Graças a Deus, cresce no Brasil a compreensão da missionariedade da Igreja. Muitas e variadas iniciativas vão surgindo por toda parte; vai sendo superada a idéia de uma “pastoral de manutenção” e as paróquias e comunidades eclesiais vão organizando “santas missões populares” e visitas missionárias permanentes; missionários vão sendo preparados e enviados para várias partes do Brasil e do mundo. Nunca houve tantos missionários brasileiros no exterior. Isso já é muito positivo.
Toda essa dinâmica de missionários que partem e vão “ad gentes” (ao encontro dos povos) para partilhar as riquezas do Evangelho e da experiência da fé cristã é essencial à missão da Igreja. Mas há uma outra dimensão da missionariedade, que tem igual importância e não pode ser descuidada: é a partilha da fé com quem está perto, ao nosso lado, em nossas casas. Refiro-me especialmente ao papel missionário inestimável das famílias cristãs e católicas.
A experiência religiosa passada pelos pais aos filhos, na primeira infância destes, tem enorme importância e marca para sempre a vida dos filhos. Quando os pais fazem batizar os filhos e lhes transmitem a fé, introduzindo-os na vida eclesial, são verdadeiros missionários. Quando a mãe aponta para o crucifixo ou o sacrário e diz ao filhinho – “Jesus”- e ele repete – “Jesus”-, ela está ajudando o filho a ter seu primeiro encontro pessoal com Jesus Cristo. Ela faz como as mães do Evangelho, que apresentavam a Jesus as crianças e pediam que lhes impusesse as mãos e as abençoasse. Essa mãe está sendo missionária! O pai que reza diante dos filhos, e com eles, também está sendo missionário para seus filhos.
O cultivo da fé em família, através da oração, da prática da caridade e do santo temor de Deus é atitude missionária de primeira grandeza. Quando os esposos conseguem ser fiéis à graça do matrimônio e zelar pelo “pequeno rebanho”, a “Igreja doméstica” que lhes foi confiada pela Providência, eles realizam um serviço missionário insubstituível.
Talvez precisemos dar maior atenção a essa vocação missionária quotidiana dos casais e das famílias cristãs, sem a pretensão de atrelar demais as iniciativas de evangelização às paróquias e comunidades maiores. A família é o espaço primeiro da transmissão e da vivência da fé. Assim foi ao longo de toda a história do cristianismo. O mesmo também acontece nas outras grandes religiões.
Na história da fé bíblica, eram os pais que contavam aos filhos, de geração em geração, as experiências vividas pelo povo de Deus. Não eram raciocínios complicados para provar a verdade das doutrinas, mas eram testemunhos de experiências vividas. O Deus em quem criam não era uma idéia abstrata nem um ser distante, mas era o Deus dos pais, dos patriarcas, “Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó”. E os profetas exortavam a não abandonar a fé dos pais. E os filhos recordavam com gratidão: “nossos pais nos contaram...” (cf Sl 44,2). E contavam também a seus filhos…
Na festa de São Joaquim e Sant’Ana (26 de julho), a oração da liturgia traz a bela invocação: “Senhor Deus de nossos pais...” A Igreja faz referência à experiência religiosa recebida dos pais na fé, das gerações que nos precederam... dos missionários, dos santos, dos pecadores convertidos, dos mártires, dos apóstolos... São nossos pais na fé.
Crer com eles, e como eles creram, fazer parte de todo esse povo que creu no “Senhor Deus de nossos pais”, é motivo de alegria e gratidão. É razão abundante para fazer como fizeram nossos pais, para que as novas gerações também sejam beneficiadas com essa mesma herança apostólica que veio a nós, de geração em geração. A corrente de transmissão missionária da fé não será interrompida, se os adultos, sobretudo os pais, continuarem também hoje a contar aos filhos as histórias da fé. É uma bela história da fé!
Toda essa dinâmica de missionários que partem e vão “ad gentes” (ao encontro dos povos) para partilhar as riquezas do Evangelho e da experiência da fé cristã é essencial à missão da Igreja. Mas há uma outra dimensão da missionariedade, que tem igual importância e não pode ser descuidada: é a partilha da fé com quem está perto, ao nosso lado, em nossas casas. Refiro-me especialmente ao papel missionário inestimável das famílias cristãs e católicas.
A experiência religiosa passada pelos pais aos filhos, na primeira infância destes, tem enorme importância e marca para sempre a vida dos filhos. Quando os pais fazem batizar os filhos e lhes transmitem a fé, introduzindo-os na vida eclesial, são verdadeiros missionários. Quando a mãe aponta para o crucifixo ou o sacrário e diz ao filhinho – “Jesus”- e ele repete – “Jesus”-, ela está ajudando o filho a ter seu primeiro encontro pessoal com Jesus Cristo. Ela faz como as mães do Evangelho, que apresentavam a Jesus as crianças e pediam que lhes impusesse as mãos e as abençoasse. Essa mãe está sendo missionária! O pai que reza diante dos filhos, e com eles, também está sendo missionário para seus filhos.
O cultivo da fé em família, através da oração, da prática da caridade e do santo temor de Deus é atitude missionária de primeira grandeza. Quando os esposos conseguem ser fiéis à graça do matrimônio e zelar pelo “pequeno rebanho”, a “Igreja doméstica” que lhes foi confiada pela Providência, eles realizam um serviço missionário insubstituível.
Talvez precisemos dar maior atenção a essa vocação missionária quotidiana dos casais e das famílias cristãs, sem a pretensão de atrelar demais as iniciativas de evangelização às paróquias e comunidades maiores. A família é o espaço primeiro da transmissão e da vivência da fé. Assim foi ao longo de toda a história do cristianismo. O mesmo também acontece nas outras grandes religiões.
Na história da fé bíblica, eram os pais que contavam aos filhos, de geração em geração, as experiências vividas pelo povo de Deus. Não eram raciocínios complicados para provar a verdade das doutrinas, mas eram testemunhos de experiências vividas. O Deus em quem criam não era uma idéia abstrata nem um ser distante, mas era o Deus dos pais, dos patriarcas, “Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó”. E os profetas exortavam a não abandonar a fé dos pais. E os filhos recordavam com gratidão: “nossos pais nos contaram...” (cf Sl 44,2). E contavam também a seus filhos…
Na festa de São Joaquim e Sant’Ana (26 de julho), a oração da liturgia traz a bela invocação: “Senhor Deus de nossos pais...” A Igreja faz referência à experiência religiosa recebida dos pais na fé, das gerações que nos precederam... dos missionários, dos santos, dos pecadores convertidos, dos mártires, dos apóstolos... São nossos pais na fé.
Crer com eles, e como eles creram, fazer parte de todo esse povo que creu no “Senhor Deus de nossos pais”, é motivo de alegria e gratidão. É razão abundante para fazer como fizeram nossos pais, para que as novas gerações também sejam beneficiadas com essa mesma herança apostólica que veio a nós, de geração em geração. A corrente de transmissão missionária da fé não será interrompida, se os adultos, sobretudo os pais, continuarem também hoje a contar aos filhos as histórias da fé. É uma bela história da fé!
Bispo Auxiliar de S.Paulo
Secretário-Geral da CNBB
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