A festa da Exaltação da Santa Cruz é a festa da Exaltação
do Cristo vencedor da morte e do pecado por seu corpo dado
e sangue derramado no alto da cruz. Para o cristianismo a
cruz é o símbolo maior de fé, com cujos traços todos nós
nos persignamos desde o momento do levantar até o deitar a
cada dia. Na cerimônia batismal o primeiro sinal de acolhida à
criança recém-nascida é o sinal-da-cruz traçado em sua fronte
pelo padre, pais e padrinhos, sinalando-a para sempre com a
marca de Cristo.
A cruz recorda o Cristo crucificado, o sacrifício de sua
Paixão, o seu martírio que nos deu a salvação. Por isso é que,
desde tempos antiquíssimos, a Igreja passou a celebrar, exaltar
e venerar a Cruz, inclusive, como símbolo da árvore da vida, que
se contrapõe à árvore do pecado no paraíso, e símbolo mais
perfeito da serpente de bronze que Moisés levantou no deserto
para curar os israelitas picados pelas cobras, porque o Filho do
Homem nela levantado cura o homem todo e todos os homens,
o corpo e a alma dos que n’Ele creem e lhes dá a vida eterna.
Até o Calvário, a cruz fora tida como sinal de vergonha,
maldição, execração. Com a crucifixão de Cristo, desde então,
ela se tornou símbolo de triunfo e vitória. Se da cruz vinha a
maldição e a morte, agora, da cruz vem todo o bem e toda a
graça. O Apóstolo Paulo aprofunda o mistério dizendo que a
cruz lembra a humilhação extrema de Jesus, que se despojou
de sua dignidade de ser igual a Deus, “fazendo-se obediente até
a morte, e morte de cruz” (Fl 2,8). E ele mesmo afirma que “Por
isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o nome que está
acima de todo nome. Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se
dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame:
Jesus Cristo é o Senhor!” (Fl 2, 8-11). Tendo tal compreensão da
Paixão de Jesus e elaborado tal teologia a respeito do mistério
da Cruz, torna-se perfeitamente compreensível a declaração de
Paulo aos Gálatas de que para ele sem a cruz de Cristo não
há glória possível. Oxalá possamos nós também proclamar e
viver sempre essa mesma fé.
Dom Frei Caetano Ferrari, OFM.
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