segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Esperança Não Tem Fim...

Passado, presente e futuro se aproximam neste último dia do ano. Ao olhar para frente não poderemos simplesmente romper com a história, não dando valor ao que fomos ontem. Também não somos hoje melhores  do que seremos amanhã. A história segue sua trajetória sendo constantemente construída e animada pelo Espírito de Deus quando nos deixamos tocar por seu divino sopro. temos esperança nesta e na vida futura, com a alegre missão de constantemente nos desenvolvermos integralmente como pessoas entendendo que a vida é dom de Deus. E, iluminados pela fé, somos chamados á certeza da plenitude do Coração Divino, no qual a esperança não tem fim. Assim, com a graça de Deus, o fim de ano nos convida a perseverar: amanhã daremos mais um passo, e mais um, e mais outro...

Frei Edrian Josué Pasini




sábado, 29 de dezembro de 2012

30/dezembro/2012– Sagrada Família: Jesus, Maria e José


Evangelho: (Lc 2,41-52)
Todos os anos, na festa da Páscoa, os pais de Jesus iam a Jerusalém. Quando ele completou doze anos, subiram a Jerusalém segundo o costume da festa. Acabados os dias de festa, quando voltaram, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais o percebessem. Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia e o procuraram entre os parentes e conhecidos. Não o achando, voltaram a Jerusalém à procura dele. Três dias depois o encontraram no Templo sentado no meio dos doutores, ouvindo e fazendo perguntas. Todos que o escutavam maravilhavam-se de sua inteligência e de suas respostas. Quando o viram, ficaram admirados e sua mãe lhe disse: “Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu, aflitos, te procurávamos”. Ele respondeu-lhes: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa do meu Pai?” Eles não entenderam o que lhes dizia. Depois desceu com eles e foi para Nazaré, e lhes era submisso. Sua mãe conservava a lembrança de tudo isso no coração. Jesus crescia em sabedoria, idade e graça diante de Deus e das pessoas.
COMENTÁRIO
Este Evangelho deve fazer-nos parar e pensar. Como pôde acontecer uma coisa dessas com essa família? Se fosse na minha ou na sua família, tudo bem, seria até compreensível, mas numa família santa como essa, é difícil de acreditar.
Jesus se perde de seus pais e fica por três dias desaparecido. Como o evangelista diz, seus pais ficam aflitos e saem à sua procura. Ao encontrá-lo, Maria demonstra toda sua angústia ao dizer: “Por que você fez isso conosco?”
Jesus responde com duas perguntas “Por que me procuravam? Vocês não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai?” Jesus deixa claro que ficou no templo, pois precisava estar à disposição de seu Pai.
Jovem ainda, com apenas doze anos, Jesus declara publicamente, que tem uma missão a cumprir e que está disposto a obedecer. Custe o que custar vai fazer o que o Pai espera que ele faça, pois os interesses de seu Pai devem estar acima de tudo.
Sua missão exige coragem. Vai exigir, até mesmo, seu afastamento familiar. A partir desse dia, Jesus não deve ter sido mais aquele mesmo menino pacato e caseiro. É natural que um jovem comprometido com a propagação do Reino saia a procura de novos horizontes e se distancie do âmbito familiar.
No entanto, nem sempre é assim. Quantas e quantas vezes a vontade de Deus parece totalmente contrária à nossa. Deus pede uma coisa e nós queremos fazer outra. Nessas horas, a atitude de Jesus deve orientar nosso modo de agir. Acima do nosso querer deve estar a pré-disposição de servir ao Pai.
É importante notar que o evangelista diz que Jesus crescia em sabedoria e graça. Através da obediência aos seus pais, da disponibilidade e generosidade para com os necessitados, Jesus dá exemplos concretos de como viver a santidade.
Resumindo, o Evangelho de hoje nos ensina como podemos crescer na amizade com Deus. Ensina também que ninguém está isento da responsabilidade de levar aos povos a boa nova.
Assim como o filho que abraça a vocação religiosa ou aquele que se casa e constitui uma nova família, deixa seu pai e sua mãe, chega o dia em que devemos deixar o confinamento do lar para propagar a fé.
Dois momentos importantes nós devemos gravar do Evangelho de hoje: primeiro é a angústia de José e Maria ao perceberem que Jesus não estava com eles. Segundo é a alegria do reencontro. Quem ama Jesus não consegue ficar longe Dele.
Se, de verdade nós amamos Jesus, mesmo que seja preciso caminhar três dias, vamos voltar atrás e procurá-lo. Se três dias não bastarem, se não forem suficientes para reencontrar Jesus, vamos caminhar o tempo necessário, pois a recompensa será maravilhosa. Vamos gritar de alegria!
É angustiante viver longe de Jesus e não sentir sua presença. A exemplo de José e Maria, certamente, vai ser enorme a alegria ao reencontrá-lo na Casa do Pai, na figura do irmão maltrapilho, no marginalizado, no injustiçado...
(..........)
jorge.lorente@miliciadaimaculda.org.br – 30/dezembro/2012

domingo, 23 de dezembro de 2012

Oração de Natal

Deus, fiel,
tu enviaste ao mundo o Salvador
como tinhas prometido ao teu povo,
e encarregaste-O de reunir na unidade
todos os teus filhos dispersos.

Ele é a tua Palavra viva, 
e o que Ele diz é a paz.
A paz que Tu nos dás através d'Ele, 
e que nos cabe também a nós construir.

Como no tempo de Isaías, 
como na época de João Batista, 
a voz dos teus profetas
insiste connosco para traçar para Ele,
nas terras áridas da humanidade de hoje, 
um caminho plano: endireitar com a verdade
as vias tortuosas da mentira, 
encher com amor os fossos de ódio
que separam a família humana,
aplanar as montanhas de injustiça
que opõem os homens, dar de novo 
a liberdade aos nossos irmãos que defrontam obstáculos
que lhes parecem intransponíveis.
Então a Tua glória revelar-se-á e todos verão
que a boca do Senhor falou.
A justiça caminha à sua frente 
e a paz na senda dos seus passos.

Não deixes a nossa preguiça e o nosso egoísmo
atrapalhar o nosso caminho ao encontro de Cristo,
nossa paz.
Prepara os nossos corações para o acolhermos;
Que Ele nos encontre límpidos e irrepreensíveis na paz.
Isto Te pedimos em nome do próprio Jesus,
teu Filho, nosso Senhor.


sábado, 22 de dezembro de 2012

23/dezembro/2012 – 4o Domingo do Advento


Evangelho: (Lc 1,39-45)
Naqueles dias, Maria se pôs a caminho e foi apressadamente às montanhas para uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Aconteceu que, mal Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança saltou em seu ventre; e Isabel, cheia do Espírito Santo, exclamou em voz alta: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Donde me vem a honra que a mãe do meu Senhor venha a mim? Pois quando soou em meus ouvidos a voz de tua saudação, a criança saltou de alegria em meu ventre. Feliz é aquela que teve fé no cumprimento do que lhe foi dito da parte do Senhor”.
COMENTÁRIO

Hoje é o quarto e último domingo do Advento. Estamos na antevéspera da grande Festa de Natal. Deus se faz criança e vem morar entre nós.
Deus está conosco, se fez homem e nasceu de uma mulher. É esta mulher que hoje encontramos na liturgia. Uma mulher forte, corajosa e que não mede esforços para estar presente onde dela necessitem. Muito preocupada, com sua prima, Maria enfrentou caminhos difíceis, mas chegou lá.
Naquele tempo não havia ônibus, trem e nem carro. Se não viajou a pé, na melhor das hipóteses, Maria viajou no lombo de um burrinho. Chegou certamente cansada, com fome e com sede, mas nada disso impediu a comemoração na sua chegada. Foi recebida com honras e muita alegria por Isabel e por João Batista.
Este relato parece uma simples visita, mas estamos diante de dois grandes gestos de humildade. Primeiro observamos a Mãe de Deus colocando-se a disposição para ajudar. E, se olharmos atentamente veremos que Jesus, ainda no ventre de sua Mãe, humildemente, também se apresenta a João Batista.
Jesus foi ao encontro de seu discípulo. Pela reação de João, parece-nos que Jesus já estava dando as primeiras instruções ao seu precursor. E João não perdeu tempo, aprendeu a lição e, ainda no ventre de sua mãe, arrumou um jeito de ressaltar a presença do Filho de Deus. Antes de nascer, João já estava evangelizando. 

É essa disponibilidade que Jesus espera encontrar em cada um dos seus discípulos. Aquele, de quem não somos dignos de desatar a sandália, espera muito de cada um de nós. Jesus quer que façamos exatamente como fez a sua Mãe. Por piores que sejam os caminhos, custe o que custar, Jesus quer ver-nos visitando os irmãos.
Maria, humildemente se diz a serva do Senhor. A serva de Deus, também é a serva dos homens. Sua visita a Isabel, simboliza sua total entrega aos necessitados. A presença de Maria leva alegria, júbilo e paz na casa de Isabel. Assim é a Nossa Mãe, onde Ela está presente, lá estão a alegria e a paz.
"Bem Aventurada aquela que acreditou! Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!" Isabel, iluminada pelo Espírito Santo, soube enxergar a presença divina naquela visita.
Isabel disse que não era merecedora de tão grande alegria. De fato, nenhum de nós, é merecedor de tamanha alegria. É um presente do Pai nós podermos ter, permanentemente, em nosso lar a Mãe do Salvador e nossa mãe.
Esse privilégio não se dá por nossos méritos, mas sim pela bondade infinita de Deus que nos ama e que nos deu sua própria Mãe como companheira e protetora. No entanto, carregar o Salvador dentro de si não deve ser exclusividade só de Maria.
Todos nós devemos ser portadores de Cristo e, como Maria, devemos levar Vida ao mundo. Levar Vida é apresentar Jesus Cristo, é construir a paz e a justiça através da doação do seu próprio ser.
(............)
jorge.lorente@miliciadaimaculda.org.br – 23/dezembro/2012

O Bem Mais Precioso

Jesus Cristo é o bem mais precioso que possuímos. O Pai o mandou a nós, e o Espírito de Deus, suavemente, move-nos a conhecê-lo, amá-lo, ouvi-lo e segui-lo. A quem o acolhe, Ele comunica sua própria vida de Filho de Deus!

Dom Hilário Moser


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Natal


Que neste Natal,
eu possa lembrar dos que vivem em guerra,
e fazer por eles uma prece de paz.


Que eu possa lembrar dos que odeiam,
e fazer por eles uma prece de amor.



Que eu possa perdoar a todos que me magoaram,
e fazer por eles uma prece de perdão.



Que eu lembre dos desesperados,
e faça por eles uma prece de esperança.



Que eu esqueça as tristezas do ano que termina,
e faça uma prece de alegria.



Que eu possa acreditar que o mundo ainda pode ser melhor,
e faça por ele uma prece de fé.



Obrigada Senhor
Por ter alimento,
quando tantos passam o ano com fome.



Por ter saúde,
quando tantos sofrem neste momento.



Por ter um lar,
quando tantos dormem nas ruas.



Por ser feliz,
quando tantos choram na solidão.



Por ter amor,
quantos tantos vivem no ódio.



Pela minha paz,
quando tantos vivem o horror da guerra.


desconhecido

Papai Noel, uma causa perdida?


Nas comunidades católicas recebe muito estímulo a “Novena de Natal”. Ela visa restabelecer a atenção para a pessoa de Jesus, cujo nascimento celebramos no dia do “Sol Invicto”, hoje 25 de dezembro. Os grupos que se fazem nas casas de família, para  preparar o nascimento de Jesus, podem até ser classificados como sucesso.

Em cada Diocese se formam milhares desses grupos, que abordam assuntos muito sérios da vida moderna, e se procuram aprofundar no sentido do nascimento de Jesus.

No Brasil se reúnem milhões de fiéis cristãos, para admirar o projeto de salvação do Pai Eterno. A idéia é muito válida, e precisa prosseguir. Mas apesar de essas novenas já existirem há uns 40 anos, nada se percebe de esvaziamento da figura mítica do papai noel. 

Ele continua cada vez mais presente no comércio e no ideário das crianças. A idéia já deu filhotes: agora, além do bom velhinho, existem as mamães noéis, os meninos e as meninas noéis. Não se prevê paradeiro nessa idéia. Parece que perdemos a luta em favor do menino-Deus, filho da Virgem Maria.

A introdução da idéia do velhinho, distribuidor de presentes, foi muito bem planejada. Veio da iniciativa de estrategistas, cuja cabeça não dava espaço para a figura do Salvador, Filho de Deus. Essa idéia precisaria ser substituída, por ser religiosa demais, e ser portadora de uma evangelização sub-liminar. Não poderia ser aceita por ser portadora de idéias cristãs, contrárias ao mundo moderno.

O substituto seria um personagem inodoro e até cômico. Seria aceito por todos os povos, mesmo pelos não-cristãos. Os próprios católicos, sem desconfiar de que se tratava, vestiram-se ingenuamente de papai noel, e reforçaram a campanha. A sublime pessoa de Cristo foi reduzida a uma simples referência. A menos que haja uma intervenção externa, pois o “Espírito sopra onde quer” (Jo 3, 8), essa festa escapou de nossas mãos. Há pouco a fazer contra a paganização do evento. Estejamos vigilantes. A luta contra os símbolos religiosos apenas começou. O domingo já está desfigurado. Apesar desses prognósticos, não esqueçamos a palavra eterna de Jesus: “Não temais, eu venci o mundo” (Jo 16, 33).

Por: DOM ALOÍSIO ROQUE OPPERMANN
SCJ ARCEBISPO DE UBERABA, MG
 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

16/dezembro/2012 – 3º Domingo do Advento


Evangelho: (Lc 3,10-18)

As multidões perguntavam a João: “Então, o que devemos fazer?” Ele respondia: “Quem tiver duas túnicas dê uma a quem não tem nenhuma; e o mesmo faça quem tiver alimentos”. Vieram batizar-se também cobradores de impostos e lhe diziam: “Mestre, o que devemos fazer?” Ele respondeu: “Não cobreis mais do que a taxa fixada”. Perguntavam-lhe também os soldados: “E nós, o que devemos fazer?” E ele respondeu: “Não pratiqueis torturas nem chantagens contra ninguém e contentai-vos com vosso soldo”. Havia uma expectativa entre o povo, e todos se perguntavam se não era ele o Cristo. João disse a todos: “Eu vos batizo com água, mas vem outro mais forte do que eu, de quem não sou digno de desatar a correia das sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Já está com a peneira na mão para limpar o seu terreiro: ele recolherá o trigo ao celeiro, mas queimará a palha num fogo que não se apaga”. Fazendo muitas outras exortações, João anunciava a boa nova ao povo.
COMENTÁRIO
Celebramos hoje o terceiro Domingo do Advento, e este dia também é reservado para a Coleta para a Evangelização. É dia de dar "um pouco do que temos para que o evangelho chegue a todos". É o nosso pouco se transformando em muito.
Quem conhece Jesus e vive suas Palavras, tem que viver intensamente este dia. A coleta para a evangelização é a grande oportunidade que Deus nos apresenta para assumirmos a evangelização. Nós podemos e devemos colaborar para que a Palavra de Deus chegue a todos nossos irmãos e irmãs, para que a festa da vida nunca termine.
A Palavra de Deus é Vida. A vida é uma festa e o amor é o ritmo que cadencia e embala o viver. Amar é partilhar, dividir, distribuir... é exatamente sobre essas coisas que o evangelho de hoje, nos fala. A Palavra de Deus, mesmo quando parece dura e exigente, está sempre voltada para a alegria.
João fala firme, suas palavras são dirigidas para todas as pessoas que o procuravam. Não lhe importa a classe social ou a função, fala da mesma forma para alguém do povo, para o soldado ou para o cobrador de impostos. A lei é uma só e é válida também, para o imperador
.
Neste episódio, João nem falou em jejum. Ressaltou a partilha, a justiça e a caridade, como elementos fundamentais para a salvação. Aos representantes da lei, aos soldados civis e militares, ele pede que não usem de violência, que tratem os presos com naturalidade, sem maus tratos e sem torturas.
O recado de João é direto. Podemos vê-lo dizendo: "Vocês ganham para manter a lei e a segurança de todo cidadão, independente da cor do seu colarinho. Contentem-se, portanto com seus salários, vivam de forma honesta sem cobrar pela liberdade e sem extorquir o ex-prisioneiro, o perueiro ou o camelô".
Aos cobradores de impostos, João adverte que não roubem o povo, que não cobrem nada além da taxa estabelecida. João não condena a profissão, o que João condena é o abuso de poder, o descaramento de homens públicos, de auditores e fiscais que cobram propinas para cumprir suas obrigações. Agem pensando em si próprios, como se já não bastassem os pesadíssimos impostos governamentais que recaem sobre o povo.
Ao povo e para cada um de nós, a mensagem de João pode ser traduzida assim: Lembre-se do próximo. Por que manter aquele mundo de agasalhos no guarda roupas e nas gavetas, embolorando, cheirando "naftalina" e correndo o risco de serem corroídos pelas traças? Provavelmente nunca serão utilizados, enquanto milhares morrem de frio.
João diria ainda: Com a comida faça o mesmo! Distribua, divida, lembre-se daqueles que passam fome. Ouça o clamor dos indigentes e abandonados. Lembre-se que famílias inteiras tentam tirar do lixão o seu sustento.
Diante da pergunta: o que devemos fazer? João nos deixa esta resposta: Aquele que lutar por mudanças, viver a justiça e a caridade, já tem seu lugar reservado como o trigo no celeiro. Em compensação, quem fechar seus olhos para essas coisas, vai arder como palha no fogo que não se apaga.
(2583)
jorge.lorente@miliciadaimaculda.org.br – 16/dezembro/2012

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Gestos de Esperança


Na encíclica Spe Salvi, sobre a “esperança cristã”, Bento VI, citando Santo Agostinho, apresenta um quadro completo dos “gestos de esperança” que agora vamos comentar.

Corrigir os indisciplinados. Este gesto indica a esperança que devemos ter na recuperação e na mudança das pessoas, é a correção fraterna. Quem ama corrige. Ajudar alguém sair do erro e do mal é um alto gesto de humanismo.

Confortar os fracos. Uma boa palavra, um gesto simples, uma visita, um telefonema podem dar esperança. Dar força aos fracos é dar-lhes condições, estímulos para vencer na vida.

Amparar os pusilânimes. Amparar é proteger, ajudar, apoiar. Pusilânime é quem se acha pequeno, fraco, debilitado, ferido. A sensibilidade por essas pessoas e pequenos gestos de atenção suscitam esperança.

Refutar os opositores. Quem tem esperança, têm força para vencer as oposições, as contrariedades, as inimizades. Refutar o erro, é amar a verdade.

Precaver-se dos maliciosos. Precisamos ter cuidado, bom senso e discernimento perante as pessoas maliciosas. Precaução é saber livrar-se dos mal intencionados, da malícia, e malfeitores. A prudência é uma virtude moral e social.

Instruir os ignorantes. Eis um gesto de misericórdia espiritual. Instruir, educar, ensinar é um ato de amor que vai gerar uma nova criatura, uma nova personalidade. É um gesto que se multiplicará na sociedade.

Estimular os negligentes. Dar ânimo, motivações e sentido à vida faz os negligentes se tornarem adultos, responsáveis, amadurecidos. “Convertei-vos e vivereis”.

Frear os provocadores. Não revidar nem vingar-se, mas sermos misericordiosos, não perder a serenidade, enfraquecer o objetivo da provocação. A paciência, a cortesia e a gentileza desarmam os provocadores. É a na- - violência - ativa.

Moderar os ambiciosos. A modéstia, a simplicidade, o desapego, a sobriedade moderam a ganância, a ambição, o espírito de lucro e de poder, que tanto prejudicam a sociedade.

Encorajar os desanimados. Ajudar alimentar a auto-estima, olhar o lado positivo, ser agradecido, aprender com os erros, descobrir-se amado, significa encorajar os desanimados. Coragem, fé, positividade são remédios contra o desânimo, depressão, baixa-estima.

Pacificar os litigiosos. Conseguimos vencer brigas, agressões, insultos estando bem conosco mesmos, rezando pelo agressor, mostrando a verdade com amor, mantendo a serenidade abençoando, vencer o mal com o bem..

Ajudar os necessitados. A solidariedade e a sensibilidade pelos outros são provas de esperança. A partilha, a misericórdia, a compaixão alimentam, ajudam, salvam e promovem vidas. Quem ajuda tem esperança de vencer os desafios da vida..

Libertar os oprimidos. Eis a opção pelos pobres e a luta contra a exclusão para implantar o reino da liberdade. Abrir mentes e corações, vencer escrúpulos e baixa-estima, abandonar vícios, saber lidar com fraquezas, aceitar-se a si mesmo, compreender os outros, são libertações que propiciam a liberdade interior e criam esperança.

Demonstrar aprovação aos bons. Elogiar, confiar, enaltecer, promover o outro é ajudá-lo a permanecer no bem e na verdade. O bem deve ser enaltecido. Toda pessoa aprecia ser acolhida, compreendida, elogiada, valorizada. Não basta ser amado, é preciso saber que somos amados.

Tolerar os maus. Tolerância, compreensão, perdão são valores que facilitam a conversão, a mudança, a transformação das pessoas. Só os amados mudam. Mesmo errando a pessoa não deixa de ser grande e digna. A tolerância não apaga a mancha fumegante, nem quebra o caniço rachado.

Ter paciência em tudo. A paciência é própria dos fortes e grandes de alma e espírito. Quem é cordial, manso, pacificador, conquista a simpatia e vence a pressa, a agressão, a tribulação. A paciência tudo alcança, porque se fundamenta na esperança.

Amar a todos. A arte de amar consiste em fazer o bem a quem nos faz mal. O amor é tão nobre que não busca interesses, vantagens, dependências, possessividade. Por ser incondicional, o amor é universal. O egoísmo nos faz ridículos, agressivos, infantis e até selvagens. O amor é a lei de ouro.

Dom Orlando Brandes 
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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O Menino Jesus e o Papai Noel


Papai Noel, nossas crianças precisam de símbolos, de histórias, do “faz-de-conta”, além de contos de fada, etc. Você, Papai Noel, veio do norte europeu, tinha o nome de São Nicolau, andava distribuindo presentes. Todavia você sabe que as coisas mudaram, na verdade, no passado você representou o Pai que nos deu seu Filho. Precisamos da paternidade.

Hoje, Papai Noel, você não representa mais nada disso. Sei que esta conversa não vai lhe agradar e, por isso, peço desculpas já antecipadamente. Sim, no Natal, o centro é uma criança pobre, humilde, sem teto, desalojada, na periferia, cheirando esterco. “Um Menino nos foi dado” (Is 9,5). O aniversariante, o dono da festa é Jesus nascido em Belém, “cidade do pão”, ou seja, da partilha, da solidariedade.

Você, Papai Noel, veio do comércio, do mercado, é um marqueteiro do consumismo, um sedutor de crianças, porta-voz das vitrines e compras. Ninguém, Papai Noel, é contra a festa, os presentes, a alegria. Mas nossas crianças acabam esquecendo o Menino que colocou a criança no centro de seu reino. Elas, hoje, são fascinadas pelo consumismo e com voracidade viverão seu futuro como escravas da moda, das compras e do desperdício. Jesus foi desalojado e as lojas endeusadas. Desde aquele tempo até hoje, Deus foi despejado, excluído, abandonado: “Não havia lugar para eles.” (Lc 2,7)

Que pena! Muita gente não acredita mais em nada, nem no Menino e muito menos em você, Papai Noel. Nosso Natal cristão virou feriadão. Apagam-se as luzes da fé e acendem-se as do comércio. O Velho matou o Menino. É verdade que temos gestos lindos de solidariedade, encontros familiares, celebrações litúrgicas. Eis o Natal com Jesus, com o aniversariante, com Maria, José, os anjos, os pastores, os magos. Estes últimos abandonaram suas riquezas, horóscopos e adoraram Jesus. Encontraram o verdadeiro caminho: o Menino e sua Mãe.

Papai Noel, você não precisa desaparecer. Mas precisa mudar. Reconhecemos que você faz gestos humanitários nos hospitais, nas fábricas, etc. Faça como o velho Simeão no templo e ajude-nos a dar o Menino Jesus para as crianças. Que o Menino seja conhecido, amado e seguido. Natal é a historia de uma gravidez não abortada, é uma festa de fé, esperança e amor que todos os domingos é celebrada na liturgia.

Natal é festa da encarnação, da salvação, da partilha, da solidariedade. Nasceu o Príncipe da Paz. Seu trono é fundado na justiça e no direito. O Menino de Belém, com Maria e José, abençoem e nos confirmem no verdadeiro espírito de Natal. Com hinos de glória a Deus nas alturas e com gestos de paz, nos tornaremos mais humanos, alegres, verdadeiros, sensíveis, solícitos e bons. Depois que Jesus veio não podemos viver num mundo sem Jesus e numa sociedade pós-humana. Vamos renascer neste Natal, recuperar o que foi perdido e reencantar-nos pelo Menino.

Dom Orlando Brandes é Arcebispo de Londrina


sábado, 8 de dezembro de 2012

09/dezembro/2012 – 2o Domingo do Advento


Evangelho: (Lc 3,1-6)
No décimo quinto ano do governo de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, e seu irmão Filipe tetrarca da Ituréia e da Traconítide, e Lisânias tetrarca de Abilene, sob o pontificado de Anás e Caifás, a palavra de Deus foi dirigida a João filho de Zacarias, no deserto. João percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados, como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: Voz de quem clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas estradas. Todo vale será aterrado e todo monte e colina serão aplanados, os caminhos tortuosos serão endireitados, os caminhos esburacados ficarão planos. E todos verão a salvação de Deus!
COMENTÁRIO
Que a paz esteja com você e com toda sua família, nesta nova semana que iniciamos. Já estamos no segundo Domingo do Advento e o evangelho de hoje nos fala do precursor que veio para anunciar a conversão dos povos.
O precursor veio para pregar caminhos iguais, aterrar os vales, rebaixar as montanhas e endireitar as passagens tortuosas. Precursor é aquele que vai adiante, que anuncia um acontecimento ou a chegada de alguém. Mas quem é esse precursor que percorreu todo vale do Rio Jordão?
João Batista é o precursor, é aquele que veio como um profeta, para anunciar a chegada do Messias Salvador. João prega e batiza, convidando o povo à conversão. Assim o Batista prepara o povo para a vinda de Jesus. Ele veio para "preparar os caminhos do Senhor".
Logo mais João dirá: "Eu batizei vocês com água, mas Ele vos batizará com o Espírito Santo". Esse batismo na água prepara o Batismo Sacramental e exige arrependimento, mudança, exige conversão porque o Salvador vem vindo e está muito próximo.
João Batista prega o batismo como elemento indispensável para o perdão dos pecados. A proposta de João é clara; manda viver a retidão, a conversão e a justiça. João falava de forma enérgica e suas palavras convertiam milhares de pessoas.
Os caminhos precisam ser bem preparados, dizia ele. Na época de João, essas palavras tinham um grande significado. Quando um rei ia visitar seu reino ou uma cidade, os que iam recebê-lo limpavam e enfeitavam o caminho.
Para isso veio João. Preparar os caminhos significa preparar os corações para a chegada do Messias. A penitência que João pregava, tinha o poder de limpar os corações da maldade e do egoísmo, para abrigar o Cristo que viria.
As montanhas e as colinas precisam ser rebaixadas. O vale tem que ser aterrado, dizia ele. Com essas palavras, João estava pregando a igualdade. Para que os caminhos sejam bons, é preciso que vales e montanhas se igualem. É impossível caminhar e sobreviver diante dos desníveis sociais que encontramos.
Os caminhos precisam ser aplainados. Uma minoria, somente alguns, andam lá em cima, no topo, nas coberturas. Milhares estão lá em baixo pisados, marginalizados e esquecidos. Passam fome, não têm teto, terra, dignidade e nem cidadania. Mais do que nunca precisamos buscar a conversão.
Convertidos nós encontraremos o Messias nas pequenas coisas do dia-a-dia. Veremos sua presença no lixão da periferia, nas filas dos postos de saúde, nos corredores dos hospitais, na alegria e nas dores daqueles que nos rodeiam. Jesus está presente no próximo, no morador de rua, no pai desempregado e naquela mãe com suas panelas vazias.
Jesus nos aparece a cada instante, mas nunca poderemos vê-lo, nem reconhecê-lo sem conversão. A conversão é o "colírio" que abre os olhos e nos faz viver a Palavra. Converter-se significa mudar a direção, mudar o sentido, nivelar-se, descer do trono e abandonar tudo aquilo que nos afasta de Jesus.
A conversão exige que eliminemos as vielas tortuosas e acidentadas que milhares de irmãos trilham diariamente. A conversão aspira as impurezas e limpa o caminho para o Cristo que virá.
(1098)
jorge.lorente@miliciadaimaculda.org.br – 09/dezembro/2012

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Solenidade da Imaculada Conceição

No dia 8 de dezembro, a Igreja celebra a solenidade da Imaculada Conceição, professando que a Mãe de Jesus foi concebida sem o pecado original, herança com que todos nascemos. A festa é celebrada no tempo litúrgico do Advento, de preparação para o Natal. Neste tempo, é importante lembrar-se também daquela que foi escolhida por Deus para ser a mãe do Verbo Encarnado; o Filho de Deus vem até nós através de uma mulher.

CHEIA DE GRAÇA - Para ser a mãe de Cristo, Deus escolheu uma mulher santa e pura, cheia de graça. Por isso, como afirma o Concílio Vaticano II, na constituição “Lumen gentium”, Maria, “desde o primeiro instante de sua existência, é enriquecida com uma santidade surpreendente, absolutamente única.” (LG 56) É esse o mistério que celebramos no dia 8 de dezembro: para ser digna Mãe do Verbo, Deus preservou Maria do pecado original e a fez cheia de graça, a fez imaculada desde sua concepção.

REMIDA POR CRISTO - A doutrina da santidade original de Nossa Senhora se firmou inicialmente no Oriente, por volta do século VI ou VII, daí passou para o Ocidente. No século XIII, Duns Scott, teólogo franciscano de inteligência brilhante, defendia que Maria havia sido concebida sem o pecado original, afirmando que ela foi remida por Cristo como todas as pessoas humanas, mas antes de contrair o pecado original, em previsão dos méritos do Redentor que lhe são aplicados também.

DOGMA DE FÉ - Séculos mais tarde, o Papa Pio IX, com a bula “Ineffabilis Deus”, de 8 de dezembro de 1.854, proclamou o dogma da Imaculada Conceição: “Maria foi imune de toda mancha da culpa original desde o primeiro instante de sua concepção, em vista dos méritos de Cristo.” Quatro anos mais tarde, em 1.858, Nossa Senhora confirmava essa verdade. Aparecendo a Bernadete, na cidade francesa de Lurdes, apresentou-se: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

MODELO DE VIDA - A Mãe do Salvador se revela como exemplo de fé, de oração, de escuta da palavra divina, de amor-doação. Nossa devoção deve sempre lembrar a moça que soube dizer sim ao chamado para ser mãe, que se deslocou por caminhos difíceis para servir sua prima Isabel, que na festa de Caná estava servindo e preocupada com a felicidade dos noivos. Maria é a pessoa simples, pobre, que pertencia aos excluídos de sua época. É a mulher firme na condução dos passos de seu Menino, forte ao pé da cruz, exultante na ressurreição de seu Filho.

MÃE DOS CRISTÃOS - Sua existência é uma plena comunhão com o Filho, uma entrega total a Deus. Ela é a mãe imaculada dos cristãos. Como afirma o Papa João Paulo II, Maria é “a primeira e a mais completa realização das promessas divinas. Sua espiritual beleza nos convida à confiança e à esperança. A Virgem toda pura e toda santa nos anima a preparar os caminhos do Senhor e a endireitar seus caminhos.”

CAMINHO PARA BELÉM - A celebração da Imaculada dentro do Advento – tempo de preparação para o Natal de Jesus Cristo – deve nos levar até o presépio de Belém, descobrindo a humildade e a pobreza de nosso Deus e de sua mãe, comprometendo-nos com os pobres e excluídos, os que tiveram o privilégio de receber primeiro o convite para irem adorar o Menino que nasceu.
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A PRIMEIRA SANTA MISSA - parte II


As cerimônias, palavras e gestos da Consagração constituem a parte mais importante da Santa Missa. Ora, essas palavras e gestos verificaram-se pela primeira vez, naquela memorável noite da primeira de todas as Quintas-feiras Santas, quando Nosso Senhor Jesus Cristo, no Cenáculo de Jerusalém, celebrou a Sagrada Ceia Pascal com os Seus discípulos. A Sagrada Ceia foi, pois, a primeira Santa Missa, celebrada por Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote.
A LITURGIA DA SANTA MISSA
Missae
O Santo Sacrifício da Missa é a perpetuação do Drama divino do Calvário. Jesus Cristo, Deus e Homem, padeceu e morreu por minha causa, pela minha salvação. O drama redentor do Calvário é pois, o meu drama. Neste drama se distinguem seis atos principais, nos quais procurarei tomar parte, associando-me ao Sacerdote celebrante que realiza o Santo Sacrifício em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Sumo Sacerdote:
1.º) Rezar. (Desde o início da Missa até a Epístola). __ É a voz do homem que fala a Deus.
2.º) Escutar. (Desde a Epístola até o fim do Evangelho). __ É a voz de Deus que fala ao homem.
3.º) Oferecer. (No Ofertório, o Sacerdote oferece, a Deus, a Hóstia que vai ser consagrada). __ Oferecer-me-ei também a Deus Pai, em união com Jesus Cristo, a Vítima divina do altar.
4.º) Sacrificar. (O Sacerdote, consagrando o Pão e o Vinho separadamente, significa a efusão do Sangue sofrida por Jesus na sua Paixão e Morte redentora). __ Aceitarei resignadamente os sofrimentos e sacrifícios de cada dia, unindo-o ao sacrifício de Jesus, na Santa Missa.
5.º) Comungar. (A Comunhão é o complemento natural da Consagração, do sacrifício. A Vítima divina da Nova Lei, depois de imolada, deve ser comungada). __ Pela Santa Comunhão, a participação do fiel ao Santo Sacrifício da Missa se realiza plenamente.
6.º) Agradecer. Depois da Comunhão e já ao final do Sacrifício, o Sacerdote reza a oração chamada Pós-comunhão, agradecendo a Deus os benefícios recebidos no Santo Sacrifício da Missa.
Finalidades da Santa Missa:
1) Adorar e cultuar a Deus, nosso Criador e Pai (sacrifício latréutico).
2) Aplacar a sua justiça e obter misericórdia (sacrifício propiciatório).
3) Dar-Lhe graças pelos benefícios recebidos (sacrifício eucarístico).
4) Pedir-lhe favores e graças (sacrifício impetratório).
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A Santa Missa - parte I

"A santa Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo que, sob as espécies do pão e do vinho, se oferece por mãos do sacerdote a Deus sobre o altar, memória e renovação do sacrifício da Cruz."
(Catecismo de São Pio X)
O que é a Eucaristia?
É o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar pelos séculos, até seu retorno, o sacrifício da cruz, confiando assim à sua Igreja o memorial de sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, no qual se recebe Cristo, a alma é coberta de graça e é dado o penhor da vida eterna.
Quando Cristo instituiu a Eucaristia? Instituiu-a na Quinta-feira Santa, "na noite em que ia ser entregue" (1Cor 11,23), celebrando com os seus Apóstolos a Última Ceia.
Padre_Pio95
ÚNICO E MESMO SACRIFÍCIO, NO CALVÁRIO E NO ALTAR
A Santa Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecido em nossos altares, em memória do Sacrifício da Cruz. O Santo sacrifício da Missa é oferecido para adorar e glorificar a Deus, para obter o perdão dos pecados, para pedir graças e favores pessoais e também pelas almas do Purgatório. É o Sacrifício da Nova Lei, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, no qual são oferecidos a Deus o Corpo e o Sangue de Jesus, sob as aparências do pão e do vinho.
Padre_Pio33
É uma prolongação perene e incruenta (sem derramamento de sangue) do mesmo Sacrifício do Calvário. Ambos os sacrifícios, o da Cruz no Calvário, e o da Missa em nossos altares, constituem um único e idêntico sacrifício, pois que a Vítima e o Oferente destes sacrifícios é o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo. O Sacerdote, como "Mediador entre Deus e os Homens" (1 Tim. 2, 5) oferece o Santo Sacrifício da Missa em nome de Jesus Cristo e da sua Igreja, pela salvação do mundo.
A Paixão de Cristo constitui a essência mesma do Santo Sacrifício da Missa. Por isso, afirmou o Apóstolo São Paulo: "Todas as vezes que comerdes deste Pão e beberdes deste Vinho, relembrarei a morte do Senhor, até que Ele venha". (I Cor, 11,26).
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domingo, 2 de dezembro de 2012

Família, lugar, fé, esperança e caridade


Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé, as famílias cristãs são de importância primordial. O lar cristão é o lugar em que os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso, o Concílio Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de “Igreja doméstica”. É no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo, os primeiros mestres da fé.

Sabemos que o lar é a primeira escola do mundo e da vida cristã. É uma escola de enriquecimento humano.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (cf. n. 2205).

Deus quis que a atividade educadora e criadora da família fosse o reflexo de da obra. O casal que constitui uma família está participando com o Pai na criação do mundo.

A família é a célula originária da vida social. É a sociedade natural na qual o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida.

Podemos perceber, ao refletir sobre tudo isto, que a vivência do amor, da justiça, da solidariedade nasce na família para, depois, se expandir para toda uma sociedade.

Para seguir o projeto de Deus e, consequentemente, para vivermos a felicidade em plenitude, é preciso, aqui na terra, aqui neste mundo que tanto tenta destruir a família, é preciso que saibamos defendê-la, porque ela é o esteio da sociedade e é nela que podemos cultivar, desde a mais tenra infância, a fé, a esperança e a caridade, virtudes que farão deste mundo um mundo melhor e que, com toda a certeza, nos levarão à glória do Pai.

Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO 
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.

sábado, 1 de dezembro de 2012

02/dezembro/2012 – 1º Domingo do Advento

Evangelho: (Lc 21, 25-28.34-36)

Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a angústia tomará conta das nações, perturbadas pelo estrondo do mar e das ondas. As pessoas desmaiarão de medo e ansiedade pelo que virá sobre toda a terra, pois os poderes do céu serão abalados. Aí verão o Filho do homem vir numa nuvem com grande poder e glória. Quando começarem a acontecer estas coisas, tomai ânimo e levantai a cabeça porque vossa libertação se aproxima”. Estai atentos, para que o vosso coração não fique insensível por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e aquele dia não vos pegue de surpresa. Pois ele cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. Vigiai sempre e orai para escapardes a tudo que há de vir e ficardes de pé diante do Filho do homem”.
COMENTÁRIO
Mais uma vez nos encontramos para festejar o início de uma nova caminhada. Vivemos hoje o primeiro domingo do Advento, e com ele iniciamos também um novo ano, o ano C do calendário litúrgico. Por isso, para você, um feliz ano novo!
Advento é tempo de espera. Tempo de reflexão e oração. No Advento encontramos o clima perfeito para nos aproximarmos de Deus e do próximo. Advento, tempo de fortalecer a fé, a esperança e a caridade em preparação para o nascimento de Jesus.
Ano novo, vida nova! Muito antigo esse chavão, porém, mais antigos ainda são as promessas e o desejo de mudar. Não podemos ficar somente na promessa e no desejo. Quem não mudou, precisa mudar urgentemente, pois o recado do Evangelho é bem claro. Precisamos estar preparados para receber Jesus no Natal, no entanto, a vinda do Salvador pode acontecer antes do dia 25 de dezembro. Pode ser amanhã mesmo.
As expressões deste evangelho chegam a assustar. Se levadas ao pé da letra, são terríveis. Não é preciso desesperar-se, mas é bom ficar atento, pois não sabemos o dia nem a hora. Quem não estiver sóbrio, poderá cair na armadilha e não encontrar forças, nem mesmo, para ficar de pé.

Jesus usa uma linguagem simbólica para mostrar a insensatez do mundo, um mundo muito parecido com este em que vivemos; onde não existe organização nem leis e, se existem, não são levadas a sério pela sociedade. Um mundo de cabeça para baixo, angustiado, inseguro e medroso.
As pessoas também seguem os mesmos passos do mundo. Vivem angustiadas, medrosas e sem saber a quem recorrer. Ainda não descobriram Deus, rejeitam sua mão amiga e não confiam em seu poder. A concorrência desleal e a guerra do poder tornaram os corações insensíveis.
Qualquer semelhança entre os sinais apontados por Jesus e os sinais que encontramos no nosso dia-a-dia, não é mera coincidência. Jesus insiste na oração, pois só mesmo com muita oração poderemos escapar da grande tribulação. A oração nos mantém acordados, vigilantes e nos dará a força necessária para permanecer de pé diante do Senhor.
Jesus nos fala de sinais assustadores que aparecerão. Mas, veja se não é mesmo para ficar assustado: no mundo em que vivemos, impera a lei do mais forte. Os valores são cada vez menos valorizados. A família está em segundo plano, marido não respeita esposa, mulher não respeita o marido e filhos não respeitam os pais. Falta Deus nos lares, ninguém respeita ninguém.
O egoísmo afasta os irmãos, gera ódio, injustiça e vingança. As condições desumanas em que milhares se encontram passam despercebidas por uma minoria, dona do poder. Os sem teto, os sem terra, sem emprego, os aposentados, os famintos e desabrigados, todos eles parecem invisíveis, no entanto estão aí, aos milhares, perambulando diante dos nossos olhos. Quer sinais mais terríveis do que estes?
Nem tudo são más notícias. Existem as profecias pessimistas e as otimistas. As profecias otimistas anunciam a misericórdia e a presença de Deus junto daqueles que lutam por mudanças e se preocupam com o próximo.
Essas profecias anunciam que o Deus Amor virá para resgatar todo aquele que nele confia. Quem vive o amor não se desespera porque sabe que são verdadeiras estas palavras: "Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem suas cabeças, porque a libertação de vocês está próxima".
(1188)
jorge.lorente@miliciadaimaculda.org.br

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Advento



Meditando a chegada de Cristo, devemos buscar o arrependimento dos nossos pecados e preparar o nosso coração


O Ano Litúrgico começa com o Tempo do Advento; um tempo de preparação para a Festa do Natal de Jesus. Este foi o maior acontecimento da História: o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Dignou-se a assumir a nossa humanidade, sem deixar de ser Deus. Esse acontecimento precisa ser preparado e celebrado a cada ano. Nessas quatro semanas de preparação, somos convidados a esperar Jesus que vem no Natal e que vem no final dos tempos.
Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Um dia, o Senhor voltará para colocar um fim na História humana, mas o nosso encontro com Ele também está marcado para logo após a morte.
Nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, nós nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém. Os Profetas anunciaram esse acontecimento com riqueza de detalhes: nascerá da tribo de Judá, em Belém, a cidade de Davi; seu Reino não terá fim... Maria O esperou com zelo materno e O preparou para a missão terrena.
Para nos ajudar nesta preparação usa-se a Coroa do Advento, composta por 4 velas nos seus cantos – presas aos ramos formando um círculo. A cada domingo acende-se uma delas. As velas representam as várias etapas da salvação. Começa-se no 1º Domingo, acendendo apenas uma vela e à medida que vão passando os domingos, vamos acendendo as outras velas, até chegar o 4º Domingo, quando todas devem estar acesas. As velas acesas simbolizam nossa fé, nossa alegria. Elas são acesas em honra do Deus que vem a nós. Deus, a grande Luz, "a Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo", está para chegar, então, nós O esperamos com luzes, porque O amamos e também queremos ser, como Ele, Luz.
No lº Domingo, há o perdão oferecido a Adão e Eva. Eles morreram na terra, mas viverão em Deus por Jesus Cristo. Sendo Deus, Jesus fez-se filho de Adão para salvar o seu pai terreno. Meditando a chegada de Cristo, que veio no Natal e que vai voltar no final da História, devemos buscar o arrependimento dos nossos pecados e preparar o nosso coração para o encontro com o Senhor. Para isso, nada melhor que uma boa Confissão, bem feita.
Até quando adiaremos a nossa profunda e sincera conversão para Deus?
No 2º Domingo, meditamos a fé dos Patriarcas. Eles acreditaram no dom da terra prometida. Pela fé, superaram todos os obstáculos e tomaram posse das Promessas de Deus. É uma oportunidade de meditarmos em nossa fé; nossa opção religiosa por Jesus Cristo; nosso amor e compromisso com a Santa Igreja Católica – instituída por Ele para levar a salvação a todos os homens de todos os tempos. Qual tem sido o meu papel e o meu lugar na Igreja? Tenho sido o missionário que Jesus espera de todo batizado para salvar o mundo?
No 3º Domingo, meditamos a alegria do rei Davi. Ele celebrou a aliança e sua perpetuidade. Davi é o rei imagem de Jesus, unificou o povo judeu sob seu reinado, como Cristo unificará o mundo todo sob seu comando. Cristo é Rei e veio para reinar; mas o seu Reino não é deste mundo; não se confunde com o “Reino do homem”; seu Reino começa neste mundo, mas se perpetua na eternidade, para onde devemos ter os olhos fixos, sem tirar os pés da terra.
No 4º Domingo, contemplamos o ensinamento dos Profetas: Eles anunciaram um Reino de paz e de justiça com a vinda do Messias. O Profeta Isaías apresenta o Senhor como o Deus Forte, o Conselheiro Admirável, o Príncipe da Paz. No seu Reino acabarão a guerra e o sofrimento; o boi comerá palha ao lado do leão; a criança de peito poderá colocar a mão na toca da serpente sem mal algum. É o Reino de Deus que o Menino nascido em Belém vem trazer: Reino de Paz, Verdade, Justiça, Liberdade, Amor e Santidade.
A Coroa do Advento é o primeiro anúncio do Natal. Ela é da cor verde, que simboliza a esperança e a vida, enfeitada com uma fita vermelha, simbolizando o amor de Deus que nos envolve e também a manifestação do nosso amor, que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus.
O Tempo do Advento deve ser uma boa preparação para o Natal, deve ser marcado pela conversão de vida – algo fundamental para todo cristão. É um processo de vital importância no relacionamento do homem com Deus. O grande inimigo é a soberba, pois quem se julga justo e mais sábio do que Deus nunca se converterá. Quem se acha sem pecado, não é capaz de perdoar ao próximo, nem pede perdão a Deus.
Deus – ensinam os Profetas – não quer a morte do pecador, mas que este se converta e viva. Jesus quer o mesmo: “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Por isso Ele chamou os pecadores à conversão: “Convertei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus” (Mt 4,17); “convertei-vos e crede no Evangelho” ( Mc 1,15).
Natal do Senhor, este é o tempo favorável; este é o dia da salvação!
Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com