Estava próxima a Páscoa dos judeus. Jesus subiu a Jerusalém e encontrou no Templo vendedores de bois, de ovelhas e pombas e os cambistas sentados. Fez um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, com as ovelhas e os bois; esparramou no chão o dinheiro dos cambistas e derrubou as mesas. Aos que vendiam as pombas, disse: “Tirai daqui tudo isso e não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio”. Lembraram-se os discípulos de que está escrito: O zelo de tua casa me consome. Os judeus tomaram a palavra e lhe perguntaram: “Que sinal nos dás para fazeres isto?” Jesus respondeu: “Destruí este Santuário e em três dias eu o levantarei”. Então os judeus disseram: “Quarenta e seis anos levou a construção deste Santuário e tu vais levantá-lo em três dias?” Mas ele falava do santuário de seu corpo. Quando ressuscitou dos mortos, os discípulos se lembraram do que ele havia dito e creram na Escritura e na palavra de Jesus.
COMENTÁRIO
Hoje celebramos a festa de aniversário da dedicação da Basílica de Latrão, mãe de todas as Igrejas, e no Evangelho nós encontramos Jesus expulsando os vendedores do templo. Já pensou? Jesus com um chicote na mão? É difícil imaginar Jesus nervoso, derrubando mesas e jogando pelos ares cadeiras e, até mesmo, gaiolas de pássaros e dinheiro.
Era época da Páscoa. Milhares de pessoas se dirigiam para Jerusalém para celebrar a festa, para oferecer seus sacrifícios e cumprir suas promessas. Os comerciantes aproveitam-se da ocasião para ganhar dinheiro de forma desonesta, cobrando preços abusivos por seus produtos.
Parece que tudo continua igual. Dois mil anos se passaram e pouca coisa mudou de lá para cá. Basta chegar a época das festas, para os preços sofrerem grandes alterações. A remarcação acontece de maneira abusiva, sem o menor critério, sem o menor respeito pelo cliente.
A lei da oferta e da procura determina o preço do produto. Quando a remarcação acontece nos centros comerciais, shoppings e supermercados, apesar de discordarmos, dá até para entender, pois estamos falando de empresas comprometidas com o capital, cujo único objetivo é obter grandes lucros.
No entanto, quantas vezes essas coisas acontecem em locais santos e sagrados, até mesmo nas comunidades cristãs. Quantas vezes a quermesse paroquial deixa de ser um encontro comunitário para transformar-se somente em fonte de renda com preços abusivos e, não raro, superiores aos praticados pelo comércio local.
É preciso zelo pela casa do Pai! Sabemos que o dízimo não é levado a sério pela maioria dos católicos. Poucos têm consciência que sem o dízimo a comunidade não caminha, no entanto, os produtos religiosos, imagens, velas e tudo mais devem ser comercializados com preços justos.
Esse comércio tem que ser criterioso e ético. Deve servir para atender ao paroquiano e, eventualmente, complementar o orçamento da comunidade. Jamais deve ser sua principal fonte de renda.
Trazendo este Evangelho para os nossos dias, não é difícil imaginar Jesus com um chicote na mão, expulsando os comerciantes desonestos e gritando “Tirem daqui essas coisas. Não façam da casa de meu Pai um mercado!”
Os quatro evangelistas narraram este episódio. Isto mostra a importância de preservarmos a casa de Deus. Jesus ficou indignado com a cena que viu ali. Nós também não podemos, de maneira passiva, ver a casa de oração transformada num covil de mercadores.
http://www.miliciadaimaculada.org.br/
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