terça-feira, 27 de novembro de 2012

O que o nosso olhar provoca nas pessoas?


Lancemos hoje um olhar além do que conseguimos ver. Quando vemos uma pessoa, e olhamos para o seu semblante, logo insinuamos alguma coisa, que quase nunca corresponde ao que ela é; o rosto é somente um indicativo, precisamos olhar o coração dela, que muitas vezes está sofrido, angustiado, ferido, maltratado, entristecido e precisando de ajuda.
“O que o homem vê não é o que importa: o homem vê a face, mas o Senhor olha o coração” (I Sm 16,7). Vamos fazer hoje a experiência de pedir ao Espírito Santo a graça de enxergar o coração de cada pessoa que vier ao nosso encontro, de modo que o nosso olhar gere cura e elas sintam-se amadas por nós. Nos evangelhos mostra que quando Jesus olhava para alguém, olhava amando. Senhor, ensina-nos a olhar para as pessoas, como o Senhor olha.
Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
http://luziasantiago.com

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

25 de Novembro de 2012 – Jesus Cristo, Rei do Universo


Evangelho de João 18, 33b-37
“Todo aquele que é da verdade, escuta a minha voz!”
Naquele dia, Pilatos tornou a entrar no palácio, chamou Jesus e lhe perguntou: “És tu o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “Perguntas por ti mesmo ou foram os outros que te disseram isto de mim?” Pilatos disse: “Por acaso eu sou um judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes te entregaram a mim: o que fizeste?” Jesus respondeu: “Meu reino não é deste mundo. Se fosse deste mundo, os meus ministros teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”. Pilatos disse-lhe então: “Logo, tu és rei?” Jesus respondeu: “Tu o dizes: eu sou rei. Para isso nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz”.
COMENTÁRIO
Hoje é um dia festivo para o súdito fiel, pois celebramos Cristo Rei. O Único e Verdadeiro Rei. Rei do universo, Rei das nossas vidas, das nossas famílias e dos nossos corações.
Com a festa de Cristo Rei, nós encerramos este ano litúrgico (ano B). Na próxima semana estaremos comemorando o primeiro domingo do Advento. O Advento é um tempo de preparação para a vinda do Menino Deus, tempo de espera e início de mais uma caminhada no novo ano litúrgico. 
A festa de Cristo Rei do Universo é um prêmio para todo cristão, é a forma que a Igreja encontrou para coroar todos os esforços e trabalhos das comunidades através dessa grande festa. Uma festa que é, ao mesmo tempo, de extrema nobreza e humildade. 
Festejamos Jesus, o Rei dos reis que, sendo Filho de Deus, não assumiu o poder nem os símbolos da grandeza humana, mas vestiu-se com as roupas da humildade, da simplicidade e da pobreza. Um Rei nobre por natureza, capaz de vencer sem destruir, fazendo do amor sua única arma. 
Pilatos perguntou a Jesus se Ele era rei. Ao dizer: “Meu Reino não é daqui”, Jesus deixa claro que é um Rei diferente, que não usa de força nem de violência para conseguir seus objetivos. Jesus é um Rei que não oprime, que não explora, que não engana seus súditos.
O Reino de Jesus é um Reino de amor, de justiça, de paz e de fraternidade. Um Reino onde os direitos são iguais e respeitados. Um Reino onde as pessoas não são valorizadas pela cor, posição social ou conta bancária. 
Parece utopia, mas esse Reino existe. Não só existe como não está distante, como imaginamos. É o Reino da partilha e da comunhão. Deve começar aqui na terra, na nossa família, na comunidade e estender-se por toda a eternidade.
“Venha a nós o vosso Reino!” Essa é a súplica que fazemos na oração que o Senhor nos ensinou. Nesse Reino, autoridade é serviço. Quem é o maior e primeiro, se faz o menor e o último. Esse é o Reino que nos espera. Um Reino de harmonia, onde a violência e o ódio cedem lugar ao amor e à paz.
Jesus finaliza dizendo que veio ao mundo para dar testemunho da verdade. Só a verdade liberta. Para o cristão que vive a verdade já está reservado o Reino de Deus, um Reino sem muralhas onde as portas estão permanentemente abertas. Para entrar no Reino basta saber amar e perdoar.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Santa Cecília - 22 de novembro

Certa vez, o cardeal brasileiro dom Paulo Evaristo Arns assim definiu a arte musical: "A música, que eleva a palavra e o sentimento até a sua última expressão humana, interpreta o nosso coração e nos une ao Deus de toda beleza e bondade". Podemos dizer que, na verdade, com suas palavras ele nos traduziu a vida da mártir santa Cecília. 

A sua vida foi música pura, cuja letra se tornou uma tradição cristã e cujos mistérios até hoje elevam os sentimentos de nossa alma a Deus. Era de família romana pagã, nobre, rica e influente. Estudiosa, adorava estudar música, principalmente a sacra, filosofia e o Evangelho. Desde a infância era muito religiosa e, por decisão própria, afastou-se dos prazeres da vida da Corte, para ser esposa de Cristo, pelo voto secreto de virgindade. Os pais, acreditando que ela mudaria de idéia, acertaram seu casamento com Valeriano, também da nobreza romana. Ao receber a triste notícia, Cecília rezou pedindo proteção do seu anjo da guarda, de Maria e de Deus, para não romper com o voto. 

Após as núpcias, Cecília contou ao marido que era cristã e do seu compromisso de castidade. Disse, ainda, que para isso estava sob a guarda de um anjo. Valeriano ficou comovido com a sinceridade da esposa e prometeu também proteger sua pureza. Mas para isso queria ver tal anjo. Ela o aconselhou a visitar o papa Urbano, que, devido à perseguição, estava refugiado nas catacumbas. O jovem esposo foi acompanhado de seu irmão Tibúrcio, ficou sabendo que antes era preciso acreditar na Palavra. Os dois ouviram a longa pregação e, no final, converteram-se e foram batizados. Valeriano cumpriu a promessa. Depois, um dia, ao chegar em casa, viu Cecília rezando e, ao seu lado, o anjo da guarda. 

Entretanto a denúncia de que Cecília era cristã e da conversão do marido e do cunhado chegou às autoridades romanas. Os três foram presos, ela em sua casa, os dois, quando ajudavam a sepultar os corpos dos mártires nas catacumbas. Julgados, recusaram-se a renegar a fé e foram decapitados. Primeiro, Valeriano e Turíbio, por último, Cecília. 

O prefeito de Roma falou com ela em consideração às famílias ilustres a que pertenciam, e exigiu que abandonassem a religião, sob pena de morte. Como Cecília se negou, foi colocada no próprio balneário do seu palacete, para morrer asfixiada pelos vapores. Mas saiu ilesa. Então foi tentada a decapitação. O carrasco a golpeou três vezes e, mesmo assim, sua cabeça permaneceu ligada ao corpo. Mortalmente ferida, ficou no chão três dias, durante os quais animou os cristãos que foram vê-la a não renegarem a fé. Os soldados pagãos que presenciaram tudo se converteram. 

O seu corpo foi enterrado nas catacumbas romanas. Mais tarde, devido às sucessivas invasões ocorridas em Roma, as relíquias de vários mártires sepultadas lá foram trasladadas para inúmeras igrejas. As suas, entretanto, permaneceram perdidas naquelas ruínas por muitos séculos. Mas no terreno do seu antigo palácio foi construída a igreja de Santa Cecília, onde era celebrada a sua memória no dia 22 de novembro já no século VI. 

Entre os anos 817 e 824, o papa Pascoal I teve uma visão de santa Cecília e o seu caixão foi encontrado e aberto. E constatou-se, então, que seu corpo permanecera intacto. Depois, foi fechado e colocado numa urna de mármore sob o altar daquela igreja dedicada a ela. Outros séculos se passaram. Em 1559, o cardeal Sfondrati ordenou nova abertura do esquife e viu-se que o corpo permanecia da mesma forma. 

A devoção à sua santidade avançou pelos séculos sempre acompanhada de incontáveis milagres. Santa Cecília é uma das mais veneradas pelos fiéis cristãos, do Ocidente e do Oriente, na sua tradicional festa do dia 22 de novembro. O seu nome vem citado no cânon da missa e desde o século XV é celebrada como padroeira da música e do canto sacro.


http://www.paulinas.org.br/diafeliz

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Igreja dedica dia de oração a religiosos de clausura


Rádio Vaticano


A Igreja celebra nesta quarta-feira, 21, a Jornada Pró-Orantibus, dedicada às Monjas e Monges de clausura. A vida consagrada contemplativa é uma vocação pouco conhecida e pouco compreendida, um desconhecimento existe até entre os fiéis católicos.
O objetivo da celebração deste Dia é rezar pelos religiosos e religiosas de vida contemplativa como expressão de reconhecimento, estima e gratidão pelo que representam e em agradecimento pelo rico patrimônio espiritual que seus institutos, congregações e ordens são dentro da Igreja. Outras finalidades são promover o conhecimento da vocação contemplativa; e favorecer iniciativas pastorais para valorizar a dimensão contemplativa da vida através da leitura orante da Palavra e a ativa participação litúrgica.

Assista
.: Religiosas que vivem em clausura mostram como é seu dia a dia

A Abadessa do Mosteiro de Santa Maria, beneditina Madre Escolástica, explica à Radio Vaticana o significado desta vocação.

Madre Escolástica - No fundo, a vocação monástica é a vocação de todo ser humano, que é a vocação de buscar a Deus, tendo como característica principal o ofício divino, que é o louvor de Deus, o canto gregoriano, no nosso caso. A clausura é constitucional: nós vivemos dentro do mosteiro, mas saímos para as necessidades básicas. São Bento diz Ora Et Labora. Nos saímos para comprar o que necessitamos, para ir ao médico ou ao dentista, e vivemos, sim uma vida de clausura. É necessária uma vida monástica, não existe vida de oração sem o mínimo de recolhimento. Nos levantamos às 4h30 da manhã e durante todo o dia temos 7 ofícios divinos quando cantamos. Nossa oração é o canto dos salmo, a leitura da Sagrada Escritura e dos Padres da Igreja.

Rádio Vaticano - Vivendo em clausura, as monjas podem receber visitas?

Madre Escolástica - Recebemos, sim. Não só a família. A nossa clausura não significa uma separação do mundo, mas ao contrário: temos uma comunhão com as pessoas que estão no mundo; rezamos pelo mundo. Às vezes damos orientação espiritual, as pessoas vêm se aconselhar conosco. Não há ruptura, mas o afastamento, para talvez uma melhor comunhão. Não é que o mundo está de um lado e as monjas do outro, não é isso.

Rádio Vaticano - As monjas beneditinas realizam algum tipo de obra social?

Madre Escolástica - Não. Temos catequeses. As crianças vêm ao mosteiro para a catequese da Primeira Eucaristia. Temos o grupo dos Oblatos, leigos que vivem a espiritualidade de São Bento no mundo. Uma vez por mês, eles vêm ao mosteiro e têm a formação de nossa espiritualidade. Não somos irmãs apostólicas, não temos obras de inserção em periferias e hospitais. O nosso ofício é a oração. Nossa contribuição na Igreja é a nossa oração e a nossa orientação espiritual a quem nos procura aqui, mas não temos saídas para trabalhar inseridas no meio social.
Rádio Vaticano Como as monjas estão vivendo a Jornada Pró Orantibus?

Madre Escolástica - Nós mesmas vamos acolher aqui em nosso Mosteiro mais de 50 jovens que vão dormir aqui. Lógico, neste Ano da Fé, temos consciência de que nossa fé é viva, age. Nós acompanhamos através de nossa oração e também contribuímos como podemos, ou seja, acolhendo estas jovens que se hospedarão aqui conosco.

http://noticias.cancaonova.com

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Os jovens e os meios de comunicação social

Nos dias atuais, é impossível não perceber a importância e a centralidade que os meios de comunicação social conquistaram em nossa sociedade, sobretudo quando associados à globalização. No próximo ano, o tema do Dia Mundial das Comunicações será “Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização”. A Igreja tem acompanhado, com uma boa proximidade, o desenvolvimento da mídia em nosso tempo e com belos e importantes documentos. Agradecemos a Deus pelo decreto “Inter Mirifica” do Concílio Vaticano II, que no próximo ano completará 50 anos de sua promulgação. Sabemos que depois desse documento conciliar bastante sucinto, desencadeou-se um belo e importante trabalho da Igreja com relação aos Meios de Comunicação Social. 

Para a Igreja, que neste Ano da Fé esforça-se no objetivo de enfatizar a importância da Fé como dom sobrenatural, por meio do qual nos comunicamos de maneira interpessoal com Deus, é imprescindível uma justa reflexão acerca de dois pontos fundamentais por meio dos quais a vivência da Fé é destacada em nossa sociedade: a juventude e os meios de comunicação. Daí vem o tema escolhido pelo Papa, que vê nas redes sociais oportunidade de ser portal da fé, da verdade e espaço de evangelização.

A juventude possui uma devida centralidade pelo fato de nela se concentrarem as esperanças da Igreja em um mundo melhor, onde os valores cristãos sejam fundamental e espontaneamente vivenciados e haja uma cultura sempre baseada na revelação do amor de Deus, que enviou o Seu Filho Jesus Cristo para salvar a humanidade. Os nossos jovens, por isso, são o retrato da nossa sociedade, que se constrói para o amanhã novo, e essa certeza faz com que confiemos a eles a missão de serem discípulos e missionários da nova evangelização que queremos realizar. Por esta razão, dar ênfase ao futuro da Fé Cristã como algo que se concretiza na figura da juventude faz parte justamente do que objetiva o Santo Padre Bento XVI, quando proclama a vivência de um ano todo dedicado à vivência testemunhante da Fé.

Os meios de comunicação social, por sua vez, uma vez conectando milhões de pessoas nos quatros cantos da face da terra, são capazes de promover e levar a cabo a mensagem cristã de maneira a alcançar um sempre crescente número de pessoas a quem tal mensagem toque, sensibilize e permita a Cristo chegar ao interior dos seus corações. Por isso, o interesse da Igreja pelos meios de comunicação social sempre possuiu um particular relevo, seja quando ilumina com as orientações éticas, seja quando os utiliza para anunciar a vida em Cristo. Por meio dessas maravilhosas invenções técnicas pôde contribuir para a comunicação global e para que diversas necessidades humanas fossem sanadas, e pôde, sobretudo, contribuir para a necessidade do homem de ir ao encontro com Deus.

Desta forma, como pastores da Igreja, temos diante de nossos olhos a necessidade de aproximar a juventude cristã e os meios de comunicação social e fazer deles instrumentos os mais eficazes possíveis na missão de alavancar a propagação da Fé na perspectiva de uma autêntica e nova evangelização, como bem recorda o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações.

Porém, o grande segredo para que os meios sejam bem utilizados e sirvam para anunciar a vida, a verdade e a fé supõe que a pessoa que os utilizam seja alguém bem formado e orientado como cristão, com suas convicções claras.

Certamente, os novos e sofisticados meios de comunicação social que temos hoje são de pleno domínio da nossa juventude. A geração “z”, dizem, já nasce com o dedo no teclado. A Internet revolucionou a comunicação e contribuiu largamente para estreitar as fronteiras entre nações e continentes e instaurou a consciência de globalização. Ela, com seus sites de relacionamento social, é capaz de transmitir mensagens, pensamentos, ideias, imagens e tipos de conteúdos os mais variados possíveis e sobre diversos assuntos e com isso fazê-los chegar a um número incomensurável de pessoas. Que o digam também os modernos recursos de comunicação presentes nos smartphones, em que é possível sempre armazenar tanto conteúdos audiovisuais quanto escritos de fácil acesso e divulgação, por meio dos quais seria muito importante levar adiante a mensagem do Evangelho. Antigamente as pessoas iam ao computador para utilizar a internet. Hoje, a pessoa leva consigo o computador e toda uma convergência de mídias em suas mãos.

Diante dessa constatação, cabe à nossa juventude, sempre tão conectada e imersa na interatividade que a internet lhe proporciona, levar ainda mais a mensagem cristã ao mundo e com isso “conectar” o mundo a Cristo. É muito interessante ver como as “redes sociais” levam ideias e mensagem cristãs. É claro que o meio eletrônico não substitui o presencial, pois necessitamos de uma vida em comunidade. Mas, ao “compartilhar” Cristo com todos aqueles a quem podemos atingir por meio de nossos “cliques” deve levá-los a uma participação presencial em nossas comunidades e ao entusiasmo pelo Cristo como Salvador. Que a juventude de hoje, que é digitalmente nativa, tenha a alegria da fé e a anuncie à sua maneira para os seus coetâneos.  

Constata-se hoje, também, que a Internet está contribuindo para promover transformações revolucionárias no comércio, na educação, na política, no jornalismo, nas relações transacionais e interculturais, e que essas mudanças manifestam não só uma transformação no modo de os indivíduos se comunicarem entre si, mas na forma de as pessoas compreenderem a sua própria vida. Formou-se uma nova cultura! 

É importante, destacarmos, ainda, que os meios de comunicação social mais antigos, como o jornal, a revista, a rádio e a televisão, de modo algum se tornaram obsoletos, pois estão presentes nessa convergência de mídias que hoje existem e, por isso, permanecem exercendo papel importantíssimo na informação e formação cultural de nossa sociedade. Nessa perspectiva, à juventude, com suas inovações e dinamicidade, fica o desafio que a nova evangelização objetiva, ou seja, promover o uso de tais meios como forma autêntica de propagação da Fé, enfatizando sempre seu caráter vivificante e transformador, ao passo que sempre sublinhando seu fundamento: o encontro pessoal com o Senhor.

''Ide e fazei Discípulos entre os Povos'' (Mt 28,19), eis o lema da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013 que estamos preparando para celebrar dentro do contexto deste “Ano de Fé” que ora vivenciamos. Reunir milhões de jovens das várias partes do mundo é vivenciar em grandes proporções aquilo que já é vivenciado no dia-a-dia da Igreja: o encontro pessoal com Jesus Cristo, caminho, verdade e vida (cf. Jo 14,6). 

Precisamente "aqui está o desafio fundamental que afrontamos: encontrar meios para promover e formar discípulos e missionários que respondam à vocação recebida e a comuniquem por toda parte, transbordando de gratidão e alegria o dom do encontro com Jesus Cristo". 

Ora, faz parte da vivência da Fé Cristã o testemunho do que ela representa e do que é, pois o Cristianismo, como já nos enfatizara o Santo Padre, não nasce de uma bela idéia ou de um programa ético simplesmente, mas de um acontecimento, ou seja, de um encontro com uma pessoa: Jesus de Nazaré. A Fé Cristã, portanto, baseia-se no “encontro pessoal” com Aquele em Quem está a felicidade plena, e a resposta para as nossas mais profundas interrogações e buscas acerca do sentido último da vida. É preciso, portanto, que O demos cada vez a mais conhecer a todos, para que, por meio desse encontro pessoal com Ele, encontrem também a verdadeira felicidade. É nossa missão fazê-lo.

Por isso, para corresponder à vivacidade e à beleza que este encontro pessoal com Cristo realiza na vida de todo aquele que crê e que por isso leva-o a confessar Cristo e não se envergonhar d’Ele, conclamo os jovens para que façam das redes sociais, dos meios de comunicação social verdadeiros instrumentos de testemunho da Fé Cristã, a fim de que em tudo seja Deus glorificado por Jesus Cristo, e para que correspondamos ao mandato do Senhor de ir ao mundo e pregar o Evangelho a todo criatura. 

Que a JMJ faça de cada jovem o evangelizador do novo milênio que a Igreja tanto necessita: sinta em seu interior o ardor missionário que impulsionou os primeiros cristãos a proclamarem sem temor e em toda parte a Boa Nova de Cristo e, agindo como eles, realize a obra da nova evangelização à qual a Igreja propõe no mundo atual.


Por: DOM ORANI JOÃO TEMPESTA, O. Cist.
ARCEBISPO METROPOLITANO DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO, RJ
 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

18 de Novembro de 2012 – 33º Domingo do Tempo Comum


Evangelho de Marcos 13, 24-32
“O céu e terra passarão, mas as minhas palavras não passarão!”
Mas naqueles dias, depois dessa aflição, o sol escurecerá e a lua não dará sua claridade, as estrelas cairão do firmamento e os poderes do céu serão abalados. Então verão o Filho do homem vir sobre as nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os anjos e reunirá os eleitos dos quatro ventos, desde o extremo da terra até o extremo do céu. Aprendei a parábola da figueira: Quando os ramos estão tenros e as folhas brotam, sabeis que o verão está próximo. Assim também quando virdes acontecer estas coisas, ficai sabendo que o Filho do homem está próximo, às portas. Eu vos asseguro: Não passará esta geração antes que tudo isso aconteça. Passará o céu e a terra, minhas palavras não passarão. Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai.
COMENTÁRIO
Mais uma vez nos encontramos neste domingo, dia do Senhor. O evangelho de hoje é preocupante. Na verdade, todas as passagens bíblicas deveriam ser preocupantes e alentadoras. A Palavra de Deus é um alerta permanente. 
É preciso estar atento para não ser pego de surpresa no dia em que o Filho do Homem vier para reunir seus filhos eleitos. Todos nós somos eleitos. Nosso lugar está reservado ao lado do Pai, na Glória Celeste. Jesus nos diz que somos filhos criados na liberdade e para a liberdade.
Quem ouve os conselhos e põe em prática as Palavras de Jesus, tem plena garantia de viver a verdadeira liberdade. Em cada linha, em cada ponto e em cada vírgula do evangelho, está presente a mensagem de amor de um Pai muito preocupado com o destino dos seus filhos. 
Jesus descreve de forma figurada o fim do mundo. Com seus exemplos Ele quer mostrar a grandeza e o poder de Deus em mudar ou transformar todas as coisas. O Construtor do Universo, o único capaz de equilibrar as forças, pode também, de um minuto para o outro, mudar tudo. 
As palavras de Jesus deixam bem claro que o homem, apesar de seus progressos e invenções, por mais avançados que pareçam, é um ser pequeno e fraco diante das maravilhas criadas por Deus. Só Deus tem poderes ilimitados para construir, equilibrar ou desequilibrar a natureza.
Apesar de falar em parábolas, poucas vezes Jesus falou de forma tão clara como neste evangelho. Ele previne que um dia estará, frente a frente, com todos os homens bons e maus. "Estejam preparados" - disse - "Vocês irão me ver vindo das nuvens, revestido de grande poder, majestade e glória".
Jesus nos fala da figueira que aos poucos vai brotando. Com esse exemplo Ele quer nos mostrar o poder da paciência e da perseverança. Tudo tem seu dia e sua hora. A figueira com suas folhinhas tenras e sensíveis pode representar toda nossa vida, nossa fragilidade, nosso lento crescimento, cada passo da nossa caminhada, nossas lutas, tropeços e vitórias.
Só vence e sobrevive quem se sobrepõe aos obstáculos. O sol escaldante e o vento frio do dia-a-dia tentam de todas as formas matar os brotos das virtudes e das boas ações. São brotos frágeis, ainda sem coloração que, se não forem bem cuidados e alimentados pela oração, podem morrer. Dependem de proteção constante contra a ação predadora dos inimigos do bem. 
Essa proteção chama-se persistência e sua sobrevivência depende das nossas ações e orações. É preciso estar preparado para não ser pego de surpresa. Quem quiser estar entre os bons tem que desabrochar para o amor e viver a virtude da paciência. O coração alegre e bondoso é fruto da perseverança e da fé.
"O céu e a terra passarão, mas as minhas Palavras não passarão". Apesar de pesadas, exigentes e nem sempre fáceis de entender, estas são Palavras de Salvação. E como já dissemos, são preocupantes e alentadoras. Quanto ao julgamento, nem mesmo o Filho sabe o dia ou a hora, só o Pai. 
A melhor garantia é fazer de conta que esse dia será amanhã. Porque arriscar? Só pode ter certeza que nunca será pego de surpresa o eleito que viver o evangelho, hoje! Para o eleito do Pai pouco importa o dia, onde ou como. Seu coração e sua alma estão preparados para superar a grande tribulação. Seus olhos vão brilhar e irradiar alegria ao verem o Filho do Homem.
http://www.miliciadaimaculada.org.br

A LITURGIA - SACROSSANCTUM CONCILIUM (2)


1.  Um sinal de renovação da Igreja. As novidades colocadas pelo primeiro documento do Concílio Vaticano II (1962-1965), a Constituição Dogmática Sacrosanctum Concilium, sobre a Liturgia (04/12/1963), apontavam para uma profunda reforma da liturgia e sinalizavam o caminho que o Concílio percorreria em seus próximos estudos, diálogos e textos, e que a renovação da Igreja viveria dali em diante.

2. A importância renovadora da Sacrossanctum Concilium.  Na verdade, é a liturgia, que mais atinge, de modo direto e abrangente, a vida dos católicos. Reformular e renovar o culto a Deus e aos santos, a compreensão e celebração dos sacramentos e a vida de oração, mexem direto com a vida de todos na Igreja. Através de um retorno histórico-teológico às fontes dos ritos litúrgicos e de simplificá-los, o Concílio quis que os católicos todos tivessem a melhor compreensão possível da liturgia e nela tivessem participação ativa. Pode-se dizer que, face ao estilo de celebrações litúrgicas em uso desde o Concílio de Trento (1545-1563), rígido, formal, em latim e distanciado do povo, a reforma e renovação da liturgia causaram um impacto impressionante.

3. Ensino doutrinal de máxima importância. Mais que um documento de reforma programática da Liturgia, o objetivo era, em primeiro lugar, fazer um redimensionamento doutrinal e pastoral da Liturgia. O óbvio, por tantos séculos sem destaque, ocupou o primeiro lugar: no centro da liturgia está o mistério pascal (n. 5-13). Óbvio porque a missão essencial da Igreja é anunciar a salvação, trazida por Jesus Cristo a todos os homens e mulheres. Operada pela morte e a ressurreição do Cristo, essa salvação se torna atual e inserida na vida de cada ser humano e da Igreja ao longo da história pelos ritos litúrgicos, especialmente dos sacramentos e da celebração da Palavra de Deus. O Concílio definiu que a liturgia é a “fonte” e o “cume” da vida da Igreja (n. 10). E explicita algo inédito na época: na liturgia, Cristo se torna presente na liturgia de muitas maneiras: não apenas nos sacramentos, em particular sob as espécies eucarísticas, e no seu celebrante – in persona Christi –, mas também na Palavra de Deus, lida, recebida e assimilada na fé, assim como na assembleia dos fiéis que ora em seu nome (n. 7). Era uma revolução na Igreja Católica.

4. A participação dos fiéis. Da Sacrossanctum Concilium em diante os documentos do Concílio martelam de que é essencial a participação dos fiéis em tudo na vida da Igreja, até ali excessivamente clerical (n. 48). Já se anunciava, portanto, a eclesiologia de comunhão da Constituição sobre a Igreja (a Lumen Gentium). Em virtude do sacerdócio dos batizados, todos participam plenamente da ação comum que é de Cristo e da Igreja (n. 28). E, para isso, é introduzido o uso da língua da cada povo e se pede a renovação da homilia, da música sacra, do canto, dos ritos  e autoriza-se a concelebração (n. 57).

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