Se a necessidade de se empregar a maior beleza e nobreza possível à Liturgia é tão visível, tão necessária, por que é preciso se ater a esse assunto?
Pois, se o Magistério eclesiástico e os santos ensinam que é preciso honrar a Deus e sua casa com o melhor que se tem, que mais se tem a dizer sobre esse assunto?
Infelizmente, não faltam trevas a turvar a beleza litúrgica, e a privar o Sacramento das honras a ele devidas.
Pois com o passar dos anos a Liturgia foi se limitando cada vez mais ao útil, ao meramente funcional.
Nada que estivesse presente na celebração aparentemente enfeitando pôde, na maioria dos lugares, perseverar.
Com esse afastamento da beleza, em muitos lugares se pode notar um empobrecimento da Liturgia.
Isso se deve não somente à mentalidade moderna de tornar tudo mais fast, mais rápido e simples, mas também a uma perda do sentido da Santa Missa.
Em alguns lugares, o mistério eucarístico, “despojado do seu valor sacrificial, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa” (Sua Santidade, João Paulo II – Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, 10).
Essa triste realidade contribui muito para o afastamento da beleza nas celebrações. Passou a existir uma grande familiaridade com a celebração litúrgica (Cf. o comentário de J. Aldazábal na Instrução Geral Sobre o Missal Romano – Terceira Edição. São Paulo, Paulinas, 2007, pág 26).
Tratando-se o mistério como se fosse ‘de casa’, muitos passaram a fazer concessões por conta própria. Assim, pouco a pouco, liturgistas fizeram uma liturgia acessível demais.
Além de retirar todo – ou quase – valor artístico das celebrações, isso contribuiu para uma perda do caráter sagrado da Liturgia. “Certa Liturgia pós-conciliar, tornada opaca ou enfadonha por causa do seu gosto pelo banal e pelo medíocre, capaz de provocar calafrios” (RATZINGUER, J/ MESSORI, V. – A Fé... Pág. 91 [Citação do livro Das Fest des Glaubens, de Ratzinguer]).
Outro ponto que contribuiu, sem dúvida, ao empobrecimento da Liturgia, e até mesmo o seu ‘rebaixamento’ ao nível humano – deixando de se referir às realidades celestes para refletir ‘a vida do povo’ – é a instrumentalização a que se referia o papa João Paulo II.
Em alguns lugares, grupos políticos passaram a se valer das celebrações para seus próprios propósitos, que quase sempre vão contra aos ensinamentos eclesiásticos.
Com isso, a Liturgia passa a ser não mais um prenúncio do céu, mas um veículo de ideais políticos heterodoxos.
Por isso, é muito importante que se continue refletindo sobre o incomensurável valor da beleza na celebração eucarística.
Cabe apresentar, portanto, alguns exemplos práticos da presença da beleza na Liturgia, expondo os ensinamentos emanados do Magistério sobre esse assunto.
A Igreja deve ser a cidade da glória (Idem, ibidem, pág. 96), e isso transparece pela beleza de seu culto.
Autor: Matheus Roberto Garbazza Andrade
Publicação original: Dezembro de 2008
Extraído de: http://www.sociedadecatolica.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=325
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