Embora, sendo um menino, parece ele ser um mestre na arte da observação, um aprendiz da vida. Mal sabe ele que a vida requer destes momentos de pura observação. Muito provavelmente um dia ele se lembrará desta manhã, e compreenderá que em tudo precisamos tomar posses das lentes de um bom observador.
Bem, esta cena me fez rezar. E rezando comecei a ser recordado por Deus, que somos como pipas em Suas mãos. Ora haveremos de ser puxados, ora soltos, tudo em vista do melhor lugar para alcançarmos a beleza das alturas, provocados pelo impulso do vento com que somos levados. Interessante é que como um “bom soltador de pipas”, o Mestre também observa a paisagem. Verifica as condições do lugar ,bem como também a estrutura da pipa. O seu maior desejo é que ela alcance a vocação que lhe está reservada.
Neste movimento muitas vezes o Bom Mestre precisará dar mais corda, soltar todo o barbante do carretel. Porém, precisará também trazer de volta pra si, soltar um pouco menos, diminuir o ritmo do movimento. Tudo isso por saber que é preciso ter maestria na arte de ser um “soltador de pipas”, para não estragá-la e comprometê-la...
Ah... se soubéssemos que para viver o que Deus tem nos preparado, precisamos algumas vezes viver semelhante processo de uma pipa nas mãos daquele garotinho:ser soltos, puxados, trazidos de volta, enfim, deixar-se ser conduzido... Não há beleza em deixar-se ser levado pelo vento sem que ninguém nos oriente e nos conduza. Neste sentido, que o Mestre nos tome, portanto, em Suas mãos e que nenhum vento, senão o Sopro do seu Amor nos faça chegar às alturas do seu Coração e do seu Santo Querer!
Jerônimo Lauricio - Bacharel em Filosofia. E-mail: jeronimolauricio@gmail.com |
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