quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

ESTRUTURA DOS RITOS INICIAIS - parte IV


- Procissão de abertura e/ou Canto de abertura.
- Beijo do altar.
- Incensação do altar.
- Saudação de quem preside.
- Abraço de acolhida.
- Apresentação e acolhida das pessoas visitantes, lembrança das pessoas ausentes [...].
- Recordação da vida - Introdução ao mistério celebrado.
- Aspersão com água ou rito penitencial (eventualmente com abraço de reconciliação)
- Ladainha do "Kyrie" (Senhor, tende piedade de nós).
- Hino "Glória a Deus nas alturas..."
- ORAÇÃO INICIAL ("coleta").
   Nem todos os elementos entrarão em todas as celebrações



Lembretes a respeito dos RITOS INICIAIS.


1) O objetivo principal dos ritos iniciais é transformar indivíduos em povo celebrante, assembleia orante,
corpo de Cristo animado por seu Espírito, disposto para o encontro pascal e transformador com o Deus
vivo.


2) A atitude básica dos ritos iniciais é de ACOLHIDA, alegre e afetuosa. De nada adiante executar todos os
elementos rituais [...], se não criarem um ambiente acolhedor, fraterno, e ao mesmo tempo de recolhimento
e oração, de alegria pelo encontro com o Senhor.


3) Nos momentos antes do início da missa devemos evitar agitação e correria da equipe, afinação de
instrumentos, teste de microfones... É importante que reine um clima de silêncio para a oração pessoal. O
leve murmúrio das pessoas se cumprimentando e acolhendo, certamente não atrapalhará este clima. Se
houver necessidade de ensaio com todo o povo, que seja breve (somente os refrãos) e que seja feito já em
clima orante, predispondo as pessoas para a celebração.


4) Não é necessário anunciar o canto de entrada, nem dizer que a celebração vai começar. Basta os
instrumentos e os cantores dar início ao canto e todos acompanharão.


5) O canto de abertura não é “para acolher o padre” [...]! O canto de abertura é expressão de fé da
comunidade reunida, como Corpo de Cristo, no Espírito Santo, louvando a Deus. Deve estar relacionado
com o tempo litúrgico e com o sentido dos ritos iniciais. Não nos esqueçamos do valor dos salmos, também
no momento da entrada.


6) Muitas comunidades já integraram a dança na procissão de entrada, assim como em outros momentos
processionais, como a aclamação ao evangelho ou a preparação das oferendas. Não se trata tanto de uma
coreografia para outros verem, mas de um movimento corporal que chama a participação de todos. A
comunidade toda participa acompanhando o ritmo da música [...]. 5


7) O único elemento ritual que nunca deve faltar nos ritos iniciais é a oração inicial. Esta oração é chamada
de "coleta", (do latim "colligere), porque recolhe as orações do povo feitas em silêncio, depois do convite
"Oremos". Coloca a assembleia reunida diante de Deus que a convocou. Os outros elementos são bastante
livres, principalmente nas missas com participação de crianças6: pode haver procissão de entrada ou não,
pode haver rito penitencial ou não, pode haver "Gloria..." ou não..., conforme os dias litúrgicos ou o tipo de
assembleia reunida.


8) O lugar do abraço da paz pode variar: como acolhida após a saudação de quem preside; como
reconciliação junto com o rito penitencial; como início da liturgia eucarística após as preces; como expressão
de comunhão com os irmãos e irmãs antes da comunhão eucarística; como despedida ou como cumprimento
de determinada pessoa, após a bênção.


9) Nas celebrações festivas, não deveria faltar o incenso. [...] Nos ritos iniciais, costuma ser usado na
procissão de abertura e para incensar o altar e a cruz.


10) Nada impede acrescentar outros elementos, no mesmo espírito dos ritos de acolhida: oferecer uma
bacia com água na porta de entrada para se lavar as mãos em sinal de acolhida [...], ou em sinal de
purificação [...]; sugerir uma breve conversa com quem está perto, sobre a semana que passou...; passar
com o incenso por toda a assembleia, indicando ser ela templo do Espírito Santo, povo sacerdotal.


11) O beijo do altar feito pelo que preside, logo na chegada, costuma ser um gesto pouco valorizado. No
entanto, é um gesto significativo. O altar representa o próprio Jesus Cristo, pedra angular, rocha espiritual.
Beijando o altar, o que preside expressa sua relação íntima com o Senhor, pois é em nome dele que irá
presidir a santa liturgia.


12) O que preside a celebração não deve ficar no altar durante os ritos iniciais, mas no assento que lhe é
próprio, significando que exerce a presidência em nome de Jesus. É lugar de honra e de responsabilidade.


13) Depois do canto inicial, as primeiras palavras que ouvimos são palavras bíblicas: Em nome do Pai e o
do Filho e do Espírito Santo. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do  Espírito Santo estejam com todos vocês! (ou palavras bíblicas semelhantes). É importante que não se diga
nenhuma palavra antes disso: nem "Bom dia" ou "Boa noite", nem comentários ou introduções!


14) As palavras bíblicas da saudação terão mais força se forem cantadas. Mas devemos escolher cantos que
respeitem a linguagem litúrgica. [...]


15) A liturgia cristã é sempre situada historicamente, no aqui e agora da comunidade celebrante. Por isso,
não devemos deixar de recordar os fatos mais significativos do dia ou da semana que passou8. Neles Deus
está presente, atuando com a força do Espírito de Cristo Ressuscitado. Lembramos também neste momento
o mistério previsto no calendário litúrgico: que domingo ou festa é, que mistério da vida de Cristo, ou que
santo ou santa recordamos...


16) Sendo cada domingo uma páscoa semanal, seria bom assumirmos, no lugar do rito penitencial, a
aspersão com água, lembrando o nosso batismo e nossa imersão em Cristo. Há um rito previsto no Missal
Romano, que pode ser adaptado e inculturado. Vejam cantos próprios para este momento em HIN III, pp.
83-9; para o tempo pascal, a visão de Ezequiel 47, retomado no livro do Apocalipse 22: “Eu vi, eu vi, vi foi
água a manar do lado direito do templo a jorrar...”; para o tempo comum, versos do salmo 51(50): “Lavaime,
Senhor, lavai-me...”


17) Não vamos nos esquecer dos preciosos momentos de silêncio que devem possibilitar a descida de cada
pessoa em seu íntimo. Só assim a celebração litúrgica poderá assumir a dor, a angústia, a alegria, a
esperança, a vida de cada participante. Nos ritos iniciais, estes momentos serão certamente: antes do início
da celebração; no rito penitencial, se houver; após o "oremos" da oração inicial...


18) O que ficou dito a respeito da saudação, vale também para a oração inicial: cantada poderá ter mais
força. [...]

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