depois do longo silêncio quaresmal, a liturgia canta o Glória. Ao término da liturgia eucarística, tiram-se as toalhas do altar-mor para indicar o abandono que o Senhor vai encontrar agora; a santa Eucaristia, que não poderá ser consagrada no dia seguinte, é exposta solenemente com procissão interna e externa a igreja e a seguir recolocada sobre o altar da Deposição até a meia-noite para adoração por parte dos fiéis.

Na Sexta-feira Santa a Igreja não celebra a Eucaristia. Recorda a Morte de Cristo por uma celebração da Palavra de Deus, constando de leituras bíblicas, de preces solenes, adoração da cruz e comunhão sacramental.

A noite do Sábado Santo é a "mãe de todas as vigílias", a celebração central de nossa fé, nela a Igreja espera, velando, a ressurreição de Cristo, e a celebra nos sacramentos.

A liturgia da Noite Pascal tem as seguintes partes: Celebração da Luz, Liturgia da Palavra, Liturgia Batismal e Liturgia Eucarística.

O Tríduo Pascal termina com as Vésperas do Domingo da Ressurreição. Na verdade o Cristo ressuscitou, aleluia! A ele o poder e a glória pêlos séculos eternos.

Uma feliz e abençoada Páscoa!

Pe. Ademir Gonçalves, C.Ss. R.

quarta-feira, 20 de março de 2013

‘Vivendo a Paixão de Cristo’


Segredo de um caminho
Jesus, quando ensinava seus discípulos, dizia: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me” (Mt 16,24). “Se alguém me quiser servir, siga-me; e onde eu estiver, ali estará também o meu servo” (Jo 12,26). Há um caminho, um trilho no seguimento de Jesus. Todos nós queremos, mas nem sempre sabemos como fazer e nem se estamos fazendo. Pensamos que estamos fora da estrada. Mas Jesus tem um trilho secreto: “porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram” (Mt 7.14). Basta saber se o caminho está meio apertado para ter certeza que é a estrada justa. Não que Jesus queira nos criar dificuldades e dar uma salvação impossível. Mas se o caminho oposto é largo é porque nos facilita excessivamente fazendo somente nossos gostos. O aperto do caminho é porque se baseia na vontade do Pai. Esta Ele quis fazer. O aperto está no fato de que é único. Mas se estamos nele, estamos seguros e tranqüilos. Desprezou o que o mundo poderia oferecer fora da vontade do Pai, decididamente foi para Jerusalém, como relata Lucas: “Jesus caminhava à frente, subindo para Jerusalém” (Lc 19,28).
O caminho da Paixão de Jesus
 Participar da Paixão de Cristo é fazer seu caminho. Participar significar unir-se a Cristo que se oferece ao Pai pelo mundo. A capacidade de doação de Cristo é o conteúdo de seu sacrifício doloroso que o acompanha desde sua encarnação. Esta doação de serviço, Jesus a manifesta claramente nos dias de sua dolorosa Paixão: na Quinta-Feira Santa concretiza sua doação quando lava os pés dos discípulos. E a entrega ao serviço do próximo como realização da vontade do Pai. Este gesto se transforma na extremada entrega que faz de si mesmo, dando-se como alimento. Ele reparte e partilha o pão que é seu corpo e o vinho que é seu sangue. Este gesto é a explicação de sua entrega total na cruz. Jesus realiza em símbolos na Ceia, o que vai realizar na realidade na cruz. Quando manda fazer em sua memória, não é só repetir o gesto, mas repetir, sobretudo a entrega. Nossas missas não rendem mais para nós, porque não possuem nossa entrega com Cristo. Não fazemos memória de seu gesto redentor. O caminho da Paixão de Cristo é sua entrega como serviço humilde para garantir ao mundo o amor do Pai. Ligamos sempre a Paixão à dor, mas ela deve estar unida primeiro ao amor, pois é uma paixão de Jesus por se entregar por amor ao Pai.
Amor é nas águas
Quando Jesus morre, o soldado enfiou-lhe a lança e saiu sangue e água. Estas águas se transformaram em um rio caudaloso. Ezequiel (47,1ss) explica-nos que a água brotava do limiar do templo em uma pequena fonte e depois se transformava num rio, assim também a água do lado de Cristo, novo templo, mesmo sendo pouca, transforma-se num rio onde podemos nos lavar no batismo e fecundar em nós a vida nova que vem de sua entrega ao Pai. Estas águas nascem de seu coração como uma fonte de amor, ungidas pelo seu sangue redentor. Na Noite da Páscoa, faça a renovação das promessas do Batismo e afunde-se no rio de amor que sai do lado de Cristo e se represa na sua Páscoa, fazendo um lago onde, mergulhados, deixamos nossas fraquezas e levantamos repletos da graça que dá a vida.
 Padre Luiz Carlos de Oliveira, CSsRSegredo de um caminho
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 Padre Luiz Carlos de Oliveira, CSsR

terça-feira, 19 de março de 2013

Início do pontificado: Papa Francisco fala do cuidado com a criação


Da Redação, com Rádio Vaticano


Rádio Vaticano
Papa Francisco durante a Missa de início do seu pontificado
Na solenidade de São José, nesta terça-feira, 19, Papa Francisco dedicou toda a sua homilia às virtudes do patrono da Igreja e como os fiéis podem se inspirar em suas qualidades.

Acesse
.: NA ÍNTEGRA: Homilia do Papa Francisco


Logo no início, Francisco recordou seu Predecessor, o Papa Emérito Bento XVI, já que, na Festa de São José, é celebrado o seu onomástico (celebrado pelas pessoas que tem o mesmo nome do santo lembrado naquele dia).

Comentando as leituras do dia, o Papa falou da missão de José: ser guardião de Maria e de Jesus, mas com uma guarda que depois se alarga à Igreja. Uma guarda que se realiza com discrição e humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender.

“Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio”, disse.

Francisco explicou também que José responde à sua vocação com disponibilidade e prontidão, mas essa vocação não diz respeito somente aos cristãos, tendo uma dimensão antecedente que é simplesmente humana.

Essa vocação antecedente é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como relata o livro de Gênesis e mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde se vive, é guardar as pessoas, em especial os mais frágeis. “Sejam guardiões dos dons de Deus!”

Nesse sentido, Papa Francisco fez um apelo aos que ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade. “Sejamos ‘guardiões’ da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo!”.

Por fim, Francisco falou do início do seu ministério como novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. Explicando qual é esse poder, o Papa mencionou o convite de Jesus a Pedro: apascenta as minhas ovelhas.

“Jamais nos esqueçamos que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afeto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão”.

Papa Francisco encerrou pedindo a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o seu ministério.


segunda-feira, 18 de março de 2013

Domingo de Ramos - Jesus, Rei e Servo

A liturgia do Domingo de Ramos prende-se sobre dois eixos centrais: Jesus Rei e Jesus Servo Sofredor. Duas atitudes de uma mesma pessoa, aparentemente inconciliáveis.

De fato inconciliáveis segundo categorias puramente humanas. Entretanto, à luz da fé cristã, implicam-se mutuamente. Ao caminharem juntas, fazem emergir a grandeza do Servo Sofredor e o pleno significado do reinado de Jesus: Rei manso e humilde.

A celebração desse dia se inicia com a procissão dos ramos com todos a proclamar: "Bendito o que vem em nome do Senhor" (Mt 21,9). Lembra e revive a explosão popular da época na triunfal entrada de Jesus em Jerusalém. 

Ele mesmo, por diversas vezes, havia anunciado aos discípulos: "O Filho do homem irá sofrer muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos doutores da lei, deverá ser morto e ressuscitar ao terceiro dia" (Mt 16,21). Mas as multidões, extasiadas com sua pregação e seus gestos de amor para com os pobres e pecadores, viam nele o libertador político tão esperado.

Na oportunidade da multiplicação dos pães já o quiseram aclamar rei: "Mas Jesus percebeu que iam pegá-lo para fazê-lo rei. Então ele se retirou sozinho, de novo, para a montanha" (Jo 6,15).

No Pretório, frente a Pilatos, não negará ser rei mas deixará claro: "O meu reino não é deste mundo" (Jo 18,36). Estas palavras de Jesus são mal-entendidas quando usadas para negar à Igreja o direito de envolver-se com problemas terrenos.

Antes, elas sublinham a bela lição que deixou aos seus discípulos referente ao exercício abusivo do poder pêlos governantes das nações: "Com vocês não deve acontecer disputa de poder para dominar; mas o poder é para servir" (Mc 10,22-45).

Rei humilde, uma figura quase estranha no imaginário humano. Ao rei atribui-se poder, honra, glória, pompa e magnificência. Seu status é o ápice da pirâmide social. Jesus Cristo, como Filho de Deus, é o sentido de toda a criação: "Tudo foi feito por Ele, e de tudo que existe, nada foi feito sem Ele" (Jo l, 3); no plano da salvação, "por meio dele, Deus reconciliou consigo toda a criação, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz" (Col l, 20).

O apóstolo Paulo assim o apresenta na carta aos Filipenses (2, 6-8): "Jesus Cristo existindo como Deus não se apegou à sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo.

Apresentando-se como simples homem, humilhou-se a si mesmo." E acrescenta logo em seguida: "Foi por isso que Deus o exaltou e o fez Senhor." Na sua entrada em Jerusalém, atraído por sua bondade com os pobres e sua misericórdia com os pecadores, o povo e principalmente "os jovens hebreus" também o exaltaram.

A contrastar com esse clima de espontâneo entusiasmo, ele vem montado num "jumentinho, cria de um animal de carga" (Mt 21,6). Não se conhece outro rei na história que tenha caminhado em meio ao clamor público de "hosanas" de modo tão humilde.

Curiosos agitavam-se a perguntar: "Quem é ele?" As multidões respondiam: "É o profeta Jesus de Nazaré da Galiléia" (Mt 21,10-11). Rei-servo, eis o segredo do encantamento popular. Rei que não domina, servo sempre movido pelo amor.

Rei que sempre escondeu sua glória e privilegiou os gestos de humildade e serviço: "Estou no meio de vocês como aquele que serve" (Lc 22,27). Não só se solidarizou com os humildes deste mundo, mas se identificou com eles.

A ninguém submeteu pelo poder, mas quis a todos conquistar pelo coração que foi transpassado pela lança. Sim, conquistou a todos porque se fez servo de todos.

Semana Santa, tempo propício para atendermos o convite de Paulo: "Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo" (Fl 2,5).

O discípulo é chamado a ser rei como o foi o Mestre; nada de atitudes triunfa-listas que o distanciem dos outros, especialmente dos mais humildes.

A palma com a qual saudamos o nosso Rei na sua entrada triunfal em Jerusalém montado no jumentinho, ao levá-la para nossas casas há que recordar permanentemente o desafio que nos lançou: de nos acercarmos aos outros, não pêlos caminhos do poder, mas do serviço fraterno.

Por: Dom Eduardo Koaik
Bispo Emérito de Piracicaba
 


sexta-feira, 15 de março de 2013

Papa Francisco celebra Missa de encerramento do Conclave


O então eleito, Papa Francisco, celebrou sua primeira Missa privada como Pontífice na tarde desta quinta-feira, 14, na Capela Sistina, em Roma.
A celebração, que aconteceu por ocasião do encerramento dos trabalhos do Conclave, teve a participação dos 114 cardeais eleitores, bispos, religiosos e religiosas, pessoas ligadas à organização do Conclave, dentre outros convidados.
O trecho do Evangelho lido durante a liturgia foi o de Mateus, capítulo 16, onde Jesus diz a Simão Pedro: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16, 18).
Após a proclamação do Evangelho, o Santo Padre, fez uma breve homilia, agora como Sucessor de Pedro. Em suas palavras, o Pontífice discorreu sobre três “movimentos” que devem acompanhar a vida cristã: o edificar, o caminhar e o confessar.
De acordo com Papa Francisco, o edificar está ligado à construção da Igreja, esposa de Cristo, que para ter consistência deve ser edificada sobre a Pedra ungida pelo Espírito Santo. Por segundo, o Santo Padre explicou sobre o caminhar.
“Caminhar na luz do Senhor. Caminhar, nossa vida é um caminho. Quando paramos, há de saber que algo não está bem. Caminhar sempre, na presença do Senhor. Tentando viver nessa irrepreensibilidade que o Senhor diz,” esclareceu o Pontífice.
Caminhar, edificar e confessar. Mas, não é uma coisa fácil porque no caminhar e construir, no confessar, às vezes, há problemas e movimentos que não são propriamente do caminho, mas nos levam para trás.
Quando caminhamos ou edificamos e confessamos sem a cruz, disse o novo Papa, não somos discípulos do Senhor, mas mundanos.
Por fim, o Pontífice agradeceu os dias anteriores de graça e convidou os católicos a caminharem na presença do Senhor, com a Cruz de Cristo e edificar a Igreja com o Seu sangue. O Papa fez votos de que todos os cristãos, com o Espírito Santo e a intercessão da Virgem Maria, possam caminhar, edificar e confessar Jesus Cristo”, rezou.
Durante o rito das “Preces dos fiéis”, elevou-se a Deus orações pelo novo Pontífice, assim como pelo Papa Emérito Bento XVI, suplicando a Deus que ele sirva a Igreja no recolhimento de uma vida dedicada à oração.
A Missa que inaugura o Pontificado do Papa Francisco será na próxima terça-feira, 19, às 05h30 (horário de Brasília), na praça São Pedro, em Roma. Será nesta celebração que o novo Papa receberá o anel do pescador e as demais insígnias papais. A celebração terá transmissão ao vivo pelo Sistema Canção Nova de Comunicação.
http://papa.cancaonova.com

quinta-feira, 14 de março de 2013

Novo Papa: Francisco



Foi eleito novo Papa na tarde desta terça-feira, 13 de março, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio que adotou o nome de Francisco. Ele tem 76 anos é o 265° sucessor de Pedro. Foi eleito no 5° escrutínio no segundo dia do Conclave.
"Annuntio vobis gaudium magnum: habemus Papam!”
Eminentissimum ac reverendissimum dominum, dominum, Giorgio Marium Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem Bergoglio, qui sibi nomen imposuit Francisco I.

O Cardeal Arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio,
Às 20hs12min do dia 13 de março de 2013 o protodiácono Jean-Louis Tauran proclamou a famosa fórmula do Habemus Papam, no balcão Central da Basílica de São Pedro.
Às 20h23 o recém-eleito assomou ao balcão central proclamando as seguintes palavras: "Irmãos e Irmãs, boa noite! Vocês sabem que o dever do Conclave era de dar um bispo a Roma. Parece que meus irmãos cardeais foram buscá-lo quase no fim do mundo. Mas, estamos aqui! Vos agradeço pela acolhida, à comunidade diocesana, ao seu bispo. Obrigado!"

Segundo o jornal Avvenire, de Roma, o novo Papa fez uma referência afetuoso ao Papa emérito Bento XVI , depois recitou a “Ave Maria” e o “Glória”. “Agora começamos este caminho, bispo e povo, um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre por nós, um pelo outro, por todo mundo, para que seja uma grande fraternidade. Desejo que esse caminho da Igreja que hoje começamos seja frutuoso para a evangelização desta bela cidade. Peço um favor a vocês: antes que o bispo abençoe o povo, peço que rezem ao Senhor para que me abençoe. Em silêncio, façam esta oração sobre mim”. Depois da bênção “Urbi et Orbi” ainda voltou a pedir: “ Rezem por mim . Nós veremos logo. Amanhã, quero ir rezar para pedir à Nossa Senhora para que proteja toda Roma. Bom repouso”.
http://www.cnbb.org.br

quarta-feira, 13 de março de 2013

17 março 2013 – 5º Domingo da Quaresma

Evangelho: (Jo 8, 1-11)Jesus foi para o monte das Oliveiras. De manhã, voltou para o Templo. Todo o povo se juntou em torno dele. E ele, sentado, se pôs a ensinar. Então os escribas e fariseus trouxeram uma mulher apanhada em adultério, colocaram-na no meio do círculo e disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés nos manda apedrejar as adúlteras f; mas tu o que dizes?” Perguntavam isto para testá-lo, a fim de terem do que o acus a primeira pedra”. E, inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão. Ao ouvirem isto, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos. Jesus ficou só, com a mulherar. Jesus, porém, inclinou-se e começou a escrever com o dedo no chão. Como insistissem em perguntar, ergueu-se e lhes disse: “Aquele de vós que estiver sem pecado atire-lhe que permanecia ali no meio. Erguendo-se, disse para a mulher: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Jesus lhe disse: “Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante não peques”.

COMENTÁRIO
Celebramos hoje o Quinto Domingo da Quaresma. No próximo domingo comemoramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, é o Domingo de Ramos. É a abertura da Semana Santa, quando estaremos celebrando os principais acontecimentos da nossa redenção.
Quaresma é tempo de conversão, oração, jejum e abstinência, mas é também tempo de meditar o amor de Deus Pai que tanto amou a humanidade, a ponto de dar o seu próprio Filho para salvá-la. Deus Filho, obediente ao Projeto de Salvação, assumiu a condição humana, foi julgado e condenado pelos homens.
Brincar de jurado, criticar e julgar são os passatempos preferidos do ser humano. O evangelho de hoje não é diferente. Mais uma vez, o Salvador é colocado a prova pelos fariseus e doutores da lei. A mulher adúltera é usada como argumento para testar Jesus e fazê-lo cair em contradição. Jesus porém, aproveita a oportunidade para mostrar que o amor de Deus não tem limites.
Importante ressaltar algumas coisas deste evangelho: João inicia dizendo que Jesus foi rezar no monte das Oliveiras. Habitualmente Jesus fazia isso. A oração estava presente em seu dia-a-dia. Primeiro preparou-se espiritualmente e depois voltou ao templo para ensinar.
A ação é complemento da oração. Esse exemplo de Jesus mostra que o trabalho deve ser precedido pela oração. Este gesto confirma suas palavras: "Nem só de pão vive o homem". A oração sem o gesto concreto não tem valor, assim como, as grandes obras filantrópicas são vazias sem a oração.
O objetivo dos fariseus era desmoralizar Jesus. Se ele perdoasse aquela mulher, poderiam acusá-lo de ir contra a lei e, se a condenasse, teriam um excelente argumento para comprovar que Jesus não era bem aquilo que diziam. Procuravam uma forma de mostrar que Jesus também tinha o seu lado cruel.
O evangelista frisa que Jesus agachou-se. Agachar-se e escrever no chão, significa isolar-se de tudo que está acontecendo ao redor, significa indiferença. Com essa atitude, Jesus quis demonstrar que não desejava se intrometer naquele julgamento, pois sabia das verdadeiras intenções daquelas pessoas.
Diante de tanta insistência para que opinasse a respeito, Jesus dá a resposta certa, apesar de não ser a esperada: "Quem estiver sem pecado, pode atirar a primeira pedra". Essas palavras tiveram o efeito de uma ducha super-gelada, mexeram com a consciência de cada um.
Nenhuma pedra foi atirada. Discretamente foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, talvez por acumularem mais pecados que os jovens. Jesus já nos avisou sobre os efeitos nocivos do pecado. Certamente essa mulher merecia punição, mas não pelas mãos de outros pecadores.
Jesus condena o pecado, mas perdoa o pecador, prega igualdade e justiça sem perder a mansidão. Não diz que não devem apedrejar para não se por contra a lei, mas também não manda apedrejar, pois não veio para julgar, mas sim para recuperar o que estava perdido.
Jesus prega a igualdade e condena a justiça machista dos fariseus, branda demais para com os homens e extremamente rigorosa para com as mulheres. Ao dizer "Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais", Jesus resgata a dignidade da mulher, e mostra que o arrependimento é o preço do perdão, pois a misericórdia de Deus está acima dos nossos pecados.

terça-feira, 12 de março de 2013

A primeira fumaça!

Cidade do Vaticano (RV) - Era exatamente 19hs41min desta terça-feira feira, 12 de março, quando a fumaça, indicando a primeira votação do Conclave, saiu através da chaminé instalada no telhado da Capela Sistina. Uma abundante fumaça que, mesmo sendo preta, provocou alvoroço na multidão que enchia a Praça São Pedro.

Esta cena, acompanhada pelos quatro cantos da terra graças às transmissões exclusivas do Centro Televisivo Vaticano e aos milhares de jornalistas presentes em Roma, foi o coroamento de um dia cercado de emoções e expectativas, que teve início com a chegada dos Cardeais na Casa Santa Marta a partir das 7 horas da manhã, seguido da Missa Pro Eligendo Pontefice.

Na parte da tarde, exatamente às 17hs34min, as portas da Capela Sistina foram fechadas dando início ao Conclave.

A cerimônia de juramento e o ‘extra omnes’ (todos fora!), concluíram a celebração desta tarde que teve início às 16hs30min com a procissão na Capela Paulina até a Capela Sistina, enquanto os Cardeais entoavam a Ladainha de Todos os Santos. Após entrar no local do Conclave, os Cardeais eleitores cantaram o ‘Veni Creator’, invocando o Espírito Santo. Fechadas as portas, todas as atenções se voltaram para a chaminé instalada no telhado da Capela Sistina, à direita da Basílica de São Pedro.

Uma multidão de fiéis, jornalistas e curiosos começou a encher a Praça São Pedro desde o final da tarde para acompanhar através de telões o ingresso dos Cardeais na Capela Sistina. O mau tempo em Roma não afastou os presentes, que com seus guarda-chuvas coloridos produziram um espetáculo à parte. Todos estavam com grande expectativa de olho na chaminé, aguardando o resultado da primeira votação da tarde, e, a primeira do Conclave. E esta primeira fumaça nao decepcionou, nem pela cor e nem pelo tempo, pois foram cerca de 5 minutos de uma abundante e densa fumaça, para alegria geral.

A forma como é realizada a eleição dos Papas, cercada de segredos e com rituais que atravessam séculos, enche de mistério todo o processo, que acaba se tornando um acontecimento planetário, não somente pela universalidade da Igreja Católica, mas pela peculiaridade destes ritos. A fumaça que sai pela chaminé instalada no telhado da Capela Sistina, indicando ou não a eleição do novo Pontífice em determinada votação, é um dos exemplos disto. (JE)

http://pt.radiovaticana.va/

Missa dá início aos trabalhos do Conclave

Missa “Pro Eligendo Romano Pontífice” abriu o 75º Conclave
Kelen Galvan
Da Redação
Cardeal decano Angelo Sodano
Cardeal decano Angelo Sodano
O Conclave foi aberto, na manhã desta terça-feira, 12, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, com a MissaPro Eligendo Romano Pontífice. A celebração tem esse nome porque trata-se da eleição do bispo de Roma, o Papa, aquele que tem a missão de cuidar das outras Igrejas no mundo.
A Missa foi presidida pelo Cardeal Decano do Colégio Cardinalício, Angelo Sodano. Participaram os 115 cardeais eleitores, os quais, nesta tarde, iniciam as votações para a escolha do novo Papa.
Esse Conclave é o 75º desde o primeiro, realizado em 1274, instituído da forma como o conhecemos hoje.
Na homilia, o Cardeal Sodano agradeceu, de forma especial, ao Pontificado de Bento XVI e toda sua dedicação como Sucessor de Pedro, pedindo ao Senhor que conceda, em breve, outro pastor para conduzir a Sua Igreja.
Ao refletir sobre a liturgia desta terça-feira, o Cardeal Angelo Sodano, afirmou que as leituras nos ajudam a compreender melhor a missão que Jesus confiou a Pedro e a seus sucessores.
A primeira leitura (Is 61, 1-3a.6a.8b-9) é uma profecia dirigida ao povo de Israel destinado ao exílio da Babilônia, explicou o cardeal. “Deus anuncia para o povo de Israel o envio de um Messias cheio de misericórdia. Um Messias que poderá dizer: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, enviou-me a levar a boa notícia aos humildes, curar os corações feridos, anunciar aos cativos a redenção’. O cumprimento de tal profecia realizou-se plenamente em Jesus, vindo ao mundo para tornar presente o amor do Pai pelos homens”, destacou.

Missa pro Eligendo Pontífice abre retiro do Conclave (Foto: Clarissa Oliveira / CN Roma)

Ao refletir sobre a segunda leitura (Ef 4, 11-16), Cardeal Sodano ressaltou o apelo à unidade da Igreja e afirmou que todos devemos colaborar, edificar a unidade da Igreja. “Porque para realizá-la é necessária a colaboração de cada conexão, segundo a energia própria de cada membro. Todos nós somos chamados a cooperar, em particular, com o Sucessor de Pedro, para obter essa unidade”.
Por fim, o Cardeal comentou o Evangelho (Jo15, 9-17), o qual nos conduz à Última Ceia, quando o Senhor diz aos Seus apóstolos: “Esse é o meu mandamento: ‘que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei’”.
“O texto se une à primeira leitura do profeta Isaías, sobre o agir do Messias para recordamos que a atitude fundamental dos pastores da Igreja é o amor. Aquele amor que nos impele a oferecer a própria vida pelos irmãos. A atitude fundamental de todo bom pastor é, portanto, dar a vida por suas ovelhas”, explicou.
O cardeal concluiu a homilia, recordando as palavras de Bento XVI: “O serviço da caridade é uma missão constitutiva da missão da igreja e é uma missão irrenunciável de sua própria essência”, e afirmou que a missão da caridade é própria dos pastores da igreja de Roma. “Rezemos ao Senhor para que nos conceda um Pontífice para tão grande missão”.
Os trabalhos do Conclave terão início à tarde. Às 12h30 (horário de Brasília – 16h30 em Roma), os cardeais entrarão na Capela Sistina em procissão e farão o juramento. Em seguida, as portas serão fechadas e terá início a primeira votação do Conclave.

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segunda-feira, 11 de março de 2013

Como Funciona o Conclave?


Cardeais concluem congregações gerais: grande expectativa para início do Conclave nesta terça-feira



Cidade do Vaticano (RV) - Realizou-se na manhã desta segunda-feira, na Sala nova do Sínodo, a décima e última Congregação Geral dos cardeais em vista do Conclave que terá início nesta terça-feira. O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, concedeu coletiva aos jornalistas no início desta tarde.

Em primeiro lugar, Pe. Lombardi disse que este último encontro era ocasião para dar aos jornalistas uma série de informações e de detalhes sobre o que haverá nos próximos dias.

A Congregação desta manhã foi a décima: estavam presentes 152 cardeais. No início deste encontro foram sorteados os novos membros da Congregação particular, que devem alternar-se a cada três dias, e os sorteados hoje permanecem na função também durante o Conclave e por isto é constituída por cardeais eleitores.

Os três sorteados que acompanham o Camerlengo foram o Cardeal Antonios Naguib, pela Ordem dos Bispos; Cardeal Marc Ouellet, pela Ordem dos Presbíteros, e o Cardeal Francesco Monterisi, pela Ordem dos Diáconos. Os três purpurados foram escolhidos por sorteio, não por eleição, e permanecendo na função por três dias, se fará o sorteio de outros três, se o Conclave durar mais dias.

Foi uma manhã rica de pronunciamentos, porque, sendo a última Congregação Geral, ainda havia muitas pessoas inscritas para falar. Ao todo, foram 28 pronunciamentos, num total de 161 durante as congregações gerais destes dias.

Portanto, teve-se uma ampla participação, embora talvez alguns desejassem uma duração mais longa. Porém, a Congregação votou não fazer uma congregação na parte da tarde, porque os cardeais têm que se preparar para a transferência para a Casa Santa Marta, onde estarão alojados, e para o Conclave.

Portanto, o Colégio cardinalício preferiu concluir as consultas, inclusive reduzindo um pouco a duração dos pronunciamentos.

Dentre os temas abordados durante estes pronunciamentos, destacam-se a situação do Ior (Instituto para as Obras de Religião), com uma breve exposição feita pelo Cardeal Tarcisio Bertone, que na qualidade de presidente do Conselho cardinalício de superintendência, completou a série de pronunciamentos sobre situações econômicas, das quais já se tratou na semana passada. Em seguida, falou-se sobre a natureza do Instituto, do procedimento de inserção no sistema internacional de fiscalização de Moneyval, dentre outros.

Em seguida foram abordados outros temas, mas, em particular, sendo o último encontro, falou-se sobre as expectativas em relação ao Santo Padre, portanto, o perfil e a expectativa em relação ao Pontífice.

Esta tarde tem lugar o juramento daqueles que trabalharão no Conclave, previsto pela Constituição apostólica Universi Dominici gregis, n. 48 e seguintes. O juramento terá lugar na Capela Paulina, às 17h30 locais, e será presidido pelo Cardeal camerlengo.

O juramento será feito por cerca de 90 pessoas, que é o número das pessoas que auxiliam os cardeais durante o Conclave. Uma das figuras fundamentais é o secretário do Colégio cardinalício, que não é um purpurado e assiste os cardeais durante o Conclave (função esta que será desempenhada pelo Arcebispo Lorenzo Baldisseri, ndr); outra função de relevo diz respeito ao Mestre das Cerimônias e aos cerimoniários; além destes, os religiosos e religiosas encarregados da sacristia do Conclave, a sacristia papal.

Ademais, encontram-se também os religiosos para as confissões, médicos e enfermeiros, pessoal do serviço de refeitório e de limpeza na Casa Santa Marta, serviços técnicos, motoristas do microônibus com o qual os cardeais se deslocam da Casa Santa Marta à residência apostólica, pessoal da Guarda Suíça e da Gendarmaria preposto à segurança.

Em suma, trata-se de toda uma série de pessoas que ajudam, colaboram no âmbito da Capela Sistina e Casa Santa Marta e, portanto, devem fazer o juramento de reserva, como previsto pela Constituição apostólica.

Nesta terça-feira pela manhã, às 10h locais, será celebrada na Basílica de São Pedro a missa "pro eligendo Romano Pontifice". O presidente da celebração é o cardeal decano, Angelo Sodano; concelebram todos os cardeais, não somente os eleitores. A homilia será feita em italiano.

No conclave passado a missa "pro eligendo Pontifice" durou 1 hora e 40 minutos, portanto, é presumível que a missa desta terça-feira não passe de duas horas. Não haverá bilhetes para a participação dos fiéis; a entrada será livre para todos que conseguirem entrar na Basílica Vaticana. A entrada para o Conclave é detalhadamente descrita no Ordo rituum conclavis.

No que concerne a esta eleição, amanhã, às 16h30, se terá a procissão dos cardeais da Capela Paulina até a Capela Sistina. Precedentemente os cardeais eleitores terão se transferido da Casa Santa Marta à Capela Paulina. Antes da procissão haverá uma oração comum. (RL)

Fonte: Radio Vaticano


sexta-feira, 8 de março de 2013

Bote a Fé no chão da vida!

Programar um " ano da fé" não foi artifício de propaganda nem mera estratégia de marketing religioso do Papa Bento XVI. É chamado á vida mobilizando o povo de Deus para renovar o entusiasmo de crer em jesus Cristo, único salvador dos homens e do mundo.
Renovado o entusiasmo, assumimos com mais firmeza e alegria nosso ser e viver em Cristo, mediante comportamentos e iniciativas concretos. Até mesmo rezando mais vezes o símbolo da fé: o Credo. Rezar através da fé: na intenção de alcançar esse dom divino. Rezar com fé, colocando-a como porta do coração e da mente para as orações. Rezar na fé, deixando sua luz iluminar as situações e problemas.
É entusiasmo concreto participar de modo mais ativo e consciente na comunidade paroquial, quem sabe por pequenos serviços. Se houver fracasso, comodismo e apatia numa comunidade cristã, é preciso repensar e  reavivar sua vivência na fé. O comodismo individualista na prática religiosa periga ser uma forma de "descrença".
A busca legítima do conforto, do bem-estar, da diversão, do trabalho pode gerar obstáculos á busca do bem absoluto: Deus. Deve ser triste alguém não sentir mais a necessidade de buscar, de perguntar por Deus. de permitir que Ele nos ame e que sua lei de amor influencie a convivência social.
Um mundo sem deus é desumano e des-humaniza. Igreja, comunidade, discípulos são acossados pelas ondas do materialismo, da indiferença religiosa, da cultura de desprezo á vida á dignidade da pessoa humana, aos valores da família etc, O afã do consumo vicia também a  experiência do sagrado, manipulando carência afetivas e  precisões financeiras em certos cultos. Fechados na postura individualista, muitos se deixam influenciar pelos engodos da mídia poderosa e dos prazeres. É correnteza!
Se quiser viver a fé de modo coerente, o discípulo de Jesus não pode se acovardar em face de pressões das mudanças nem temer os "ateus agressivos" da moda buscando notoriedade. a fé não é receita mágica de escolhas fáceis, prazerosas e de resultados imediatos. É caminho do discernimento pessoal na escolha do que é justo e honesto.
A fé em Cristo redireciona o ser humano egoísta para o seu verdadeiro horizonte: Deus, sua origem e fim. E a primeira ferramenta do anúncio da fé é o testemunho: no peito eu levo uma cruz; no meu coração o que disse Jesus!

Fé e vida se entrelaçam no Evangelho: vive-se a vida na fé!

Pe. Antônio Clayton SantAnna,
Revista de Aparecida

quarta-feira, 6 de março de 2013

10 março 2013 – 4º Domingo da Quaresma


Evangelho: (Lc 15, 1-3.11-32)
 
Todos os publicanos e os pecadores se aproximavam de Jesus para ouvi-lo. Os fariseus e escribas resmungavam, dizendo: “Este homem acolhe os pecadores e come com eles”. Então Jesus lhes contou a seguinte parábola: “Um homem tinha dois filhos. O mais jovem disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Depois de alguns dias, o filho mais jovem juntou tudo e partiu para uma terra distante. Lá dissipou os seus bens numa vida desregrada. Depois de gastar tudo, houve grande fome naquela terra e ele começou a passar necessidade. Ele foi pôr-se ao serviço de um dos cidadãos daquela terra, que o mandou para os seus campos cuidar dos porcos. Desejava encher o estômago com o que os porcos comiam, mas ninguém lho dava. Caindo em si, disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão em abundância, e eu aqui morro de fome! Vou partir em busca de meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’. Então se levantou e voltou para a casa do pai. Ainda longe, o pai o viu e ficou comovido. Correu-lhe ao encontro e o abraçou, cobrindo-o de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho’. Mas o pai falou para os escravos: ‘Trazei depressa e vesti nele a túnica mais preciosa, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um bezerro bem gordo e matai-o. Vamos comer e nos alegrar, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, quando se aproximava da casa, ouviu a música e as danças. Chamando um dos criados, perguntou do que se tratava. O criado respondeu: ‘Teu irmão voltou, e teu pai mandou matar o bezerro gordo porque o recuperou são e salvo’. Ele ficou indignado e não queria entrar. Então o pai saiu e insistiu que entrasse. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos eu trabalho para ti, sem nunca desobedecer uma ordem tua, e nunca me deste sequer um cabrito para festejar com os meus amigos. E agora que voltou este teu filho, que devorou tua fortuna com prostitutas, matas para ele o bezerro gordo’. O pai lhe explicou: Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso fazer festa e alegrar-se, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida; tinha-se perdido e foi encontrado”.
COMENTÁRIO
Hoje é Domingo, dia do Senhor e aqui estamos para juntos, vivermos sua Palavra. Já estamos, praticamente, na metade do período da quaresma. Mais três semanas e estaremos comemorando o dia da salvação, o dia da Páscoa do Senhor.
O Domingo de Páscoa é o grande dia para o cristão, o grande dia para a humanidade. O Pai, como prova de seu infinito amor, entregou seu próprio Filho para nos salvar. O Filho, vencendo a morte, voltou ao Pai e tornou real o seu sonho de reconciliação.
 
Neste evangelho vemos que bastou ter de volta um único filho para o pai fazer uma grande festa. Imagine então como será a festa de Deus Pai para receber seus milhares de filhos. Mais que uma túnica, mais do que um anel e uma sandália, vai receber amor e carinho o filho que se arrepender, que pedir perdão, e voltar. Será recebido de braços abertos e com muita alegria.
 
Os fariseus e os mestres da lei viviam observando e seguindo os passos de Jesus, para poder acusá-lo. E, para não fugir da rotina, no episódio de hoje, eles criticam Jesus por acolher pecadores e por comer com eles.
 
Para explicar porque veio, e para demonstrar a infinita misericórdia de Deus, Jesus conta a mais bela e comovente parábola de todo evangelho. Apesar de chamar-se a parábola do filho pródigo, nós não vamos analisar o comportamento do filho, mas sim a atitude do Pai. Esta passagem devia chamar-se a parábola do Pai misericordioso.
 
O filho mais novo representa cada um de nós, assim como, o comportamento do irmão mais velho tem tudo a ver com o nosso modo de ser. Somos humanos e por isso, chegamos até achar normal sua reação. No entanto, é quase impossível entendermos o amor desse Pai logrado, ludibriado pelo próprio filho. Coloque-se no lugar desse pai e imagine qual seria a sua reação.
 
Receber o filho sem um belo sermão? Sem exigir desculpas e sem pedir de volta tudo aquilo que ele levou? Esse Pai, nem de longe, se preocupou com essas coisas. Sua única preocupação era com o bem estar daquele filho desmiolado que partiu, que esbanjou a sua herança e que caiu na miséria.
 
Quando o jovem não tinha mais nada, nem sequer um centavo, foi cuidar de porcos. Essa era uma das mais humilhantes ocupações daquele tempo, pois o porco era considerado um animal impuro. Aos pecadores, aos miseráveis e marginalizados, era reservada a tarefa de cuidar dos porcos.
 
Diariamente o Pai ia esperá-lo. Sonhava poder revê-lo e apertá-lo junto ao peito. Olhava ao longe sem perder a esperança de reencontrar seu filho, até que finalmente o avistou. O jovem deveria estar malcheiroso, sujo e suado da viagem. Nem por isso o Pai deixou de correr ao seu encontro e recebê-lo com beijos e abraços.
 
Um Pai misericordioso e cheio de bondade que, diante das primeiras palavras, diante do primeiro sinal de arrependimento do filho... perdoou. Era tudo o que queria. Seu filho arrependido estava ali, em seus braços. Gratuitamente, numa demonstração de extremo amor, acolheu aquele que estava perdido e fora encontrado, que estava morto e revivera.
 
Veja que boa notícia: apesar dos pecados que nos tornam sujos e mal-cheirosos, Deus Pai nos ama e, de braços abertos, espera pacientemente por você e por mim. Basta o arrependimento e o desejo de aproximação para participar da Grande Festa que Ele preparou.
 
Além de túnica, sandália e anel, milhares de abraços e beijos estão reservados para quem seguir o exemplo desse jovem e pedir perdão e que, a exemplo do Pai, também souber perdoar.
 

jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br