quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ritos finais: o corpo eclesial de Cristo é enviado em missão - Parte III


A conclusão da celebração eucarística se dá com os ritos finais: avisos da comunidade, bênção final
e despedida

Os ritos finais e os ritos iniciais estão ligados entre si e expressam nosso jeito de compreender e ser
Igreja, tendo a Trindade como fonte e horizonte: somos povo convocado pelo Pai, reunidos no amor de
Cristo, animados pela força do Espírito Santo.
Assim reunidos, celebramos a memória do mistério pascal, que nos torna cada vez mais, como
batizados, um corpo comunitário, ressuscitado e todo ministerial – o corpo eclesial do Cristo.
Somos chamados a permanecer com Ele e ser enviados em missão (cf. Mc 3,14) para ser no mundo,
o sacramento de unidade e salvação de todo gênero humano (Cf. LG 1), portadores e agentes da boanova
do amor, da solidariedade, da justiça, da paz, da transformação pascal da vida e da história,
aliança entre todos os povos e culturas.
Por isso, tem muito sentido dar os avisos, nos ritos finais. Eles devem ser feitos com muita clareza e
objetividade, motivando toda a comunidade a participar das várias tarefas pastorais, como engajamento
na missão. Este também é um momento oportuno para saudar aniversariantes ou pessoas
homenageadas.
A bênção em nome da Trindade expressa que a celebração se prolonga na vida cotidiana em todas
as suas dimensões: pessoal, familiar, social, política... É importante valorizar as varias possibilidades
de bênçãos e oração sobre o povo que o missal romano apresenta acompanhando os tempos e festas
litúrgicas. Também poderá ser cantada.
Para as palavras finais de despedida, o missal também apresenta alternativas. Estas palavras devem
ressaltar que a graça do Senhor nos acompanha dia-a-dia e nos ajuda a realizar, com nossa vida, um
culto espiritual, agradável ao Senhor (cf. Rm 12, 1-2). Também a despedida poderá ser relacionada
com o evangelho proclamado. Isto exige preparação e cuidado para não se prolongar demais.
Um canto final entoado pela equipe de cantores ou mesmo uma música executada pelos
instrumentistas podem acompanhar a saída da assembleia que se dispersa, alegre, conversando
descontraída e animada para seus afazeres diários e sua missão no mundo.
A celebração da eucaristia constitui a comunidade eclesial. É fonte e cume da vida cristã. Portanto, é
necessário e urgente o trabalho de despertar a consciência de cidadania eclesial, para que todas as
comunidades, que são impedidas atualmente, por falta de ministros ordenados, possam reivindicar este
direito irrenunciável, como povo sacerdotal, de realizá-la, pelo menos aos domingos.
Ser comunidade, Corpo eclesial do Senhor, movido pelo sopro divino, sinal e instrumento de
transformação pascal, é permanente dom do Pai, é graça, é exigência e finalidade da eucaristia, cujo
sentido não se esgota na ação celebrativa, mas se prolonga nas lutas diárias da humanidade, até que o
Reino de Deus chegue à sua realização plena e definitiva.
BUYST, I. A missa: memória de Jesus no coração da vida. São Paulo: Paulinas 2004.

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