domingo, 28 de abril de 2013

Papa Francisco aos jovens: "Arrisquem a vida por grandes ideais"


Neste domingo, 28 de abril, Papa Francisco presidiu uma missa na qual crismou 44 jovens dos cinco continentes. A celebração se insere na programação organizada pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização no âmbito do Ano da Fé. O forte sol e calor desta manhã de primavera contribuíram e a Praça São Pedro ficou tomada por 100 mil fiéis, em grande maioria, jovens.
Na homilia, o Papa propôs à reflexão três pensamentos, simples e breves, inspirados nas leituras do dia.
O primeiro partiu da visão de São João da ação do Espírito Santo, que ao trazer-nos a novidade de Deus, vem a nós e faz novas todas as coisas: transforma-nos e através de nós, quer transformar também o mundo onde vivemos. Prosseguindo, Francisco exortou:
“Abramos-Lhe a porta, façamo-nos guiar por Ele, deixemos que a ação contínua de Deus nos torne homens e mulheres novos, animados pelo amor de Deus. Como seria belo se cada um de vós pudesse, ao fim do dia, dizer: Hoje na escola, em casa, no trabalho, guiado por Deus, realizei um gesto de amor por um colega meu, pelos meus pais, por um idoso”.
A novidade de Deus, disse, “não é como as inovações do mundo, que são todas provisórias, passam e procuramos outras sem cessar. A novidade que Deus dá à nossa vida é definitiva; e não apenas no futuro quando estivermos com Ele, mas já hoje”.
O segundo pensamento se inspirou na Primeira Leitura, quando Paulo e Barnabé afirmam que “temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus”.
“O caminho da Igreja e também o nosso caminho pessoal de cristãos não são sempre fáceis”, disse, advertindo que “seguir o Senhor, deixar que o seu Espírito transforme nossas zonas sombrias, nossos comportamentos em desacordo com Deus e lave os nossos pecados é um caminho que encontra obstáculos fora de nós, no mundo onde vivemos e que muitas vezes não nos compreende”.
“Mas as dificuldades e tribulações fazem parte da estrada para chegar à glória de Deus” - concluiu.
No último ponto, Francisco convidou todos, especialmente os crismandos e crismandas, a permanecerem firmes no caminho da fé, com segura esperança no Senhor:
“Este é o segredo do nosso caminho. Ele nos dá coragem para ir contra a corrente: faz bem ao coração, mas é preciso coragem!”. O Papa ressalvou que isto é verdade principalmente quando nos sentimos pobres, fracos ou pecadores, porque Deus proporciona força à nossa fraqueza, riqueza à nossa pobreza, conversão ao nosso pecado.
Francisco terminou a homilia usando a mesma expressão de Papa Wojtyla, em 1978:
“Abramos – escancaremos - a porta da nossa vida à novidade de Deus que nos dá o Espírito Santo, para que nos transforme, nos torne fortes nas tribulações, reforce a nossa união com o Senhor, o nosso permanecer firmes Nele: aqui está a verdadeira alegria”.
Dirigindo-se ainda aos jovens, acrescentou: “Joguem a vida por grandes ideais. Apostem em grandes ideais, em coisas grandes; não fomos escolhidos pelo Senhor para ‘coisinhas pequenas’, mas para coisas grandes!”.
Após a homilia, os jovens se aproximaram do Pontífice para o rito da Confirmação. O brasileiro Victor Chaves Costa Lima, de 16 anos, foi um dos que nesta cerimônia, expressaram a sua plena e livre decisão de aderir à fé batismal.
DOM, 28 DE ABRIL DE 2013 15:17POR: CNBB/RADIO VATICANO

sexta-feira, 26 de abril de 2013

28 abril 2013 – 5º Domingo da Páscoa


Evangelho: (Jo 13, 31-33a.34-35)
Assim que Judas saiu, disse Jesus: “Agora o Filho do homem foi glorificado e Deus nele. Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará em breve. Filhinhos, só por pouco tempo estarei convosco. Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros. Assim como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.
COMENTÁRIOEstamos nos aproximando do dia das mães, no próximo mês celebraremos a rainha do lar, e neste evangelho parece que Jesus quer prestar sua homenagem a todas elas. Jesus, com uma ternura materna, chama seus amigos de filhinhos e nos fala de coisas alegres, fala de glória, vida e amor.
Jesus sabe que chegou a sua hora e conversa com seus discípulos. O evangelista narra uma despedida entre pessoas que se amam. A atitude de Jesus é igual daquela mãe que precisa viajar e que vai ficar um bom tempo longe da família. Aproveita até o último minuto para passar orientações aos filhos.
Já está na hora de partir, é a última chamada para o embarque, e a mãe está ali, passando ainda as últimas instruções. Cuide-se! Evite hambúrgueres e refrigerantes, não durma tarde e nem até tarde! Despedida entre pais e filhos parece gravação. As palavras, usadas na despedida, parecem sempre as mesmas.
Não é o que acontece com Jesus. Ele usa palavras profundas. Seu ensinamento agora é para valer, sua preocupação é muito maior do que parece. Vai deixar seus discípulos, os seus filhinhos, à mercê dos inimigos e sabe que só no amor poderão encontrar forças, só a união poderá salvá-los.
Tente imaginar a cara dos amigos de Jesus: deviam estar desanimados, sentindo-se desamparados, talvez com uma vontade enorme de chorar e de acompanhar o Mestre, mas ainda não era chegada a hora, não estavam entendendo nada do que estava acontecendo, nem preparados para enfrentar a realidade.
Jesus sabia até onde poderiam chegar. Eram tão limitados... muito parecidos conosco. Certamente iriam fraquejar na hora de demonstrar força e toda sua fibra. Jesus sabia também que só o tempo, a união, a convivência fraterna e a ação do Espírito Santo poderiam mudar aqueles homens. Jesus também fala de glórias.
Deus Pai dá glória ao Filho, e Jesus com sua obediência, com seu gesto de aceitação e amor, glorifica o Pai entregando-se à morte para redimir a humanidade. A cruz é para Jesus uma forma de glorificação, pois foi através dela que venceu o pecado e a morte. Coisas profundas, difíceis de entender.
Não eram somente os apóstolos que não estavam entendendo nada, nós também nunca entenderemos o porquê de tanto sofrimento. Entregar-se aos malfeitores, submeter-se às humilhações e até mesmo à morte para salvar a todos, inclusive aqueles que queriam matá-lo. Como entender isso?
Nunca entenderemos, porém, com um pouco de boa vontade, podemos pelo menos, perceber o tamanho do amor de Jesus por nós. Esse é o amor que Jesus pede a cada um de nós, seus discípulos. Um amor sem medidas, enorme! Um amor capaz de trazer a paz e a salvação; um amor capaz de devolver a vida ao irmão.
"Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei!" Jesus não manda simplesmente amar, tem que ser do seu jeito, da sua maneira. Quem souber amar com essa intensidade estará testemunhando que um novo céu e uma nova terra já começaram.
"Amem-se uns aos outros, essa será a grande prova que vocês são meus discípulos". Realmente, Jesus tem toda razão, não basta carregar no peito, um crachá escrito “cristão” e a Bíblia debaixo do braço, sem viver a aproximação e a partilha. O que identifica o cristão é o amor. Essa é a mensagem de Jesus.
Ele manda amar sem restrições, sem olhar raça, cor ou classe social. Jesus quer que amemos também aqueles à quem relutamos dar amor. O jeito novo de Jesus manda amar da forma como amam as mães; sem restrições, sem divisões... amar não só porque o outro merece, mas sim, porque ele precisa do nosso amor.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Terapia do Elogio



Infelizmente, as pessoas de um modo geral, estão cada vez mais intolerantes e se desgastam valorizando os defeitos uns dos outros. Por isso, os relacionamentos de hoje são instáveis e duram cada vez menos.
A ausência de elogio está cada vez mais presente nas famílias, nos relacionamentos... Não vemos mais tantos casais se elogiando, pais e filhos se elogiando, amigos se elogiando, chefes elogiando seus subordinados...
Essa ausência de elogio tem afetado muito as famílias e a sociedade. A falta de diálogo nos lares e o excesso de orgulho impedem que as pessoas digam o que sentem umas as outras. Assim, algumas pessoas acabam fracassando nos relacionamentos e procurando em outras pessoas o que não encontram dentro de si, dentro de seus lares!
Na verdade, todos nós nos entristecemos pouco a pouco, quando não somos reconhecidos, afagados, elogiados... ninguém é tão forte que possa dispensar o reforço positivo das pessoas queridas, quando essas nossas qualidades e nossos esforços em sermos melhores!
Vamos começar a valorizar ainda mais nossa família, nossos amigos, nossos alunos, nosso próximo...
Vamos elogiar mais as pessoas que estão ao nosso lado e convivem conosco no nosso dia a dia! Afinal, pequenas atitudes sempre trazem ótimos resultados. Portanto vamos observar o que as pessoas gostam: o profissional gosta de reconhecimento, o filho gosta de reconhecimento, o pai e a mãe gostam de reconhecimento, os amigos gostam de reconhecimento, nós gostamos de reconhecimento!!!
Enfim, vivemos numa sociedade em que uns precisam dos outros e todos querem se sentir queridos, amados, valorizados de alguma forma!
Os elogios são motivações na vida de qualquer pessoa. Por isso, elogie mais, elogie sempre!
(Arthur Nogueira, psicólogo) 

Elogie! Elogie! Elogie!

Todos NÓS queremos





sexta-feira, 19 de abril de 2013

21 abril 2013 – 4º Domingo da Páscoa

Evangelho: (Jo 10, 27-30)
Jesus disse: “Minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna e elas nunca morrerão, e ninguém as arrancará de minha mão. Meu Pai que me deu as ovelhas é maior do que todos, e ninguém poderá retirá-las da mão do meu Pai. Eu e o Pai somos um”.
COMENTÁRIO
Na liturgia de hoje, nós comemoramos o Bom Pastor, aquele que conhece, que guarda e que ama suas ovelhas.
A figura do pastor é bastante mencionada nos textos bíblicos. Sabemos que Moisés, Jacó, Davi, Amós, Abel, filho de Adão e Eva e muitos outros personagens eram pastores. O próprio Messias é profetizado como um pastor, aquele que vem para unir o rebanho, trazer a paz e a justiça para o povo.
De fato, Jesus se apresenta como o Bom Pastor e, no evangelho de hoje, com muito carinho, Jesus fala das suas ovelhas. Diz que conhece uma por uma e que elas conhecem a sua voz, por isso confiam nele e o seguem aonde quer que ele vá.
Jesus diz ainda: Eu dou a vida eterna para as minhas ovelhas, elas nunca morrerão. O mundo perverso e pecador pode perseguir e martirizar as minhas ovelhas, mas nunca conseguirá destruí-las. Elas jamais se perderão!  
As ovelhas de Jesus somos todos nós, é a própria Igreja. Essa Igreja é eterna e jamais as portas do inferno prevalecerão sobre ela. O rebanho de Jesus está seguro. Se permanecemos próximos Dele, nenhum mal poderá atingir-nos.
Eu e o Pai somos um! Esta afirmação de Jesus pode ser complementada assim: "temos a mesma natureza divina, somos um só Deus". Neste evangelho Jesus dá um claro testemunho de sua divindade.
Eu amo as minhas ovelhas e elas serão minhas para sempre. Essas palavras de Jesus são de fato, uma promessa de vida plena para quem deixar-se amar e seguir os passos do Bom Pastor, nesta caminhada terrena.
O Bom Pastor é a essência do amor. É capaz de dar a vida por suas ovelhas. No entanto, existem também os pastores profissionais, pessoas que não fazem seu trabalho por amor, mas sim por conveniência, por dinheiro, por interesses pessoais ou de grupos empresariais e políticos.
Quantos falsos pastores encontramos no nosso dia-a-dia. São mercenários disfarçados de pastores. Na verdade são os aproveitadores que fazem da religião sua fonte de renda. São lobos disfarçados de cordeiros que, em nome de Jesus vendem saúde, emprego e vida farta. Vendem uma cruz mais leve. Por preços módicos, oferecem cruzes de “isopor”.
Cuidado com esses pastores! O verdadeiro Pastor anuncia um Reino de paz, de justiça e de fraternidade. Em seus ombros Ele carrega os pobres, os pequenos e os excluídos. Seguir o Bom Pastor é uma questão de opção e renúncia. A vida eterna não depende de talão de cheque ou da conta bancária. A Glória Eterna está reservada para quem viver o amor.
A verdade é que os caminhos do Bom Pastor são difíceis, estreitos e pedregosos. Não é fácil segui-lo e chegar às verdes pastagens, porém, foi isto que Ele disse: "Quem quiser ganhar a vida eterna tome sua cruz e me siga".
O verdadeiro cristão sabe que o dinheiro é necessário para a sua subsistência e da comunidade, mas deve saber também que o dinheiro não é capaz de amenizar e, muito menos, de eliminar o peso da cruz. Por tudo isso, abra bem os olhos e tape seus ouvidos, quando quiserem vender-lhe Jesus.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Alma de Cristo


No texto autógrafo, Inácio de Loiola encabeça o livro dos Exercícios Espirituais com a oração “Alma de Cristo”. Uma oração antiga, pois aparece em vários códices do século XIV, e à qual ele tinha especial devoção.
Esta oração pode nos ajudar a situar-nos na realidade mais profunda de cada um e, desse modo, estabelecer um diálogo sincero com Deus.
Com o coração aberto e a coragem de estar na presença do Pai Misericordioso com as dúvidas que, por vezes, inquietam o nosso coração, rezemos:
Alma de Cristo, santificai-me.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro de Vossas chagas, escondei-me.
Não permitais que me separe de Vós.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora da minha morte, chamai-me.
E mandai-me ir para Vós, para que Vos louve com os vossos
Santos, por todos os séculos dos séculos.
Amém

Alma de Cristo, santificai-me. Os problemas da alma, isto é, a falta de ânimo, o cansaço de viver, o relaxamento na vida espiritual, a desesperança diante das próprias limitações às vezes nos atingem... Então precisamos dizer: Alma de Cristo, santificai-me.

Corpo de Cristo, salvai-me. Os problemas do corpo são tantos!Quando sentimos que o corpo é um obstáculo e uma dificuldade; quando sentimos a contradição entre o que queremos e o que fazemos, entre os desejos e a realidade; quando se constata a falta de força física e as limitações que nos invadem... Então precisamos dizer: Corpo de Cristo, salvai-me!

Sangue de Cristo, inebriai-me. Os problemas da tibieza, do cálculo exagerado poupando a própria vida e relacionamentos... A experiência do egoísmo, da busca do bem-estar e da comodidade; quando percebemos que falta generosidade e maior compromisso na vida; quando sentimos a desolação tomar conta de nós... Então precisamos dizer: Sangue de Cristo, inebriai-me!

Água do lado de Cristo, lavai-me. O problema do pecado e da faltas repetidas... Quando as mesmas recaídas e os hábitos maus se impõem; quando a mentira e o engano parecem sobrepor-se ao verdadeiro sentido da vida; quando o passado negativo pesa demasiado e nos faz sentir sujos e malvados... Então precisamos dizer: Água do lado de Cristo, lavai-me!

Paixão de Cristo, confortai-me. Os problemas da dor ; as dificuldades exteriores e interiores, próprias e alheias; a dificuldade de controlar os próprios sentimentos, os medos, os aborrecimentos e as tristezas; o temor frente às dificuldades e o pavor frente à dor... Quando sentimos algo disso, então precisamos dizer:Paixão de Cristo, confortai-me!

Ó bom Jesus, ouvi-me. Os problemas da oração ... Quando a própria oração se transforma em problema e parece que a fé e o amor enfraquem; quando não rezamos ou nos sentimos longe do Senhor e parece que Ele já não nos escuta; quando duvidamos até da sua infinita misericórdia... Então precisamos dizer: Ó bom Jesus, ouvi-me!

Dentro de Vossas chagas, escondei-me. O s problemas da superficialidade e consciência de não viver em profundidade... O deixar-se levar pelos condicionamentos pessoais e sociais... Quando nos sentimos escravos das circunstâncias que nos rodeiam e perdemos nossos sonhos melhores; quando percebemos que falta coerência e apenas cumprimos funções sem profundidade e convicção... Então precisamos dizer: Dentro de Vossas chagas, escondei-me!

Não permitais que me separe de Vós. Os problemas da afetividade espiritual ... Quando não se compreende e apenas se sente; quando falamos e nada comove; quando a fé se torna demasiado fria e racional; quando a pessoa de Jesus se torna apenas um conceito, uma idéia; quando perdemos a alegria e a bondade e sentimos que a tristeza e o cinismo invade o nosso interior... Então precisamos dizer:
Não permitais que me separe de Vós!
Do espírito maligno, defendei-me. Os problemas de situações difíceis e sufocantes ... Quando sentimos que os outros se aproveitam de nós; quando topamos constantemente com o egoísmo dos outros; quando temos medo de passar ridículo por sermos bons e generosos; quando a atração do ter, do prazer e do poder se fazem extremamente fortes... Então precisamos dizer: Do espírito maligno, defendei-me!
Na hora da minha morte, chamai-me. Os problemas surgem sem aviso e aos poucos nos transtornam... Quando nos fechamos em nossa solidão e rompemos os relacionamentos gratuitos; quando as feridas da vida ficam abertas e doídas e nunca mais cicatrizam; quando estamos perdidos e seduzidos pelo nosso egoísmo... Então precisamos dizer: Na hora da minha morte, chamai-me e mandai-me ir para Vós, para que Vos louve com os vossos Santos e Santas, por todos os séculos dos séculos. Amém!

Por Pe. Paulo Pedreira de Freitas,SJ e Pe. J.Ramón,SJ


segunda-feira, 15 de abril de 2013

HOSPEDAGEM: O CORAÇÃO ACOLHEDOR DA JMJ RIO 2013


Por Alessandra Borges
Produtora Destrave
A Jornada Mundial da Juventude tem o espírito de acolhimento e peregrinação. Desta forma, muitas famílias e congregações vão abrir as portas da sua casa ou colégio para abrigar os jovens de várias partes do mundo para o encontro com o Papa.
Aqueles que se colocarem à disposição de acolher um jovem peregrino, durante a JMJ Rio 2013, poderá exercer a sua hospitalidade cristã, além de realizar uma troca de experiências culturais e espirituais.
De acordo com a Irmã Graça Maria- cnsb, responsável pelo setor de hospedagem do Comitê Organizador Local da JMJ Rio 2013 (COL), mais de 900 colégios e congregações se colocaram a disposição para servir como abrigo aos jovens.
Além dos colégios públicos e particulares, clubes e congregações religiosas, o setor de hospedagem do COL ressalta que cerca de 13 mil famílias aceitaram o convite para hospedar os jovens. “A tendência é que, até a JMJ Rio 2013, este número alcance 20 mil”, disse Irmã Graça.
Confira a reportagem:
No final do ano passado, o COL lançou a campanha ‘Abra seu coração; abra sua casa’, com objetivo de incentivar os cristãos a se inscreverem como famílias acolhedoras. O saldo desta campanha foi positivo; portanto, os números de registro de inscrição continuam a crescer.
“A Campanha iniciada por ocasião do Tempo do Advento obteve grandes resultados tendo em vista o próprio espírito do Natal – tempo propício à reflexão. São inúmeros os registros de inscrição de famílias acolhedoras. Com certeza, o que foi lançado em dezembro será ainda colhido também durante o tempo da Quaresma”, destaca a religiosa.
Para que ocorra tudo bem durante a estadia destes jovens, nos dias de jornada, existe uma equipe dentro do setor hospedagem responsável por arquitetar a logística de como e onde esta juventude irá se alojar. Muitos detalhes são pensados na hora de marcar qual será o local que aquele grupo irá se hospedar como a região linguística e os locais de catequese.
“A JMJ Rio 2013 é rica de detalhes e sempre gosto de dizer que os detalhes fazem a diferença. Às vezes, prendemos-nos ao grande, às vagas e aos locais de hospedagem, porém, acompanhado disso está a logística, a infraestrutura para que a hospedagem não seja apenas um espaço, mas sim um local em que o jovem se sinta verdadeiramente acolhido”, frisou Irmã Graça.
O setor de hospedagem da JMJ Rio 2013 reforça que para ser uma família de acolhida basta ceder um espaço para os jovens estenderem seu colchonete ou saco de dormir e realizarem sua higiene pessoal, pois, durante todo o dia, ele está envolvido nas atividades da Jornada retornando para casa acolhedora no final do dia. A alimentação desses jovens será por conta da organização da JMJ, pois quando peregrino realiza sua inscrição já está incluso café da manhã, almoço e jantar.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

14 abril 2013 – 3º Domingo da Páscoa


Evangelho: (Jo 21, 1-19)
... Simão Pedro disse: “Eu vou pescar”, mas naquela noite não pescaram nada. Chegada a manhã, Jesus estava na praia, mas os discípulos não o reconheceram. Jesus perguntou: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Eles responderam: “Não”. Jesus lhes disse: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Lançaram pois a rede, e foi tão grande a quantidade de peixes que não podiam arrastá-la. O discípulo a quem Jesus amava disse então a Pedro: “É o Senhor”. Assim que Pedro ouviu que era o Senhor, vestiu a roupa – pois estava nu – e se jogou na água(...)
COMENTÁRIO
Um velho ditado popular diz que: "Deus ajuda quem cedo madruga". Na verdade, Deus ajuda sempre, não escolhe hora, porém no evangelho de hoje, Jesus aparece aos apóstolos, antes do sol raiar. Era madrugada, estavam cansados, com fome e com sono, porém insistiam em lançar as redes. Eram pescadores experientes, devem ter lançado a rede por todos os lados do barco. Tentaram a noite toda e nada, mesmo assim não desistiram.
Estavam distraídos tentando conseguir, pelo menos o suficiente para o almoço, quando Jesus aparece na praia e lhes pergunta se têm algo para comer. Eles não reconheceram o Mestre na pessoa daquele pedinte e responderam, não temos nada! Não pescamos nenhum peixe!
Ele então ordena que lancem a rede à direita do barco, pois ali encontrarão os peixes que tanto procuram. Lançar a rede no mesmo lugar que já haviam tentado dezenas de vezes? Parecia um absurdo, mas não discutiram, obedeceram e o resultado foi surpreendente.
João começa sua narração dizendo que Pedro decidiu pescar e que, no mesmo instante, os outros discípulos disseram: "também vamos", e foram! Essa disponibilidade dos apóstolos demonstra a liderança de Pedro. Não precisou convidar ninguém. Bastou se dispor a trabalhar e foi seguido.
Parece que João quer mostrar a enorme responsabilidade do líder. O pastor tem que ser autêntico, tem que viver o que prega, tem que trilhar caminhos seguros, pois as ovelhas confiam nele, imitam seus atos e seguem seus passos. O verdadeiro líder sabe que o exemplo dispensa palavras.
Outro fato curioso é que eles não reconheceram Jesus de imediato. Não tinham a menor ideia de quem seria aquele forasteiro e, mesmo assim acataram sua sugestão, seguiram o seu conselho e jogaram a rede no local que havia indicado.
Como já dissemos, eles eram pescadores experientes, jamais lançariam a rede num lugar tão raso e tão próximo da praia. No entanto, fizeram exatamente o que Jesus mandou e, o resultado foi maravilhoso. A rede não se rompeu apesar dos cento e cinquenta e três grandes peixes que apanharam.
Fico imaginando qual teria sido o meu ou o seu comportamento no lugar desses homens? Pare e pense. Coloque-se no lugar deles e tente imaginar sua reação: imagine que você é um profissional de informática, seu micro travou, e após algumas horas tentando recuperá-lo, sem sucesso, chega um desconhecido, aponta um local que não tem nada a ver e diz: "clique ali"! Você clicaria?
Isso é válido para qualquer função. Seja mecânico, médico, cozinheira, técnico de futebol, motorista ou líder comunitário, dificilmente alguém aceitaria essa intromissão sem questionar e até mesmo sem se ofender com essa idéia, aparentemente absurda. Este episódio é uma clara demonstração de como os primeiros cristãos estavam abertos para acatar sugestões.
A boa notícia de hoje chama-se fé, a grande lição é a humildade desses homens. Não tinham nada a perder, já haviam tentado de tudo e sem o menor sucesso, por que então não experimentar a sugestão de um novato que, aparentemente, só queria ajudar? Ali estava o caminho para a grande pescaria.
Cenas iguais a esta acontecem diariamente em nossas comunidades. Quantos desconhecidos chegam para somar e são simplesmente descartados. Suas idéias inovadoras são chamadas de absurdas e não são levadas a sério pelos "profissionais" altamente qualificados em liturgia ou outras pastorais.
Está na hora de parar e pensar. Precisamos abrir o coração para ouvir o que Jesus tem a nos dizer. Ele é quem diz onde jogar a rede e, basta obedecê-lo para ter sucesso na “pescaria”. Quem quiser ter o privilégio de tomar uma refeição com o Mestre, tem que fazer o que Ele manda... tem que viver o amor.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

07 abril 2013 – 2º Domingo da Páscoa

Evangelho: (Jo 20, 19-31)
Na tarde do primeiro dia da semana, estando trancadas as portas do lugar onde estavam os discípulos, por medo dos judeus, Jesus chegou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos se alegraram ao ver o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio”. Após essas palavras, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados serão perdoados. A quem não perdoardes os pecados não serão perdoados”. Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor”. Mas ele respondeu: “Se eu não vir nas mãos os sinais dos cravos, e não puser o dedo no lugar dos cravos e minha mão no seu lado, não acreditarei”. Oito dias depois, os discípulos estavam outra vez no mesmo lugar, e Tomé com eles. Jesus entrou com as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe aqui o dedo e olha minhas mãos, estende a mão e põe no meu lado, e não sejas incrédulo mas homem de fé”. Tomé respondeu-lhe: “Meu Senhor e meu Deus”. Jesus lhe disse: “Porque me viste, acreditaste. Felizes os que não viram e creram”
COMENTÁRIO
Estamos no período Pascal e vivendo ainda a alegria da Ressurreição de Jesus. O evangelho de hoje nos fala que os apóstolos estavam escondidos, trancados e com muito medo dos anciãos e dos chefes dos sacerdotes.
Não somente eles, todos nós! Observe como vivemos com medo e assustados com a violência, assaltos, sequestros, balas perdidas... o medo faz parte do nosso dia-a-dia. É um sentimento que nos acompanha sempre. Somos medrosos por natureza.
O medo de encarar um mundo novo, perigoso e bem diferente daquele em que estivemos durante nove meses, nos leva a chorar logo ao nascer. Lentamente, porém, o carinho materno, a mão forte e amiga do pai nos transformam, trazem-nos confiança e segurança para superarmos os obstáculos que o medo coloca em nosso caminho.
Certamente, também os grandes heróis sentiram medo um dia. Herói não é aquele que não tem medo de coisa alguma, herói é aquele que supera o medo e parte para a luta. Jesus transmite essa força! Tomé não acreditou, mas os discípulos criaram coragem e foram anunciar que o Mestre estava vivo,
É isso que Jesus espera de seus discípulos. Coragem, sair e anunciar, essa é a receita. Não podemos ficar trancados. Ainda hoje os fariseus e chefes dos sacerdotes estão por ai, disfarçados em aliciadores de menores, distribuidores de drogas e pregadores da prostituição.
É preciso coragem e persistência para proclamar o nome de Jesus. Os riscos são enormes, a perseguição é constante, porém, o discípulo comprometido com o Mestre, sente a firmeza de sua mão e não desiste nunca.
Parece que tínhamos razão de chorar ao nascer, pois nosso mundo é maldoso e cheio de mentiras. No entanto, não podemos ficar chorando a vida toda sem agir. Milhares de “Tomés” desconhecem a verdade e duvidam que Jesus esteja realmente vivo. São frágeis vítimas dos predadores, são filhos de Deus que dependem da nossa ação para reencontrar o Pai.
Evangelizar, levar paz ao mundo, é a nossa missão. Se anunciarmos que Jesus não morreu, se mostrarmos para esses milhares de irmãos as chagas do Salvador, e se lhes dermos a oportunidade de reencontrar o Mestre e tocá-lo, certamente seus olhos irão brilhar e exclamarão: "Meu Senhor e meu Deus!"
Jesus disse: "A paz esteja com vocês!" essa saudação era muito comum entre os judeus. Deveria também ser mais usada entre nós, pois desejar a paz ao próximo é desejar o melhor. Nada supera a paz. Paz é a ausência de conflito e violência. Paz é sinônimo de serenidade e de amor. Jesus é a verdadeira Paz!
A paz deve ser procurada permanentemente. Em Belém, no nascimento de Jesus, os anjos anunciaram a paz de Deus para todas as pessoas. Antes de sua paixão, Jesus disse aos seus apóstolos: "Eu vos deixo a paz, Eu vos dou a minha paz". Agora, o Vencedor da morte confirma a sua promessa e anuncia a paz aos apóstolos e a todos nós.
A verdadeira paz está reservada para quem acreditar, para quem colocar em prática a sua fé e que transformar em gestos concretos a sua crença. Portanto, paz é o prêmio para quem vive o evangelho. Vamos construir a paz, transformar e inovar. Vamos mudar o mundo e a nós mesmos! Um mundo de paz é um mundo renovado... um coração de paz é um coração novo.