segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Maria, Mãe da Igreja

O desejo e o gosto de Deus é a vida. Ele mesmo é a vida. Por isso, o grande mistério da encarnação do Filho de Deus entre nós, se dá ao modo semelhante do humano, pois, por obra do Espírito Santo, o seio de Maria tornou-se fecundo, com a plenitude da vida que é Jesus.
Deus quer que todos os homens e mulheres se salvem, e por isso, “ao chegar a plenitude dos tempos, enviou seu Filho, nascido de Mulher… a fim de recebermos a filiação divina” (Gl 4,4-5).
Nas bodas de Caná – Jo 2,4 – Jesus dá a Maria o nome de Mulher, referindo-se à primeira mulher, Eva, “mãe de todos os viventes” – Gn 3,20. Maria é a nova Eva, sem mancha, sem pecado, filha predileta do Pai, escolhida para a maternidade de Jesus. Santo Irineu diz assim: “Por sua obediência foi causa da salvação própria e da de todo o gênero humano”.
O Espírito Santo age em Maria na anunciação e no calvário. Maria está em pé, aos pés da cruz. A Mãe vai até o fim do caminho doloroso de seu Filho. Realiza-se a profecia que ela ouviu no Templo, da boca de Simeão (Lc 2,33-35). Dá-se nesse momento da cruz, hora da realização da nova aliança, o segundo anúncio a Maria, agora feito pelo seu próprio Filho: “Mulher eis aí teu filho! Filho eis aí tua mãe” (Jo 19,26). O Cristo pede à Mãe que permita o sacrifício de seu Filho, para ela se tornar a Mãe de uma multidão de filhos e filhas. Na atitude de Maria acontece a nova maternidade para toda a humanidade. E Maria, silenciosamente, aceita o que foi designa
do pelo seu Filho. Ela crê no que Ele fala, e assume sua palavra em sua vida.
Depois do episódio da cruz, vamos encontrar Maria em Pentecostes. O Espírito de Deus que já habitava em Maria, tendo realizado nela tantas maravilhas, agora se faz presente, de novo, em seu coração materno e divino. Como os discípulos, em Pentecostes ela recebe os dons e carismas para sua maternidade espiritual de toda a Igreja, o Povo de Deus peregrino.
Nossa Senhora é a realização da história do povo fiel. É anúncio da fidelidade de Deus para com a humanidade e da humanidade para com Deus. Ela é figura da Igreja, porque é figura da fidelidade do povo da nova aliança. É nesse sentido, nessa dimensão que devemos entender MARIA, como MÃE E MODELO DA IGREJA (não é, portanto, um devocionismo, mas uma compreensão de que Maria é modelo de fidelidade e mulher fiel). Nela se cumprem todas as promessas que Deus fez outrora a Abraão. (Aprofunde um pouco mais vendo o capítulo VIII da Lumen Gentium).

Padre Ferdinando Mancílio
Missionário Redentorista
http://www.a12.com/blog/festadapadroeira/maria-mae-da-igreja

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