Angela Rocha |
Logo que iniciei minha caminhada na catequese (sem formação alguma nesse sentido), busquei nos documentos da Igreja orientação para tentar desenvolver a contento o meu papel. Desde que comecei essa “jornada literária” tenho lido muito a expressão Educação para a fé. Segundo o documento Catequese Renovada, a catequese deixa de ser orientada para os sacramentos para ser uma inserção ao mistério de Cristo e à vida na Igreja. A catequese que trabalhamos com nossas crianças é a iniciação à fé, a formação cristã se prolonga pela vida inteira. Precisamos olhá-los até quando adultos.
Isso parece novidade. Mas não é. A Catequese Renovada é um documento criado em 1983. Então porque ainda estamos trabalhando
Perdoe-me quem acha o contrário, mas sim, nossa catequese é inteiramente voltada para o sacramento! Ela é uma doutrina imposta. Algo que se tem que cumprir para que se possa realizar o matrimônio (outro sacramento). A preparação para a Crisma também não fica longe desse caminho.
Que orientação é essa tão difícil de entender? Porque alguns de nossos catequistas, nascidos até posteriormente ao documento Catequese Renovada, ainda estãodoutrinando nossas crianças ao invés de educá-las na fé? Talvez não conheçam o documento. Afinal ele é antigo. Mas e o Catecismo da Igreja Católica de 1992, o Diretório Geral para a Catequese de 1997? E as várias exortações, sínodos, conferências? E mais recentemente o Diretório Nacional de Catequese de 2005, o Documento de Aparecida? Não dizem todos a mesma coisa? Mais recentemente, em 2009, o Estudo 97 da CNBB, exorta para que se retorne o processo catecumenal em nossa igreja. Coisa que o DNC e o Documento de Aparecida já pediam. E novamente vemos esse valioso subsídio não sendo valorizado nem pelos padres. Será que somos analfabetos funcionais?
Insistentemente a Igreja vem dizendo que temos que integrar as conquistas das ciências da educação à catequese, particularmente a pedagogia contemporânea e a psicologia, sempre à luz do Evangelho. A catequese deve se realizar num contexto comunitário, deve ser um processo contínuo de inserção na comunidade e a comunidade deve ser catequizadora. É preciso continuar a catequese com as famílias, para que estas sejam catequizadoras. Reclamamos que os pais não participam da catequese dos filhos, mas não nos interessamos em inserir a família na catequese. Para nós o filho deve iniciar a catequese, já pré-formado pelos pais. E se a família não tiver formação para construir esse pequeno cristão?
É preciso refletir estas questões e não esquecer que cabe a nós, catequistas discípulos missionários, fazer cumprir a missão de transformar a catequese num processo permanente de educação da fé.
Ângela Rocha - Catequista
* Analfabetismo funcional : Termo que se refere a pessoa que sabe ler e escrever mas é incapaz de interpretar o que lê. Ou seja, o analfabeto funcional não consegue extrair sentido das palavras nem ordenar as idéias para que elas façam sentido.
Prezada irmã em Cristo ,considero sua responsabilidade e preocupação, já o testemunho ( prática ). A preocupação de cada um de nós , o questionamento que levaremos aos nossos formadores, com certeza virá respostas onde segundo a Documento de Aparecida, devemos evangelizar não somente as crianças, mas sim as famílias de nossas crianças. Lembre-se cara amiga : - * Deus escolhe seus melhores soldados para as grandes batalhas .* :) Teu sobrenome indica qem tú és. Já viu o significado do nome ANGELA ? Boa semana !!! :)
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