quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Na catequese, Papa fala da realidade visível da Igreja

Na catequese desta quarta-feira, 29, o Papa Francisco concentrou-se na realidade da Igreja, formada por um aspecto visível e um espiritual. A parte visível dela é formada por todos os batizados, não só pelo clero, disse. O Santo Padre enfatizou que é preciso olhar para Cristo e colocar a realidade visível a serviço da realidade espiritual da Igreja.
Francisco deu sequência ao ciclo de catequeses sobre a Igreja. Ele destacou que todos os que se fazem próximos aos mais necessitados, procurando levar-lhes um pouco de conforto, e todos os que fazem o que o Senhor lhes mandou são a Igreja.
“Compreendemos, então, que a realidade visível da Igreja não é mensurável, não é conhecida em toda a sua plenitude. Como se faz para conhecer todo o bem que é feito? Tantas obras de amor, tanta fidelidade na família, tanto trabalho para educar os filhos, para transmitir a fé (…) isso é muito grande, não se pode mensurar”.
A realidade visível da Igreja, segundo Francisco, vai além do controle humano e constitui uma realidade misteriosa, porque vem de Deus. Ele explicou que, para entender a relação na Igreja entre sua realidade visível e a espiritual, o caminho é olhar para Cristo, do qual a Igreja é o corpo. Também no caso da Igreja há uma realidade misteriosa, disse o Papa. “Também a Igreja, então, é um mistério, no qual o que não se vê é mais importante do que o que se vê e pode ser reconhecido só com os olhos da fé”
O Pontífice recordou ainda o modo como Jesus utilizou sua humanidade para anunciar e realizar o desígnio divino, o que deve ser feito também pela Igreja. A partir de sua realidade visível, a Igreja é chamada, a cada dia, a se fazer próxima de cada homem, começando pelos mais necessitados.
O Santo Padre reconheceu as experiências de fragilidade e limitações que fazem parte da realidade da Igreja, uma vez que os homens são pecadores, e por isso é preciso rezar a Deus. “Peçamos o dom da fé para que possamos compreender como, não obstante a nossa pequenez e a nossa pobreza, o Senhor nos fez instrumento de graça e sinal visível do seu amor pela humanidade”.
Por Canção Nova

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

26 Outubro – 30o Domingo do Tempo Comum

“Amarás o senhor teu Deus e ao teu próximo como a ti mesmo!”Evangelho  (Mt 22, 34-40)
Quando os fariseus souberam que Jesus fizera calar os saduceus, juntaram-se em bloco. E um deles, doutor da Lei, perguntou, para testá-lo: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Jesus lhe respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o coração, com toda a alma e com toda a mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. Mas o segundo é semelhante a este: Amarás o próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.
COMENTÁRIO
O evangelho de hoje é bem “curtinho”. Tem poucas palavras, mas tem também uma das mais claras e diretas mensagens. Manda viver o amor. É o resumo de tudo que precisamos saber e viver. Fala do amor a Deus e do amor ao próximo.
Jesus diz que amar a Deus de todo coração, de toda alma e de todo entendimento é o primeiro e maior mandamento. Diz também que amar ao próximo como a nós mesmos é semelhante ao primeiro. Com essas palavras Jesus disse que, amar ao próximo é tão importante quanto amar a Deus.
Essas palavras deixam claro que, não existe separação entre o amor a Deus e ao nosso semelhante. Reafirmam a verdade destas outras palavras: “Ninguém pode dizer que ama a Deus, que não vê, se não ama ao irmão que está ao seu lado”.
Foi bom tocar nesse assunto, deve servir para esclarecer algumas dúvidas: afinal de contas, quem é esse irmão? Acho que não é para mim esse recado, pois sou filho único e nem irmão eu tenho! Como posso reconhecer e amar alguém que nem sequer conheço? Onde estará esse desconhecido, onde estarão esses irmãos?
Boa pergunta. Estão aqui, bem pertinho, bem ao nosso lado! Quantas irmãs, quantos irmãos de todas as idades. São velhos, jovens e crianças. Estão por ai aos milhares, abandonados e maltrapilhos. Doentes, sem emprego, sem terra e sem nada. Dependem de mim, dependem de você... precisam de amor.
Realmente esse recado é direto para todos nós. Jesus pede a aproximação porque sabe que quando nos aproximarmos desses marginalizados e olharmos em seus olhos, veremos neles a nossa imagem refletida. Isso prova que não são desconhecidos; nós estamos neles, e eles também deveriam estar aqui dentro de nós, refletidos em nossos olhos.
Este evangelho me lembra de um lindo poema, mais ou menos, assim: “Procurei a Deus, em todos os cantos e não o encontrei. Busquei a mim mesmo, em todas as partes e não me achei. Procurei então o meu próximo e, nele encontrei os três”. Sem dúvida, no amor fraterno encontramos a Deus e nos reencontramos.
Amar o próximo não é uma coisa tão simples e fácil. Às vezes relutamos em dar amor e, em outras vezes temos a impressão que o próximo não quer ser amado; é respondão, malcriado e nada amável. O verdadeiro amor tudo supera e não se deixa abater. Amar não é coisa superficial, amar exige compreensão e gestos concretos.
É preciso deixar o discurso de lado e sair a campo. Sempre há algo que se pode fazer. Amar não se resume em andar abraçados pelas ruas. Prova de amor é lutar contra as injustiças sociais, contra o desemprego e o abandono. Amar de verdade é assumir o compromisso batismal, é levar aos povos a Boa Nova. Amar é acreditar e tornar vivas estas palavras: “Só podemos amar a Deus através do amor ao próximo”.
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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Papa Francisco adverte cristãos que vivem como pagãos


Através do Espírito Santo, Deus deu aos cristãos o céu como “antecipação” da eternidade. Mas este dom, às vezes, é deixado de lado por uma vida “opaca” e hipócrita. Assim se expressou o
 Papa Francisco na manhã de sexta-feira dia 17, na celebração da Missa na Capela da Casa Santa Marta.


A homilia do Papa Francisco seguiu passo a passo as palavras da Leitura de S. Paulo, o qual explica aos cristãos de Éfeso que, para acreditar no Evangelho, receberam o “selo do Espírito Santo”. Com este dom, afirmou o Papa, Deus “não só nos escolheu”, mas nos deu um estilo, “um modo de viver, que não é somente uma lista de hábitos. É muito mais: é uma identidade”:

“A nossa identidade é justamente este selo, esta força do Espírito Santo, que todos nós recebemos no Batismo. E o Espírito Santo selou o nosso coração e, mais ainda, caminha connosco. Este Espírito, que foi prometido por Jesus, não nos dá somente a identidade, mas também uma antecipação da nossa herança. Com Ele, o Céu tem início. Nós estamos justamente vivendo este Céu, esta eternidade, porque fomos selados pelo Espírito Santo, que é o início do Céu: é a antecipação que temos em mãos.”

Todavia, prosseguiu o Papa Francisco, ter o próprio Céu como antecipação não impede os cristãos de caírem em tentação. Isso acontece quando, por exemplo, queremos tornar “opaca” esta identidade:

“É o cristão morno. Sim vai à Missa ao domingo, mas na sua vida não se vê a identidade. Vive inclusive como um pagão, não obstante seja cristão. São mornos. Fazem com que a nossa identidade se torne opaca. Outro pecado é aquele do qual falava Jesus aos discípulos e que ouvimos: ‘Acautelai-vos do fermento dos fariseus, isto é, da hipocrisia’. Fazer de conta: eu faço de conta que sou cristão, mas não sou. Não sou transparente; digo uma coisa, mas faço outra.”

Ao invés, e o próprio Paulo recorda isso noutro trecho, uma vida cristã vivida segundo aquela identidade criada pelo Espírito Santo produz frutos de outro nível:

“Amor, alegria, paz, magnanimidade, benevolência, fidelidade, mansidão, domínio de si. E este é o nosso caminho rumo ao Céu, que tem início no Céu aqui. Porque temos esta identidade cristã, fomos selados pelo Espírito Santo. Peçamos ao Senhor a graça de estarmos atentos a este selo, a esta nossa identidade, que não é somente promessa, mas que já temos em mãos como antecipação.”

(Rádio Vaticano)
sources: RÁDIO VATICANO

sábado, 18 de outubro de 2014

19 Outubro – 29o Domingo do Tempo Comum

“Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus!”
Evangelho  (Mt 22, 15-21)
Os fariseus convocaram um conselho para ver como poderiam pegar Jesus em alguma palavra. Enviaram-lhe discípulos, juntamente com os herodianos, para lhe dizer: “Mestre, sabemos que és sincero(...). Dize-nos, pois, o que te parece: É justo pagar imposto a César ou não?” Conhecendo-lhes a malícia, Jesus falou: “Por que me testais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do imposto”. Eles lhe apresentaram um denário. E Jesus lhes perguntou: “De quem é essa imagem e inscrição?” Responderam eles: “De César!” Então Jesus lhes disse: “Pois dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
COMENTÁRIO
No Evangelho de hoje, Jesus é testado. É colocado numa situação embaraçosa pelos fariseus e saduceus. Importante lembrar que esses dois povos eram inimigos mortais. Viviam guerreando entre si, nada tinham em comum, porém, uniram-se para tentar vencer Jesus.
Tinham certeza que, desta vez, Jesus não encontraria saída. Contavam ainda com o apoio dos doutores da lei, dos líderes religiosos e de todos aqueles que queriam destruir Jesus. Uniram-se para encontrar um modo de eliminá-lo.
Mais uma vez ficou provado que a presença de Jesus provoca a união. A simples presença de Jesus une as pessoas. Pena que neste caso, a união era para destruí-lo. Mas, parece que nada mudou, pois ainda hoje muitos querem que Jesus desapareça. Sua presença incomoda aos interesseiros. Certamente era incômodo para esses povos, conviver com Jesus e sua doutrina.
O esperado Messias guerreiro, lutador e dominador. Aquele que viria para livrá-los do poder dos romanos apresenta-se sem armas e sem um exército devastador. É um Messias-servo, manso e humilde e, ainda por cima, dono de palavras duras que machucam a consciência. Jesus anuncia que o Reino de Deus é dos pobres e oprimidos. Já pensou? Um Reino para os pobres? É muito para a nossa cabeça!
Esse modo de falar e de agir de Jesus incomoda os donos do poder. Era preciso matá-lo, tinham que eliminá-lo. Precisavam de uma justificativa para acusá-lo de traição. Aparentemente haviam encontrado uma forma infalível, não havia como Jesus escapar da armadilha montada.
A pergunta tinha uma grande dose de maldade e de malícia. Qualquer resposta seria comprometedora para Jesus. Só havia duas respostas: sim ou não. Dizendo sim, desagradaria e revoltaria o povo. Dizendo não, teria que se haver com os poderosos, pois estaria depondo contra o poder romano.
Hipócritas, por que me tentam?” Com estas palavras, ao pedir que lhe mostrem a moeda, e ao perguntar de quem é a figura e a inscrição, Jesus força os próprios inimigos a dar a resposta certa: “É de César”. Agora sim, ao ouvir o que queria ouvir, respondeu de forma clara: “Pois então, dai a César o que é de César, e a Deus, o que é de Deus”.
Com essa resposta, Jesus não discute a questão do imposto. Ele sabe que a contribuição é necessária. No entanto, sua grande preocupação é com o povo, com a injustiça e com a opressão. Certamente, Jesus desaprova a sonegação de impostos, desaprova também as falcatruas e o desvio de dinheiro público. Jesus deixa claro que o imposto só é justo quando revertido em benefício da sociedade. Esperamos que este recado de Jesus seja ouvido, entendido e colocado em prática pelos donos do poder em nosso país.
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sábado, 11 de outubro de 2014

12 Outubro – Nossa Senhora Aparecida

“Fazei tudo o que Jesus mandar!”Evangelho: (Jo 2, 1-11) 
No terceiro dia houve um casamento em Caná da Galiléia, e a mãe de Jesus estava presente. Jesus e os discípulos também foram convidados para esse casamento. Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Jesus respondeu: “Mulher, o que temos nós a ver com isso? Ainda não chegou a minha hora”. Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei tudo o que ele vos disser”.
Havia ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus. Em cada uma cabiam duas ou três medidas. Jesus disse: “Enchei de água as talhas”. Eles encheram-nas até a borda. Então Jesus disse: “Tirai agora um pouco e levai ao organizador da festa”. Eles levaram. Logo que o organizador da festa provou da água transformada em vinho – ele não sabia de onde vinha, embora o soubessem os serventes que tinham tirado a água – chamou o noivo e lhe disse: “Todos servem primeiro o vinho bom e quando já estão embriagados servem o de qualidade inferior. Tu guardaste o vinho bom até agora”. Este foi o início dos sinais de Jesus, em Caná da Galiléia. Ele manifestou a sua glória, e os discípulos creram nele.
 COMENTÁRIO
Hoje é domingo, dia do Senhor, dia de nossa Padroeira, dia do banquete Eucarístico, dia de festa! Pense bem... a nossa vida tem tudo para ser uma contínua festa. Só alegrias, só boas notícias, só melodia e dança. O segredo para que assim seja Maria já nos revelou, naquela festa.
Na verdade não se trata de um segredo. Há dois mil anos, em meio aos discípulos de seu Filho e entre muitos convidados, a Virgem Maria deu este conselho para toda a humanidade: "Façam tudo que meu Filho mandar!" Simples, não é mesmo? É o suficiente para transformar a vida e transformar o mundo.
Ao dizer eles não têm vinho, Nossa Senhora não se referia apenas à falta material da bebida, naquela festa. Naquele momento, Maria estava intercedendo por todos seus filhos, Ela se referia a todo povo de Deus, oprimido e desesperançado, que vivia a expectativa de receber o vinho da Vida e da Salvação.
"O que a Senhora quer de mim? Ainda não chegou a minha hora". Com essas palavras, parece que Jesus estava querendo testar sua Mãe. Parece que queria confirmar se Maria estava realmente entendendo o Grande Plano de Salvação que seu Pai havia traçado.
A reação de Maria foi aquela que Jesus já esperava. Ela não se abalou com suas palavras, não discutiu, não impôs sua vontade e nem fez uso de sua autoridade materna. Calmamente, porém de forma firme, disse aos criados: "façam tudo o que Ele mandar!"
Essas palavras de Maria tinham dois endereços: seu Filho e cada um de nós. Para Jesus, suas palavras devem ser interpretadas como uma sugestão. Foi como se Maria tivesse dito: "Filho, você não acha que esta seria uma ótima oportunidade para você iniciar a Grande Obra de Redenção da humanidade?”
Para nós o recado foi dado de forma direta. Aqueles criados representavam toda a humanidade e, através deles, Ela recomenda que sejamos obedientes. Ao dizer - "façam tudo o que meu Filho mandar" - Maria não nos deixa outra alternativa. Obediência é a única saída para quem espera a salvação.
Jesus iniciou sua vida pública num ambiente festivo. Operou seu primeiro milagre numa festa de casamento. Nesse mesmo ambiente, Maria nos aponta o caminho a seguir, o Verdadeiro Caminho que é Jesus.
Por tudo isso, o cristão tem que ser alegre, tem que irradiar felicidade. O verdadeiro cristão sabe que, estão reservadas maravilhas que os olhos humanos jamais viram para aquele que fizer o que Jesus manda.
Jesus veio para efetuar mudanças radicais. A primeira coisa que fez foi acabar com aquele conceito de religião antiga, opressora, cheia de normas, cheia de regras e triste; uma religião fabricada para beneficiar meia dúzia de fariseus e alguns doutores da lei.
Jesus veio trazer a salvação para todos. Na Nova Lei, classe social, raça e poder aquisitivo de nada valem. A partir de Jesus, amor, misericórdia e perdão, são requisitos básicos para se ganhar a vida eterna.
Jesus veio para transformar. Sofre uma transformação radical a vida de quem segue Jesus. Quem deixar-se mudar vai perceber que sua mudança é como da água para o vinho.
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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Catequese com o Papa sobre unidade entre os cristãos

CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Nas últimas catequeses, procuramos lançar luz sobre a natureza e a beleza da Igreja e nos perguntamos o que significa para cada um de nós fazer parte deste povo, povo de Deus que é a Igreja. Não devemos, porém, esquecer que há tantos irmãos que partilham conosco a fé em Cristo, mas pertencem a outras confissões ou a tradições diferentes da nossa. Muitos se resignaram a esta divisão – mesmo dentro da nossa Igreja católica se resignaram – que no curso da história muitas vezes foi causa de conflitos e de sofrimentos, também de guerras e isto é uma vergonha! Também hoje as relações não são sempre baseadas no respeito e na cordialidade… Mas, eu me pergunto: como nos colocamos diante de tudo isso? Somos também nós resignados, se não indiferentes a esta divisão? Ou acreditamos firmemente que se possa e se deva caminhar na direção da reconciliação e da plena comunhão? A plena comunhão, isso é, poder participar todos juntos do corpo e sangue de Cristo.
As divisões entre os cristãos, enquanto ferem a Igreja, ferem Cristo, e nós divididos provocamos uma ferida em Cristo: a Igreja, de fato, é o corpo do qual Cristo é a cabeça. Sabemos bem quanto esteve no coração de Jesus que os seus discípulos permanecessem unidos no seu amor. Basta pensar em suas palavras reportadas no capítulo 17 do Evangelho de João, a oração dirigida ao Pai na iminência da paixão: “Pai santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós” (Jo 17, 11). Esta unidade já estava ameaçada enquanto Jesus ainda estava entre os seus: no Evangelho, de fato, recorda-se que os apóstolos discutiam entre eles sobre quem era o maior, o mais importante (cfr Lc 9, 46). O Senhor, porém, insistiu tanto sobre a unidade no nome do Pai, fazendo-nos entender que o nosso anúncio e o nosso testemunho serão tanto mais credíveis quanto mais por primeiro formos capazes de viver em comunhão e de nos querermos bem. É o que os seus apóstolos, com a graça do Espírito Santo, depois entenderam profundamente e levaram no coração, tanto que São Paulo chegará a implorar à comunidade de Corinto com estas palavras: “Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que todos estejais em pleno acordo e que não haja entre vós divisões. Vivei em boa harmonia, no mesmo espírito e no mesmo sentimento” (1 Cor 1, 10).
Durante o seu caminho na história, a Igreja foi tentada pelo maligno, que procura dividi-la e, infelizmente, foi marcada por separações graves e dolorosas. São divisões que às vezes duraram muito tempo, até hoje, por isso agora resulta difícil reconstruir todas as motivações e, sobretudo, encontrar possíveis soluções. As razões que levaram às fraturas e às separações podem ser as mais diversas: divergências sobre princípios dogmáticos e morais e sobre concepções teológicas e pastorais diferentes, motivos políticos e de conveniência, até discussões devido a antipatias e ambições pessoais… O que é certo é que, de um modo ou de outro, por trás destas lacerações estão sempre a soberba e o egoísmo, que são a causa de todo desacordo e que nos tornam intolerantes, incapazes de escutar e de aceitar que há uma visão ou uma posição diferente da nossa.
Ora, diante de tudo isso, há alguma coisa que cada um de nós, como membros da santa mãe Igreja, podemos e devemos fazer? Certamente não deve faltar a oração, em continuidade e em comunhão com aquela de Jesus, a oração pela unidade dos cristãos. E junto com a oração, o Senhor nos pede uma renovada abertura: pede-nos para não nos fecharmos ao diálogo e ao encontro, mas colher tudo aquilo de válido e de positivo que nos é oferecido também por quem pensa diferente de nós ou se coloca em posições diferentes. Pede-nos para não fixar o olhar sobre aquilo que nos divide, mas sim sobre aquilo que nos une, procurando melhor conhecer e amar Jesus e partilhar a riqueza do seu amor. E isto comporta concretamente a adesão à verdade, junto com a capacidade de perdoar-se, de sentir-se parte da mesma família cristã, de considerar-se um dom para o outro e fazer juntos tantas coisas boas e obras de caridade.
É uma dor, mas há divisões, há cristãos divididos, estamos divididos entre nós. Mas todos temos algo em comum: todos acreditamos em Jesus Cristo, o Senhor. Todos acreditamos no Pai, no Filho e no Espírito Santo e todos caminhamos juntos, estamos em caminho. Ajudemo-nos uns aos outros! Mas você pensa assim, você pensa assim… Em todas as comunidades há grandes teólogos: que eles discutam, que eles procurem a verdade teológica porque é um dever, mas nós caminhamos juntos, rezando uns pelos outros e fazendo obras de caridade. E assim fazemos a comunhão em caminho. Isto se chama ecumenismo espiritual: caminhar o caminho da vida todos juntos na nossa fé, em Jesus Cristo o Senhor. Diz-se que não se deve falar de coisas pessoais, mas não resisto à tentação. Estamos falando de comunhão… comunhão entre nós. E hoje, eu sou tão grato ao Senhor porque hoje faz 70 anos que eu fiz a Primeira Comunhão. Mas fazer a Primeira Comunhão todos nós sabemos que significa entrar em comunhão com os outros, em comunhão com os irmãos da nossa Igreja, mas também em comunhão com todos aqueles que pertencem a comunidades diferentes mas acreditam em Jesus. Agradeçamos ao Senhor pelo nosso Batismo, agradeçamos ao Senhor pela nossa comunhão e porque esta comunhão acaba por ser de todos, juntos.
Queridos amigos, seguimos adiante, então, rumo à plena unidade! A história nos separou, mas estamos em caminho rumo à reconciliação e à comunhão! E isto é verdadeiro! Devemos defender isso! Todos estamos em caminho rumo à comunhão. E quando a meta pode nos parecer distante, quase inatingível, e nos sentimos presos pelo desconforto, consola-nos a ideia de que Deus não pode fechar os ouvidos à voz do próprio Filho Jesus e não cumprir a sua e a nossa oração, a fim de que todos os cristãos sejam realmente uma só coisa.
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sábado, 4 de outubro de 2014

O mês das missões

A Igreja dedica o mês de Outubro às Missões, por ser um mês em que se comemoram vários santos patronos das missões. É claro que todos os meses são meses de evangelizar, afinal, a igreja existe para levar sua mensagem para todas as pessoas. Essa é a nossa tarefa, a nossa missão: formar discípulos e missionários bem dispostos a servir ao Reino de Deus. “Ide e fazei discípulos meus entre todas as nações” (Mt 28,19).
Em 1974 Paulo VI escreveu uma carta dizendo que o que é importante na evangelização é ser fiel à Igreja, seguir aquilo que ela nos ensina, estudando o Catecismo da Igreja Católica e vivendo tudo aquilo que pregamos.
O que deve trazer pra nós desejo e motivação para evangelizar não pode ser outra coisa do que salvar almas e levar pessoas pra Deus.
Como batizados, essa é a nossa missão: evangelizar por amor a Jesus Cristo, por amor às pessoas que se perdem, “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” (Lc. 15,7).
Jesus morreu por todos para ninguém se perder.
Que possamos refletir se estamos assumindo a nossa missão de batizados e assim levemos a sua palavra onde o Senhor nos enviar e a quem encontrarmos, e que, muito mais do que palavras, possamos testemunhar com nosso viver a alegria de ser cristão!
http://setorjuventudesa.com.br/?p=4454

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

05 Outubro – 27o Domingo do Tempo Comum

“A pedra rejeitada tornou-se a pedra angular!”Evangelho: (Mt 21, 33-43)

Um pai de família plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, escavou um tanque para esmagar as uvas, construiu uma torre e arrendou tudo a uns lavradores. Depois viajou para o exterior. Quando chegou o tempo da safra, mandou os escravos receberem dos lavradores sua parte dos frutos. Os lavradores, porém, agarraram os escravos, espancaram um, mataram outro e apedrejaram o terceiro. Novamente enviou outros escravos, em maior número do que os primeiros, e lhes fizeram o mesmo. Por fim enviou-lhes o próprio filho, pensando: ‘Eles vão respeitar o meu filho’. Mas, ao verem o filho, os lavradores disseram entre si: ‘Este é o herdeiro! Vamos matá-lo e tomemos a sua herança’. Eles pegaram o filho do patrão, arrastaram-no para fora da vinha e o mataram. Pois bem: Quando vier o dono da vinha, o que fará com os lavradores?” Eles responderam: “Fará perecer de morte horrível os malfeitores e arrendará a vinha a outros lavradores que lhe dêem os frutos a seu tempo”. Então Jesus lhes disse: “Nunca lestes nas Escrituras: A pedra rejeitada pelos construtores é que se tornou a pedra principal. Foi obra do Senhor, digna de admiração para nossos olhos? Por isso eu vos digo: O reino de Deus será tirado de vós e será dado a um povo que produza os devidos frutos.
COMENTÁRIO
Olá, missionário! Olá, missionária!!! Hoje, de modo todo especial nós queremos dedicar toda a nossa atenção, a nossa alegria e as nossas orações para você que está consciente da sua missão.
Estamos iniciando o mês de outubro, o mês das missões. Todos nós somos chamados à missão, por isso este mês é todinho dedicado a você que é batizado e que está comprometido com a evangelização. Parabéns a você, fiel servidor.
No entanto, nem sempre os servidores são fiéis: Hoje nos deparamos com um senhor que plantou uma vinha, cercou todinha, construiu uma área para industrializar a uva e, até mesmo uma torre de vigia ele fez. Pensou nos mínimos detalhes para que nada desse errado.
Certamente foi grande o investimento. Fez tudo com muito carinho, entregou o projeto aos arrendatários e viajou. Tinha certeza que ao retornar receberia o lucro esperado. Esperava muitos frutos. Mas, não foi bem isso que aconteceu.
Justamente aquelas pessoas que foram merecedoras de sua confiança; as mesmas, que receberam tudo prontinho, o traíram. Foram ainda injustas e violentas com os representantes do senhor. Espancaram, apedrejaram e até mesmo mataram.
É provável que tenham agido dessa forma para não terem que dividir a colheita. Talvez a intenção fosse guardar tudo para si. Existe, porém, outra possibilidade, pode ser que não tivessem nenhum fruto para entregar. Pode ser que não plantaram nada. Esqueceram-se de que a natureza é generosa, porém justa; quem nada planta... nada colhe.
Entretanto, nada justifica a atitude perversa e violenta dessas pessoas. Seja por um ou por outro motivo, nas duas situações está presente a traição. A ganância, o desejo de não querer dividir com justiça, demonstra desonestidade. A falta de frutos deixa transparecerem a preguiça e o comodismo.
Muito atual essa parábola, tem tudo a ver com o nosso dia-a-dia. O Senhor colocou tudo sobre a face da terra, fez tudo com tanto carinho, pensou nos mínimos detalhes. Como se diz popularmente entregou-nos tudo “de mãos beijadas”, gratuitamente.
Investiu alto e aguarda o retorno de seu investimento. Diariamente nos deparamos com seus representantes a procura dos frutos das nossas obras. Fingimos nada ver nem ouvir. Somos capazes até mesmo de espancá-los, para nada entregar, nada dividir. Repare que não partilhamos nada, nem frutos, nem terra.
Não dividimos teto, saúde, nem alimento. Nem mesmo o trabalho é compartilhado. O egoísmo não nos permite conjugar o verbo dividir. Diante de tanta insensatez, o Senhor mandou seu próprio Filho e nós o matamos.
É hora de rever nosso comportamento e assumir a missão. Lembre-se que somos os atuais arrendatários e teremos que prestar contas ao “Dono da vinha”. Nunca é demais lembrar que nossos atos estão sendo vigiados. Alguém, lá da “torre” tudo vê, tudo acompanha.
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Os Cinco Mandamentos da Igreja

Uma coisa que muitos católicos não sabem – e por isso não cumprem – é que existem os “Cinco Mandamentos da Igreja”, além dos Dez Mandamentos conhecidos. Eles não foram revogados pela Igreja com o novo Catecismo de João Paulo II (1992). É preciso entender que mandamento é algo obrigatório para todos os católicos, diferente de recomendações, conselhos, entre outros.
Cristo deu poderes à Sua Igreja a fim de estabelecer normas para a salvação da humanidade. Ele disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10,16). E prossegue: “Em verdade, tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra, será também desligado no céu.” (Mt 18,18)
Então, a Igreja legisla com o “poder de Cristo”, e quem não a obedece, não obedece a Cristo, e conseqüentemente a Deus Pai.
De modo que para a salvação do povo de Deus, a Igreja estabeleceu cinco obrigações que todo católico tem de cumprir, conforme ensina o Catecismo da Igreja Católica (CIC). Este ensina: “Os mandamentos da Igreja situam-se nesta linha de uma vida moral ligada à vida litúrgica e que dela se alimenta. O caráter obrigatório dessas leis positivas promulgadas pelas autoridades pastorais tem como fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável no espírito de oração e no esforço moral, no crescimento do amor de Deus e do próximo.” (§2041)
Note que o Catecismo diz que isso é o “mínimo indispensável” para o crescimento na vida espiritual dos fiéis. Podemos e devemos fazer muito mais, pois isso é apenas o mínimo obrigado pela Igreja. Ela sabe que, como Mãe, tem filhos de todos os tipos e condições, portanto, fixa, sabiamente, apenas o mínimo necessário, deixando que cada um, conforme a sua realidade, faça mais. E devemos fazer mais.
1º – Primeiro mandamento da Igreja: “Participar da missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho”.
Ordena aos fiéis que santifiquem o dia em que se comemora a ressurreição do Senhor, e as festas litúrgicas em honra dos mistérios do Senhor, da santíssima Virgem Maria e dos santos, em primeiro lugar participando da celebração eucarística, em que se reúne a comunidade cristã, e se abstendo de trabalhos e negócios que possam impedir tal santificação desses dias (Código de Direito Canônico-CDC , cân. 1246-1248) (§2042).
Os Dias Santos – com obrigação de participar da missa, são esses, conforme o Catecismo: “Devem ser guardados [além dos domingos] o dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania (domingo no Brasil), da Ascensão (domingo) e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), de Santa Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro), de sua Imaculada Conceição (8 de dezembro) e Assunção (domingo), de São José (19 de março), dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (domingo), e por fim, de Todos os Santos (domingo)” (CDC, cân. 1246,1; n. 2043 após nota 252) (§2177).
2º – Segundo mandamento: “Confessar-se ao menos uma vez por ano”.
Assegura a preparação para a Eucaristia pela recepção do Sacramento da Reconciliação, que continua a obra de conversão e perdão do Batismo (CDC, cân. 989). É claro que é pouco se confessar uma vez ao ano, seria bom que cada um se confessasse ao menos uma vez por mês, pois fica mais fácil de se recordar dos pecados e de ter a graça para vencê-los.
3º – Terceiro mandamento: “Receber o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição” (O período pascal vai da Páscoa até festa da Ascenção) e garante um mínimo na recepção do Corpo e do Sangue do Senhor em ligação com as festas pascais, origem e centro da Liturgia cristã (CDC, cân. 920).
Também é muito pouco comungar ao menos uma vez ao ano. A Igreja recomenda (não obriga) a comunhão diária.
4º – Quarto mandamento: “Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja”(No Brasil isso deve ser feito na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa). Este jejum consiste em um leve café da manhã, um almoço leve e um lanche também leve à tarde, sem mais nada no meio do dia, nem o cafezinho. Quem desejar, pode fazer um jejum mais rigoroso; o obrigatório é o mínimo. Os que já tem mais de sessenta anos estão dispensados da obrigatoriedade, mas podem fazê-lo se desejarem.
Diz o Catecismo que o jejum “Determina os tempos de ascese e penitência que nos preparam para as festas litúrgicas; contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre nossos instintos e a liberdade de coração (CDC, cân. 882)”.
5º – Quinto mandamento: “Ajudar a Igreja em suas necessidades”
Recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades (CDC, cân. 222). Não é obrigatório que o dízimo seja de 10% do salário, nem o Catecismo nem o Código de Direito Canônico obrigam esta porcentagem, mas é bom e bonito se assim o for. O importante é, como disse São Paulo, dar com alegria, pois “Deus ama aquele que dá com alegria” (cf. 2Cor 9, 7). Esta ajuda às necessidades da Igreja pode ser dada uma parte na paróquia e em outras obras da Igreja.
Nota: Conforme preceitua o Código de Direito Canônico, as Conferências Episcopais de cada país podem estabelecer outros preceitos eclesiásticos para o seu território (CDC, cân. 455) (§2043).
Demos graças a Deus pela Santa Mãe Igreja que nos guia. O Papa Paulo VI disse que “quem não ama a Igreja não ama Jesus Cristo”.
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