No dia 16 de fevereiro passado, reuniu-se, em Roma, o Conselho da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos para preparar a próxima Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, de outubro deste ano. Como já é sabido, o tema escolhido pelo papa Bento 16 para o próximo Sínodo trata da “nova evangelização para a transmissão da fé cristã”.
A Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos recolheu, no ano passado, contribuições das Conferências Episcopais do mundo todo e de outros organismos eclesiais, a partir de um primeiro esboço de texto para a elaboração do tema (“Lineamenta”); espera-se agora, para depois da Páscoa, a publicação do Instrumento de Trabalho, que será a referência para a preparação imediata e para os trabalhos do Sínodo, em outubro. O Papa nomeou o arcebispo de Washington, cardeal Donald William Wuerl, como relator geral do tema; e o arcebispo de Montpellier, dom Pierre-Marie Carré, foi nomeado secretário especial da 13ª Assembleia Sinodal.
O tema do próximo Sínodo refere-se a um desafio grave e muito atual da Igreja, que é a transmissão da sua fé. Em 2007, em Aparecida, essa mesma preocupação já esteve no centro das reflexões da 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe e está bem retratada no importante Documento de Aparecida.
Naquela ocasião, a preocupação era a nova evangelização em nosso continente e a formação de “discípulos missionários de Jesus Cristo, para que, nele, nossos povos tenham vida”.
A questão posta agora, na próxima Assembleia Sinodal, leva a reflexão bem além disso: como enfrentar a situação sempre mais preocupante da falha na transmissão da fé e também o abandono e a perda da fé cristã? O patrimônio da fé herdado dos apóstolos e enriquecido mediante o testemunho de vida cristã e eclesial ao longo de 20 séculos representa o bem mais precioso da Igreja; e transmitir esse bem precioso ao mundo e às novas gerações é a suprema missão da Igreja. A indiferença em relação à fé, e até mesmo a perda da fé, da parte de muitos batizados, são fenômenos atuais e altamente preocupantes, que não nos podem deixar indiferentes.
Que fazer então? De várias maneiras, já foi dito que é necessário partir outra vez de Jesus Cristo, que é “o Evangelho de Deus para o mundo”. A Igreja tem nele sua origem, seu fundamento e sua referência permanente; ela está a serviço do Evangelho e da obra da redenção realizada por Deus em favor do mundo, por meio de Jesus Cristo. A Igreja toda, na pessoa de cada um dos batizados, precisa tomar nova consciência da preciosidade da sua fé e da missão recebida do Salvador: “vós sereis minhas testemunhas”. Não é tarefa que se possa passar, simplesmente, à responsabilidade de outros: todos precisam fazer a sua parte.
Por Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB
http://www.cnbbsul1.org.br/index.php?link=news/read.php&id=6671
Que hoje seu dia seja abençoado,beijos.
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