quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Papa Francisco: o elemento decisivo para a nossa felicidade

Em sua catequese aos peregrinos em Roma, o Papa falou sobre a Igreja e o nosso caminho rumo à salvação


Papa Francisco afirmou hoje que o elemento decisivo para a nossa felicidade é "estar em Cristo".

Papa falava na catequese semanal com os peregrinos, na Praça de São Pedro, dedicada nesta ocasião ao tema: "a Igreja que peregrina em direção ao Reino".

“A Igreja não é uma realidade estática, imóvel, finalizada em si mesma, mas vive na história caminhando continuamente para a meta última e maravilhosa que é o Reino dos Céus, do qual a Igreja na terra é o gérmen e o início”, recordou o Papa.

Segundo Francisco, a meta da Igreja é a "nova Jerusalém, o Paraíso: este, mais do que um lugar, é um estado de alma no qual se hão-de realizar, de forma superabundante, as nossas expectativas mais profundas e alcançará pleno amadurecimento o nosso ser de criaturas e filhos de Deus.”

"Então contemplaremos a Deus face a face, ficando envolvidos completamente pela sua alegria, pela sua paz e pelo seu amor. E quando terá lugar esta passagem final? Ignoramos o tempo, mas sabemos que há continuidade e comunhão entre a Igreja celeste e a Igreja que ainda caminha sobre a terra, porque, na visão cristã, a distinção fundamental não é entre quem está morto e quem está vivo, mas entre quem está em Cristo e quem não está n’Ele”, disse o Papa.

"Este é o elemento determinante e verdadeiramente decisivo para a nossa salvação, para a nossa felicidade: estar em Cristo" – disse Francisco – e “este universo que nos abriga e sustenta, como escreve S. Paulo, também ele será libertado da escravidão da corrupção, para entrar na liberdade gloriosa dos filhos de Deus”.

Portanto, a transformação prometida já começou a realizar-se a partir da morte e ressurreição de Cristo – concluiu o Papa – e não será uma aniquilação do universo e de tudo o que nos rodeia, mas é uma nova criação que levará todas as coisas à sua plenitude de ser, de verdade e de beleza.

(Com Rádio Vaticano)

sábado, 22 de novembro de 2014

23 Novembro – Jesus Cristo, Rei do Universo

“Eu tive fome e me deste de comer!”Evangelho: (Mt 25, 31-46)
Quando o Filho do homem vier em sua glória com todos os seus anjos, então se assentará no seu trono glorioso. Em sua presença, todas as nações se reunirão e ele vai separar uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos, à esquerda. E o rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, abençoados por meu Pai! Tomai posse do Reino preparado para vós desde a criação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, fui peregrino e me acolhestes e, estive nu e me vestistes, enfermo e me visitastes, estava na cadeia e viestes ver-me’. E os justos perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te alimentamos, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? Quando foi que te vimos enfermo ou na cadeia e te fomos visitar?’ E o rei dirá: ‘Eu vos garanto: todas as vezes que fizestes isso a um desses meus irmãos menores, a mim o fizestes’. Depois dirá aos da esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque eu tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, fui peregrino e não me destes abrigo; estive nu e não me vestistes, enfermo e na cadeia e não me visitastes’. E eles perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos faminto ou sedento, peregrino ou enfermo ou na cadeia e não te servimos?’ E ele lhes responderá: ‘Eu vos garanto: quando deixastes de fazer isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes’. E estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos, para a vida eterna”.
COMENTÁRIO
Hoje é um dia festivo para o cristão, pois celebramos Cristo Rei. O Único e Verdadeiro Rei. O Rei do universo, Rei das nossas vidas, das nossas famílias e dos nossos corações.
Com a festa de Cristo Rei, nós encerramos este ano litúrgico (ano A). Na próxima semana estaremos comemorando o primeiro domingo do Advento. Advento, tempo de preparação para a vinda do Menino Deus, tempo de espera e início de mais uma caminhada no novo ano litúrgico, (ano B.
A festa de Cristo Rei do Universo é um prêmio para o cristão. É a forma que a Igreja encontrou para coroar os esforços e trabalhos das comunidades através dessa grande festa. Festa que é, ao mesmo tempo, de extrema nobreza e humildade.
Festejamos Jesus, o Rei dos reis que, sendo Filho de Deus, não assumiu o poder nem os símbolos da grandeza humana, mas vestiu-se com as roupas da humildade, da simplicidade e da pobreza. Um Rei nobre por natureza, capaz de vencer sem destruir, fazendo do amor sua única arma.
"Vinde, benditos de meu Pai! Vós que estais à minha direita, recebei como herança este Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!" Já pensou? Consegue imaginar a alegria daqueles que ouvirem estas palavras?
Ser chamado de bendito e encontrar seu lugar reservado em meio às maravilhas que os olhos humanos jamais viram. Essa é a herança para quem souber partilhar e encontrar no amor uma forma de servir. Estar à direita do Rei significa estar ao lado dos fracos, dos pobres, dos oprimidos e injustiçados.
Jesus se identifica com o irmão faminto, doente, encarcerado e marginalizado. Dar de comer ou de beber, visitar, abrigar, socorrer nos momentos difíceis; essas são algumas das coisas que podemos fazer, ou não, por nosso semelhante.
Não existe neste mundo um reinado com tanta liberdade. Ninguém é tão livre quanto os súditos do Rei dos reis. A escolha é nossa, no entanto, Jesus deixou bem claro que aquilo que se faz ou se deixa de fazer ao próximo, é a Ele que fazemos ou deixamos de fazer.
Ser ovelha ou cabrito é uma questão de livre escolha. Ficar à esquerda ou à direita do Pastor depende somente de nós. Como foi dito, nossa liberdade é ilimitada, nosso Rei não é opressor, mas é exigente, e suas regras são muito claras. Seu lado direito já está reservado para quem viver o amor.
E os gestos concretos? A solidariedade, a caridade, onde estão? Estas serão as perguntas que ouviremos um dia. Feliz aquele que tiver respostas concretas, feliz o justo que, mesmo sem saber, deu de beber e de comer, vestiu, visitou, acudiu Jesus Cristo na figura do irmão. Esse viverá a liberdade, será acariciado como a ovelha resgatada e receberá sua herança na eternidade.
Jorge Lorente

sábado, 15 de novembro de 2014

16 Novembro – 33° Domingo do Tempo Comum

“Os talentos devem ser postos a serviço”
Evangelho: (Mt 25, 14-30)
Disse Jesus: “Um homem, tendo de viajar para o exterior, chamou os seus escravos e lhes confiou seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e ao terceiro um, segundo a capacidade de cada um. Depois partiu. Imediatamente, o que recebeu cinco talentos saiu e negociou com eles, ganhando outros cinco. Do mesmo modo, o escravo que recebeu dois talentos ganhou outros dois. Mas o que recebeu um, saiu, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro de seu senhor. Passado muito tempo, voltou o senhor daqueles escravos e lhes pediu as contas. O que tinha recebido cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco: Senhor, disse, confiaste-me cinco talentos; aqui tens outros cinco que ganhei. O senhor disse-lhe: Muito bem, escravo bom e fiel; foste fiel no pouco, eu te confiarei muito; vem alegrar-te com teu senhor. Chegou o escravo dos dois talentos e disse: Senhor, dois talentos me deste, aqui tens outros dois que ganhei. O senhor lhe disse: Muito bem, escravo bom e fiel; foste fiel no pouco, eu te confiarei muito; vem alegrar-te com teu senhor. Aproximou-se também o que tinha recebido apenas um talento, e disse: Senhor, sei que és homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. Por isso tive medo e fui esconder teu talento na terra; aqui tens o que é teu. Respondeu o senhor: Escravo mau e preguiçoso, sabias que colho onde não semeei e recolho onde não espalhei. Devias, pois, depositar meu dinheiro num banco para, na volta, eu receber com juros o que é meu. Tirai-lhe o talento e dai-o ao que tem dez. Pois ao que tem muito, mais lhe será dado e ele terá em abundância. Mas ao que não tem, até mesmo o que tem lhe será tirado. Quanto a este escravo inútil, jogai-o lá fora na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes”.
COMENTÁRIO
Já estamos chegando ao final do ano litúrgico A. No próximo domingo estaremos celebrando a festa de Cristo Rei e com essa festa, acontece o encerramento deste ano litúrgico. Depois da festa de Cristo Rei, vem o primeiro domingo do Advento, quando então, iniciamos um novo ano litúrgico, o ano B.
No evangelho de hoje Jesus nos conta a parábola dos talentos. Esta parábola provoca ou pelo menos deveria provocar em nós uma profunda reflexão sobre a nossa missão e vivência cristã.
Jesus sempre procurou ensinar através de parábolas. Sabia que através de exemplos do dia-a-dia, ele seria melhor entendido pelo povo. Jesus sempre foi talentoso na forma de ensinar. As parábolas são claros exemplos de seu talento didático.
Percebeu que dissemos que Jesus tem muito talento para ensinar e, o chamamos de talentoso? Verificando no dicionário, talento é uma antiga e valiosa moeda grega e romana. Talento também é um dom natural ou habilidade adquirida. Talento virou sinônimo de dom.
É dessa maneira que devemos entender o talento da parábola, como um dom. Um dom que recebemos de Deus e que devemos preservar, fazer crescer, multiplicar. Os talentos, os bens do Senhor, não podem ficar escondidos, enterrados, sem render o esperado.
Nascemos para produzir frutos, fomos criados para assumir a missão. Missão na família, na sociedade e na comunidade. Missão de evangelizar, de levar aos povos a Boa Nova da presença de Deus em nosso meio.
O empregado da parábola não perdeu nem multiplicou o seu talento. Na verdade, ele só não fez uso de seu dom. Ele cavou o chão, guardou-o muito bem guardado e deixou-o intacto. "Tive medo de arriscar, poderia perder tudo, aqui tens o que te pertence". Covardemente disse isso e devolveu o talento, sem uso.
Quantas e quantas vezes fazemos o mesmo. Os compromissos sociais, a televisão, as novelas, o comodismo, o medo de assumir, não nos deixam arriscar. Vem um desejo enorme de cavar o chão e enterrar os nossos dons e talentos.
Vontade de enterrar tudo que quebra a rotina e que exige mudança de comportamento. Vontade de fugir de tudo que nos amarra aos compromissos. Como já dissemos, esta parábola deve servir de alerta e fazer-nos refletir.
É bom lembrar que virá a cobrança e, quem não multiplicou seus talentos será excluído e abandonado nas trevas. Em compensação, o muito será confiado, para aquele que soube administrar o pouco. O talentoso será premiado.
Ainda é tempo, ao invés de enterrarmos nossos dons, vamos enterrar o comodismo e a covardia. Vamos assumir a vocação cristã e o compromisso batismal. Vamos administrar o muito; esse muito que Deus nos deu e que, certamente, qualquer dia destes, virá pedir para prestarmos contas. 
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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Papa Francisco adverte: não ter preguiça do serviço




Papa Francisco afirmou hoje que a preguiça nos leva ao egoísmo e provoca a tentação de querer ser "patrão da fé".

Em sua homilia na Casa Santa Marta, o Papa se baseou no Evangelho do dia, que fala do “servo inútil”. Lucas narra sobre um servo que depois de trabalhar todo o dia, chega em casa e ao invés de descansar, deve ainda servir o seu senhor.

“Poderíamos aconselhar este servo a ir ao sindicato e pedir conselhos sobre o que fazer com um patrão assim, mas Jesus disse: ‘Não, o serviço é total, porque Ele fez caminho com sua atitude de serviço; Ele é o servo. Ele se apresenta como o servo, aquele que veio para servir e não para ser servido’: é o que diz, claramente. Assim, o Senhor mostra aos apóstolos o caminho daqueles que receberam a fé, a fé que faz milagres. Sim, esta fé fará milagres no caminho do serviço”.

"O cristão que recebe o dom da fé no Batismo e não leva este dom ao serviço torna-se um cristão sem força, sem fecundidade. Ele acaba sendo um cristão para si mesmo, que serve somente a si; e sua vida fica triste, pois as coisas grandes do Senhor são ‘esquecidas’”.

Papa lembrou que o Senhor nos disse que “o serviço é único”, que não se pode servir dois patrões: “ou Deus, ou as riquezas”. Ele alertou que às vezes nos afastamos deste comportamento de serviço ‘por preguiça’. E ela, afirmou, “amornece o coração; a preguiça nos torna cômodos”.

“A preguiça nos distancia do serviço e nos leva à comodidade, ao egoísmo. Muitos cristãos são assim... são bons, vão à missa, mas o serviço até aqui... Mas quando eu digo serviço, eu quero dizer tudo: o serviço a Deus na adoração, na oração, no louvor; serviço ao próximo, quando devo fazê-lo; serviço até o fim, porque Jesus nisso é bom: “Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes foi ordenado, digam: Somos servos inúteis'. O serviço é gratuito, sem pedir nada em troca. "

A outra possibilidade de ficar longe da atitude de serviço, acrescentou, “é um pouco ser o dono da situação”. Algo, lembrou o Papa, que “aconteceu com os discípulos, como os próprios apóstolos”: “Eles afastavam as pessoas para que não perturbassem Jesus, mas era para ser mais confortável para eles”. Os discípulos “tomavam posse do tempo do Senhor, tomavam posse do poder do Senhor: eles O queriam para o seu grupo”. E então “tomavam posse desta atitude de serviço, transformando-a em uma estrutura de poder”.

Segundo o Papa, isso acontece também hoje, quando “os cristãos se tornam patrões: patrões da fé, patrões do Reino, patrões da Salvação".

“Na vida temos de lutar muito contra as tentações que procuram nos distanciar desta atitude de serviço. A preguiça leva à comodidade: ao serviço à metade; a tomar o controle da situação, e assim de servo tornar-se patrão, que leva à soberbia, ao orgulho, a tratar mal as pessoas, de se sentir importante, porque eu sou cristão, eu tenho a salvação”, e tantas coisas assim. O Senhor nos dê essas duas grandes graças: a humildade no serviço, a fim de sermos capazes de dizer: 'Somos servos inúteis - mas  servos - até o fim’; e a esperança na espera da manifestação, quando o Senhor virá até nós”. 

(Com Rádio Vaticano)

sábado, 8 de novembro de 2014

09 Novembro – Dedicação da Basílica de Latrão

“Não façais da casa de meu pai, uma casa de comércio”Evangelho: (Jo 2,13-22)

Estava próxima a Páscoa dos judeus. Jesus subiu a Jerusalém e encontrou no Templo vendedores de bois, de ovelhas e pombas e os cambistas sentados. Fez um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, com as ovelhas e os bois; esparramou no chão o dinheiro dos cambistas e derrubou as mesas. Aos que vendiam as pombas, disse: “Tirai daqui tudo isso e não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio”. Lembraram-se os discípulos de que está escrito: O zelo de tua casa me consome. Os judeus tomaram a palavra e lhe perguntaram: “Que sinal nos dás para fazeres isto?” Jesus respondeu: “Destruí este Santuário e em três dias eu o levantarei”. Então os judeus disseram: “Quarenta e seis anos levou a construção deste Santuário e tu vais levantá-lo em três dias?” Mas ele falava do santuário de seu corpo. Quando ressuscitou dos mortos, os discípulos se lembraram do que ele havia dito e creram na Escritura e na palavra de Jesus.
COMENTÁRIO
Hoje celebramos a festa de aniversário da dedicação da Basílica de Latrão, mãe de todas as Igrejas, e no Evangelho nós encontramos Jesus expulsando os vendedores do templo. Já pensou? Jesus com um chicote na mão? É difícil imaginar Jesus nervoso, derrubando mesas e jogando pelos ares cadeiras e, até mesmo, gaiolas de pássaros e dinheiro.
Era época da Páscoa. Milhares de pessoas se dirigiam para Jerusalém para celebrar a festa, para oferecer seus sacrifícios e cumprir suas promessas. Os comerciantes aproveitam-se da ocasião para ganhar dinheiro de forma desonesta, cobrando preços abusivos por seus produtos.
Parece que tudo continua igual. Dois mil anos se passaram e pouca coisa mudou de lá para cá. Basta chegar a época das festas, para os preços sofrerem grandes alterações. A remarcação acontece de maneira abusiva, sem o menor critério, sem o menor respeito pelo cliente.
A lei da oferta e da procura determina o preço do produto. Quando a remarcação acontece nos centros comerciais, shoppings e supermercados, apesar de discordarmos, dá até para entender, pois estamos falando de empresas comprometidas com o capital, cujo único objetivo é obter grandes lucros.
No entanto, quantas vezes essas coisas acontecem em locais santos e sagrados, até mesmo nas comunidades cristãs. Quantas vezes a quermesse paroquial deixa de ser um encontro comunitário para transformar-se somente em fonte de renda com preços abusivos e, não raro, superiores aos praticados pelo comércio local.
É preciso zelo pela casa do Pai! Sabemos que o dízimo não é levado a sério pela maioria dos católicos. Poucos têm consciência que sem o dízimo a comunidade não caminha, no entanto, os produtos religiosos, imagens, velas e tudo mais devem ser comercializados com preços justos.
Esse comércio tem que ser criterioso e ético. Deve servir para atender ao paroquiano e, eventualmente, complementar o orçamento da comunidade. Jamais deve ser sua principal fonte de renda.
Trazendo este Evangelho para os nossos dias, não é difícil imaginar Jesus com um chicote na mão, expulsando os comerciantes desonestos e gritando “Tirem daqui essas coisas. Não façam da casa de meu Pai um mercado!”
Os quatro evangelistas narraram este episódio. Isto mostra a importância de preservarmos a casa de Deus. Jesus ficou indignado com a cena que viu ali. Nós também não podemos, de maneira passiva, ver a casa de oração transformada num covil de mercadores.
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sábado, 1 de novembro de 2014

Solenidade de todos os santos



"Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando a festa de todos os santos. Conosco alegram-se os anjos e glorificam o Filho de Deus". 

Irmãos e irmãs,

Ao se aproximar o final do Ano Litúrgico, a Santa Igreja oferece-nos momentos especiais para a meditação do que há-de vir. Neste mês de novembro, especialmente, três solenidades marcam este momento: a celebração de Todos os Santos, a solenidade de Fiéis Defuntos e, ao final do mês, Cristo Rei. São três instantes marcantes: a celebração da Igreja Triunfante, a da Igreja Padecente e o triunfo de Nosso Senhor ao final dos séculos.

No Brasil, por especial concessão da Santa Sé, as festas de guarda são permitidas transferirem sua celebração para o domingo seguinte, quando caem durante a semana. Este ano, como a celebração de Finados coincidiu com o domingo e trata-se, também, de uma solenidade, celebramos Todos os Santos no sábado, dia 1º.

Envolvido pela grandeza desta solenidade, vem-me à lembrança as palavras de um pregador que fascinaram-me na infância, povoando minha imaginação com aquela homilia fenomenal: “Hoje o céu assume a terra. A terra assume o céu. A Igreja militante neste mundo se une à Igreja Padecente do Purgatório para glorificar e louvar a Igreja Triunfante do Céu, na presença da Trindade Santíssima”.

Com estas lembranças que enchem a minha alma de doce saudade e esperança cristã, celebramos a festa do José, da Maria, do Antônio, do Pedro, da Conceição, santos da terra unida à multidão de santos consagrados e anônimos, como Ambrósio, Inácio de Loyola, Pedro e Paulo, Bento, Atanásio, Clara, Rita de Cássia, Teresa de Jesus, Teresa do Menino Jesus, Paulina, José, Anchieta, Camilo de Léllis, Affonso de Ligório, Escrivá, Hurtado, Antônio de Pádua, Geraldo Majela, Antônio Galvão, Nhá Chica, João Paulo II, João XXIII, Paulo VI e tantos outros santos de nossa devoção que nos ensinam o cotidiano da vida cristã, rumo à Jerusalém Celeste.

Celebramos hoje as três dimensões de nossa vida cristã: a vocação à santidade futura no céu; a santidade do passado – daqueles que nos precederam na visão beatífica - e celebramos a santidade gratuita de Deus na nossa caminhada neste vale de lágrimas rumo ao Absoluto.

A Mãe Igreja nos convida hoje para celebrar os seus filhos, os canonizados e os não canonizados, os conhecidos e os desconhecidos, os que morreram em defesa da fé, como mártires, e os que também tombaram confessando com fidelidade a nossa fé. Celebramos todos os santos que uniram fé e práxis de vida comunitária, testemunhando Jesus Ressuscitado na sua realidade e em seu estado de vida.

Mas por que celebrar os santos do céu e da terra? Porque todos nós somos convidados à vida de santidade atendendo ao mandato bíblico: “Vivei a santidade, santificando uns aos outros, porque Deus, o Poderoso, é o Santo dos Santos”.

A santidade é um caminho espinhoso. Combatendo o bom combate, todos são convidados a trilhar este árduo caminho, especialmente a partir da dimensão comunitária, a dimensão paroquial, de engajamento no projeto de evangelização, para aproximar-se mais e mais da plenitude da eternidade, no amor de Deus.

O Evangelho desta festa é a doce alegria cristã das Bem-aventuranças(Mt 5,1-12a). Bem-Aventuranças que é o programa, o ideário, o caminho ideal para se alcançar a santidade de estado e de vida. A santidade ela é uma conquista, é a vitória no “combate espiritual” que pugnamos no dia-a-dia, sempre tendo presente que a santidade provém de Deus.

E como a santidade chega aos homens? Com a encarnação do Redentor, pela sua morte na Cruz, pela remissão dos pecados de todo o gênero humano, homens e mulheres devem se espelhar neste maravilhoso evento onde se haure a santidade divina.

As bem-aventuranças, apresentadas na Liturgia da Palavra, devem ser consideradas como o caminho da felicidade. A CNBB nos convida, com as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, a reler este Evangelho como caminho de santidade, lançando as redes em águas mais profundas, atentos à exortação de São João Paulo II: “Duc in altum!”.

Mas, queridos irmãos, o que é ser santo? O Concílio Ecumênico Vaticano II nos ensina que, considerando a vida daqueles que seguiram fielmente a Cristo, “somos incitados a buscar, por novas motivações, a cidade futura e, simultaneamente, instruídos sobre o caminho seguríssimo pelo qual, entre as vicissitudes do mundo, segundo o estado e a condição de cada qual, podemos chegar à perfeita união com Cristo, ou seja, à santidade”.

Ser santo, portanto, é seguir e imitar os exemplos, palavras e obras de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ser santo é ser pobre, no sentido de desprendido dos bens do mundo, e ávido pelos bens do céu, aberto aos excluídos sob todos os aspectos, aos famintos da graça divina, aos mendigos da misericórdia de Deus. Ser santo é acolher e perdoar. Ser santo é ser pacífico, é ser generoso, é ser caridoso, é ser acolhedor, é chorar com os que choram, é dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede. Ser santo é tirar o seu agasalho e agasalhar a quem tem frio e está no relento.

Num mundo tão cruel, com tanta fome, tanta miséria, tanta guerra, tanta violência, tanto desentendimento, a exemplo dos santos e santas que a Igreja no-los apresenta, devemos anunciar o Evangelho da acolhida, do amor, do perdão e da multiplicação de dons e bens.

Irmãos caríssimos,

O convite para lançar as redes nas águas mais profundas é o comovente convite para a busca incessante da santidade. Todos, pecadores e santos, somos convidados, porque Deus conhece os nossos corações e nos chama à conversão. Somos convidados a ser santos, santos, santos e cada vez mais santos e imaculados. A vocação universal dos cristãos é a santidade: “Sede santos, como o Pai celeste é santo” (Mt 5,48).

A santidade é o doce chamado desta liturgia sagrada. Uma santidade que começa na família, na comunidade, na Paróquia, entre os amigos, no trabalho, enfim, que permeia a vida como um todo. A santidade não é inatingível, porque ela deve ser vivenciada nas coisas simples, nas coisas comuns, no cotidiano da vida cristã, procurando viver os mandamentos cristãos com grande e eloqüente simplicidade, em íntima sintonia com a Santíssima Trindade.
 
Ao mirarmos a imagem dos santos – ao contrário do que os injuriosos e incompreendidos dizem que adoramo-las – recordamos os exemplos edificantes de vida desses paradigmas de vida cristã, de constante sintonia com o Deus Trindade, e inspirados neles traçamos nossa caminhada rumo ao definitivo, à visão beatífica de Deus.

Ter a um santo ou a uma santa como intercessor junto de Deus é como olhar o porta-retrato do pai ou da mãe no criado-mudo da cama e passar a mão naquela fotografia que nos relembra a pessoa querida e nos interpela a ser santo ou a evangelizar como aquela pessoa, cuja ausência se torna uma presença pelo amor que lhe devotamos.

Adoramos o Deus Trindade. Veneramos nossos santos e a Virgem Maria, presença forte, determinante, inspiradora para todos os cristãos. Afinal, quem não se ufana da Mãe que tem? Sem o amor sacrossanto do papai com a mamãe, não estaríamos hoje aqui. Por isso, veneramos nossos santos, como nossos pais, como nossos motivadores para a santidade de vida.

A segunda leitura(1Jo. 3,1-3) desta solenidade proclama nossa atual santidade, por sermos filhos de Deus e templos do Espírito Santo, embora ainda não seja manifesto o que “seremos” após o Juízo, de acordo com a nossa caminhada de fé. Por isso, celebramos hoje, também, a Igreja Militante, que caminha neste mundo, com suas alegrias e misérias, sob a inspiração da Igreja Triunfante, com muita vontade de lançar as redes em águas mais profundas, em busca da santidade que nos envolve e nos eleva: “Duc in altum”.

A tudo isso se une a primeira leitura, com a visão antecipada do Apocalipse sobre a plenitude de todos aqueles que aderiram a Deus. Quem aderiu a Deus participará das núpcias do Cordeiro, como eleitos.

Eis, pois, como todos somos convidados a santidade. Nós, Igreja Militante, com homens e mulheres do povo sofrido, somos convidados a caminhar rumo à Igreja Triunfante, na firme certeza de que a santidade é a meta básica da vida cristã. É preciso ser santo: isso é o principal! O resto é conseqüência do amor gratuito de Deus pelos homens.

A santidade é a perfeição de vida que se conquista no dia-a-dia, com altos e baixos, momentos de alegria e momentos de tristeza. Nossa grande esperança, a armadura que com que nos revestimos confiante nessa batalha, é a cruz que venceu o medo, o pecado e a morte, o capacete da vitória cristã.

Em tudo isso está a frase que marcou o meu cristianismo: “Enquanto o mundo, gira a cruz permanece de pé! Cruz da vitória da morte sobre o pecado. Cruz da vitória de Deus contra a soberba. Cruz, sofrimento diário que abre as portas do Céu”.
Por: Padre Wagner Augusto Portugal

02 Novembro – Todos os fiéis defunto


“Bem aventurados os que tem fome e cede de justiça!" Evangelho: (Mt 5, 1-12)
Ao ver a multidão, Jesus subiu ao monte. Quando sentou-se, os discípulos se aproximaram dele. Tomou a palavra e começou a ensinar: “Felizes os que têm espírito de pobre, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que choram, porque serão consolados. Felizes os mansos, porque possuirão a terra. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e, por minha causa, disserem todo tipo de calúnia contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque grande será a vossa recompensa nos céus.
COMENTÁRIO
Hoje falaremos de vida e de esperança. No evangelho de hoje, conhecido como o Sermão da Montanha ou das Bem-Aventuranças, Jesus chama de muito felizes, de bem aventuradas àquelas pessoas que nós chamamos de infelizes e desventuradas.
Não é fácil entender essas palavras de Jesus. Já pensou? Como pode um pobre, que não tem sequer onde morar, ser o dono do Reino dos Céus e, como pode ser chamado de feliz aquele que chora? Difícil de entender, porém uma coisa é certa, a pobreza, o sofrimento, a fome e a sede, enfim, todas as coisas que nos angustiam, também não agradam a Deus.
Deus não fica nada satisfeito por ver-nos mergulhados em sofrimentos e angústias. Deus não nos manda desgraças e tribulações. Não quer ver nenhum de seus filhos sofrendo e reservou, para cada um dos bem-aventurados, a plena felicidade na Glória Celeste.
Vamos nos ater em algumas das bem-aventuranças. A primeira proclama de felizes ou bem-aventurados, os pobres em espírito. Para nossa cultura, essa expressão pode parecer estranha e levar-nos a concluir que, esses “pobres” são pessoas sem cultura, atrasadas mentalmente ou que não possuem bens materiais.
Esta bem-aventurança não é dirigida para uma determinada classe social. Não é também uma mensagem de resignação e conformismo para aqueles que não fazem parte da alta-sociedade. Com suas palavras, Jesus não quer exaltar a pobreza, não está aprovando a miséria e, muito menos dizendo que todos os pobres são bem-aventurados.
O pobre em espírito não é necessariamente aquele que não tem o que comer, nem aquele que não tem bens ou onde morar. O pobre que Jesus se refere é aquele que está ciente de sua pequenez diante de Deus. Aquele que não é arrogante, ambicioso e autossuficiente. Esse pobre é humilde, desapegado dos bens terrenos, e tem Deus como seu maior tesouro.
O espírito de pobreza não é exclusividade dos moradores da periferia. Nada impede que more em mansão quem tem espírito de pobreza. Para ser pobre em espírito, não é necessário andar maltrapilho. É preciso sim, recusar-se a viver uma vida farta sozinho, é necessário despojar-se dos excessos, é usar seus bens em favor dos menos favorecidos. Esse “pobre” sabe distribuir, paga salário justo e vive a caridade fraterna.
Jesus também chama de bem-aventurados os aflitos, os que sofrem e os que choram, pois serão consolados. Aqui se encaixam todos os bem-aventurados, pois certamente, Deus irá consolar todos os que choram, os mansos, os pobres, os misericordiosos, enfim, Deus irá consolar todos que sofrem por amor.
É muito difícil entender o que significa sofrer por amor, porque amor está relacionado com alegria, amor é sinônimo de felicidade. No entanto, dor e cruz também estão relacionados com amor, pois foi por amor que Jesus se submeteu ao martírio e se deixou crucificar. Dor, resignação e cruz, são palavras que rimam com Jesus, são caminhos que levam à Verdadeira Luz.
Felizes os misericordiosos, os mansos e puros de coração, os que promovem a paz, que têm fome e sede de justiça e que por isso, são perseguidos e injuriados. Em todas essas bem-aventuranças se encaixam os missionários, evangelizadores, catequistas, líderes classistas e, até mesmo, alguns raríssimos homens públicos e políticos que lutam por um mundo melhor e por uma justa distribuição de renda.
Hoje, Jesus dá esperança para aqueles que tiram do lixo o sustento de suas famílias e também chama de bem-aventurados os pais desempregados, as vítimas da globalização, os índios expulsos de suas terras, os favelados, os aposentados, os sem terra e sem teto. Todos serão consolados e receberão uma grande recompensa no céu. O pobre Lázaro (Lc 16,19-31) é um bom exemplo dessa verdade. 
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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Na catequese, Papa fala da realidade visível da Igreja

Na catequese desta quarta-feira, 29, o Papa Francisco concentrou-se na realidade da Igreja, formada por um aspecto visível e um espiritual. A parte visível dela é formada por todos os batizados, não só pelo clero, disse. O Santo Padre enfatizou que é preciso olhar para Cristo e colocar a realidade visível a serviço da realidade espiritual da Igreja.
Francisco deu sequência ao ciclo de catequeses sobre a Igreja. Ele destacou que todos os que se fazem próximos aos mais necessitados, procurando levar-lhes um pouco de conforto, e todos os que fazem o que o Senhor lhes mandou são a Igreja.
“Compreendemos, então, que a realidade visível da Igreja não é mensurável, não é conhecida em toda a sua plenitude. Como se faz para conhecer todo o bem que é feito? Tantas obras de amor, tanta fidelidade na família, tanto trabalho para educar os filhos, para transmitir a fé (…) isso é muito grande, não se pode mensurar”.
A realidade visível da Igreja, segundo Francisco, vai além do controle humano e constitui uma realidade misteriosa, porque vem de Deus. Ele explicou que, para entender a relação na Igreja entre sua realidade visível e a espiritual, o caminho é olhar para Cristo, do qual a Igreja é o corpo. Também no caso da Igreja há uma realidade misteriosa, disse o Papa. “Também a Igreja, então, é um mistério, no qual o que não se vê é mais importante do que o que se vê e pode ser reconhecido só com os olhos da fé”
O Pontífice recordou ainda o modo como Jesus utilizou sua humanidade para anunciar e realizar o desígnio divino, o que deve ser feito também pela Igreja. A partir de sua realidade visível, a Igreja é chamada, a cada dia, a se fazer próxima de cada homem, começando pelos mais necessitados.
O Santo Padre reconheceu as experiências de fragilidade e limitações que fazem parte da realidade da Igreja, uma vez que os homens são pecadores, e por isso é preciso rezar a Deus. “Peçamos o dom da fé para que possamos compreender como, não obstante a nossa pequenez e a nossa pobreza, o Senhor nos fez instrumento de graça e sinal visível do seu amor pela humanidade”.
Por Canção Nova

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

26 Outubro – 30o Domingo do Tempo Comum

“Amarás o senhor teu Deus e ao teu próximo como a ti mesmo!”Evangelho  (Mt 22, 34-40)
Quando os fariseus souberam que Jesus fizera calar os saduceus, juntaram-se em bloco. E um deles, doutor da Lei, perguntou, para testá-lo: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Jesus lhe respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o coração, com toda a alma e com toda a mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. Mas o segundo é semelhante a este: Amarás o próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.
COMENTÁRIO
O evangelho de hoje é bem “curtinho”. Tem poucas palavras, mas tem também uma das mais claras e diretas mensagens. Manda viver o amor. É o resumo de tudo que precisamos saber e viver. Fala do amor a Deus e do amor ao próximo.
Jesus diz que amar a Deus de todo coração, de toda alma e de todo entendimento é o primeiro e maior mandamento. Diz também que amar ao próximo como a nós mesmos é semelhante ao primeiro. Com essas palavras Jesus disse que, amar ao próximo é tão importante quanto amar a Deus.
Essas palavras deixam claro que, não existe separação entre o amor a Deus e ao nosso semelhante. Reafirmam a verdade destas outras palavras: “Ninguém pode dizer que ama a Deus, que não vê, se não ama ao irmão que está ao seu lado”.
Foi bom tocar nesse assunto, deve servir para esclarecer algumas dúvidas: afinal de contas, quem é esse irmão? Acho que não é para mim esse recado, pois sou filho único e nem irmão eu tenho! Como posso reconhecer e amar alguém que nem sequer conheço? Onde estará esse desconhecido, onde estarão esses irmãos?
Boa pergunta. Estão aqui, bem pertinho, bem ao nosso lado! Quantas irmãs, quantos irmãos de todas as idades. São velhos, jovens e crianças. Estão por ai aos milhares, abandonados e maltrapilhos. Doentes, sem emprego, sem terra e sem nada. Dependem de mim, dependem de você... precisam de amor.
Realmente esse recado é direto para todos nós. Jesus pede a aproximação porque sabe que quando nos aproximarmos desses marginalizados e olharmos em seus olhos, veremos neles a nossa imagem refletida. Isso prova que não são desconhecidos; nós estamos neles, e eles também deveriam estar aqui dentro de nós, refletidos em nossos olhos.
Este evangelho me lembra de um lindo poema, mais ou menos, assim: “Procurei a Deus, em todos os cantos e não o encontrei. Busquei a mim mesmo, em todas as partes e não me achei. Procurei então o meu próximo e, nele encontrei os três”. Sem dúvida, no amor fraterno encontramos a Deus e nos reencontramos.
Amar o próximo não é uma coisa tão simples e fácil. Às vezes relutamos em dar amor e, em outras vezes temos a impressão que o próximo não quer ser amado; é respondão, malcriado e nada amável. O verdadeiro amor tudo supera e não se deixa abater. Amar não é coisa superficial, amar exige compreensão e gestos concretos.
É preciso deixar o discurso de lado e sair a campo. Sempre há algo que se pode fazer. Amar não se resume em andar abraçados pelas ruas. Prova de amor é lutar contra as injustiças sociais, contra o desemprego e o abandono. Amar de verdade é assumir o compromisso batismal, é levar aos povos a Boa Nova. Amar é acreditar e tornar vivas estas palavras: “Só podemos amar a Deus através do amor ao próximo”.
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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Papa Francisco adverte cristãos que vivem como pagãos


Através do Espírito Santo, Deus deu aos cristãos o céu como “antecipação” da eternidade. Mas este dom, às vezes, é deixado de lado por uma vida “opaca” e hipócrita. Assim se expressou o
 Papa Francisco na manhã de sexta-feira dia 17, na celebração da Missa na Capela da Casa Santa Marta.


A homilia do Papa Francisco seguiu passo a passo as palavras da Leitura de S. Paulo, o qual explica aos cristãos de Éfeso que, para acreditar no Evangelho, receberam o “selo do Espírito Santo”. Com este dom, afirmou o Papa, Deus “não só nos escolheu”, mas nos deu um estilo, “um modo de viver, que não é somente uma lista de hábitos. É muito mais: é uma identidade”:

“A nossa identidade é justamente este selo, esta força do Espírito Santo, que todos nós recebemos no Batismo. E o Espírito Santo selou o nosso coração e, mais ainda, caminha connosco. Este Espírito, que foi prometido por Jesus, não nos dá somente a identidade, mas também uma antecipação da nossa herança. Com Ele, o Céu tem início. Nós estamos justamente vivendo este Céu, esta eternidade, porque fomos selados pelo Espírito Santo, que é o início do Céu: é a antecipação que temos em mãos.”

Todavia, prosseguiu o Papa Francisco, ter o próprio Céu como antecipação não impede os cristãos de caírem em tentação. Isso acontece quando, por exemplo, queremos tornar “opaca” esta identidade:

“É o cristão morno. Sim vai à Missa ao domingo, mas na sua vida não se vê a identidade. Vive inclusive como um pagão, não obstante seja cristão. São mornos. Fazem com que a nossa identidade se torne opaca. Outro pecado é aquele do qual falava Jesus aos discípulos e que ouvimos: ‘Acautelai-vos do fermento dos fariseus, isto é, da hipocrisia’. Fazer de conta: eu faço de conta que sou cristão, mas não sou. Não sou transparente; digo uma coisa, mas faço outra.”

Ao invés, e o próprio Paulo recorda isso noutro trecho, uma vida cristã vivida segundo aquela identidade criada pelo Espírito Santo produz frutos de outro nível:

“Amor, alegria, paz, magnanimidade, benevolência, fidelidade, mansidão, domínio de si. E este é o nosso caminho rumo ao Céu, que tem início no Céu aqui. Porque temos esta identidade cristã, fomos selados pelo Espírito Santo. Peçamos ao Senhor a graça de estarmos atentos a este selo, a esta nossa identidade, que não é somente promessa, mas que já temos em mãos como antecipação.”

(Rádio Vaticano)
sources: RÁDIO VATICANO

sábado, 18 de outubro de 2014

19 Outubro – 29o Domingo do Tempo Comum

“Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus!”
Evangelho  (Mt 22, 15-21)
Os fariseus convocaram um conselho para ver como poderiam pegar Jesus em alguma palavra. Enviaram-lhe discípulos, juntamente com os herodianos, para lhe dizer: “Mestre, sabemos que és sincero(...). Dize-nos, pois, o que te parece: É justo pagar imposto a César ou não?” Conhecendo-lhes a malícia, Jesus falou: “Por que me testais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do imposto”. Eles lhe apresentaram um denário. E Jesus lhes perguntou: “De quem é essa imagem e inscrição?” Responderam eles: “De César!” Então Jesus lhes disse: “Pois dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
COMENTÁRIO
No Evangelho de hoje, Jesus é testado. É colocado numa situação embaraçosa pelos fariseus e saduceus. Importante lembrar que esses dois povos eram inimigos mortais. Viviam guerreando entre si, nada tinham em comum, porém, uniram-se para tentar vencer Jesus.
Tinham certeza que, desta vez, Jesus não encontraria saída. Contavam ainda com o apoio dos doutores da lei, dos líderes religiosos e de todos aqueles que queriam destruir Jesus. Uniram-se para encontrar um modo de eliminá-lo.
Mais uma vez ficou provado que a presença de Jesus provoca a união. A simples presença de Jesus une as pessoas. Pena que neste caso, a união era para destruí-lo. Mas, parece que nada mudou, pois ainda hoje muitos querem que Jesus desapareça. Sua presença incomoda aos interesseiros. Certamente era incômodo para esses povos, conviver com Jesus e sua doutrina.
O esperado Messias guerreiro, lutador e dominador. Aquele que viria para livrá-los do poder dos romanos apresenta-se sem armas e sem um exército devastador. É um Messias-servo, manso e humilde e, ainda por cima, dono de palavras duras que machucam a consciência. Jesus anuncia que o Reino de Deus é dos pobres e oprimidos. Já pensou? Um Reino para os pobres? É muito para a nossa cabeça!
Esse modo de falar e de agir de Jesus incomoda os donos do poder. Era preciso matá-lo, tinham que eliminá-lo. Precisavam de uma justificativa para acusá-lo de traição. Aparentemente haviam encontrado uma forma infalível, não havia como Jesus escapar da armadilha montada.
A pergunta tinha uma grande dose de maldade e de malícia. Qualquer resposta seria comprometedora para Jesus. Só havia duas respostas: sim ou não. Dizendo sim, desagradaria e revoltaria o povo. Dizendo não, teria que se haver com os poderosos, pois estaria depondo contra o poder romano.
Hipócritas, por que me tentam?” Com estas palavras, ao pedir que lhe mostrem a moeda, e ao perguntar de quem é a figura e a inscrição, Jesus força os próprios inimigos a dar a resposta certa: “É de César”. Agora sim, ao ouvir o que queria ouvir, respondeu de forma clara: “Pois então, dai a César o que é de César, e a Deus, o que é de Deus”.
Com essa resposta, Jesus não discute a questão do imposto. Ele sabe que a contribuição é necessária. No entanto, sua grande preocupação é com o povo, com a injustiça e com a opressão. Certamente, Jesus desaprova a sonegação de impostos, desaprova também as falcatruas e o desvio de dinheiro público. Jesus deixa claro que o imposto só é justo quando revertido em benefício da sociedade. Esperamos que este recado de Jesus seja ouvido, entendido e colocado em prática pelos donos do poder em nosso país.
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sábado, 11 de outubro de 2014

12 Outubro – Nossa Senhora Aparecida

“Fazei tudo o que Jesus mandar!”Evangelho: (Jo 2, 1-11) 
No terceiro dia houve um casamento em Caná da Galiléia, e a mãe de Jesus estava presente. Jesus e os discípulos também foram convidados para esse casamento. Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Jesus respondeu: “Mulher, o que temos nós a ver com isso? Ainda não chegou a minha hora”. Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei tudo o que ele vos disser”.
Havia ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus. Em cada uma cabiam duas ou três medidas. Jesus disse: “Enchei de água as talhas”. Eles encheram-nas até a borda. Então Jesus disse: “Tirai agora um pouco e levai ao organizador da festa”. Eles levaram. Logo que o organizador da festa provou da água transformada em vinho – ele não sabia de onde vinha, embora o soubessem os serventes que tinham tirado a água – chamou o noivo e lhe disse: “Todos servem primeiro o vinho bom e quando já estão embriagados servem o de qualidade inferior. Tu guardaste o vinho bom até agora”. Este foi o início dos sinais de Jesus, em Caná da Galiléia. Ele manifestou a sua glória, e os discípulos creram nele.
 COMENTÁRIO
Hoje é domingo, dia do Senhor, dia de nossa Padroeira, dia do banquete Eucarístico, dia de festa! Pense bem... a nossa vida tem tudo para ser uma contínua festa. Só alegrias, só boas notícias, só melodia e dança. O segredo para que assim seja Maria já nos revelou, naquela festa.
Na verdade não se trata de um segredo. Há dois mil anos, em meio aos discípulos de seu Filho e entre muitos convidados, a Virgem Maria deu este conselho para toda a humanidade: "Façam tudo que meu Filho mandar!" Simples, não é mesmo? É o suficiente para transformar a vida e transformar o mundo.
Ao dizer eles não têm vinho, Nossa Senhora não se referia apenas à falta material da bebida, naquela festa. Naquele momento, Maria estava intercedendo por todos seus filhos, Ela se referia a todo povo de Deus, oprimido e desesperançado, que vivia a expectativa de receber o vinho da Vida e da Salvação.
"O que a Senhora quer de mim? Ainda não chegou a minha hora". Com essas palavras, parece que Jesus estava querendo testar sua Mãe. Parece que queria confirmar se Maria estava realmente entendendo o Grande Plano de Salvação que seu Pai havia traçado.
A reação de Maria foi aquela que Jesus já esperava. Ela não se abalou com suas palavras, não discutiu, não impôs sua vontade e nem fez uso de sua autoridade materna. Calmamente, porém de forma firme, disse aos criados: "façam tudo o que Ele mandar!"
Essas palavras de Maria tinham dois endereços: seu Filho e cada um de nós. Para Jesus, suas palavras devem ser interpretadas como uma sugestão. Foi como se Maria tivesse dito: "Filho, você não acha que esta seria uma ótima oportunidade para você iniciar a Grande Obra de Redenção da humanidade?”
Para nós o recado foi dado de forma direta. Aqueles criados representavam toda a humanidade e, através deles, Ela recomenda que sejamos obedientes. Ao dizer - "façam tudo o que meu Filho mandar" - Maria não nos deixa outra alternativa. Obediência é a única saída para quem espera a salvação.
Jesus iniciou sua vida pública num ambiente festivo. Operou seu primeiro milagre numa festa de casamento. Nesse mesmo ambiente, Maria nos aponta o caminho a seguir, o Verdadeiro Caminho que é Jesus.
Por tudo isso, o cristão tem que ser alegre, tem que irradiar felicidade. O verdadeiro cristão sabe que, estão reservadas maravilhas que os olhos humanos jamais viram para aquele que fizer o que Jesus manda.
Jesus veio para efetuar mudanças radicais. A primeira coisa que fez foi acabar com aquele conceito de religião antiga, opressora, cheia de normas, cheia de regras e triste; uma religião fabricada para beneficiar meia dúzia de fariseus e alguns doutores da lei.
Jesus veio trazer a salvação para todos. Na Nova Lei, classe social, raça e poder aquisitivo de nada valem. A partir de Jesus, amor, misericórdia e perdão, são requisitos básicos para se ganhar a vida eterna.
Jesus veio para transformar. Sofre uma transformação radical a vida de quem segue Jesus. Quem deixar-se mudar vai perceber que sua mudança é como da água para o vinho.
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