Só tem sentido falar de “santo” se fazemos referência a Deus, tendo Jesus Cristo como critério de santidade. Ele testemunhou a prática das bem-aventuranças na convivência de seu tempo. Foi capaz de enfrentar os caminhos da vida, seja no sofrimento, como também nas alegrias, colocando sua vida como doação para o bem das pessoas e do mundo.
A santidade é fruto de uma consciência convicta de pertencer a Jesus Cristo e de colocar tudo na vida como prática de amor a Deus. Ela vem da consciência fraterna na comunidade, do respeito e do valor que damos às realidades que nos cercam. Supõe um estilo de vida marcado pela esperança, pela mansidão, pela misericórdia e pureza.
Podemos dizer que os santos são os bem-aventurados, os felizes, que conseguiram prosseguir na vida mesmo tendo que enfrentar dificuldades e sofrimentos. Estão sempre apoiados em Deus e não simplesmente nas coisas materiais, naquilo que é passageiro e que não satisfaz plenamente os desejos do coração das pessoas.
Ser santo é não duvidar do amor de Deus e nem agir com violência revidando atitudes de maldade. É decepcionar-se com as injustiças que acontecem e desrespeitam os mais fracos e indefesos. É ter a capacidade de agir com misericórdia e amor, superando conflitos, desavenças, agindo para defender um mundo de paz.
Santidade e justiça caminham juntas na construção do reino de Deus. Quem se ajusta à vontade soberana de Deus tem lugar em seu reino. É reino de valores que têm preços até de martírio, como aconteceu com o Mestre Jesus Cristo. É o preço pago pela felicidade adquirida no Evangelho, no meio de um mundo de muita hostilidade.
O mundo, no sentido pejorativo, não reconhece o valor e a dignidade de quem participa da filiação divina. Na verdade, não reconhece valores de eternidade. Tudo isto dificulta a fidelidade de quem acredita na mensagem de Jesus Cristo, caminho de santidade e de vida autenticamente feliz. Os contra valores da cultura moderna são totalmente desestimuladores de uma verdadeira santidade de vida.
Dom Paulo Mendes Peixoto
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