Quando oferecemos uma rosa a alguém, não é a rosa em si que é ofertada, é preciso olhar para o que está por trás do gesto. Essa flor é apenas um sinal do amor e do apreço que temos por alguém.
Estivemos todos os dias olhando para a cruz peregrina e para o ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude, mas é preciso olhar para o que está por trás desse sinal: o amor de Cristo pelo homem.
Hoje fomos à Paróquia de Santana, na Zona Norte de São Paulo, quando chegamos ao local vimos um grupo de alunos fazendo a meditação da Via-Sacra. Rezavam pelas intenções dos jovens excluídos e marginalizados. Lembraram de massacres nos quais vítimas muito jovens e cheias de sonhos a ser realizados foram ceifadas do meio de nós.
Lembramo-nos também que naquela região ficava situado o antigo presídio Carandiru, ou o que restou dele, palco de uma das maiores tragédias de extermínio humano do país, onde cento e onze detentos foram assassinados.
Olhando para tantas realidades difíceis podemos nos questionar: “Onde estava Deus em tudo isso?” Mas, também poderíamos nos questionar um pouco mais: “Será que não são as coisas que estão erradas? Será que as escolhas feitas pelo homem não o estão fazendo caminhar para um grande buraco negro?”
Não sei se temos respostas neste momento, o que vi foi que a cruz peregrina, durante estes dias na capital da cidade de São Paulo, denunciou, nos questionou e amou aqueles que talvez nós não escolhêssemos para amar.
Padre João Luíz Miqueletti, pároco da Igreja de Santana, fez uma bela homilia, levando todos os presentes à reflexão na Celebração Eucarística de hoje: “Não nos conformemos com o que vemos de errado! O Cristianismo é profético e sua vivência denuncia o mal. Não se conformem com este mundo!”
É essa a mensagem que a cruz dos jovens e o ícone da Virgem Maria nos deixam. Sejamos este sinal profético sem medo de expressar nossa fé.
“Olhando para a cruz vejo o quanto custei caro. Olhando para o espelho vejo o quanto eu me vendo barato para o pecado” (Trecho de um dos Sermões do Padre Vieira, grande pregador no período do Brasil Colônia).
Olhemos para este sinal de amor que veio se encontrar conosco. Temos muito trabalho a fazer nestes dois anos de preparação para a JMJ até 2013, são muitos os jovens abandonados na nossa sociedade, que não têm direito à boa educação, que não são preparados para o mercado de trabalho, que usam a violência como resposta a seus direitos violados.
Sejamos anunciadores de Cristo! Sejamos anunciadores do amor!
Ah! Hoje quando já estávamos voltando para casa para fazer esta matéria de encerramento da nossa cobertura, minha companheira de missão, Clarissa Oliveira, quase foi assaltada por uma menina de uns 6 anos de idade, que tentou tomar seu celular das mãos. Eu vi quando ela se aproximava, seu olhar se fixou no objeto desejado e sua testa franzia, era uma linda menina morena, de pés descalços, seu rosto foi se desfigurando quando assumiu a face de ‘má’. Mas era só uma criança, não tinha forças para tirar o celular das mãos da Clarissa, ela foi embora sem o objeto de seu desejo ou de sua necessidade.
São situações que nos fazem refletir. Reflita você também.
Uma santa Jornada Mundial da Juventude para todos nós!
Por Cris Henrique e Clarissa Oliveira – Produção Destrave
Olá! Que maravilha seu blog!!!
ResponderExcluirÉ graça divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa. Mas a graça das graças é não desistir nunca.
Boa semana na Paz e no Amor de Cristo,
Reinaldo