Nenhum grupo humano pode considerar a geração nova como conhecedora das tradições e dos sadios ensinamentos. Tudo precisa novamente ser ensinado, insistido, mostrado pela geração adulta. Nós não carregamos conosco - ao contrário dos animais - os instintos da nossa espécie. Também em assuntos de fé, e de convivência comunitária acontece isso. Precisamos aprender tudo, seja dos nossos pais, seja dos irmãos de vida comum. O fracasso do crescimento na fé não é difícil de detectar nos dias atuais. Os princípios religiosos consistentes, com firme espinha dorsal, são exceção. Vemos muitos serem frios nas suas convicções, desligados dos ensinamentos insuperáveis de Jesus, seguidores fáceis de ventos de doutrina, fugitivos repentinos diante de grandes dificuldades. Muitos gravitam na mediocridade da fé. Não é fácil de encontrar mártires, ou pessoas capazes de enfrentar os ventos da adversidade, e apesar disso serem fiéis a Cristo.
Na Igreja Primitiva encontramos um método insuperável de modelagem na fé. É a chamada “Iniciação à Vida Cristã”, que forjou muitos Santos e Mártires. Não se sabe qual foi o motivo de se abandonar tamanha riqueza pedagógica. Hoje fazemos um esforço hercúleo, para colocar a Catequese em condições, de se tornar uma resposta convincente aos anseios de vivência cristã. Quais foram algumas das características da antiga pedagogia cristã? Antes de tudo, ela sabia que o mistério (a pessoa de Cristo), não se aprendia pelo estudo, mas pela experiência. “Vinde e vede” (Jo 1, 39). Ademais, por ter vínculos antropológicos, a Catequese primitiva nunca terminava; envolvia pais e padrinhos; e reconhecia que a riqueza de Cristo é impossível aprender em pouco tempo. Nestas circunstâncias, o catequista não era um professor, mas um mistagogo (aquele que introduz no mistério). O Brasil todo vai entrar nesta “Iniciação à vida cristã”, observando as diversas etapas, seguidas pelos antigos. Mas ninguém se espante. Todas as modernas conquistas catequéticas, sem excetuar o Diretório Nacional de Catequese serão incorporadas. Procuraremos seguir as orientações do Mestre: “Todo o discípulo do Reino é como um pai de família que tira do seu baú coisas novas e velhas” (Mt 13, 52).
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