quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Libertar-se...


Outro dia estava pensando: como nos acostumamos com as coisas! Vivemos situações. Convivemos com pessoas. E às vezes não notamos que acabamos acostumando-nos com certos elementos em nossas vidas. Como assim? Somos feitos de sentimentos, vontades, pensamentos e crenças. Porém, são coisas que mudam o tempo todo. 

Como dizia o filósofo Heráclito: “nunca entramos no mesmo rio por duas vezes”, porque na segunda vez, nem nós e nem o rio somos mais os mesmos. Parece estranho, mas a vida passa e muda tudo, dentro e fora de nós. O que nos faz bem e satisfaz-nos hoje, não fará o mesmo necessariamente no dia seguinte. E não é pessimismo de minha parte. O tempo simplesmente não pára. E este mesmo tempo que muda nossa exterior, mexe também com o nosso interior.

Aqui encontramos outro ponto. Se as coisas mudam com tanta facilidade, precisamos aprender a trabalhar isto. Se tudo muda, se tudo flui, precisamos saber perdoar. Isto mesmo, perdoar. Mas não no sentido usual desta palavra. A palavra perdoar tem outro sentido diferente de esquecer ou ter misericórdia. Perdoar significa também jogar fora. Libertar-se. E libertar-se não o mesmo que esquecer. Quem liberta lembra, no entanto, não se prende mais. Não insiste demais. Esquecer consome muita mais energia do que libertar algo de nossas vidas. E não gera obrigatoriamente resultados melhores.

Aprender a perdoar. Entender que é preciso libertar coisas e pessoas de nossas vidas. Eis algo que vale a pena pensar. O quanto deixamos de viver por insistir com algo que essencialmente não tem futuro algum? Quantas pessoas esperam algo que não podemos oferecer? Quantos objetos e lembranças nos prendem a um passado, que não volta e nem nos acrescenta nada? 

É preciso perdoar! É preciso libertar-se! É preciso jogar fora tudo o que nos prende e nos limita! Falo isto porque a vida é cheia de oportunidades. Ou antes, é feita de oportunidades. E muitas vezes insistimos em coisas que não são nossas. Ou que apenas entraram em nossas vidas momentaneamente. E o que é realmente nosso, passa... Ou sequer descobrimos que é nosso. Nos caminhos da vida existem portas que levam a lugares que somente nós podemos ir. Mas é preciso buscar! É preciso procurar! É preciso tentar! E para tudo isto, é preciso alguma liberdade. 

E você? Não está preso (a) a algo ou alguém? Não há nada te impedindo de buscar coisas que realmente te realizem? Viver é ter coragem de arriscar e buscar o que é nosso. Algumas coisas passam e voltam. Porém, outras não voltam mais. É preciso ter coragem! E é necessário tentar! Existem muitas portas fechadas para cada um de nós. Todavia, algumas estão apenas esperando para serem abertas. E então? Vai tentar abrir alguma? Ou vai simplesmente deixar tudo como está? A escolha é sua, e somente sua...
Por: Adriano José Gonçalves
Paróquia Santuário de São Judas Tadeu 
Sete Lagoas - Minas Gerais

terça-feira, 8 de novembro de 2011

PIPOCAS DA VIDA...

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser 
milho para sempre. Assim acontece com a gente. 
As grandes transformações acontecem quando 
passamos pelo fogo. 

Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida 
inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza 
assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu 
jeito de ser é o melhor jeito de ser. 

Mas, de repente, vem o fogo. 
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que 
nunca imaginamos: a dor. 

Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um 
filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. 

Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, 
depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos. 

Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! 
Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a 
possibilidade da grande transformação também. 

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, 
lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora 
chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada 
em si mesma, ela não pode imaginar um destino 
diferente para si. Não pode imaginar a transformação 
que está sendo preparada para ela. A pipoca não 
imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso 
prévio, pelo poder do fogo a grande transformação 
acontece: BUM! 

E ela aparece como uma outra coisa completamente 
diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. 
Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca 
que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas 
que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. 
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa 
do que o jeito delas serem. 

A presunção e o medo são a dura casca do milho 
que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, 
já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se 
transformar na flor branca, macia e nutritiva. 

Não vão dar alegria para ninguém. 


Extraído do livro O amor que acende a lua, de Rubem Alves.

#Morte

Na morte, separam-se o corpo e a alma. O corpo decompõem-se, enquanto a alma vai ao encontro de Deus e espera que, no Juízo Final, seja unida ao seu corpo ressucitado.
O como da ressurreição do nosso corpo é um mistério. Pode ajudar-nos a entende-lo a seguinte metáfora: observando um bolbo de tulipa, podemos reconhecer para quão belíssima flor ele se envolverá na terra escura. Do mesmo modo, não sabemos nada sobre o aspecto futuro do nosso corpo novo. São Paulo está, contudo, seguro: “Semeado desprezível, ressucita glorioso.” (1Cor 15, 43a)
Cristo nos ajuda na morte, se confiarmos n’Ele, vindo o nosso encontro e introduzindo-nos na Vida eterna. “ Não é a morte que me vai buscar, mas Deus.” (Santa Tereza de Lisieux)
Tendo em conta o sofrimento e a morte de Jesus, a nossa morte pode tornar-se mais ligeira. Num ato de confiança e de amor ao Pai, podemos dizer “sim” como Jesus fez no monte das Oliveiras. Uma tal compostura chama-se “sacrifício espiritual”: aquele que morre une-se ao sacrifício de Jesus na cruz. Quem morre assim, numa confiança em Deus e em paz com os outros, ou seja, sem pecado grave, está no caminho para a comunhão com Cristo ressuscitado. A nossa morte não nos faz cair mais fundo que nas Suas mãos. Quem não viaja para “nenhures”, mas regressa à casa do amor de Deus, o seu Criador.[154 - 155]

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Os dogmas da igreja católica

Saber sobre a Doutrina Católica é o primeiro passo para segui-la. Como dissemos que somos católicos se não sabemos o que rege essa religião? Não são meras “regras”, mas caminhos a serem seguidos, auxílios no entendimento do sagrado, os quais são fundamentais para termos um encontro maior com Deus. Sendo assim, a base dogmática da Igreja Católica Apostólica Romana está no Credo que é professado nas Missas e ele pode ser visto em assuntos bem distintos, como mostra o esquema abaixo.

Lembro que essa singela lista traz alguns temas, sendo assim, você precisa ter o Catecismo da Igreja Católica para poder ter um pleno conhecimento sobre esses e outros importantes tema sobre a Fé, a Bíblia, Jesus Cristo, a tradição e a Igreja. 

Dogmas sobre Deus 

- A Existência de Deus 
- A Existência de Deus como Objeto de Fé 
- A Unicidade de Deus 
- Deus é Eterno 
- Santíssima Trindade

Dogmas sobre Jesus Cristo
- Jesus Cristo é verdadeiro Deus e filho de Deus por essência 
- Jesus possui duas naturezas que não se transformam nem se misturam 
- Cada uma das duas naturezas em Cristo possui uma própria vontade física e uma própria operação física 
- Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus 
- Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e próprio sacrifício 
- Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do sacrifício de sua morte na cruz 
- Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso dentre os mortos 
- Cristo subiu em corpo e alma aos céus e está sentado à direita de Deus Pai

Dogmas sobre a Criação do Mundo
- Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada  
- Caráter temporal do mundo 
- Conservação do mundo 

Dogmas sobre o Ser Humano
- O homem é formado por corpo material e alma espiritual 
- O pecado de Adão se propaga a todos seus descendentes por geração, não por imitação 
- O homem caído não pode redimir-se a si próprio 

Dogmas Marianos
- A Imaculada Conceição de Maria 
- Maria, Mãe de Deus 
- A Assunção de Maria 
- A Virgindade de Maria

Dogmas sobre o Papa e a Igreja
- A Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo 
- Cristo constituiu o Apóstolo São Pedro como primeiro entre os Apóstolos e como cabeça visível de toda Igreja, conferindo-lhe imediata e pessoalmente o primado de jurisdição 
- O Papa possui o pleno e supremo poder de jurisdição sobre toda Igreja, não somente em coisas de fé e costumes, mas também na disciplina e governo da Igreja 
- O Papa é infalível sempre que se pronuncia ex catedra 
- A Igreja é infalível quando faz definição em matéria de fé e costumes 
 
Dogmas sobre os Sacramentos
- O Batismo é verdadeiro Sacramento instituído por Jesus Cristo 
- A Confirmação é verdadeiro e próprio Sacramento 
- A Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados cometidos após o Batismo 
- A Confissão Sacramental dos pecados está prescrita por Direito Divino e é necessária para a salvação 
- A Eucaristia é verdadeiro Sacramento instituído por Cristo 
- Cristo está presente no sacramento do altar pela Transubstanciação de toda a substância do pão em seu corpo e toda substância do vinho em seu sangue 
- A Unção dos enfermos é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo 
- A Ordem é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo 
- O matrimônio é verdadeiro e próprio Sacramento 
  

Dogmas sobre as Últimas Coisas (Escatologia)
- A Morte e sua origem 
- O Céu (Paraíso) 
- O Inferno 
- O Purgatório 
- O Fim do mundo e a Segunda Vinda de Cristo 
- A Ressurreição dos Mortos no Último Dia 
- O Juízo Universal


Por: Juberto Santos
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domingo, 6 de novembro de 2011

O Sinal da Cruz

Quando fizeres o sinal da Cruz, faze-o bem feito. Não tão depressa e contraído que ninguém o saiba interpretar. Uma verdadeira cruz, pausada, ampla, da fronte ao peito, do ombro esquerdo ao direito. Não sentes como te abraça por inteiro? Procura recolher-te; concentra nela teus pensamentos e teu coração enquanto a vais traçando da fronte ao peito e aos ombros e verás que te envolve o corpo e a alma, se apossa de ti, te consagra e santifica.

E por quê? Porque é sinal de totalidade e sinal de redenção. Na cruz o Senhor redimiu a todos e pela cruz santifica o ser humano até sua última fibra. Por isso a fazemos ao começar a oração, para que ordene e componha nosso interior, encaminhando a Deus pensamentos, afetos, desejos e, ao terminá-la, para que ele nos fortaleça; nos perigos, para que nos defenda; na bênção, para que, penetrando a plenitude de vida divina em nossa alma, fecunde quanto nela exista.

Considera estas coisas sempre que faças o sinal da Cruz. Sinal mais sagrado não existe. Faze-o bem: pausado, amplo, com esmero. Então ele abraçará plenamente teu ser, corpo e alma, pensamento e vontade, sentido e sentimento, atos e ocupações; e tudo ficará nele fortalecido, assinalado e consagrado no poder de Cristo e em nome do Deus uno e trino.

Autor: Romano Guardini

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

#Milagres

Jesus realmente operou milagres, tal como os Apóstolos. Os autores neotestamentários referem-se a ocorrências reais. Os milagres que Jesus realizava eram sinais do começo do Reino de Deus, e expressão do Seu amor pela humanidade e corroboravam o Seu envio.
 As fontes mais antigas noticiam que os inúmeros milagres confirmam o anúncio de Jesus: “Se, porém, expulso demônios pelo Espírito de Deus, então o Reino de Deus já chegou até vós.” (Mt 12, 28) Os milagres ocorriam em espaços públicos; por vezes, é referida a identidade das pessoas em questão, como o cego Bartimeu (Mc 10, 46-52) ou a sogra de Pedro (Mt 8, 14 ss.). Alguns milagres eram considerados chocantes sacrilégios para o ambiente judaico (como a cura do paralítico ao Sábado e a cura dos leprosos), mas não foram negados pelo judaísmo desse tempo.
Os milagres de Jesus não eram uma auto afirmação mágica. Ele estava cheio do poder amoroso de Deus que cura e salva. Através de milagres mostrou que era o messias e que o Reino de Deus começava n’Ele.
O amanhecer do novo mundo tornou-se patente quando Ele libertou da fome (Jo 6, 5-15), da injustiça (Lc 19, 8), da doença e da morte (Mt 11, 5). Com a expulsão dos demônios teve início o triunfo contra o “príncipe deste mundo” (ou seja, Satanás: Jo 12, 31).
Não obstante, Jesus suprimiu do mundo toda a desgraça e todo mal. Ele dedicou especial atenção à libertação do ser humano da escravidão do pecado; importou-se sobretudo com a fé, que Ele suscitou através de milagres. [90 e 91]

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

#Alma

A alma é o que faz cada pessoa ser humana, isto é, o seu princípio de vida espiritual, o seu íntimo. A alma faz com que o corpo material se torne um corpo vivo e humano. Através da alma, o ser humano torna-se um ente que pode dizer “eu” e permanece diante de Deus como um indivíduo inconfundível.
Os seres humanos são corporais e espirituais. O espírito do ser humano é mais que uma função do corpo e não se compreende a partir da composição material do ser humano. A razão diz-nos que tem de haver um princípio espiritual que esteja unido ao corpo, embora não lhe seja idêntico, o que designamos por “alma”. Embora a alma não se possa “comprovar” pela ciência natural, o ser humano não se consegue entender enquanto ente espiritual sem a admissão deste princípio espiritual, que excede a matéria.
A alma humana é criada diretamente por Deus. Não é “produzida” pelos pais.
A alma de uma pessoa não pode ser produto de um desenvolvimento evolutivo da matéria nem o resultado de uma fusão genética do pai e da mãe. A Igreja explica da seguinte forma o mistério de cada ser humano vindo a este mundo ser uma pessoa única e espiritual: ao ser humano Deus dá uma alma imortal, ainda que ele, pela morte, perca o seu corpo, para o reencontrar na ressurreição. Dizer “Tenho uma alma” significa afirmar: “Deus criou-me não apenas como um ente, mas como pessoa, e chamou-me a uma relação com Ele que nunca mais termina.” [62 e 63]