segunda-feira, 15 de setembro de 2014

“Pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!”

A festa da Exaltação da Santa Cruz é a festa da Exaltação 
do Cristo vencedor da morte e do pecado por seu corpo dado 
e sangue derramado no alto da cruz. Para o cristianismo a 
cruz é o símbolo maior de fé, com cujos traços todos nós 
nos persignamos desde o momento do levantar até o deitar a 
cada dia. Na cerimônia batismal o primeiro sinal de acolhida à 
criança recém-nascida é o sinal-da-cruz traçado em sua fronte 
pelo padre, pais e padrinhos, sinalando-a para sempre com a 
marca de Cristo.
A cruz recorda o Cristo crucificado, o sacrifício de sua 
Paixão, o seu martírio que nos deu a salvação. Por isso é que, 
desde tempos antiquíssimos, a Igreja passou a celebrar, exaltar 
e venerar a Cruz, inclusive, como símbolo da árvore da vida, que 
se contrapõe à árvore do pecado no paraíso, e símbolo mais 
perfeito da serpente de bronze que Moisés levantou no deserto 
para curar os israelitas picados pelas cobras, porque o Filho do 
Homem nela levantado cura o homem todo e todos os homens, 
o corpo e a alma dos que n’Ele creem e lhes dá a vida eterna. 
Até o Calvário, a cruz fora tida como sinal de vergonha, 
maldição, execração. Com a crucifixão de Cristo, desde então, 
ela se tornou símbolo de triunfo e vitória. Se da cruz vinha a 
maldição e a morte, agora, da cruz vem todo o bem e toda a 
graça. O Apóstolo Paulo aprofunda o mistério dizendo que a 
cruz lembra a humilhação extrema de Jesus, que se despojou 
de sua dignidade de ser igual a Deus, “fazendo-se obediente até 
a morte, e morte de cruz” (Fl 2,8). E ele mesmo afirma que “Por 
isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o nome que está 
acima de todo nome. Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se 
dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: 
Jesus Cristo é o Senhor!” (Fl 2, 8-11). Tendo tal compreensão da 
Paixão de Jesus e elaborado tal teologia a respeito do mistério 
da Cruz, torna-se perfeitamente compreensível a declaração de 
Paulo aos Gálatas de que para ele sem a cruz de Cristo não 
há glória possível. Oxalá possamos nós também proclamar e 
viver sempre essa mesma fé.
Dom Frei Caetano Ferrari, OFM.

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