domingo, 6 de novembro de 2011

O Sinal da Cruz

Quando fizeres o sinal da Cruz, faze-o bem feito. Não tão depressa e contraído que ninguém o saiba interpretar. Uma verdadeira cruz, pausada, ampla, da fronte ao peito, do ombro esquerdo ao direito. Não sentes como te abraça por inteiro? Procura recolher-te; concentra nela teus pensamentos e teu coração enquanto a vais traçando da fronte ao peito e aos ombros e verás que te envolve o corpo e a alma, se apossa de ti, te consagra e santifica.

E por quê? Porque é sinal de totalidade e sinal de redenção. Na cruz o Senhor redimiu a todos e pela cruz santifica o ser humano até sua última fibra. Por isso a fazemos ao começar a oração, para que ordene e componha nosso interior, encaminhando a Deus pensamentos, afetos, desejos e, ao terminá-la, para que ele nos fortaleça; nos perigos, para que nos defenda; na bênção, para que, penetrando a plenitude de vida divina em nossa alma, fecunde quanto nela exista.

Considera estas coisas sempre que faças o sinal da Cruz. Sinal mais sagrado não existe. Faze-o bem: pausado, amplo, com esmero. Então ele abraçará plenamente teu ser, corpo e alma, pensamento e vontade, sentido e sentimento, atos e ocupações; e tudo ficará nele fortalecido, assinalado e consagrado no poder de Cristo e em nome do Deus uno e trino.

Autor: Romano Guardini

Um comentário:

  1. As vezes inconscientemente levamos o cotidiano externo para junto de nossas orações, isso não é bom, devemos refletir melhor sobre comportamentos.
    Quando fizeres o sinal da Cruz, faze-o bem feito.

    ResponderExcluir