quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Gestos de Esperança


Na encíclica Spe Salvi, sobre a “esperança cristã”, Bento VI, citando Santo Agostinho, apresenta um quadro completo dos “gestos de esperança” que agora vamos comentar.

Corrigir os indisciplinados. Este gesto indica a esperança que devemos ter na recuperação e na mudança das pessoas, é a correção fraterna. Quem ama corrige. Ajudar alguém sair do erro e do mal é um alto gesto de humanismo.

Confortar os fracos. Uma boa palavra, um gesto simples, uma visita, um telefonema podem dar esperança. Dar força aos fracos é dar-lhes condições, estímulos para vencer na vida.

Amparar os pusilânimes. Amparar é proteger, ajudar, apoiar. Pusilânime é quem se acha pequeno, fraco, debilitado, ferido. A sensibilidade por essas pessoas e pequenos gestos de atenção suscitam esperança.

Refutar os opositores. Quem tem esperança, têm força para vencer as oposições, as contrariedades, as inimizades. Refutar o erro, é amar a verdade.

Precaver-se dos maliciosos. Precisamos ter cuidado, bom senso e discernimento perante as pessoas maliciosas. Precaução é saber livrar-se dos mal intencionados, da malícia, e malfeitores. A prudência é uma virtude moral e social.

Instruir os ignorantes. Eis um gesto de misericórdia espiritual. Instruir, educar, ensinar é um ato de amor que vai gerar uma nova criatura, uma nova personalidade. É um gesto que se multiplicará na sociedade.

Estimular os negligentes. Dar ânimo, motivações e sentido à vida faz os negligentes se tornarem adultos, responsáveis, amadurecidos. “Convertei-vos e vivereis”.

Frear os provocadores. Não revidar nem vingar-se, mas sermos misericordiosos, não perder a serenidade, enfraquecer o objetivo da provocação. A paciência, a cortesia e a gentileza desarmam os provocadores. É a na- - violência - ativa.

Moderar os ambiciosos. A modéstia, a simplicidade, o desapego, a sobriedade moderam a ganância, a ambição, o espírito de lucro e de poder, que tanto prejudicam a sociedade.

Encorajar os desanimados. Ajudar alimentar a auto-estima, olhar o lado positivo, ser agradecido, aprender com os erros, descobrir-se amado, significa encorajar os desanimados. Coragem, fé, positividade são remédios contra o desânimo, depressão, baixa-estima.

Pacificar os litigiosos. Conseguimos vencer brigas, agressões, insultos estando bem conosco mesmos, rezando pelo agressor, mostrando a verdade com amor, mantendo a serenidade abençoando, vencer o mal com o bem..

Ajudar os necessitados. A solidariedade e a sensibilidade pelos outros são provas de esperança. A partilha, a misericórdia, a compaixão alimentam, ajudam, salvam e promovem vidas. Quem ajuda tem esperança de vencer os desafios da vida..

Libertar os oprimidos. Eis a opção pelos pobres e a luta contra a exclusão para implantar o reino da liberdade. Abrir mentes e corações, vencer escrúpulos e baixa-estima, abandonar vícios, saber lidar com fraquezas, aceitar-se a si mesmo, compreender os outros, são libertações que propiciam a liberdade interior e criam esperança.

Demonstrar aprovação aos bons. Elogiar, confiar, enaltecer, promover o outro é ajudá-lo a permanecer no bem e na verdade. O bem deve ser enaltecido. Toda pessoa aprecia ser acolhida, compreendida, elogiada, valorizada. Não basta ser amado, é preciso saber que somos amados.

Tolerar os maus. Tolerância, compreensão, perdão são valores que facilitam a conversão, a mudança, a transformação das pessoas. Só os amados mudam. Mesmo errando a pessoa não deixa de ser grande e digna. A tolerância não apaga a mancha fumegante, nem quebra o caniço rachado.

Ter paciência em tudo. A paciência é própria dos fortes e grandes de alma e espírito. Quem é cordial, manso, pacificador, conquista a simpatia e vence a pressa, a agressão, a tribulação. A paciência tudo alcança, porque se fundamenta na esperança.

Amar a todos. A arte de amar consiste em fazer o bem a quem nos faz mal. O amor é tão nobre que não busca interesses, vantagens, dependências, possessividade. Por ser incondicional, o amor é universal. O egoísmo nos faz ridículos, agressivos, infantis e até selvagens. O amor é a lei de ouro.

Dom Orlando Brandes 
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