sexta-feira, 24 de abril de 2015

26 de Abril – 4º Domingo de Páscoa

"Eu sou o Bom Pastor!"Evangelho: (Jo 10, 11-18)

Naquele tempo, disse Jesus: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, quando vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge. Então o lobo ataca e dispersa as ovelhas. Assim age porque é mercenário e não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. Possuo ainda outras ovelhas que não são deste curral. É preciso que eu as conduza; elas ouvirão minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. O Pai me ama porque dou minha vida para de novo a retomar. Ninguém a tira de mim. Sou eu mesmo que a dou. Tenho o poder de dá-la e o poder de retomá-la. Esta é a ordem que recebi do meu Pai”.


COMENTÁRIO

A liturgia de hoje nos apresenta uma imagem de Jesus como o Bom Pastor. Aquele que dá a vida por suas ovelhas. O pastor e seu rebanho eram realidades comuns na vida do povo, no tempo de Jesus.
Este relato nos mostra a intimidade, o afeto entre o pastor e as ovelhas. Percebemos que existe entre eles um amor e uma confiança muito grande. Jesus nos diz que as ovelhas não seguem um estranho.
Seguem só o seu pastor, porque conhecem a sua voz. Conhecer, na Bíblia, tem um significado muito profundo, conhecer significa amar. Quem conhece confia e, verdadeiramente, ama.
Jesus deixa bem clara a diferença entre o bom e o falso pastor. Este último vem só para roubar, destruir e matar. Por isso é comparado ao ladrão. O Bom Pastor, pelo contrário, preocupa-se com a vida. Vem para que todos tenham vida plena e em abundância.
O pastor é o líder e, cada um de nós, de um modo ou de outro, exercemos cargo de liderança. Seja no trabalho, na família ou na comunidade. De forma permanente ou em certas ocasiões, nós somos os líderes. Na parábola do bom pastor Jesus alerta sobre como estão sendo vividas as relações de liderança.
Quando a liderança deixa de ser serviço para tornar-se poder, ela oprime e destrói. A liderança torna-se ladra e salteadora. O líder não pode ser autoritário. Liderar é conduzir para o caminho certo.
Quando exercemos algum cargo de liderança, sobretudo nas funções públicas e na comunidade da igreja, precisamos estar próximos das pessoas. É fundamental conhecer suas necessidades, compreendê-las, amá-las e partilhar com elas a vida.
A vida deve ser entendida no sentido amplo. O amor e a partilha devem estar presentes na vida comunitária, na vida religiosa, na vida familiar e também na vida profissional.
Em qualquer caso, o autoritarismo, a negligência e o abandono, são nocivos e levam à morte. Matam a religiosidade e a comunidade, matam a família. As ovelhas conhecem a voz do seu pastor, confiam e deixam-se levar. Sabem que serão conduzidas, em segurança, para verdes pastagens e água abundante.
Quantos se apresentam como pastores, falam até em nome de Cristo e, no entanto, defendem a violência. Não estão preocupados com a paz, com a liberdade, com a dignidade e, muito menos com o abandono que se encontram as crianças, doentes e idosos. Não têm a menor preocupação com o desemprego que ameaça suas ovelhas.
Cuidado com os falsos pastores. Eles têm a voz muito parecida com a do verdadeiro pastor. Fazem uso dos meios de comunicação. Sobem em palanques, fazem discursos inflamados e estão presentes no rádio, na tevê, nos jornais e revistas.
Estão presentes no nosso dia-a-dia disfarçados de bons pastores. É preciso estar atentos e abrir bem os ouvidos, para não sermos enganados. Não podemos seguir a qualquer um, vamos seguir o Bom Pastor!
Como reconhecê-lo? O Bom Pastor não é reconhecido por falar manso e de forma poética, Ele é reconhecido pelas verdades que diz; são palavras nem sempre doces, porém verdadeiras.
Jorge Lorente

sábado, 21 de março de 2015

22 de Março – 5º Domingo da Quaresma

"Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim!"Evangelho: (Jo 12, 20-33)

Entre os que tinham ido à festa para adorar a Deus, havia alguns gregos. Eles se aproximaram de Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e disseram: Senhor, queremos ver Jesus. Filipe falou com André; e os dois foram falar com Jesus. Jesus respondeu para eles, dizendo: Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado. Eu garanto a vocês: se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto. Quem tem apego à sua vida, vai perdê-la; quem despreza a sua vida neste mundo, vai conservá-la para a vida eterna. Se alguém quer servir a mim, que me siga. E onde eu estiver, aí também estará o meu servo. Se alguém serve a mim, o Pai o honrará. Agora estou muito perturbado. E o que vou dizer? Pai, livra-me desta hora? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, manifesta a glória do teu nome! Então veio uma voz do céu: Eu manifestei a glória do meu nome, e vou manifestá-la de novo. A multidão que aí estava ouviu a voz, e dizia que tinha sido um trovão. Outros diziam: Foi um anjo que falou com ele. Jesus disse: Essa voz não falou por causa de mim, mas por causa de vocês. Agora é o julgamento deste mundo. Agora o príncipe deste mundo vai ser expulso e, quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim. Jesus assim falava para indicar com que morte ia morrer.

COMENTÁRIO

Já estamos no quinto domingo da quaresma. Estamos nos aproximando da Semana Santa, a semana da Glória do Senhor. Semana em que Jesus, ao ser elevado da terra, nos atrai para si.
No evangelho de hoje, Jesus está na cidade de Jerusalém, em meio a uma grande multidão que o procura. Alguns gregos pedem ajuda ao discípulo de Jesus, pois querem ver Jesus de perto. Achavam que com o auxílio de Filipe e André, seria mais fácil aproximar-se do Mestre.
Certamente os apóstolos devem ter discutido entre si, se atenderiam ou não ao pedido daqueles homens. Não eram judeus por isso, eram considerados impuros. Deveriam ser mantidos à margem da sociedade.
Jesus percebendo a intenção dos seus discípulos resolve mostrar para todos que veio para unir. Quis mostrar que no seu Reino não existe espaço para divisão, nem distinção de raça, nação ou cor.
Jesus vai direto ao assunto. Quer que todos entendam que está falando de si próprio. "Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, continua sendo somente um grão de trigo, nada mais"- diz Ele.
Com essa comparação Jesus quer dizer que Ele é o trigo. Ele é a Semente que deve morrer para poder ressuscitar, germinar, florir e produzir o fruto da salvação da humanidade.
O grão de trigo simboliza também a nossa vida cristã. A semente que existe em cada um de nós, não foi feita para ser guardada. Tem que se transformar, tem que morrer para então explodir e reviver.
Não adianta tentar preservar a vida eternamente. Quem tentar guardá-la vai perdê-la. A semente tem seu período de fertilidade. Por melhor que seja a embalagem, mesmo estando hermeticamente fechada, um dia vai perder a validade e irá deteriorar-se.
O evangelho de hoje nos lembra que estamos vivendo a Campanha da Fraternidade. Jesus disse: “Eu vim para servir!” Aqueles gregos, pediram ajuda, queriam ver Jesus e receberam Dele uma recepção igual, ou melhor, do que aquela reservada aos judeus.
Aproximação! Esse é o apelo que Jesus nos faz hoje e sempre. Mais do que nunca, é preciso aproximar-se e dar as mãos. É preciso mortificar-se para levar vida aos irmãos sem distinção de raça, classe social ou religião.
"Se alguém quer servir, siga-me e se alguém me serve, meu Pai o honrará". Mas como servir a Jesus, onde encontrá-lo? A resposta Ele mesmo nos deixou; no próximo, no doente, no deficiente! Esse é o preço da glória. Através do irmão, no ato de servir, e no doar-se, recebemos as honras do Pai. Como é bom receber honras e ser glorificado.
Isso é o que mais queremos, no entanto, nos sentimos angustiados, com medo de morrer por essa causa. Mas o que fazer? Como pedir ao Pai para livrar-nos dessa hora, se foi justamente por causa dessa hora que também nós viemos?!
Coragem, nós não estamos sós! Jesus caminha conosco, nos ampara, fortalece e dá sentido, até mesmo, ao próprio sofrimento.
Jorge Lorente

sábado, 14 de março de 2015

15 de Março – 4º Domingo da Quaresma

"Quem pratica a verdade se aproxima da Luz!”
Evangelho: (Jo 3,14-21)
Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, do mesmo modo é preciso que o Filho do Homem seja levantado. Assim, todo aquele que nele acreditar, nele terá a vida eterna. Pois Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, e sim para que o mundo seja salvo por meio dele. Quem acredita nele, não está condenado; quem não acredita, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus. O julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. Quem pratica o mal, tem ódio da luz, e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam desmascaradas. Mas, quem age conforme a verdade, se aproxima da luz, para que suas ações sejam vistas, porque são feitas como Deus quer.
COMENTÁRIO
Estamos iniciando uma nova semana. Gosto da palavra novo. Novo quer dizer novidade, coisa diferente, mudança... Viver o novo é deixar de lado tudo que é ultrapassado e obsoleto.
Todo início é um desafio e deve ser motivo para meditação. Por isso, viver o novo pode ser descômodo e preocupante. Não ficamos muito a vontade no novo emprego, na nova sala de aula ou na piscina do novo clube. Relutamos em aceitar as mudanças. Quer queira, quer não, bate no peito aquela saudade do tradicional.
Viver de saudade é parar no tempo. Seja um novo mês, um novo ano ou um novo dia; sempre é hora de recomeçar, é a grande chance para iniciar ou aprimorar hoje, aquilo que já deveríamos ter concluído ontem. 

Neste evangelho, Jesus também nos fala de algo novo. Ao mencionar o antigo testamento e traçar um comparativo entre a serpente levantada por Moisés, num poste no deserto, Jesus nos apresenta o jeito novo de curar. 

Jesus se compara com a serpente de bronze que foi levantada por Moisés. Essa serpente tinha o poder de curar as pessoas, mordidas por cobras no deserto. Quem olhasse para a serpente, ficava curado, não era afetado pelo veneno, tinha sua vida preservada e não morria.

No entanto, a salvação não acontecia automaticamente. Não bastava simplesmente olhar para a serpente de bronze, era preciso olhar com fé e acreditar na misericórdia e no poder divino. Assim também é com Jesus que, por amor, aceitou ser levantado na cruz para nos salvar. 

Ao ser erguido na cruz, Jesus nos reconcilia com Deus. Com sua morte e ressurreição nos livra do veneno do pecado e nos dá vida nova. Para 
Jesus, a cruz tem sentido de Glória. Sua Paixão e morte têm um sabor especial. Ser levantado significa ser exaltado, ser glorificado. 

Assim como a serpente, não basta olhar para o Cristo crucificado. É preciso acreditar e divulgar que ali está a Salvação, o Fruto da Nova e Eterna Aliança. Jesus é o novo, é a Grande Novidade do Pai. E, como já dissemos, tudo que é novo exige mudanças.

Mudar é tão difícil quanto seguir os caminhos de Jesus. Para mudar é preciso, primeiramente, renunciar ao tradicional, ao rotineiro e ao saudosismo. É preciso soltar-se das amarras e lutar por um mundo novo. Só assim, renovados, poderemos sair das trevas e caminhar na Luz. 

Caminhar na Luz é viver o amor e a verdade. É transformar em realidade e gestos concretos a solidariedade e a fraternidade. O Filho de Deus não veio para condenar, veio para salvar e nos retirar das trevas. Jesus é a Luz que tudo cura.

Caminhar ao Seu lado é bem mais seguro, tudo é claro e não existem tropeços.
Jorge Lorente

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A oração tem o poder de movimentar o céu

"Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta!" (Mateus 7,7).
Amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, hoje, o Senhor nos ensina, neste tempo de graça que nós vivemos, a fazermos oração com a vida e a transformarmos a vida em oração.

Para isso, a primeira coisa a ser observada é que ter vida de oração é ter vida de confiança e de entrega no coração e nos braços de Deus. É ter a certeza de que, tudo aquilo que pedimos a Deus, Ele nos escuta. E se não nos dá algo do jeito que queremos ou achamos que precisamos, podemos ter certeza de que o Senhor cuida do melhor de nós e para nós.

Deus não se esquece de nós e quando nos colocamos nas mãos d'Ele, Ele vê mais adiante, olha além dos horizontes e enxerga aquilo que nós não conseguimos enxergar. Por isso, a oração precisa ser, antes de tudo, a oração da confiança, a oração de entrega e de abandono no Senhor. A oração de ter a certeza de que temos um Pai que cuida de nós.

A oração da desconfiança não chega a Deus, a oração do coração que não confia e pensa: "Eu vou pedir isso a Deus, mas não sei se vou conseguir". Ou: "Vou pedir isso a Deus, mas tem que ser assim". O filho pede, mas o pai dá mais do que este pede. Da mesma forma, Deus Pai cuida primeiramente do objetivo final para que nenhum de nós se perca nem esteja longe d'Ele. Por isso, muitas vezes, as coisas materiais que pedimos ao Senhor vão nos afastar d'Ele e nos tornar pessoas mais distantes, porque toda espécie de materialismo tira a vida espiritual de nós, cria aflições e preocupações desnecessárias para a vida. Por isso, nem sempre, o material pedido e encomendado ao Senhor vai ser recebido.

Deus cuida das nossas necessidades. Algumas vezes, suplicamos a Deus: "Senhor, cura-me. O Senhor curou a tantos". Deus ouve, cura, liberta, mas, sobretudo, Ele guarda o nosso coração para aquela vida em que não existe mais nem doença, nem enfermidade.

Então, muitas vezes, a pessoa que queríamos perto de nós e sobre a qual dissemos: "Eu pedi tanto a Deus, supliquei tanto a Ele, parece que Deus não me ouviu". Na verdade, Deus nos ouviu além do que precisávamos, além do que necessitávamos.

Confiar em Deus é colocar n'Ele a nossa inteira confiança, certos de que Ele saberá cuidar de nós, porque o Senhor diz que, tudo o que queremos que os outros façam a nós, somos nós quem devemos fazer a eles.

Não deve ser só o "venha a nós o vosso reino"; é preciso que eu o faça acontecer dando o melhor de mim ao outro. Se eu não gosto que façam determinada coisa comigo, eu não devo fazê-la com os outros. Da mesma forma, se eu quero muito que as pessoas me tratem bem, cuidem de mim e me ajudem, é assim que eu tenho que fazer com os outros.

Que a minha vida seja reflexo da minha oração e que a minha oração contenha toda a minha vida!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
www.cancaonova.com

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

22 de Fevereiro – 1o Domingo da quaresma

“Convertei-vos e crede no Evangelho!”.
Evangelho: (Mc 1, 12-15)

O Espírito impeliu Jesus para o deserto. E Jesus ficou no deserto durante quarenta dias, e aí era tentado por Satanás. Jesus vivia entre os animais selvagens, e os anjos o serviam.  Depois que João Batista foi preso, Jesus voltou para a Galiléia, pregando a Boa Notícia de Deus: O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e acreditem na Boa Notícia.
COMENTÁRIO
Quaresma é um tempo muito especial para o cristão. É período de oração e penitência para nos prepararmos para os acontecimentos centrais de nossa fé; a morte e Ressurreição de Jesus.
O período da quaresma representa os quarenta dias que Jesus passou no deserto após ter sido batizado. Jesus se preparava para assumir sua missão e, durante todos esses dias, foi tentado pelo demônio. Não teve um só minuto de sossego.
Durante as vinte e quatro horas do dia o demônio tentava fazê-lo mudar de ideia. O príncipe da terra sabia dos objetivos de Jesus e não estava gostando nada, nada, daquela história de pregar a conversão e a aceitação da Palavra de Deus.
Jesus quis se fazer semelhante a nós em tudo, menos no pecado, no entanto, quis também experimentar as tentações que enfrentamos diariamente. Este evangelho é o nosso próprio dia-a-dia, vivemos rodeados pelas tentações. É só o demônio perceber que estamos nos preparando para assumir a evangelização, e lá vem ele.
Vem como quem não quer nada. Oferece mundos e fundos para nos ver desistindo. Não tem fraco que resista suas ofertas. Se não consegue por "bem", coloca pedrinhas em nossos sapatos. Faz de tudo para atrapalhar e desestimular.
Marcos diz que Jesus foi para o deserto "movido pelo Espírito Santo". Jesus deixou-se guiar pelo Espírito. Foi no Espírito, que encontrou forças para superar as provações e as tentações que se apresentaram em seu caminho.
Esta é a prova concreta que Jesus nos deixou. O vencedor deixa-se guiar e entrega-se com fé. Porém, não podemos vacilar, é preciso estar atento, pois o demônio não desiste e vai estar permanentemente cochichando maravilhas, em nossos ouvidos.
Estar atento significa estar preparado. Jesus preparou-se para iniciar sua missão fazendo penitência, Jejuando e orando durante os quarenta dias em que ficou no deserto. Mais uma vez, Jesus quis mostrar-nos o poder da penitência e da oração.
Mais uma lição nós aprendemos com o evangelho de hoje. O jejum e a oração não nos isentam das tentações, porém são os meios mais eficazes para vencê-las. O jejum e a oração devem levar-nos à conversão e à aproximação.
Quaresma é tempo de aproximar-se do irmão e de viver a experiência da intimidade com Deus. Tempo de lembrar que Jesus foi traído. Tempo de meditar a perseguição, o calvário e sua morte. É tempo de profunda meditação e não de profunda tristeza, pois Jesus Ressuscitou.
Jesus venceu a morte! Nessa verdade se baseia toda nossa fé, por isso, vamos viver a alegria e a esperança de vida eterna. É preciso deixar de lado o comodismo e dar continuidade ao trabalho iniciado. Vamos nos preparar para a vinda Gloriosa de Jesus e levar este recado para todos os irmãos:
"O Reino de Deus já chegou, creiam nesta boa notícia e convertam-se!"

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Que tal um pouco de "esmola espiritual" nesta Quaresma?

Quando falamos de esmola, como é fácil esquecer daqueles que têm tudo, menos o fundamental!

Depois da alegria do Natal, a Igreja se prepara para a celebração do acontecimento mais extraordinário da história do universo, acima inclusive do Big Bang, que, segundo os cientistas, deu origem a tudo o que existe: a Ressurreição do nosso Senhor Jesus Cristo.
 
Esta celebração é precedida por um tempo especial que, se bem aproveitado, traz imensos benefícios espirituais aos que o levam a sério e de maneira disciplinada: a Quaresma. Quando ouvimos falar dela, talvez nos venham à mente ideias nem sempre claras do seu real significado espiritual, como "peixe sim, carne não", ideias do senso comum.
 
Há três verbos que marcam o sentido do tempo da Quaresma: jejuar, orar e compartilhar. De fato, na Quarta-Feira de Cinzas, lemos um trecho do Evangelho de Mateus (cap. 6) no qual Jesus nos recorda a importância destas três atitudes purificantes e purificadoras que nos ajudam a ser melhores humanos e cristãos.
 
O que às vezes se esquece é que estas três atitudes estão unidas tão intimamente, que uma sem a outra é impossível: quem jejua e não ora só está passando fome; quem jejua e não compartilha só está economizando dinheiro; quem compartilha e não ora só faz filantropia; quem ora e não compartilha tem um diálogo egoísta com Deus.
 
O papa emérito Bento XVI, em sua mensagem para a Quaresma de 2012, menciona uma passagem da Carta aos Hebreus (10, 24) e, retomando as palavras do autor sagrado, recorda a necessidade de "prestarmos atenção uns nos outros". Mas, além disso, ele nos convida a pensar que esse olhar que repousa no outro não é só para ver os momentos de carência material, mas também o vazio espiritual e a possibilidade de perder a salvação.
 
Quando pensamos na Quaresma, pensamos em solidariedade; lembramos de milhares de pessoas prejudicadas pelas catástrofes naturais, dos mais carentes, dos que foram vítimas de violência. Mas pensamos pouco nas outras pessoas: naquelas, que, tendo tudo, não têm Jesus em seu coração.
 
Provavelmente, pensamos que "isso não é problema meu" e que cada um deve encontrar seu caminho de salvação. Mas até neste ponto a Bíblia, que é Palavra de Deus, nos ensina a necessidade e a obrigação de orar e velar uns pelos outros. Não rezamos o Pai-Nosso no plural, mesmo estando sozinhos? Preste atenção nesta oração ensinada por Jesus e você descobrirá que cada petição é elaborada de tal forma que, quando pedimos, não o fazemos só por nós, mas pelos outros também.
 
Às vezes, o respeito humano e o temor nos levam a fazer vista grossa diante do pecado dos outros, e pensamos: "Que cada um faça da sua vida o que bem entender; eu não me intrometo na vida de ninguém e ninguém se intromete na minha". Esta indiferença precisa ser arrancada de nós nesta Quaresma e para sempre, porque, ainda que seja necessário respeitar a individualidade e privacidade do outro, também precisamos ser conscientes de que, se Deus nos permitiu ver ou conhecer o pecado dos outros, não é para que o divulguemos ou difamemos os outros, mas para que façamos algo por eles, para que os ajudemos a encontrar o caminho certo.
 
É preciso ser astutos como as serpentes e mais sagazes que os filhos das trevas, a quem sobra imaginação para o mal. Ao pensar na maneira de viver a Quaresma, não nos dediquemos exclusivamente a fazer doações para paliar o sofrimento físico das pessoas (é claro que isso é importante!), mas pensemos também naqueles que não precisam do nosso dinheiro, mas sim de uma palavra de estímulo, um ombro amigo, alguém que seja capaz de corrigi-los com amor.
 
Já não é suficiente buscar só a solidariedade econômica, mas também a solidariedade

http://www.aleteia.org/

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

08 de Fevereiro – 5º Domingo do Tempo Comum

“Assim que recebeu a graça da cura, ela se pôs a servi-los!”.
Evangelho: (Mc 1, 29-39)
Jesus saiu da sinagoga e foi para a casa de Simão e André, junto com Tiago e João.A sogra de Simão estava de cama, com febre, e logo eles contaram isso a Jesus.Jesus foi aonde ela estava, segurou sua mão e ajudou-a a se levantar. Então a febre deixou a mulher, e ela começou a servi-los. À tarde, depois do pôr-do-sol, levavam a Jesus todos os doentes e os que estavam possuídos pelo demônio. A cidade inteira se reuniu na frente da casa. Jesus curou muitas pessoas de vários tipos de doença e expulsou muitos demônios. Os demônios sabiam quem era Jesus, e por isso Jesus não deixava que eles falassem. De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. Simão e seus companheiros foram atrás de Jesus e, quando o encontraram, disseram: Todos estão te procurando. Jesus respondeu: Vamos para outros lugares, às aldeias da redondeza. Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim. E Jesus andava por toda a Galiléia, pregando nas sinagogas e expulsando os demônios.

Comentário

Neste Evangelho, mais uma vez, Jesus nos mostra a sua ação libertadora. Onde está Jesus, lá está a felicidade, lá está a alegria. Sua presença modifica o ambiente, tudo muda. Com Jesus ao nosso lado, sentimo-nos fortes e protegidos.
Jesus sai da sinagoga, entra na casa de seu amigo e cura a sogra de Pedro que estava acamada, com febre. Aquela que estava doente foi curada e, para demonstrar sua alegria e gratidão, imediatamente começou a servi-los.
Quantos exemplos nós encontramos no Evangelho de hoje. Mostra que a oração está presente na vida de Jesus. Marcos inicia mostrando Jesus saindo da sinagoga, onde, certamente, estava ensinando e orando. Jesus quer nos mostrar que, também ele, encontra forças na oração para cumprir sua missão.
Observe que Jesus não foi sozinho à sinagoga. Convidou seus amigos Tiago e João para acompanhá-lo. Esse exemplo deve ser seguido. Precisamos convidar e trazer todos nossos amigos para a casa do Senhor. 
Ao sair da sinagoga Jesus foi visitar Simão e André. O enviado do Pai não fica parado, está sempre a procura das pessoas. Sabe como é importante a presença amiga. Devia estar preocupado e se perguntando por que esses seus amigos não teriam ido à sinagoga naquele dia?
Quando chegou, encontrou a sogra de Pedro acamada e com febre. Aproximou-se, segurou sua mão e a curou. Esse gesto de Jesus é totalmente contrário aos costumes da época. Tocar em uma mulher sã, já não era normal, quanto mais estando doente. Qualquer judeu observante da lei teria se afastado dela.
Mais um exemplo, mais uma lição. Além da compaixão pelos enfermos, sem usar nenhuma palavra, Jesus deixou claro que não pode haver discriminação e pede mudanças. Isto vale também para os dias de hoje. A mulher, sempre marginalizada pela sociedade, tem direito a igualdade, dignidade e respeito.
Outra lição nós aprendemos com a sogra de Pedro; assim que se viu curada, passou a servi-lo. Ela soube agradecer o benefício recebido. Imediatamente colocou-se a serviço. Quantas vezes recorremos a Deus. Quantas curas nós alcançamos, quantas graças recebemos sem nunca nos lembrarmos de agradecer.
Jesus andava por toda Galiléia, curando e expulsando demônios. Pouco se importava com o número de habitantes. Pregava em todos os lugares, em todas as aldeias. "É para isso que eu vim", dizia ele. Queria mostrar que, por menor que seja o lugar, mesmo que lá habite uma só pessoa, o evangelizador tem que se fazer presente.
Resumindo: Jesus acolhe a todos sem distinção de sexo, raça ou cor. Seu carinho e atenção para com a mulher e com o enfermo são claras demonstrações de amor e igualdade.
Levantar-se de madrugada para orar, é um recado direto para quem quer segui-lo. Ninguém está dispensado de orar. A oração faz parte da atividade apostólica. É ela que dá sentido e força para a ação missionária. Por tudo isso, vamos rezar para que jamais faltem boas notícias, como esta.
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